Capítulo13

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Era uma casa típica inglesa, na verdade uma mansão para os padrões ingleses, de dois andares em tijolos vermelhos e várias janelas brancas envidraçadas. Ela era rodeada por um jardim, com muitas plantas um pouco aleatórias que não seguiam muita lógica de paisagismo. Parte da fachada, inclusive, era coberta por uma vegetação que estava se alastrando pelas paredes, o que dava até um certo charme à construção.

Logo depois do hall de entrada, um corredor levava a algumas salas ou a um solário, que mais parecia uma varanda que foi toda envidraçada e que ligava a casa ao puxadinho que se transformou em estúdio.

Les Paul abriu a porta da frente e se aventurou pelo hall, pé ante pé. Uma empregada uniformizada passou pela porta aberta que dava para o solário e ele a chamou:

-Pst. Celeste. Minha mãe já saiu?

-Há uns dez minutos. A barra está limpa.

Les Paul respirou aliviado e Rosie perguntou, curiosa:

-O que tem a mãe do Les Paul?

-O que não tem a mãe do Les Paul – George respondeu.

-Ela é gente boa. Só é... muito – Les Paul disse. – E a gente nunca ia conseguir ensaiar.

Quando chegaram ao estúdio, parecendo que havia sido cronometrado, o pai de Les Paul terminava de trabalhar com a banda que o havia contratado, um baixista e um baterista que faziam um rock potente e supriam completamente a necessidade de um guitarrista. Foi exatamente isso que Mick comentou assim que se despediu deles e se voltou para os garotos:

-Não tem guitarra. Dá para acreditar nisso?

Les Paul, George, Rosie e Megan fizeram que não com a cabeça.

-Pois é, não dá! E eles são bons pra caralho! Foi mal, meninas.

-A gente pode usar o estúdio agora, pai?

-Pode, mas daqui a duas horas vou precisar dele novamente. Quem são suas amigas, Les Paul? Apresenta, porra. Foi mal, meninas. Ele não tem educação e nem eu.

-Essa é a Rosie, a nossa baterista – Les Paul se apressou, antes que seu pai xingasse novamente. – E essa é a Megan.

-Eu sou agente e responsável pelas mídias – Megan apertou a mão de Mick, enquanto os membros da banda olhavam para ela, espantados por estarem ouvindo falar de seu cargo pela primeira vez. Até onde sabiam, ela era apenas uma amiga e provável fã da banda, quase como uma groupie.

-Perfeito, não dá para se ter banda sem agente e sem mídias. Fiquem à vontade – Mick finalizou e saiu arrastando os pés para algum setor da casa onde elas não tinham acesso.

-Seu pai é uma lenda, Les Paul! – Rosie exclamou assim que o pai deles estava longe o bastante para ouvi-los. – Você tem noção disso?

-Tenho – Ele respondeu, orgulhoso.

-Ele tem contato com as outras pessoas da banda?

-Tem, o Tommy Lewknor é meu avô – George disse.

-Sério?! Ele é um dos melhores bateristas do mundo! Vocês precisam me apresentar a ele algum dia – Rosie disse, enquanto eles montavam os instrumentos.

-Claro! Assim que ele voltar da lua de mel e terminar a reforma no apartamento novo, a gente marca um ensaio no estúdio da casa dele.

-Tudo bem – Megan, que não fazia a menor ideia de quem era Tommy Lewknor, respondeu, ainda que não estivesse ao seu alcance fazer as apresentações. – Mas primeiro temos de mudar o nome dessa banda.

Quando a Vida Acontece - Vol. 4Where stories live. Discover now