CAPÍTULO 4

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— Ouvi dizer que conheceu a irmã da doutora Baker hoje, verdade? - Perguntou Thomas ao apoiar o corpo no batente da porta do escritório do rapaz.

— Então... - Disse Matt ao girar a cadeira, olhando para o mais velho. - A garota estava em uma casa, usando drogas com mais umas pessoas. Foi... - ele bufou. - Estranho.

— Estranho? - perguntou Thomas ao ir em direção a uma outra cadeira, sentando ali e cruzando as pernas.

Matt fez um som nasal, seguido de um sorriso. Ele levou a mão até os cabelos e então voltou a olhar para o mais velho.

— Sabe quando você conhece alguém e sente que pode acabar entrando em confusão se andar com a pessoa, mas mesmo assim, não sente medo nenhum, mas sim uma certa excitação? - Perguntou Matt.

— Excitação Matthew?? - perguntou Thomas ao olhar com a sobrancelha elevada para o rapaz.

— Não! Jesus!! Não esse tipo de excitação, é como um frio na espinha, porém confortável. - tentou explicar.

Thomas deu uma risada e levou a mão até o rosto, passando a mesma por sobre a barba, logo concordando com a cabeça.

— Já contei como eu e a Rebecca nos conhecemos? Eu senti a mesma coisa por ela quando a vi tentando me assaltar. - Contou antes de rir. - Ela era mais nova, eu era um novato na polícia, estava no meu dia de folga e então ela chegou, com uma arma, máscara pedindo dinheiro.

— O que fez? - perguntou Matt.

— Casei com ela. - disse Thomas ao ficar de pé. - Depois de pagar a fiança, claro.

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...36 anos atrás...

O sol estava brilhando forte no céu de Detroit, Thomas havia acordado cedo, infelizmente havia acostumado com aquela rotina, então acabou ficando na cama, mas não adiantou, pulou cedo e foi fazer seu café da manhã.

Ele ligou a TV, colocando no jornal local, queria saber das últimas notícias e se tinha alguma ocorrência da delegacia que ele estava trabalhando. Porém, aquele dia era sua folga, era o novato, e parecia que estar em casa descansando era meio errado. Mesmo assim, após o café, ele pegou seus fones de ouvido e saiu para correr, precisava gastar a energia que estava acumulada.

O suor pingava de seu rosto, Thomas havia corrido tanto, que seu corpo começou a gritar para que ele parasse, mas ele decidiu caminhar. Deixou a música tocando e com passos lentos foi em direção a uma mercearia para comprar uma água. O rapaz entrou e retirou um de seus fones, em seguida ele cumprimentou o vendedor, seguindo para o final do corredor, onde ficava as geladeiras que estavam as garrafas de água.

— Passa tudo! - falou ela com uma arma apontada para o vendedor. - Anda logo, passa tudo porra!!

— Calma... Eu vou entregar, só não me machuque. - pediu o homem.

O coração dele estava palpitando. Não sabia se deixava tudo acontecer, ou se bancava o policial. Ele permaneceu quieto, estava sem sua arma, e não sabia o nível de perigo que aquela pessoa tinha. Thomas deu alguns passos e logo ouviu um tiro.

— VOCÊ AI ATRÁS... - gritou ela. - NÃO TENTE BANCAR O HERÓI, PODE VIR ATÉ AQUI, COM AS MÃOS PRA CIMA.

Ele a obedeceu, mostrou que estava com uma garrafa de água e então com passos lentos foi se aproximando dela, que apontava uma arma para ele. Thomas olhou em volta, e notou que ela estava tremendo muito.

— Tá tudo bem. Não vou fazer nada. - Disse ele. - Vou ficar aqui, quieto. Você quem manda.

A garota estava nervosa, além da tremedeira, estava suando muito, e isso começou a ajudar Thomas. Aos poucos, ele foi se aproximando, ao ponto de fazer o cano da arma quase tocar seu peitoral.

Tʜᴇ Rᴇᴅᴇᴍᴘᴛɪᴏɴ: What's In The Mind?Where stories live. Discover now