Continuação capitulo 15

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-Venha aqui - Henri chamou enquanto eu desfazia o coque. Ele já estava deitado, vestido apenas com uma calça de algodão preta.

Somente de calcinha, caminhei até a cama e deitei em seu colo. Henri beijou-me com vontade, mordendo minha língua e acariciando minhas costas. Senti meus seios doerem de desejo, minha calcinha molhar só de senti-lo ficando duro. Então ele virou nossos corpos, ficando por cima de mim, encarando-me enquanto tirava sua calça. Depois tirou minha calcinha e sem demora, sem rodeios ou torturas ele me penetrou. Foi fundo de uma vez. Gemi fechando os olhos, gostando da sensação de preenchimento que seu pau me dava. Começamos a rebolar, procurando nosso prazer. Abri os olhos e dei de cara com os dele totalmente vidrados em mim, no meu rosto. Sua mão subiu acariciando meu corpo até tocar meu rosto. Conseqüentemente o ritmo diminuiu e a emoção aumentou.

-Agora estou fazendo amor com você, Jade.

Arrepiei com sua declaração e nos dedicamos ao ato com sentimento. Devagar fomos alcançando o gozo. Não piscávamos, não perdíamos um gemido, uma contração, uma linha de sorriso, um brilho diferente nos olhos... Nada. Não perdíamos nada. Gozamos nos encarando. Foi com certeza o melhor gozo que já tivemos, não desmerecendo as outras vezes, mas acho que entenderam o que quis dizer.



Três semanas se passaram e a correria só aumentava. Preparativos para o casamento, festa e lua de mel. Tudo já estava confirmado, e apesar da minha alegria eu pude sentir a falta de algo quando encarava meu noivo. Estávamos tomando banho quando decidi tocar em um assunto importante.

-Me conte sobre sua irmã.

Henri enxaguava a cabeça quando abriu os olhos em meio ao sabão, assustado com a pergunta inesperada.

-Não entendi.

-O que houve? Quero saber o que houve.

-Não quero falar sobre isso.

-Ah não? E falaremos quando? Porque vamos nos casar dentro de duas semanas, e preciso saber Henrique. - ele viu que estava falando serio. Terminou de se enxaguar e saiu do banho com pressa. Enxugando o corpo com raiva. -Vai fugir? - perguntei desligando a ducha - Não tem como me ignorar.

Ele saiu do banheiro, sem ao menos me olhar. Fui completamente ignorada, mas não deixaria por isso mesmo.

-Pelo amor de Deus! Precisamos falar sobre iss...

-Que inferno! Você nunca está satisfeita? - gritou.

Assustei com seu tom e parei na porta do banheiro nua, molhada e assustada. Seu olhar gelado estava lá, me fulminando. Não deixou que seus olhos caíssem para admirar meu corpo em nenhum momento, mantendo-se serio e irado. Henri notou como me assustou e bufou passando a mão no cabelo molhado, sentando-se na beirada da cama. Depois de uma longa pausa, ele começou baixo:

-Ela se rasgou inteira quando descobriu sobre a queda do avião. Avançou em minha direção tentando me agredir, gritando sem parar que nunca me perdoaria, que eu era o culpado de tudo... - confessou num sussurro, com a voz embargada - No mesmo ano fui atrás dela, mas não a encontrei. Dois anos depois voltei. Ela me viu de longe e mandou o segurança me expulsar das terras. Mesmo assim voltei no dia seguinte e pedi perdão. Ela olhou dentro dos meus olhos e disse: Não te conheço. Você não existe para mim. É somente um cara que tive a infelicidade de ter sobre o mesmo teto até o dia em que matou meus pais. Some e não volte nunca mais.

Engoli em seco. Quando voltei para morar aqui eu disse algo parecido á ele, foi por isso que naquele dia dentro do elevador ele não reagiu. Manteve-se calado e distante. Deveria ter lembrado que a própria irmã também o tratou dessa forma. Que horror! A cada dia eu tinha mais raiva dessa mulher sem escrúpulo. Henri logo se ergueu vestindo-se, como se essa declaração não tivesse existido. Uma ânsia me tomou e corri para vomitar. Não era para menos, como aturar isso tudo sem sentir repulso?

Cor a Primeira Vista - Volume II da Série Dê-me AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora