✰*.:｡𝑪𝑨𝑷𝑰́𝑻𝑼𝑳𝑶 𝑺𝑬𝑰𝑺✰*.:｡
─✧ 𝖭𝖾𝗑𝗍 𝗌𝗍𝗈𝗉: 𝖢𝗁𝖺𝗋𝗅𝗈𝗍𝗍𝖾𝗍𝗈𝗐𝗇h⚘ ˎ'-
—e então, como foi na casa do Gilbert?—Diana perguntou.
Diana foi para o quarto de Jade, e ambas conversavam enquanto a mais velha se trocava.
—foi legal. Finalmente pude conversar com ele depois de tanto tempo. E o Sebastian é bem legal.
—se a Ruby descobrir que você foi a casa dele, ela é Josie Pye te matam.
—não vão descobrir, fique tranquila.—saiu do banheiro já vestida em sua camisola.
—oh, esqueci de te avisar! Tia Josephine vai vir pra semana que vem.
—ah, graças a Deus! Eu estou morrendo de saudades dela. A última vez que a vi foi no ano retrasado.
—ela também vai ficar feliz em te ver. Você é a única com quem ela não é tão mau humorada.
—fiquei sabendo que a melhor amiga dela morreu não faz muito tempo. Como ela está?
—a Gertrude era muito mais que uma melhor amiga. Tia Jo disse que elas eram almas gêmeas.
—sério?!—Jade se sentou ao lado da menina.—almas gêmeas do tipo...
—sim! Descobri que elas se amavam, e não como amigas. Eu confesso que fiquei muito confusa, por um tempo eu tentei entender o por que tia Josephine gostar de uma mulher, mas aí eu percebi que se ela estava feliz, era isso que importava.
—ah, isso se parece tanto com um romance trágico! Duas mulheres que no começo pensavam que eram apenas melhores amigas, mas que com o passar do tempo reconheceram que o amor delas era muito mais que uma mera amizade. E então, uma delas acaba falecendo, e sua companheira perece afogada em seu luto por não ter confessado seu amor.—os olhos de Jade brilharam. Ela adorava um bom romance.
—está parecendo Anne falando assim.—Diane riu, fazendo sua prima rir também.
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No dia seguinte, Jade se arrumou para mais um dia de escola. Chegando lá, ela apenas conversou um pouco com suas amigas, e logo o professor chegou para começar a sua aula.
Jade suspirou mais uma vez naquele dia, tentando entender aquela maldita equação. Por mais que tentasse, ela não era boa com matemática, e com certeza não conseguiria resolver aqueles números complexos elevados a sexta potência tão facilmente.
Ela estava finalmente entendendo oque estava fazendo, quando a porta se abriu bruscamente. Ela se virou e viu que era Bash. Todos olharam para ele, com o olhar de julgamento.
—Sebastian?—Gilbert se levantou, indo até o amigo.
—bom dia.—ele diz.—sinto muito, mas preciso conversar com o Gilbert.
—não entre nesta sala.—Sr.Phillips o repreendeu.
—você não é bem vindo aqui.—Billy disse olhando para Bash.—quase me matou na pantomima de natal.
—cala essa boca, Billy.—Jade se levantou, dando um olhar mortal para o Andrews e se aproximando de Gilbert e Sebastian que estavam no vestíbulo.
—por que nunca me falou do gueto?—Bash pergunta.—posso encontrar meu médico lá?
—não achei que você quisesse ir lá.—Gilbert respondeu.
—o que aconteceu?—Jade pergunta assim que se aproxima dos rapazes.
—acho que não devia ter arrancado aquele dente. Agora a dor piorou.
—você arrancou um dente?—ela pergunta.
—eu estava com dor, então eu pedi pro Gilbert me ajudar.
—você arrancou o dente dele?!—Jade se virou para o garoto.
—nem vem colocar a culpa em mim, eu só fechei a porta.—ele levantou as mãos pra cima em rendição.
Jade revirou os olhos, soltando um riso soprado antes de colocar sua mão na testa do homem.
—Bash, você está com febre!
—não tem médicos pra mim aqui, foi isso que o homem da mercearia disse. Então, tenho que ir pro gueto.
—mas que filho duma...—Jade sussurrou pra si mesma, mas se calou vendo o olhar severo de Gilbert.
—eu conheço um médico em Charlottetown, te levo lá.—o moreno disse.
—eu vou junto.—Jade diz.
—não precisa, você não pode perder aula.—Gilbert insiste.
—acredite, eu prefiro estar em qualquer lugar do que aqui resolvendo essas equações ridículas.—respondeu pegando seu chapéu e casaco.
—não galera, eu quero ir pro gueto.
—Bash, o gueto não é lugar pra você.—a garota disse enquanto vestia seu casaco.—vamos a Charlottetown, e você ficará bom logo.
Sebastian então desistiu de insistir, já que sabia que não ganharia em uma discussão com Jade.
Os três então saíram apressados em direção à estação de trem. Correram para comprar as passagens, e então foram embarcar. Mas foram parados pelo maquinista.
—ele não entra.—o homem diz apontando pra Sebastian.
—o que? Por que?—Jade indagou.
—você sabe por que, mocinha. Ele pode ir lá atrás com a carga, mas aqui ele não entra.
—então está dizendo que a companhia de trem é preconceituosa?—Gilbert perguntou, um tom alterado em sua voz.
—o que estou dizendo é que não há lugar no trem para o seu...convidado. Não é mesmo, Isaac?—o homem disse e se virou para outro que estava ao seu lado, que também era negro e não tinha uma expressão muito feliz.—neste trem, colocamos os negros para trabalhar.
—talvez encontremos um lugar pra ele, com a carga.—o outro homem, Isaac, diz.
—eu sou um passageiro.—Bash se manifestou.—eu não vou lá atrás.
—então eu sinto muito.
—escuta aqui...pagamos por essas passagens, e nós vamos embarcar neste trem.—Jade começou a se alterar.
—você e seu amigo branquelo, sim. Mas o outro não.
—a menos que esse trem seja legalmente segregado, iremos tomar nossos lugares.—Jade subiu os degraus que separavam eles do maquinista.
—senhorita, o trem já irá partir. Se quiserem realmente embarcar, seu convidado terá que ir com a carga.
—escuta aqui seu desgr...—Jade iria partir pra cima do homem, mas Gilbert a segurou, passando os braços pelo corpo da garota impedindo que seus braços voassem no homem.
Antes que ela pudesse gritar mais ainda, viram uma mulher aparecer ao lado do maquinista. Ela parecia já ser de idade, mas ainda sim muito bonita.
—Gilbert. Sebastian. Onde vocês estavam? Eu separei os lugares de vocês. Vamos, por aqui!—ela diz.
Gilbert sorriu aliviado. Segurou Jade pela mão, com medo de que ela ainda pudesse voar no homem, enquanto seguia Marilla. Jade sorriu ao ver quem acompanhava a mulher gentil.
—Sra.Lynde!—ela sorriu e foi até a mulher, a abraçando.
—querida, como você cresceu! E está tão bonita!
—obrigada.—ela agradeceu.
—Marilla, está é a afilhada dos Barry, eu te falei que ela chegaria esta semana.
—é um prazer te conhecer, Sra.Cuthbert.—ela sorri, entendendo a mão.
—o prazer é meu.—ela sorriu para Jade.