Continuação Capitulo 08 - Primeiro encontro

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Dobrei as pernas de uma maneira que não deixasse minhas pernas a mostra dentro do vestido vermelho justo. Henri sentou-se na minha frente fazendo o pedido de um vinho super caro. O lugar era lindo e romântico, com um vaso de rosas vermelhas no centro da mesa e musica ambiente. Confesso que estava me sentindo tensa, não sabia onde colocava as mãos. Imaginei algumas vezes como era estar em publico com Henri, saindo como duas pessoas normais, na minha imaginação não havia todo esse nervosismo e insegurança. Visivelmente ele estava relaxado, mas para quem o conhecia como eu, sabia que isso não era verdade. A ruga entre suas sobrancelhas mostrava ansiedade, seus dedos batendo na mesa indicavam nervosismo e seus olhos não passavam segurança. Obviamente era algo novo para ele também.

            -Quanto tempo não faz isso?

            -Não consigo lembrar qual foi a ultima vez - respondeu apertando a testa, e depois olhou para o lado. Imaginei que ele devesse estar arrependido por ter feito o convite. Não queria que ele sentisse isso, estava animada pelo fato de termos dado um passo largo assim. Como apoio, estendi minha mão por cima da mesa tocando a dele, o gesto chamou sua atenção.

            -Vai dar certo – sussurrei, tentando passar uma confiança que não existia.

            Ele sorriu apertando minha mão.

            -Por mim poderíamos ficar assim a noite toda – disse baixo. Sua voz grave e rouca arrancou um sorriso dos meus lábios, seria uma noite agradável. Faríamos isso dar certo.

            -Ah não! Preciso comer pelo amor de Deus – brinquei descontraindo.

            Primeiro comemos uma bela salada de camarão regado a vinho, dava para sentir o gosto leve do abacate no meio do prato. Nunca havia comido, e se alguém tivesse avisado antes talvez eu não comeria, mas fiquei surpresa do tanto que amei a mistura de sabores. Depois nos serviram um belo prato de atum, salmão e legumes – eu já havia experimentado pratos assim antes e gostava, mas era muito diferente de você sentir o sabor de comer um frango bem temperado, de preferencia na mão –, tudo estava divino. Para encerrar, a sobremesa foi uma bola de chocolate acompanhado por um sorvete de creme, quando furei a bola, saiu um creme grosso de chocolate contornando o sorvete. Foi uma cena linda, cai de boca naquela sobremesa, realmente comi demais.

            -Uau! Isso estava uma delicia – comentei limpando as mãos.

            -Ver você comendo que é uma delicia.

            Acho que Henri não falou com malicia, mas como não pensar merda com um homem desses? Foi difícil ignorar as palavras "comer" e "delicia" na mesma frase, meu cérebro só registrou as duas. Por isso eu sempre falava, mulher também é movida a safadeza. Não vem com essa de que romantismo é tudo, porque não é não. Quero conhecer uma mulher nesse mundo que não gosta de um pouco de "putaria" na hora do vamos vê. Eu demorei um pouco para assumir esse meu lado, mas hoje não o nego. Fiquei sim excitada e respirei fundo para afastar os pensamentos impuros.

            -E então? – perguntei suspirando, como se houvesse um assunto solto no ar.

            -Então... Como se tornou essa mulher?

            Sorri com a pergunta formal. Fiquei contente por saber que ele estava interessado em saber mais sobre mim, isso era bom.

            -Tive a ajuda de um cara que me mostrou que a vida não é um arco-íris e depois um sacolejo do meu pai.

            -E agora as coisas são pretas no branco então?

            -Sem exceção.

Cor a Primeira Vista - Volume II da Série Dê-me AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora