A Maré das Lembranças

By Dani_S_1151

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No último ano de seu High School, Kristin Brook segue o objetivo de se tornar alguém importante no mercado de... More

NOTA DA AUTORA
TRAILER Part 1 & SINOPSE
PERSONAGENS
PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37

CAPÍTULO 11

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By Dani_S_1151

Na última sexta a noite - Katy Perry

É tarde da noite.

Meus pais chegaram e agora estão dormindo.

Estou deitada de bruços em minha cama de novo, caindo em pensamentos, tentando pensar sobre ir ou não ir nessa festa. É a questão.

O telefone da casa está tocando. Quem será uma hora dessas?

Eu me levanto da cama e concluo que meus pais não estão ouvindo.

Eu sigo descalça até a sala de estar.

Eu olho na bina e vejo que é um número desconhecido. Eu clico e atendo...

— Alô? — é aquele mudo de novo. Respirando grave e alto. Haja paciência para isso. Essa respiração é tão... triste. Melancólica. — Você está bem?
A pessoa pausa a respiração e desliga.
Mais uma ligação esquisita.

Quem será? Por que não consegue falar comigo, dizer sequer uma palavra?

Ou por que essa pessoa quer tanto ouvir a minha voz?

Se esse alguém quer me colocar medo, está conseguindo. Eu acho melhor que eu durma logo.

Se é que eu consiga.

***

Andando pelo corredor da escola com a Quinn, eu ainda não disse nada. Sei que ela quer saber minha resposta sobre a pergunta de ontem.

Ir à festa do fulano que eu nem sei o nome.

Eu sigo até meu armário e percebo que ela está apressando os passos. Ela me barra em meio corredor antes que eu chegue ao meu armário escolar.

— Tá legal, Kristin, qual é a sua? — ela pergunta me olhando irritada — Ficou calada até agora. Decidiu-se?

— Acho que sim. — acho melhor eu ir antes que ela me mate.

É só uma festa. Não haverá nada demais nisso. Por que devo ter medo? Fala sério.

— Então... — ela está andando para trás na minha frente enquanto eu ando. Ela vai acabar caindo se não olhar por onde pisa de costas. — Vai?

— Vou. — aceito.

— Isso! — ela abre um sorriso esplêndido e me abraça.

— Tá. Agora eu preciso ir para o meu armário. — eu me apresso, chegando até ele.

— Ok, eu vou para minha sala. — ela se retira toda animada. Posso notar seu alívio de longe.

Eu só espero que essa noite seja apenas uma noite e nada mais.

Eu entro na sala de aula e me sento na cadeira do fundo ao lado da janela e aguardo até que a aula comece.

— Você não vai soltar esse cabelo todo mesmo. — ouço-o bufar e eu olho para seus olhos risonhos. É o Nathan parado de pé ao meu lado pronto para arrastar a cadeira e se sentar. — Bom-dia.

— Bom-dia. — dia tenso.

Ele puxa a cadeira fazendo a barulheira de sempre e se senta na outra mesa ao meu lado. Eu apenas o reparo.

Hoje ele está com um casaco preto esportivo. De repente ele virou modelo, com essa face sem expressão que está fazendo.

Eu preciso dar a resposta a ele como prometido.

— E aí? — ele me chama. Eu olho para ele que está respirando fundo, cansando por ter vindo a pé. Esse gosta de correr pela manhã. Eu não o levo para escola como costumo levar a Quinn. Isso seria exagero. — Pensou sobre tudo que eu falei ontem?

— Pensei. — a noite inteira, com exceção de eu ficar pensando na ligação anônima.

— Então... Você... — ele me olha fixo, sua voz fica lenta, aguardando a minha resposta.

— Sim, Nathan. Eu vou. — confirmo e ele fica mudo, porém, noto que quer sorrir. Seus lábios estão se abrindo. Posso ver meio sorriso surgindo.
Acho que ele está contendo a euforia.

— Beleza. — ele está alegre e isso me faz se sentir bem.

Esse sorriso com essa droga de covinha.

***

A aula acabou.

Nathan e Quinn estão tão animados pra essa festa. Quinn tem que tomar cuidado.

Tudo bem que ela já foi em algumas festas antes de me conhecer, mas, nunca em festas populares. Ela não vai à festas desde os quatorze anos, nem mesmo festa de família. Pelo tempo, deve estar desesperada para ir.

Estamos chegando à frente da casa da Quinn.

Eu estaciono e espero ela sair. Eu estou parecendo um motorista. Por que eu não consigo dizer não definitivo?

— Então está marcado. Kristin, passe na casa dele às oito e meia, está bem? — ela me pergunta e eu faço que sim com minha cabeça — Então passe na minha casa em seguida e buzine que eu vou ouvir. Ok?

— Tá bom. — eu respondo.

— Ok, my friends! Eu vou indo agora. Vejo vocês mais tarde. — Quinn se despede, pegando sua mochila e sai do carro.

Saindo, eu piso no acelerador e seguimos em frente.

Faltam algumas horas para irmos à essa festa. Isso é tão novo para mim. Como será que vai ser?

Eu olho para o Nathan e ele se senta ao meu lado como anteriormente.

— Parece animado. — eu o reparo.

— Exatamente. — sua voz sai agitada. Ele sempre virado de frente para mim da maneira incorreta de se sentar ao banco do carona.

— Como você vai fazer para sair de casa sem que seus pais saibam? — eu quero muito entender isso, pois pelo que eu me lembro, ele está de castigo.

— Relaxa, está tudo no esquema. — ele adverte. Eu não quero nem ver o que esse doido vai aprontar.

— Tudo bem, só não me envolva nesse rolo. — eu peço e ele solta risos parecendo perder o ar de tanto rir.

— Nesse rolo? — ele repete o que acabo de dizer e eu tento entender seus risos com covinhas — Sempre fazendo piadinhas, não é, Brook.

— Eu estou falando sério. — eu o encaro, dirigindo — Pois quem vai levar e trazer de volta serei eu.

— Eu sei. — ele busca ar parando de rir, porém, ainda sorri.

— Não quero que seus pais me vejam como uma má influência. — explico, pois eu procuro sempre ser uma menina do bem.

— Má influência, você?! — ele exclama bufando ao riso. — É mais provável de eles ficarem preocupados com você que está se envolvendo comigo do que eu me envolver com você.

— Nossa. — pelo jeito, os pais dele sabem exatamente como é o filho.

— Pois é. Mas fica tranquila. — ele parece ler meus pensamentos — Eu não vou fazer merda. Eles nem vão saber quem você é.

Espero, pois eu não quero problemas, mas também não quis dizer que eu não quero conhecê-los.

Tudo bem, é melhor deixar como está.
É hora de irmos nos preparar pra essa festa.

Eu, Kristin Brook vou a uma festa com Nathan Carter. O garoto que discuti nos dias anteriores.

Isso está certo?

Ele quer que eu seja amiga dele. Eu estou tentando ser, estou mesmo, mas, não quero confiar plenamente.

Nunca deve confiar em alguém que conheceu em poucos dias, isso é loucura.

Eu aceito suas desculpas. Eu não vou negar que ele está mudado e eu estou gostando muito disso.

***

Chegando à minha casa, tomo um banho, acalmo-me e vou procurar uma roupa boa para ir à uma festa.

Tudo bem. Pessoas que vão à festas, usam roupas divertidas, certo?

Aqui estou eu, de frente para o meu guarda-roupa de portas abertas.

Roupas e mais roupas penduradas nos cabides. Preciso achar uma calça legal. Talvez um vestido.

Eu olho para o meu relógio analógico em cima do criado-mudo. São quase oito e meia. Eu preciso me apressar se quero me sair bem.

Pressiono os lábios. Estou sem opção.
Não sei o que vestir. Eu preciso de ajuda.

Eu ouço meu celular tocar em cima da minha cama. Eu corro até ele e o pego.

Lembro-me do silencioso assombrado que vem ligando, mas eu olho para a tela acesa e vejo que é a Quinn.

Graças a Deus alguém para me ajudar com isso.

— Quinn? Ainda bem que você me ligou agora. — aviso a ela, ficando descabelada sem saber o que fazer.

Eu só liguei para saber se você está bem e vejo que não. — ela me conhece, desconfiou de como eu poderia estar e acertou.

— Você está certa. Pode me ajudar? — eu pergunto — Eu não sei o que vestir.

Tudo bem, amiga, nada de pânico. Você não vai casar, apenas ir à uma festa. — ela tenta me acalmar, mas não está funcionando — Apenas pegue uma roupa, aquela mais divertida que se destaca diante das outras.

— Divertida... Tipo a que brilha mais? — eu pergunto.

Quase isso. Use a roupa que você achar melhor. Não precisa ser perfeita. Isso ainda não é o baile de formatura, apenas uma saída entre amigos. — Certo. Amigos. Nathan está sendo um bom amigo agora. — Amiga, seja apenas você.

— Tudo bem. — eu tento captar uma roupa bacana, revirando meu guarda-roupa — Ser eu mesma. Ok, eu vou tentar.

Girl, eu tenho que desligar, preciso me arrumar também. Boa sorte. Procure se acalmar. Ouve alguma música que gosta ou come alguma coisa enquanto se arruma, isso ajuda a se sentir mais inspirada. Fui. — ela se despede.

— Tchau. Até logo. — eu desligo.

Coloco uma música que fala sobre festa de sexta-feira. Eu quero entrar no clima.

Eu tento procurar algo divertido.

Vagueio em meu guarda-roupa.

Eu não tenho muitas roupas, faz tempo que eu não faço compras com a Quinn.

Noto um maiô que eu ainda não usei. Não vou à praia com a Quinn desde o último verão.

Espera aí... Acabo de avistar um vestido preto curto de renda pendurado no último cabide.

Ele sempre esteve aqui, mas nunca liguei de usar, já que não tive motivos para usá-lo ainda.

Essa é a roupa mais escura que eu tenho.

Eu o pego, levo até minha cama e o estiro.

Eu volto para procurar um calçado legal. Eu não tenho muitos também.

Está meio frio lá fora a essa hora, então eu preciso colocar uma blusa de manga comprida por baixo e vestir a minha jaqueta jeans, ou então morrerei congelada.

Pegando-a, levo até a cama e percebo que é hora dos sapatos.

Eu só tenho tênis, sapatilhas, nada de salto alto e botas dessa mesma altura. Como eu disse, eu ainda não tenho um ocasião especial para usar.

Eu preciso achar um tênis que seja unissex. Eu vagueio pelo quarto e encaro minha área de sapatos. Não sou uma garota com closet.

Eu encontro um sapato diferente numa caixa. Um all Star preto... Wow.

Eu já devo ter usado, mas ele parece ser um pouco maior que o meu pé e eu não me lembro dele. Eu só tenho um rosa, lilás, vinho, branco e azul claro, mas agora tenho um preto de cano alto médio.

Legal. Vou calçar esse. Mas cadê o outro par?

Ouço a porta do meu quarto bater e a voz da minha mãe Helena.

Caramba a minha mãe chegou mais cedo.

Corro para a abaixar um pouco a música no meu celular, pois acho o que aumentei demais.

Permito a entrada e vejo minha mãe com sua roupa de trabalho, segurando um xícara de chá quente, vindo até mim.

— Filha, cheguei. — ela sorri — Está tudo bem por ai?

— Está sim. — sorrio.

— Ok então. — ouço-a tomar um gole do chá. — Vai doar esse vestido, filha?

Olho para trás e a vejo tocando no tecido do vestido preto que estirei na minha cama.

— Não. Eu pretendo usá-lo um dia. — não posso dizer para o quê.

— Hum. Entendi. Achei que fosse se desfazer dele.

— Encontrei! — digo ao encontrar o outro par do all star perdido.

— O que encontrou?

Eu me viro, mostrando a ela.

— Esse all star preto.

Minha mãe parece surpresa, franzindo a testa.

— Eu não me lembro dele. — ela diz.

— Sério? Então eu não usava ele?

— Acho que não. Pelo que me lembro você não gostava muito de usar roupas pretas. Vezes uma ou outra. Sempre gostou mais de rosa ou lilás, filha.

— Que estranho. — eu não consigo me lembrar.

— E esse tamanho parece um pouco grande pro seu pé, não acha? — ela nota.

— Acho.

— Não é da Joanne? — supõe ela.

— Não. O pé da Quinn é menor que o meu. — embora ela use all star preto não faria sentido ser dela por conta do tamanho. — De quem será?

— Eu não sei. Mas com certeza não é seu. — minha mãe vai até a caixa onde se encontra o outro par do all star e a pega. — Tudo bem, deixa que eu arrumo e se ficar bom eu doou para quem precisa.

— Não, eu ainda quero usar. — eu explico.

— Mas não parece seu, filha. — ela parece preocupada.

— Mas está aqui comigo e eu quero usar.

Minha mãe demora alguns segundos para me responder.

— Tudo bem. Se você gostou.

O all star está meio empoeirado. Deve ser por causa do tempo guardado aqui.

— Eu darei um jeito nele. — aviso.

— Tudo bem, filha. A mamãe vai tomar um banho quente agora. Está muito frio lá fora, por tanto, trate de levar casaco pra casa da Joanne. —  ela avisa, enquanto caminha até a porta e a abre — Eu sei que amanhã é Sábado, mas não vá voltar depois da meia-noite. Lembre-se de que você estuda bastante e precisa de uma boa noite de descanso. Além disso, você me prometeu que faria yoga comigo pela manhã.

Não acredito que eu me esqueci disso.

— Tá bom, mãe. Pode deixar.

— Boa noite querida e tome cuidado. Quando for sair me avisa.

— Ok. Boa noite mãe.

Ela fecha a porta.

Eu volto a olhar para o all star preto e o limpo com a mão.

Ao invés de tirar a poeira eu estou sujando mais ele e a minha palma.

Preciso de um pano para limpar.

Eu respiro fundo. Acho que montei um bom look.

— Bom... Acho que eu já posso começar a me arrumar.

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Feliz dia das mães <3

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