Capítulo 35 - Connor Campbell

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- Não acho que a sua opinião seja válida para a minha vida - disse ela, olhando dentro dos meus olhos.

Se ela fosse qualquer outra pessoa, eu teria me irritado com a sua resposta, até porque quase tudo o que eu dizia fazia com que as pessoas se calassem ou simplesmente aceitassem a sua posição. Porém, constantemente isso vinha mudando. Não apenas a Iris, porque ela sempre foi assim e dizer que tinha mudado não estaria certo. Andrew também fazia parte da pequena lista de exceções, apesar de não ligar nem um pouco quando ele contestava sobre o que eu falava, mas que me dava raiva com certeza dava. E agora a Louise estava indo pelo mesmo caminho que eles.

Estava muito claro para mim que não havia gostado nem um pouco, no entanto, a minha intenção com ela era completamente outra e não podia causar uma péssima impressão.

Respirei fundo. Estávamos a um palmo distante um do outro e eu não fazia a mínima ideia do que tinha me levado a acabar com a enorme distância que havia entre nós, afinal, não iria beijá-la ou algo assim. Ela era realmente linda e os seus olhos azuis me traziam certa tranquilidade, mas eu não a queria realmente. Simplesmente não estava interessado. O único motivo pelo qual me motivou a dizer à sua amiga que a levaria para a república era porque ela compartilhava o quarto com a Iris. Desde o meu aniversário, eu não a vi em nenhum lugar. Até perguntei a Elizabeth o que tinha acontecido com ela, já que nem visitava a própria amiga com a frequência que antes estivera.

- Talvez - murmurei. Estávamos tão perto um do outro que não tinha mais espaço para dar um passo. A única opção era me inclinar se quisesse deixar nossos corpos inteiramente encostados. E foi exatamente o que eu fiz. Olhando em seus olhos, levei minha mão à sua nuca e a outra à sua cintura, e fiz menção de beijá-la indo de encontro com os seus lábios. Senti sua nuca ficar quente sob a minha mão. Sorri ao sentir isso, mas quando apenas dois centímetros dos meus lábios estavam longe dos dela, eu parei, ainda olhando em seus olhos, e desviei meu olhar para os seus lábios, que estavam entreabertos. Ela comprimia-os vez ou outra e, de certa maneira, podia dizer que os seus lábios estavam na minha categoria de "lábios mais atraentes" naquele momento. Eu não queria beijá-la. Por isso, me recompus e segurando a sua nuca, puxei levemente para o lado para que pudesse sussurrar em seu ouvido: - Pode ser que agora não seja válida, mas algum dia será.

Me afastei e fiquei apenas olhando-a. Queria ver a sua reação. Se ela gaguejaria por não saber o que falar ou se coraria. Adorava isso nas garotas, embora a maioria das mulheres com as quais ficava eram puramente artificiais e sabiam controlar suas emoções. Mas, a naturalidade delas sempre dominariam a versatilidade dos homens, ainda que pouco. Demorou um bom tempo para responder. Nesse meio tempo, ela inspirou e expirou o ar tantas vezes que perdi a concentração e acabei perdendo as contas. Quando tentava pronunciar algo, simplesmente desistia e suspirava baixinho exasperada como se tivesse certeza de que eu não pudesse ouvi-la de jeito nenhum. Tudo isso com os olhos nos meus. Além do que eu esperava que ela fizesse, pensei que desviaria os olhos ou abaixaria a cabeça, no entanto, para ela, não era nem uma opção que devesse cogitar.

Ela era realmente forte para alguém como ela. Aparentemente parecia que era frágil, no entanto, se desse uma chance para lhe mostrar o contrário não fugiria nem se quisesse. Ou talvez eu estivesse extremamente enganado.

- Tudo bem, vamos logo - disse, apenas.

Eu concordei com a cabeça, fazendo com que ela se afastasse e fosse diretamente para o carro que estava estacionado ao nosso lado. No entanto, apressei-me o suficiente para alcançar a porta do carro antes dela e abri gentilmente a porta do carona para que entrasse e se acomodasse.

Primavera Sem Rumo (Livro 1) - CompletoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora