capitulo trinta e sete

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Dakota Johnson

Cheguei em casa e logo mamãe veio me abraçar, Jamie colocou as malas no chão e encarou minha mãe com um sorriso forçado, ele estava estranho.

- Acho que você tem que conversar com a sua mãe sobre o que você conversou comigo no carro. - Jamie fala e mamãe me olha esperando que eu fale alguma coisa, eu respiro fundo e começo a falar.
- Nesses últimos dias mamãe eu estou me sentindo mais mal do que o normal, você sabe que tudo está difícil demais, as únicas pessoas que me trazem felicidade são vocês dois. - Falo e mamãe sorri já Jamie abaixa a cabeça.
- Eu sei que está difícil meu amor, mas você é uma menina extremamente forte.
- Nem tanto, eu acho que cheguei no meu limite, eu preciso de ajuda.
- Eu e Jamie já tínhamos conversado sobre isso e tudo bem pedir ajuda isso não te faz menos fraca, vou perguntar pro Ian um psicólogo bom, e nós marcamos pra você. - Mamãe fala e eu concordo com a cabeça, ela vem até mim e me abraça fortemente, vejo ela puxar a mão de Jamie que se junta ao abraço, eu sorrio lhe dando um selinho, ele da um sorrisinho e só nós soltamos quando vemos Taylor e Ian entrando, sinto os músculos de Jamie ficarem tenso, eu sabia que era por causa de Ian, mas eles estava tão estranho que já não sabia se era apenas isso.

- Oi amiga, vi você na TV ontem, estava linda. - Taylor me abraça e eu retribuo o abraço apertado.
- Obrigada amiga, Oi Ian. - Falo e ele me da um beijo na testa encarando Jamie sem falar nada, eu me incomodava muito com aquilo mas não iria arrumar confusão.

- Vai ficar pro almoço Jamie? - Mamãe pergunta e ele nega com a cabeça.
- Não vou, eu preciso passar em casa pra pegar roupa e vou voltar para os shows.
- Vida difícil hein? - Ian fala debochado e eu aperto seu braço fazendo ele rir, Jamie não responde nada apenas balança a cabeça negativamente.
- Eu pedi um táxi ele já deve estar chegando.
- Tchau Jamie. - Taylor é a única que se despede, mamãe o puxa pra um abraço lhe dando um beijo.
- Manda um beijo para seus pais e vá com Deus.
- Amém e mando sim. - Seguro em sua mão e descemos para esperar o táxi.

Ele me abraça fortemente e respira fundo sentindo meu cheiro, eu sorrio com aquilo e seguro a sua nuca lhe dando um beijo demorado, nos separamos e vejo que seus olhos estão vermelhos.
- O que foi?
- Eu só não queria ficar longe de você.
- Somos inseparáveis Jamie, mas vivemos sendo separados. - Falo e então vejo as lágrimas caírem de seus olhos, eu não aguento ver ele chorando então começo a chorar junto.

O táxi chega ele me da um selinho e entra no carro secando as lágrimas, era difícil.

Voltei pra casa e vejo Ian parado no corredor, olho pra ele confusa.
- Vai embora?
- Não, sua mãe falou comigo pra eu indicar algum psicólogo pra você, mas você sabe que eu sou um né? Eu não sei se você vai se sentir a vontade, mas se você quiser podemos conversar.
- Eu quero.
- Legal, pode ser lá em casa... - Ele fala e eu concordo.
- Legal, vamos almoçar primeiro e depois vamos? - Falo e ele sorri concordando.

Fomos pra dentro de casa e almoçamos, o clima estava super legal e mamãe prometeu que não iria embora enquanto eu não tivesse melhor, depois do almoço fui com Ian pra sua casa, não ficava muito longe da nossa, era um pequeno estúdio com livros praticamente até o teto mas muito bem organizado.

- Sente-se. - Ele fala e eu me sento em uma cadeira na sua frente.
- Como nós começamos? - Falo e ele sorri.
- Me fala de você, não o que eu já sei, me fala da sua infância, dos seus sonhos mais impossíveis, da sua insegurança, dos seus medos...
- A minha infância foi boa, tirando a parte do bullying que eu sofria quando tinha cerca de 7 anos.
- Você sofria bullying?
- Sim, uma vez jogaram água em mim na escola, e a professora riu quando eu cheguei toda molhada, minha mãe quase bateu nela no outro dia. - Falo e ele começa a rir.
- Sua mãe é demais, tirando isso você aproveitou bem a sua infância?
- Nós morávamos em um apartamento, eu me divertia muito, cresci rodeada de meninos jogando bola e brincando até tarde, sair de lá foi difícil pra mim.
- Por que vocês saíram de lá?
- Meu pai faliu né? Ele foi morar em um quarto com outros homens e eu fui pra casa da minha avó com a minha mãe, eu tinha 9 anos, só não passamos fome por que meu avô sempre nos ajudou, apesar de ser novinha eu sofri muito, eu não entendia o porquê de estar acontecendo tudo aquilo, eu amava brincar com os meninos, amava a piscina que eu tinha, amava meu quarto cheio de bonecas e do dia pra noite eu tive que abrir mão de tudo, pra dormir em um quarto com uma cama de solteiro junto com a minha mãe.
- O que você queria ser quando crescer? Digo quando era pequena. - Ele pergunta e eu sorrio.
- Eu queria ser famosa. - Ele da uma gargalhada. - Eu sempre fui excluída e invisível pra todo mundo, nenhum cara nunca se interessou por mim, e sim sempre pela as minhas amigas, eu passei boa parte da minha pré adolescência e adolescência querendo que todos soubessem quem eu era, e a única forma era sendo famosa, eu compunha umas músicas, e vivia cantando pela casa, achava que ia conseguir, queria ser capa de revista, usar roupas provocativas, eu só queria ser notada.
- E quando isso mudou?
- Quando eu vi que não era fácil chegar nesse patamar, e quando comecei com as minhas crises de ansiedade e inseguranças, eu percebi que nunca seria bonita como essas modelos, cantoras e atrizes, eu não me encaixaria então eu desisti.
- Quando decidiu ser psicóloga?
- Eu não fazia ideia do que fazer, meu pai tinha se reerguido fazia pouco tempo mas não queria que ele pagasse uma escola de Teatro ou uma aula de música pra mim que foi o que eu sempre gostei, pois é caro. Então a minha saida era fazer algo em que eu conseguisse fazer de graça, e psicologia me encanta pelo fato de eu puder ajudar pessoas que sofrem o mesmo que eu, pois eu sei o quanto é ruim.
- Seu relacionamento com o Jamie, você acha que melhorou toda essas inseguranças ou piorou? Porque você disse que ninguém nunca te desejou, e então você começa a namorar um cara desejado por milhares, isso melhorou sua autoestima ou piorou?
- Piorou. - Falo sentindo meus olhos arderam. - Pois constantemente eu acho que vou ser trocada por alguém melhor do que eu, alguém famosa, alguém com poder, alguém que eu nunca vou poder ser.
- Você disse que compunha música quando era pequena né? Nunca tentou expor seus sentimentos através dela depois de grande?
- Nunca.
- Pode escrever uma música pra nossa próxima consulta?
- Está falando sério?
- Claro que sim.
- Sobre o que?
- Sobre o que você quiser. - Ele fala e eu sorrio nervosa, mas concordo, eu gostava de desafios.

Terminamos a nossa conversa e ele levantou me abraçando, eu tinha gostado muito de expor meus sentimentos pra ele, era algo interno que eu nunca tinha conseguido falar abertamente pra ninguém, eu gostava do Ian.
- Eu vou marcar pra você uma consulta com um psiquiatra pra ele te passar um antidepressivo ok? Eu sou psicólogo e não posso fazer isso, eu só converso. - Ele fala e eu concordo com a cabeça, pergunto pra ele quanto era a sessão e ele se sentiu ofendido, disse pra mim que não teria nada que o pagasse quanto me ver bem, eu iria lutar pra ficar bem também.

Gostaram de conhecer um pouco da história da Dakota? Ela é uma guerreira ? Passou por tanta coisa.
E sobre o Jamie, como vocês acham que ela vai reagir quando ele contar?
Ian é um xuxu ?
Enfim, comentem que com 11 comentários eu volto

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