Capitulo 15

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A cabeça latejava fortemente, abri os olhos, mas o do lado direito não cooperou. Puxei o braço para a frente do olho aberto e um tudo de algo que parecia soro estava ligado à minha veia.

- Glicose! – A voz de Gabi soou alto demais.

- Menos! – Murmurei.

- O quê? Estou a falar alto de mais? – Quase que podia jurar que ela gritava…porque a voz dela continuava a ecoar na minha cabeça.

A cama afundou e a sua cara apareceu à minha frente.

- Ver-te com um olho do tamanho de uma bola de ténis e todo roxo é lindo! Posso tirar uma foto?

- O que é que estás aqui a fazer? E mais importante o que é que eu estou aqui a fazer?

Gabi dá uma gargalhada e acorda os doentes que estão em coma, a minha cabeça explode.

- Estou a proteger-te daquela coisa com quem casaste…

Faço um esforço para me sentar, mas a cabeça pesa toneladas, fecho os olhos novamente e acho que esta é talvez a única forma que existe para eu ter qualquer conversa.

- Fodasse! Eu estou na merda contigo, mas não a deixes entrar.

- Nunca! Agora queres contar-me o que aconteceu? O Steff disse que tu estavas bêbado demais e apenas percebeu partes da tua conversa…e que história é essa de teres estado internado?

Abro novamente o meu olho e percebo o porquê de me incomodar tanto…a luz!

- Podes apagar a luz ou fazer alguma coisa à claridade, por favor e já agora falar mais baixo…

- Gio, Gio e Gio tinha tantas saudades tuas…tens um sentido de humor lindo.

Oiço os seus movimentos pelo quarto, as persianas a serem baixas e a cama novamente a afundar.

- Podes contar-me o que aconteceu ontem. – Peço. – Só me lembro de pedaços.

- Lembraste de levares um soco?

- O quê? – Abro o olho bom, o outro dói demais.

- Isto vai ter piada…

- Conta Gabi!

- Eu conto, mas depois é a tua vez de me contar o que se passa na merda da tua vida.

- Tu é que desapareceste Gabi…eu tentei ligar!

- Eu sei Gio! Mas eu tive uma urgência familiar.

- Grave?

- A Vicki foi operada de urgência à apêndice…

Assusto-me e tento olhar na direcção dela.

- Ela está bem?

- Pronta para outra! Mas eu não! – Aperta-me a mão. – O lado positivo, voltei a ser mãe e o Steff papá.

- Ainda bem! Devias estar com ela…

- Devia, mas achas que eu perdia a oportunidade de te contar o teu espectáculo de ontem?

- Foi assim tão mau?

- Pelo que o Steff diz, foi bonito, foi demasiado rápido…

Suspiro.

- Eu não vou querer saber pois não?

- Não vais querer saber o quê? Que disseste ao ex namorado da empregada do bar que se ele a soubesse foder, ela não se estaria a fazer a ti? Ou que ias fazer-lhe tanta coisa boa com a língua que ela iria ficar rouca de tanto gritar? Ou a minha preferida que se ele também quisesse poderia assistir e aprender alguma coisa…se ele não te tivesse dado um soco naquela altura e tivesse optado por assistir, isso é que iria ser bonito.

Quando te deixei, amor (disponível até 03/05)Where stories live. Discover now