Marin não escondia a satisfação de ter sexo todo dia, mas ainda tinha um problema, ele não morava em seu apartamento. A youtuber sentia a falta de seu amorzinho dormindo em casa. Então no trabalho, ela foi à sala dele entregar uns artigos, e disse:
—Kaio! Hoje você volta para casa. — Marin mandou.
—O que foi Marin!?—Kaio perguntou por que da veneta.
—Já não tem mais ninguém me observando. Eles se esqueceram de mim finalmente.
—Marin! Eu estou bem na quitinete.
—Não! Não está! Já passou a fase dos repórteres e dos paparazzi me perseguir, agora é a vez de informar notícias da NN ou BG. Tudo que sai nos jornais e na internet é sobre eles, todos estão maravilhados com seus salvamentos, seus heróis, e sua equipe de dois, que está mais para dupla. — Marin comentou rindo.
—Sim! Marin! Eu sei, mas...
—Nada de mais! Eu quero você em casa. Hoje! Afinal o povo até nos casou.
—Mas não somos casados. — Kaio rebateu.
—E daí! Já fazemos tudo como um casal.
—Então por que não nos casamos logo. — Kaio sugeriu.
—Você quer casar? No papel passado? Igreja? —Marin riu e deu uma gargalhada.
—Qual a graça?—Kaio perguntou sem graça.
—Eu não sou mulher de casar! Kaio, eu sou uma mulher livre. Solta!
—Então fique sozinha em casa. — Kaio resmungou.
—É assim! Separados?—Marin disse emburrada.
—Eu quero me casar, fazer o certo!—Kaio disse. —Qual o problema?
—Está pedindo a minha mão! Meu querido ET?—Marin perguntou zoando.
—Não! Eu sou acho que deveria fazer o certo. Por que não deveria ser assim? Não é? ― Kaio perguntou ponderando.
—Aff!
— Estou fazendo tudo errado. —Kaio disse meio triste.
—Está muito sem sal, sem graça, sem emoção este seu pedido.—Marin disse criticando.
—Ok! Vou fazer da maneira correta!
Kaio ficou de joelho e disse:
—Senhorita Marie Nerine Olivatto Leal gostaria de se casar comigo? —Kaio pediu, segurando sua mão.
Marin riu da situação, e não conseguiu responder nada. Depois se virou para ele.
—O que foi? Está emocionada?—Kaio perguntou rindo da situação ridícula.
—Esta cena é muito hilária! Desculpe Kaio, mais você fica estranho assim! E eu...
—Responda! —Kaio pediu.
—Ai! Kaio! Assim você me deixando sem graça.
—Vai, Marin, responde! ―Kaio pediu.
Marin ficou calada.
― Qual o problema em dizer "sim" ou "não". Meus joelhos já estão doendo.
Marina chegou de repente e viu a marmota da cena de pedido de casamento.
—Kaio, o que esta fazendo de joelho?— Marina perguntou.
—Estou pedindo a mão de Marin Olivatto em casamento. — Kaio contou.
—Sério!—Marina disse contente.
—Mas ela não quer. Vacilei! —Kaio disse se levantado.
Marin chorou, não conseguia mais se segurar.
—Marin, o que houve? —Marina percebeu e perguntou.
—Marin, o que deu em você? —Kaio perguntou.
—Você! Fazendo-me isto! Fazendo-me passar esta vergonha.
—Ah! Desculpe! Eu não queria entristecê-la. Perdão!—Kaio disse.
Marin saiu chorando e foi para o banheiro.
—Mas, Kaio, que brincadeira feia foi essa.?!— Marina o repreendeu.
—Eu não sei o que deu nela! Acha que fiz algo ruim, Marina?— Kaio perguntou sem ação.
—Kaio! É muito cedo! Ela ainda ama o Brazimuz, você não percebeu.
—Sim! Mas eu...
—Kaio! Deixa-a em paz! —Marina pediu. — Ela ainda está muito sensível. Ainda a vejo chorando por ele.
—Sério! Por ele?—Kaio se perguntou por que, afinal ele era o Brazimuz.
—Sim! Não faça mais isto! Tá bem!— Marina pediu.
—Tá eu achava que ela gostava de mim. —Kaio disse ponderando.
—Ela não esqueceu o Brazimuz. Era amor verdadeiro dela! — Marina disse. — Eu vou lá consolá-la. Fique aqui, não mexa mais com ela.
—Tá bem nem toco, nem falo com a princesa. —Kaio disse se fechando, indo trabalhar.
No banheiro, Marin não parava de chorar muito.
—Amiga! Não chore mais por ele! —Marina pediu.
—Eu estou muito feliz!― Marin disse se contradizendo.
—Feliz!? Que?
—Sim! Não me entenda mal, Marina!
—Realmente não entendo. Como está feliz se está chorando deste jeito?― Marina não entendia aquela reação.
—Eu ...—Marin pausou.— Penso ainda muito no sofrimento, no que passei e sofri por Brazimuz. Foi muita dor, muita aflição, e agora ele vem me pedir em casamento.
—É o Kaio não tem noção do ridículo! Você ainda assim tão abatida pelo ET.
—Pois é! O Kaio não faz idéia do que sofri por ele.
—Pelo Brazimuz, neh?— Marina corrigiu.
—Sim! Mas eu quero me casar com Kaio, só que...
—Que? Você ainda pensa muito no Brazimuz?— Marina perguntou hesitante.
—Sim! Eu tenho medo, medo de tudo acontecer de novo. — Marin revelou.
—Não vai mais, amiga! Os ETs se foram, o Brazimuz se foi também, agora é só você aproveitar a vida. Deixa-a seguir seu rumo.
—É verdade, amiga! —Marin disse enxugando as lágrimas. —Então vou!
—Vai? Para onde?—Marina perguntou sem entender.
—Me casar com Kaio. —Marin decidiu.
—Ah! Eu não te entendo! Esta com raiva dele, chorava por outro homem, e resolve isto. Estou confusa!— Marina disse ponderando
—Marina, posso te pedi que guarde um grande segredo meu.
—Claro, Marin!— Marina concordou.
—Quero me casar em segredo, não quero que ninguém daqui saiba, nem de fora também. Pode ser?—Marin pediu, com rosto mais contente.
—Por quê, Marin?— Marina perguntou desconfiada.
—Eu preciso que guarde segredo absoluto! —Marin disse fazendo mistério.
—Tudo bem, não conto. Mas qual o problema?― Marina perguntou sem entender o motivo deste segredo.
—Por que...―Marin ponderou e depois disse. — O Kaio é o Brazimuz.
—Ah!? — Marina disse quase caindo.
—Não! Não é possível. —Brazimuz morreu!
—Sim! Mas Kaio voltou.
—Continuo sem entender. — Marina disse confusa.
—Por muito tempo a gente ficou morando juntos, sem fazer nada, por causa do poder dele. Um campo invisível que nós impedíamos de nos amar.
—Ah! Então é verdade!— Marina disse exaltada de boca aberta.
—Sim! Mas depois aparentemente morreu, ele acordou sem poderes. E a gente pode ficar como um casal de verdade. Entende agora?
—Ah! Entendi. Você nunca tinha transado de fato com ele, era somente especulação. Era verdade o que Kaio dizia, não era mulher dele.
—Isso mesmo! Não era! Éramos colegas de residência.
—E por que estava chorando se ele estava te pedindo para casar e ser realmente a mulher dele?― Marina perguntou confusa.
― É a emoção!― Marin disse enxugando as lágrimas e sorrindo. ― Pois quando me lembro de tê-lo enterrado, de ter passado dias chorando, me vem um medo enorme de acontecer de novo, e perdê-lo, e depois vem uma alegria imensa que me dói, me faz perceber que o mundo não para, e que sempre dias bons virão. Na verdade estou muito alegre!
—Ah! Marin! Que bom! Espero que dê certo você dois. Se ele está normal, são solteiros, nada há impedi mais a união de vocês. Casem logo!
—Sim! Acho que sim! E você pode ser minha testemunha?
—Claro! Amiga!
—Chama teu marido também! Não quero que ninguém saiba! Ninguém daqui.
—Nem o PP!?― Marina perguntou.
—Não! Não confio em ninguém! Peça apenas o Leonardo, seu marido, mas não conte sobre o Kaio ser Brazimuz, por favor.
—Oh! Eu chamo! Mas não quer mesmo ninguém de fora, um amigo, um parente para o casamento?
—Não! Ninguém do meu círculo de amizade nem daqui. Todos são loucos por notícias, furos, imagens que possam aumentar a visualização no canal do Youtube.
—Com certeza! Eles são assim!— Marina concordou.
— Eu tenho receio de contar a mais alguém e vim mais pessoas a bisbilhota minha vida e levar o Kaio, pois ele não tem mais poderes, mas continua sendo um alien!
—Eh! É realmente um perigo para ele. — Marina entendeu.
—Acho que vou levá-lo a academia, pois sem poderes ele não consegue matar uma mosca. —Marin disse mais alegre. —Talvez com artes marciais consiga se defender.
—Oh! Marin! Você faz hora de mais com o coitado. Puxa!
—O que foi?—Marin perguntou.
—Ele sendo um Et poderoso como diziam, você não tinha medo dele?— Marina perguntou curiosa.
—Medo? Não!
— Engraçado! Você sempre pegou no pé dele, cutucava para ele ficar bravo, fazia o pobre passar vergonha!
—Ah! Só assim ele se sente mais normal.
—E é?
—Na casa dos pais dele, os adotivos, todos os irmãos tinham medo dele. E ele achava ruim, se sentia desprezado, excluído! E eu fazendo assim, ele se sente mais leve, brinco para ele ri das minhas besteiras. — Marin esclareceu.
—É, sua louca! Só assim ele esquece quem é! — Marina ponderou.
—Ah! Ah! Está me entendo agora.
—Com certeza, Marin!― Marina disse sorrindo.
De volta, a sala de Kaio, Marin chegou perto dele, e o abraça por trás.
—O que foi? O que tinha?—Kaio perguntou, fazendo um trabalho no computador.
—Estava refletindo na minha vida. Pensando sabe?— Marin disse.
—Marin, me desculpe não sabia que tinha ainda muita dor no seu coração, acho que antecipei por algo que nunca teve vontade. —Kaio disse se lamentando.
—Tudo bem! Kaio! Eu sofri muito por ti, e fiquei congelada por te vê-la no chão me estendendo a mão. Eu me lembrei do teu enterro.
—Vixe! Mas que lembrança ruim te trouxe.― Kaio disse assustado.
—Foi de muita emoção para mim. E sim, eu quero muito casar contigo. E já convidei Marina.
—Sério! Quer mesmo!?—Kaio perguntou estranhando.
—Claro! Já está mais que na hora, afinal para o mundo já somos casados, e eu já sou até viúva. —Marin disse rindo.
—Ok! Entro com os papeis amanhã. —Kaio disse contente.
—Não! Vamos logo hoje marcar. ― Marin disse apressada. ―Eu quero muito ser sua esposa, ser a senhora Brazu.
—Eh! Que pressa! Bem que no papel, terá que ser no meu nome da Terra, Jaques.
—Tudo bem! O que importa é estamos juntos para sempre. —Marin disse e o beijou na boca.
Marin e Kaio casaram no mês seguinte, e ele voltou a morar no apartamento dela. Sua vida de casado parecia normal e proveitosa.
O casal estava feliz, sem perseguição, sem problemas, tinham muito amor um pelo outro e sonhos de ter uma família normal. Eles também tinham muitos afazeres, contas para pagar, e alguns problemas domésticos, ganhavam razoavelmente bem para ter uma vida confortável para os dois sem luxo, mesmo Marin tendo tido muita fama como atriz e sendo de uma família rica, ela não sentia falta disso.
O casal Jaques procurou sempre evitar falatórios sobre os dois. Continuaram mantendo o segredo por muito tempo sobre o casamento, pois para todos os efeitos Brazimuz havia morrido e Marin era viúva de um ET.
Tudo bem até o dia que Marin Olivatto sente um enjoo, e aí as coisas mudam.
Continua? Sim!
Brazu: Volume 2 – A Chama de Brazimuz acende