Alvorecer

由 ichygochan

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O destino nunca pareceu estar do lado de Izuku. Criado desde pequeno como um alfa lúpus, todos a sua volta ti... 更多

INTRODUÇÃO
Preparação
Presença
Suscetível
Incontrolável
Descontrole
Conflito
Decisão
Decepção
Percepção
Reflexões
Convicção
Retorno
Apatia
Humilhação
Ímpeto
No limite
Consequências
Visita
Mudanças
Sentimentos
Ômega Insaciável
Compreensão
Lenda
Confortável
Por você
Conhecer
Heat
Encurralado
Rival?
Descaso
Intimação
Novidades
Ânsia
Em vão
Reencontro
Desconfiança
Momentos Conturbados
Escolhas
Proposta
Acidente
Tensão
Saudades
Obstinação
Coincidências
Redefinir
Viagem
Ultimato
49 - Preocupações
51 - Cortesias
52 - Planos
53 - Farmer

50 - Fuga

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由 ichygochan

Eu nem estou crendo que a vibe me pegou de jeito! Gente eu escrevi numa fúria isso aqui. Não betei e não 'tô nem aí, super animada para compartilhar com vocês, então me perdoem se não estiver exatamente bom, eu simplesmente não consigo me refrear. 

Não houve tempo para conversa ou mesmo explicar nada durante o percurso e, ao entrar no carro e se deparar com Katsuki como motorista as perguntas apenas se acumularam na mente de Izuku. Além da costumeira carranca, havia no semblante dele uma espécie de ansiedade e medo que o deixou perturbado. 

— Kacchan, o que está acontecendo? 

— Sem tempo para explicar, Deku, só coloca a porra do cinto. Você e esse seu alfa de merda. 

— Como assim não tem tempo?! Vocês estão me deixando assustado com esse mistério. — rebateu. 

— Apenas faça o que o Bakugou pediu, Izu, nós já vamos te explicar, precisamos apenas nos certificar de alguns detalhes. — Ochaco aparentava estar tão ou mais preocupada quanto o alfa loiro, e colocou o celular na orelha. 

Izuku estava prestes a rebater mais uma vez, angustiado com aquele clima de sequestro relâmpago quando sentiu Shoto se mover para colocar o cinto em si, passando-o delicadamente por seu dorso. Seus olhos se cruzaram e ele percebeu a inquietação do alfa que aproximou seus rostos, tocando as testas com um gesto sutil.

— Eu também estou nervoso com tudo isso, Izu, mas vamos fazer como eles estão pedindo. Tente se acalmar — beijou-o, se afastando para colocar o próprio cinto de segurança, os dedos entrelaçada aos dele.   

— Como se eles não me disseram nada?

O carro entrou em movimento, seguindo cautelosamente pela rua. Os vidros continham uma camada tão densa de insulfilm que sem dúvida ninguém do lado de fora seria capaz de enxergar os ocupantes.  

— Eles estão ocupados, Izuku. — apontou para Bakugou que tinha colocado um  fone de ouvido e conversava com alguém ao telefone enquanto conduzia o carro. Ochaco também estava conversando ao celular, aparentemente tensa — Vamos apenas confiar neles por enquanto, são nossos amigos, lembra? 

Izuku engoliu em seco e suspirou, controlando o nervosismo que escapava de si em ondas. Shoto estava certo, tinha que confiar nos amigos, eles jamais o trairiam ou levariam para alguma emboscada. Era apenas seu instinto ômega aflito com o fato de estar sendo arrastado para algo desconhecido, no momento em que soubesse o que era, ele se acalmaria. 

Shoto estava tão ou mais nervoso que Izuku, afinal estava em um carro com outros dois alfas, conzindo-os para um destino desconhecido. Confiava em ambos, só restava convencer os instintos a fazerem o mesmo antes que a necessidade de proteger o ômega se sobrepusesse à razão, o forçando a entrar em modo automático. 

Foram os dez minutos de silêncio mais tensos da vida de Izuku, antes de ambos finalmente largarem os celulares e iniciarem a conversa, na rodovia que demarcava os limites da cidade. Passaram por um carro preto que estava estacionando no acostamento e Katsuki buzinou três vezes. O carro ligou os faróis, piscando-os três vezes antes de começar a segui-los. 

— O seu pai decidiu que não quer mais apenas esperar, Izuku. Ele tinha contratado uns desgraçados para te interceptarem no caminho até a sua casa. — O tom de voz de Ochaco era sério, carregado de revolta — Os caras o levariam para um lugar isolado e o fariam se acasalar à força. Uma vez marcado não teria como escapar do relacionamento, ao menos não antes de ter algum filhote. 

Izuku sentiu todo o sangue abandonar seu rosto no mesmo momento, apavorado com a possibilidade de ser usado como um criador, sem direito a escolha ou defesa. Seu estômago revirou no mesmo instante e ele quase vomitou, respirando de modo descompassado. 

Os dedos do Katsuki apertaram com tanta força o volante que o som de borracha cedendo se misturou ao ronco do motor quando ele acelerou ainda mais. 

— Aquele filho da puta não desiste de foder com a sua vida. Canalha — rosnou —Sorte nossa o Shinso ter escutado a conversa deles a tempo. Foi ele quem me ligou e avisou do esquema.  

— Foi o Hitoshi quem descobriu? — indagou, pasmo. 

— Sim. Sorte eu estar fora da sala na hora ou não ia atendê-lo. Nós discutimos um pouco sobre as possibilidade e eu chamei Ochaco para poder traçarmos um plano.

— Tem muito tempo que estão sabendo disso? 

— Pouco mais de duas horas.  

— Por que não me chamaram antes? — arfou, chateado por não ter sido consultado — Me tirar da sala naquela correria, sem me explicar foi simplesmente absurdo. Eu não sou criança, poderiam ter me contado antes, perguntado a droga da minha opinião!

— Estamos salvando a sua maldita bunda ingrata aqui, tem como ser um pouco mais agradecido?! — Katsuki exasperou-se, trincando os dentes de raiva com a acusação.  

Ochaco deu um leve peteleco na orelha de Bakugou que a encarou por dois segundos com um olhar mortal, rosnando. Ela devolveu o rosnado, o ollhando de modo intimidador. 

— Recolhe logo essa presença hostil antes que tenhamos mais problemas! — Ordenou, se abaixando para pegar algumas caixas de adesivos bloqueadores no porta malas. Abriu uma, puxou um adesivo que, sem cerimônia alguma, aplicou em Katsuki, abaixando a gola de sua camisa com intimidade de velhos amigos. Ele resmungou, incomodado, mas não a repeliu. 

Somente então ela se virou para Izuku, oferecendo novos adesivos à ele e  a Shoto que se mantinha em silêncio com o semblante analítico. 

— Não tivemos tempo, Izuku, foi tudo muito corrido e quanto menos pessoas soubessem, maior seria a nossa chance de sucesso. Não foi nossa intenção te ofender. 

— Foda-se se está chateado, o que importa é que estará a salvo. Pode ficar a vontade para me odiar se quiser, não ligo. — Katsuki disse, aparentemente desinteressado. Sua mão, contudo, se moveu no cursor do painel do carro, ligando o som em uma das músicas preferidas de Izuku — Só pare de reclamar, não estou a fim de ouvir suas lamúrias chatas e ingratas. 

Ochaco novamente se virou para trás com o semblante um tanto divertido apontando para Katsuki com um leve manear de cabeça. Os dois sabiam que ele detestava aquela música em particular, não era nenhuma novidade. Mesmo sendo um momento de tensão, o ômega não pôde deixar de sorrir para o cuidado velado que o outro alfa tentava esconder.

— É, Izu, o Bakugou não se importa, sabe disso. Ele só se deu ao trabalho de fazer uma playlist de merda com as suas músicas preferidas enquanto me esperava buscá-lo na sala. 

— Isso é porque é mais fácil levá-lo se ele estiver tranquilo, não tem nada a ver com me preocupar com o humor dele. Só não quero ter que escutá-lo reclamar o tempo todo — Rebateu, falsamente raivoso — Não fode com a minha paciência, Ochaco.

O clima pareceu amainar um pouco no carro e Izuku se permitiu se acalmar, deitando no ombro de Shoto que carinhosamente passou a acarinhar seus cabelos. 

— Eu entendi a parte em que vão levar Izuku para outro lugar, mas para onde exatamente? — o alfa indagou, movendo a cabeça para beijar a testa do ômega que ronronou acalmando-se em sua presença. 

— Conversamos um pouco e decidimos que o melhor lugar seria a casa das mães de Kirishima. 

A ideia de ver Eijiro animou e esquentou um pouco mais o coração de Izuku. Estava com saudades dele e sem dúvida a animação do outro ômega o ajudaria a se distrair dos próprios pensamentos melancólicos e frustrados. 

— Ele sabe? 

— Ainda não, mas não temos outra opção por hora, foi tudo muito corrido. Se não der certo e eles não puderem acolher Izuku vamos pedir ao menos a estadia da noite para podermos pensar juntos em uma solução. 

Izuku fechou os olhos, apreciando o carinho enquanto cantarolava a letra de Diamonds and rust, da banda Judas Priest. Os sentidos estavam um tanto embolados pelo aroma dos feromônios que Shoto bombeava propositadamente para o acalmar. 

Tudo aquilo estava sendo tão inesperado, abrupto. Era como estar caminhando por uma estrada interiorana, tranquila e ser atropelado por um caminhão desgovernado sem nenhuma possibilidade de fuga. O que o próprio pai queria fazer era inominável e ele não queria se concentrar nos detalhes naquele momento. 

A música mudou para Heaven and Hell do Black Sabbath e ele abriu os olhos, batendo levemente a mão na perna de Shoto para acompanhar a batida da bateria. 

— Quem é que está no carro de trás? — foi Shoto quem perguntou, olhos atentos aos de Katsuki que o mirava de vez em quando pelo retrovisor. 

— Shinso e a tia Inko, estamos fazendo uma mudança temporária. 

— Minha mãe também? — O ômega se alarmou.

— Preferimos não arriscar já que a porra do seu pai está louco de raiva. — o alfa virou o volante, entrando em uma estrada secundária. Seus dedos se moviam agilmente para mudar os comandos de marcha. 

— Vocês acham que ele seria capaz? 

— De um cara que cogita sequestrar e marcar o próprio filho à força pode-se esperar qualquer coisa. 

— Eu que não ia deixar a tia Inko perto daquele bastardo sem ninguém para protegê-la. 

— Você acha que ele pode estar ciente dessa mudança de planos? Tipo, saber que você e o Shinso descobriram antes e estão agindo para tirar o Izuku de perto?

— Não temos certeza de nada, Meio a Meio, estamos apenas seguindo nossos instintos e tentando evitar uma merda. O máximo que podemos fazer é nos resguardar e tentar pensar em uma solução. Temos ao menos a vantagem da surpresa e vamos usar a nosso favor. 

(...)

A primeira e última visita de Katsuki não tinha sido nada agradável. Principalmente por ter sido escorraçado da fazenda como um cão sarnento, discutindo e apontando o dedo do meio para os irmãos e irmãs de Eijiro que sequer lhe deram tempo para se justificar. 

Na verdade ele teve tempo sim, só não encontrou palavras ou desejo de usá-las.

Como ele poderia saber afinal que, além de ser o caçula, mimado e adorado da casa, era também o único filhote ômega de suas mães? Os irmãos e irmãs dele também eram todos alfas territoriais e muito brutos, divertidos e risonhos em uma primeira impressão, porém sem nenhuma consideração adicional quando o assunto era lidar com o que magoava o amado irmão mais novo. 

Certo, a culpa tinha sido inteiramente sua, uma vez que insistiu em manter o maldito tom de voz alto ainda que Eijiro pedisse para que ele contivesse os ânimos. Simplesmente não conseguiu lidar com a resposta do ômega que afirmou com a maior naturalidade do mundo que iria ficar com as mães por alguns meses, não somente para estar perto da mãe durante o tratamento dela, como também por causa do bebê que felizmente elas tinham aceitado com naturalidade ao invés de querer lhe arrancar as tripas como pensou em um primeiro momento. 

Não seria muito, já estava pensando em trancar a faculdade por um tempo mesmo, manter-se trabalhando e juntar dinheiro antes de retomar os estudos. Seria a melhor saída para sua situação atual. 

Claro que Katsuki foi veementemente contra. Não queria ficar longe de Eijiro por tanto tempo, seu maldito alfa interno já o estava admoestando com aquela possibilidade.  

Então eles discutiram novamente, dessa vez Eijiro contendo o tom de voz enquanto Katsuki continuava a toda, como sempre, sem conseguir conter o maldito tom. Ele não queria transparecer desespero ou pânico ou algo parecido, então disfarçou imitando raiva e consternação como sempre. 

O primeiro embate foi com a mãe alfa de Eijiro, Kirishima Yoko, que chegou espalhando sua presença e o colocando contra a parede. Ambos rosnaram e se enfrentaram com o olhar, disputando espaço e espalhando seus feromônios. 

— Como ousa vir na minha casa e disputar território comigo, garoto, ainda tendo a audácia de assustar o meu bebê. Por acaso perdeu a noção do perigo? — um som estrangulado e gutural escapou do fundo de sua garganta, como um aviso claro de que ia atacar. 

— Mãe, não precisa disso, o Bakugou não está me machucando, ele é assim mesmo. É da natureza dele ser meio turrão e bruto, não é uma ameaça, eu juro!

— Pode até ser, mas não vai agir desse modo na minha casa. 

— Admito que não foi muito educado da minha parte agir desse jeito na sua casa, mas você também não está sendo educada ao tratar um visitante com agressividade. — alfinetou, um sorriso debochado e nenhum pouco interessado em conversa surgindo em seu rosto. Ser desafiado por outro alfa o deixava sempre menos consciente dos próprios limites. 

— Bakugou, para!

— Eu sou capaz de ignorar qualquer regra de etiqueta para manter o meu bebê seguro. 

Não demorou e estavam trocando xingamentos e rosnados enquanto se encaravam. Bakugou sabia que estava sendo o idiota da situação, mas não podia se conter. Estava irritado e frustrado com tudo e queria descontar a raiva em algo, uma discussão ou boa briga o ajudaria a lidar com os malditos instintos. 

Logo os irmãos e irmãs alfas de Eijiro apareceram e o clima se tornou praticamente insuportável. Bakugou recuou até sair da casa, procurando um campo aberto onde pudesse estar menos vulnerável. A consciência tentava refreá-lo, fazê-lo entender que lutar contra a família de Eijiro era a pior estupidez que poderia estar cometendo. Seu lado alfa, no entanto, orgulhoso e cheio de adrenalina, o incitava a prosseguir, liberar a raiva. 

Eijiro simplesmente desistiu, sentando nos degraus da varanda à uma distância segura, segurando um pano sobre o nariz para não ser sufocado por todos os feromônios. As presenças hostis o estavam deixando enjoado e tonto, porém nada preocupante. 

Antes que algo pudesse de fato acontecer, o som ensurdecedor de um tiro ecoou pelo pátio. 

Parada alguns metros afastada de Eijiro estava Kirishima Emi, segurando uma escopeta de cano duplo. A compleição física dela era de uma mulher baixa e os cabelos encaracolados lhe davam um ar angelical. Os olhos, por outro lado, eram perigosos e obstinados. 

— Para casa, família. — ela ordenou com a voz doce, a raiva contida.

Um a um, os filhos (alfas muito maiores que ela) se voltaram, deixando apenas pequenos rosnados e olhares insatisfeitos para trás. Apenas Yoko se demorou um pouco mais, analisando Katsuki com uma careta de raiva

— Todos, Yoko, incluindo você. 

Qualquer alfa se ressentiria com uma ordem vinda de um ômega, Yoko, por outro lado, parecia satisfeita em obedecer a sua esposa, retornando para o lado de Eijiro que já era acolhido pelos irmãos e irmãs.

Emi era verdadeiramente a criatura dominante naquela casa, a verdadeira líder. Sua postura e olhar eram intimidadores e até mesmo Katsuki sentiu-se compelido a obedecer. 

Os pequenos e delicados dedos dela se moveram, segurando a madeira inferior que ela puxou, posicionando as próximas munições. O click deixou o alfa atento.  

— Eu lhe disse que não teria problemas com você desde que assumisse as suas responsabilidades, certo, querido? — a fala escapou ácida e perigosa e Katsuki quase engoliu em seco — Se não está a vontade para respeitar a minha casa e família eu o convido a sair. 

— Mamãe, por favor, não precisa de tanto. O Katsuki não estava fazendo por mal, ele é meio bruto para falar, apenas não sabe lidar com o próprio tom de voz e rompante e...

— Não precisa se explicar por ele, Batatinha, ele tem boca e uma língua muito comprida, não é mesmo, senhor Bakugou? Se quiser falar, ele pode muito bem fazer por si mesmo. 

— Ele também é um idiota orgulhoso, mamãe, não vai admitir. É capaz de morrer apenas para manter a pose. 

— Oh, eu estou vendo isso muito bem. Dá para perceber, e é justamente por essa falta de tato que ele está voltando para casa, não é mesmo, senhor Bakugou? 

— Eu não vou sem o Eijiro.

— Mas ele não vai.  

— Não pôde impedi-lo de sair! Ele é adulto. 

— O meu Batatinha vai onde quiser, desde que seja da vontade dele, não pelo capricho de um alfa egoísta — tornou a empunhar a arma e apontou para o carro — Agora você não é mais bem vindo a partir do momento em que perturba a paz da minha casa, então ponha-se daqui para fora.     

— Eu já disse que não vou sem o Eijiro. — tornou a repetir e, audaciosamente, começou a refazer os passos para se aproximar do ômega. O som de outro tiro ecoou e ele pulou ao ver o chão a sua frente ser atingido — Mas que porra, você é louca?! Quase me acertou!

— Você não é bem vindo, esqueceu? Retire-se imediatamente. O meu filho não precisa de um alfa egoísta como você e se ele quiser (decisão à qual agora me oponho veementemente), será por iniciativa dele, não insistência sua. Agora, vá. 

Ele foi, ofendido e irritado, teimosamente caminhando até a cidade para poder pegar um ônibus e retornar uma vez que tinha vindo no carro de Eijiro. Depois daquilo todas as tentativas de contato com o ômega haviam sido frustradas. 

Agora ele retornava, um mês depois com a cara mais lavada de todas. Não foi uma recepção agradável e Yoko quase passou por cima dele com o cavalo, o encarando de cima com o nariz retorcido como se estivesse cheirando merda. 

— Quanta audácia a sua, não é? 

Ela avançou com o cavalo e pulou, ajeitando a fivela e cuspindo no chão com asco. Katsuki a encarou de volta, sem medo. 

— Vim apenas trazer alguns amigos do Eijiro.

— Se eles forem como você eu sugiro que os carregue de volta para o inferno de onde saíram. 

Os dois mal tinham se reencontrado e estavam se enfrentando novamente.

— Mesmo sendo um merda arrogante eu admito que você tem coragem. — ela disse, cedendo com um bufo, ainda vigilante — Muito bem, vou chamar o Batata, mas não quero você na minha casa, está ouvindo? Muito menos o aborrecendo. Se ele não quiser falar com você também não adianta insistir. 

Ela deu um passo para trás, segurando a corda do cavalo e o trazendo junto enquanto se afastava. Antes de chegar no meio do caminho já estava gritando o apelido de Eijiro que surgiu na janela de cima. 

O alfa não queria admitir, mas estava ansioso para ver Eijiro de novo, saudoso de seu cheiro, sorriso e toque. Suas mãos suaram em expectativa enquanto os segundos escorriam.

O coração de Katsuki bateu ainda mais acelerado no momento em que o viu. Ele parecia mais feliz, sorridente e também mais roliço. Não era de se admirar levando em consideração toda a comida que Yoko o fazia engolir, sempre abastecendo seu prato antes que pudesse de fato estar vazio. 

No momento em que seus olhos se cruzaram ele percebeu o semblante de Eijiro mudar para algo morno, quase frio que não soube identificar. O sorriso dele desapareceu e ele resmungou alguma coisa que o alfa sequer prestou atenção, preso no desencanto da situação. 

Era indiferença? Desânimo? Desgosto? Eijiro o detestava? 

De repente seu estômago revirou de pavor. O ômega nunca tinha sido tão indiferente com ele e Katsuki não soube como lidar. Estava magoado, irritado consigo mesmo por ter sido tão estúpido a ponto de chatear Eijiro de uma maneira talvez irreversível e não tinha coragem de ficar para poder encarar a situação. 

Voltou para o carro e bateu no vidro. 

— Desçam. — ordenou, seco e ansioso. 

— O que houve, Bakugou? 

 Ochaco notou sua pressa e raiva. Ele estava rosnando, afinal. Os malditos olhos lacrimejando de fúria e tristeza. Ele não era bem vindo e sabia disso. Só pensou que talvez Eijiro pudesse ainda o acolher.

 — Kats, diz o que aconteceu, porque está tão apressado. — observava a pressa com a qual ele retirava as malas do bagageiro — O que vai fazer? 

— Não está óbvio? — bateu o porta malas com certa brutalidade — Eu não vou ficar. 

— O quê? Mas porquê isso, o que aconteceu? 

— Não me enche a porra do saco! Já fiz a minha parte, não foi? Vou para a cidade e ligo para nos encontrarmos depois e discutirmos os planos. 

— Kacchan, não vai ficar para falar com o Eiji-kun? 

— Não.

Sem responder mais nenhuma pergunta, ele entrou no carro, dando partida e escapando no segundo em que Eijiro abria a porta de casa. 

****

Pois é, eu não sei se ficou bom, mas dane-se, adorei que a vibe chegou e me ajudou a escrever esse capítulo em um tempo recorde. 

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