Capítulo 16

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Jo não tinha um chapéu de caubói. Pelo menos, não mais. Possuía um na sua adolescência, mas ele ficou perdido em algum lugar das inúmeras mudanças que havia sido forçada a fazer desde então. Mas possuía botas, o que era até melhor, pois havia descoberto que eram um item de vestuário mil vezes mais aceitável que o chapéu.

Conhecer a Taylor Swift era um evento que a obrigava a usar mais que jeans e camiseta.

Mas usar o quê?

Baby chegou linda como sempre, alta e elegante em uma calça pantalona destroyed, uma jaqueta jeans, uma cropped de alcinha vermelha no mesmo tom dos coturnos, os cabelos presos em um rabo de cavalo alto. Jo olhou para ela e imediatamente quis se vestir igual. Se, claro, ela possuísse algo minimamente parecido. No momento, só tinha uma toalha enrolada como um turbante sobre os cabelos molhados, calça de ginástica e uma camiseta cortada. Ah, e botas. Não no corpo, claro, mas no armário.

-Você não está pronta? Eu quero chegar cedo. Quero o VIP do VIP – Baby falou, olhando o relógio.

-Eu... Não... Eu estou em dúvida.

-Mostre as opções – Baby bateu palmas, curta e objetiva, e Jo não teve outra saída além de se virar para o armário.

-Eu não tenho roupa de frio legal para ir ao show – Ela falou, morrendo de vergonha.

-Mulher, a gente vai se acabar! Quem vai passar frio? Deixa comigo – Baby entendeu o dilema e tomou a frente. Investigou o armário com um certo horror, pois havia muito pouco ali a se aproveitar. Jo não tinha mau gosto. Ela simplesmente não tinha gosto algum. Não havia nada que fizesse os olhos crescerem ou, pelo menos, desse vontade de vestir. Se soubesse disso, teria trazido suas roupas microscópicas da fase piranha. Provavelmente dariam em Jo como roupas normais.

-E esse vestido aqui? Esse é bonitinho – Baby tirou um cabide com um vestido jeans com saia evasê e decote ombro a ombro.

Jo adorava aquele vestido, mas não havia pensado nele. Ele era... fresco! No sentido que a faria tiritar até o fim da noite.

-Jo, você assiste a shows sentada?

-O último que eu fui foi da Malu, e eu estava... – Ela se interrompeu, sem graça.

-Sei, se amassando com o Victor nos bastidores. Então, deixa eu explicar. Você vai dançar. Vai pular. Vai berrar. Eu faço isso tudo e tenho vergonha de andar com quem não faz.

-Ok – Jo sorriu.

-Prometo que você só vai ficar com frio até chegar ao estádio, aí a gente já toma uns gorós para ir esquentando.

-Tá – Jo respondeu, animada. De repente, Baby parecia uma excelente irmã mais velha. Ou melhor amiga.

-E quando é a prova do concurso para serviço social? – Baby se sentou na cama, olhando ao redor. Credo, como o Victor era família. Era tudo tão bonitinho e correto. Um monte de almofadas sobre a cama, porta-retratos em todos os cantos, uma fotografia bonita que ela dava a cara a tapa como era do Eddie emoldurada. Tudo doce e classe média.

-Faltam três semanas. Nem me fala que me dá a horrível sensação de que eu deveria dar um bolo na Taylor Swift e estudar.

-Caralho, ninguém dá bolo na Taylor Swift! Aprende isso – Baby cruzou as longas pernas.

-Pecado, né? – Jo franziu o nariz.

-Heresia! Você tem estudado. Não é porque tirou uma noite para conhecer a diva que vai se dar mal na prova.

Jo sorriu, ajeitando o vestido no corpo.

-É tão bom poder falar livremente dos meus gostos musicais.

Quando a Vida Acontece - Vol. 4Where stories live. Discover now