As Joias do Infinito

Από AnaEspadeiro

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A explosão gerada pelo Big Bang, mudou as coisas no multiverso. Mas, além disso, surgiram 6 gemas com extremo... Περισσότερα

Avisos
Elenco
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19

Capítulo 7

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Από AnaEspadeiro

"Vamos lá, ligue o rádio
É sábado e eu não vou demorar
Tenho que pintar minhas unhas, calçar os saltos

Até eu cair na pista de dança
Já tenho tudo de que preciso
Eu não tenho dinheiro
Mas eu tenho você, baby"
–Cheap Thrills, Sia

~P.O.V. Aaliyah~

–Você está bem?

Renee acabou de entrar no quarto e se deparou comigo olhando atentamente para o computador enquanto tocava Radio Ga Ga no último volume, mas eu não tinha ânimo sequer para bater as mãos no refrão. Passo os olhos pelas palavras várias e varias vezes, tentando saber se é real ou não. Solto um suspiro e jogo o corpo pra trás, sentindo o travesseiro sobre minha cabeça. A realidade simplesmente desistiu e entrou no banheiro, iniciando seu banho.

–Estou ótima. –Respondo a ela quando entro no banheiro também fechando a porta para abafar o som da musica.

Eu acordei cedo demais. Parecia até brincadeira. Principalmente quando hoje é um dos únicos dias na semana que não tenho aula. Tentei dormir novamente e falhei miseravelmente. Então, levantei, tomei um banho e vesti uma roupa qualquer, retornando a cama. Foi aí que tive a ideia de mexer no computador. Com o que eu vi, talvez não tenha sido a melhor opção.

–Eu acho que você está estranha –Ela abre a cortina do box e coloca a cabeça pra fora –,mas se não quiser falar agora, tudo bem, vou estar aqui quando precisar. Se não quiser falar em momento algum, tudo bem também.

–Obrigada. Aliás, onde você tava? Acordei cedo e você já não tava aqui!

–Em lugar nenhum–Ela não me olha ao responder e sei que está escondendo algo–Apenas fui tomar um ar, tive um sonho ruim...

–Pensei que gritaria se tivesse um! –Comento.

–É, mas dessa vez não.

Renee foge do assunto e se concentra em seu banho. Escovo meus dentes, coloco perfume e desodorante, só então saindo do banheiro. Abro o armário para pegar uma roupa que sirva pra sair, caso seja necessário. Pego uma saia vermelha, que vai no meio das coxas, e visto. Depois, coloco uma camiseta preta de alças finas e pego uma jaqueta de couro, caso sinta frio. Calço, por fim, uma bota de salto.

Saio do quarto e vou em direção ao "refeitório". Não sei que mania eles têm aqui, mas todos se encontram no ambiente. Os Vingadores, Os Novos Vingadores, o Happy, a Pepper, a Morgan, Lila e os irmãos, além das outras joias.

–Bom dia, minha querida! –Pepper é amável.

–Desculpe, mas não é um bom dia para mim. –Digo.

–O que houve? –Ela pergunta.

–Depois te conto.

Sento com as outras joias pra tomar café da manhã. Phoebe, Matt e Thomas conversam animadamente, embora o último me observe discretamente. Edward não socializa com ninguém, e acho que isso é o que vai fazer com que a gente se de muito bem. Ele não fala comigo e nem eu com ele. Perfeito, assim ninguém se irrita.

–Você está bem, Aaliyah? –Me viro pra ele. —Com o que aconteceu ontem, digo.

Ninguém esperava por isso. Phoebe fica jogando o olhar entre a gente e Thomas só não faz o mesmo por ser o tempo. Matt tenta decifrar a mente do garoto e acho que foi em vão, pela expressão de frustração na cara dele. Somos espertos e escondemos as coisas da joia da mente.

–Sim, Edward. Obrigada por perguntar! –Eu estava sendo sincera.

–Vamos te animar! –Stark diz –Ontem, pela manhã, você perdeu as piadas.

–Lá vem! –Thomas fala, mas não está incomodado.

Stark começa a falar. Ele ontem foi tomar café da manhã e as joias já estavam conversando. E então, o mesmo começou com uma piada de modo leve. A sala toda rir, com exceção de mim, Natasha, Steve e Hope. Edward então assume o controle e todos continuam rindo, com eu e os outros sendo as únicas exceções. Quando eles terminam, eu falo:

–Desculpa perguntar, mas era pra ser engraçado?

–Pra eles –Natasha vira pra mim –É extremamente engraçado!

–Aaliyah, tá tudo bem. Eu não ligo para piada alguma.

–Mas não estou defendendo você, Thomas. Só não sou 100% fã de piadas e nesse estilo então, menos ainda.

—O que quer dizer?—Hope me pergunta do outro lado da sala.

—Como eu já mencionei, vivi boa parte da minha existência num planeta frio em todos os sentidos. O silêncio reinava de modo total e quando obtive minha liberdade dali, a adaptação foi extremamente difícil. Pensem no Capitão: Ele demorou a se adaptar a época. Eu demorei a me adaptar a pessoas. Não suporto silêncio, por exemplo. Se ninguém falar nada, caso não consiga ouvir um leve murmúrio, já estou desesperada. Então, sinto muito, se não consigo ver humor em tudo. Principalmente em piadas sobre o que somos e o que fazemos. Já se perguntaram, como foi pra mim, frequentar uma escola?

Ninguém fala nada, mesmo eu dizendo detestar o silêncio. Todos pensam, as engrenagens passando pela cabeça. Vejo Renee no ambiente pela primeira vez. Ela ouviu tudo, mas já está saindo com uma bandeja de comida. Muita comida para uma pessoa sozinha. Talvez tenha relação com o que está escondendo.

Tomo meu café e o silêncio continua. E sendo assim, o outro motivo para eu odiá-lo entra em cheque: as almas. É como se eu as ouvisse no ar, se movimentando dentro dos corpo e se mostrando presentes. Mas, principalmente, tenho noção daquelas que tirei e deixei armazenadas. Essas estão na minha cabeça, me torturando a todo momento. E é quando sinto a lágrima escorrer, que sei que minha energia se transpôs pra fora do meu corpo e estou gritando de forma agonizante.

Sinto alguém encostar em mim. Melhor dizendo, alguma coisa. Quando volto a mim e olho pra frente, Rebecka tem os olhos vidrados em mim. "Vai ficar tudo bem" ela diz, tentando me acalmar. "Já estou falando, não tem mais silêncio. Não pode mais ouvi-las". Me concentro em sua voz e então, respiro. O gasto de energia foi grande, então me sinto ligeiramente cansada.

–Vem, vamos sair daqui! –Ela me ajuda a levantar.

Quando saímos pelas portas de vidro do Complexo, eu inspiro. Ando até um banco que tem ali e me deito, tentando pensar em alguma coisa. Rebecka evita que fique em silêncio, cantando uma música qualquer. Desde que ela esteja falando alguma coisa, já posso ficar mais relaxada do que antes.

–Acho que depois de hoje, nunca mais vai ter silêncio aqui. –Ela comenta após um tempo.

–Agradeço por isso! –Digo. –Se fosse algo mais fácil de lidar, talvez eu não tivesse certas crises.

–Você tem toda a razão.

Eu e Rebecka seguimos a voz. O Doutor Stephen Strange acaba de sair pelas portas que passamos ainda pouco. Reparo ter uma mulher ao seu lado, que não me lembro de ter visto aqui anteriormente. Ela usa uma espécie de traje e porta o Olho de Agamotto, onde outrora esteve presente a joia do Tempo. Além disso, ela parece estar vestida para meditação.

—O que quer dizer, Doutor? –Pergunto. –E quem é ela?

–Essa é a Anciã. Outrora fora a Maga Suprema, antes que esse posto se tornasse meu.

–Strange sempre foi o previsto como o melhor de nós. Não poderia deixar a segurança do planeta em mãos melhores.

–Eu imagino. –Digo. –Mas, ainda não entendo a razão de estarem aqui.

–Tudo o que você disse –Strange senta ao meu lado– faz completo sentido. Além disso, parei para fazer uma análise: O que seria, por exemplo, do Capitão e da Viúva, se eles não treinassem?

–Ainda iriam combater pessoas, mas com menos afinco. –Respondo pondo uma mecha de cabelo atrás da orelha.

–Exato. Vocês joias têm um corpo humano agora, e ele não suporta a quantidade de poder de vocês. Mas, isso é explicado pelo fato de que vocês não treinaram para isso. –Ele fala com sua voz terna e sábia.

–Então, você acha que precisamos treinar como usar nossos poderes, e sendo assim, controlá-los?–Ele concorda com a cabeça. –Adorei a ideia, mas quem seriam os treinadores?

–Strange e eu seremos pelo menos dois—a Anciã responde por ele—Wong também poderia, além da garota Maximoff. Só precisaríamos de mais dois

–Conectem as Joias com cada treinador antes.–Rebecka fala. Tinha até esquecido que ela estava aqui

–Fico com a joia do tempo. –Strange se pronuncia. –É como se fôssemos velhos amigos

–Certo. Anciã? –Pergunto.

–Vou ajudar você, Aaliyah. Mesmo que letal, seu poder é grandioso de um modo que outras pessoas talvez não entendam.

–Finalmente alguém me entende. Coloquem a Wanda com a Renee. –Sugiro. –Elas se dão muito bem.

–E o Matt pode ficar com o Visão, já que o mesmo parece compreender seus poderes. –Ele completa meu raciocínio tirando as palavras da minha boca.

–Faltam quantos? –Rebecka pergunta.

–Poder e espaço. –Fala Strange.

–Phoebe e Edward. –Pondero. –Podiam usar a Carol com ele, já que a mesma é derivada do Tesseract. E o Loki podia ficar com a Phoebe.

—Por que o Loki?—Strange me pergunta

—Porque não podemos negar que ele sabe lidar com as Joias. Seria estranho deixá-lo de fora dessa lista de treinadores! –Respondo.

—Tudo bem. Vamos passar a ideia para frente!

Doutor Estranho e a Anciã deixam eu e Rebecka sozinhas ali fora. Eu ia começar a falar sobre a ideia, quando vejo Edward saindo pela porta. Minha testa deve estar franzida, pois ele fala:

—Sei que não é uma situação que esperam de mim, mas eu queria saber se você está bem. –Ele fala evitando contato visual.

—Desculpe estranhar. Estou bem, sim, obrigada.

Rebecka se afasta e vejo que fala ao telefone. Ótimo, fiquei com alguém com o qual não tenho assunto. Acho que isso fica nítido, quando ele começa a dizer a verdade.

—Sempre fui uma joia volátil—ele começa—Sou acostumado a não ficar muito tempo com uma pessoa, exceto é claro, se ela tiver planos para o meu poder. Então não sou acostumado a convivência, ter amigos e tudo mais, já que muitas das vezes um dia eu estava em um lugar e no outro dia, em um lugar oposto. Sou acostumado a ser manipulado, a ser usado pelos outros...

—Por que está me contando isso?—Pergunto.

—Porque você só tinha a companhia do Caveira Vermelha e era uma existência solitária. Ainda assim, conseguiu se adaptar bem... –Ele da uma pausa respirando fundo. –Queria ser como você, mas não consigo não desconfiar de quem está a minha volta.

Por um momento, o silêncio reinou. Isso pelo fato de que finalmente eu percebi que alguém, de um modo distorcido, consegue entender a minha natureza sem problemas. As pessoas só não param pra analisar a dele. Eis que tenho uma ideia.

—Não é fácil se adaptar. –Continuo. –Hoje em dia eu não gosto do silêncio e do escuro, mas inicialmente eu não gostava do som e da claridade. Quando vi que não iam me fazer mal, eu passei a não gostar do que fosse oposto... Do que me lembrasse de Vormir. Sem contar que a Realidade planejou tudo e provavelmente não temos boa parte das memórias para entender isso. Sem dúvidas, há uma boa razão para você não se adaptar facilmente. Mas, isso pode ser mudado! Até porque, temos nossos próprios poderes, não precisamos te manipular pra usar os seus, então fica tranquilo! Vamos sair! Eu, você, Matt, Thomas e Phoebe. Sugestão?!

Ele parece surpreso com a minha pergunta tão súbita. Me encara com seus olhos verdes avelãs e sua barba por fazer meio na defensiva, mas acaba cedendo:

—Tem um parque de diversões novo. –Sorrio com a resposta. –E que a gente entra levando 1 kg de alimento não perecível.

—Então, vamos chamar os outros!

A gente se levanta do banco e entra de volta no Complexo, com Edward falando as atrações que tem no Parque e o que o alimento perecível vale tanto para a entrada quanto para uns 15 tickets dos brinquedos.

—Pede pra Pepper os alimentos. Apenas 4, já que o Matt não se encontra lá dentro e muito menos a Renee—Digo olhando pela porta

—Tá bom

Edward vai atrás da Pepper e eu entro na sala. Todo mundo continua ali, é claro, já que estamos no horário do café da manhã. É como se a energia do lugar ainda estivesse estremecida. Enfim, ando até a mesa das joias e antes que possam dizer qualquer coisa, o que parece ser a intenção do Thomas, eu falo:

—Vamos sair

—Pra onde?

—Edward quem sabe

Não fico esperando concordarem ou não, apenas saio de lá e vou em direção aos dormitórios. Preciso pegar dinheiro e uma bolsa. Quando entro no quarto, é claro que ele está vazio, já que Renee está estranha hoje e sem socializar com ninguém. Pego uma bolsa mostarda de alça longa, mas pequena e em formato circular. Coloco dinheiro, meu celular e alguns outros objetos ali.

Encontro as outras joias paradas nas portas de vidro. Pepper entrega a Edward os alimentos.

—Você está bem?—pergunta pra mim

—Sim. Podemos conversar um minutinho?

—Claro—ela diz

Nos afastamos brevemente, embora não seja necessário pelas joias saírem.

—O que houve?—Pepper pergunta

—Eu recebi um e-mail da minha última família adotiva, os Albuquerque

—E o que eles disseram?

—A mulher disse que estão numa viagem em Nova York, com o filho e a nora, conhecendo a cidade. E ela implora, que caso a gente se esbarre, eu finja que não os conheça. Não que eles fossem parar tudo e vir conversar comigo, saber como estou. Mas é pra mostrar realmente, o quão pouco estão se lixando pra mim

—Não se preocupe com isso. Nova York é grande e não tem grandes probabilidades de se encontrarem

Sorri pra ela e me afastei. Matt brotou de sabe-se lá onde e resolveu ir com a gente, o que acarretou em um tempo esperando o outro quilo de alimento não perecível. Estávamos pesando em como iríamos pra lá, quando Hope e Scott aparecem

—Precisam de carona?—ela me pergunta

—Seria ótimo. Pagamos um táxi apenas na volta

Entramos na minivan do Scott. Ele só tem a Cassie de filha e tem um carro desses, que nessa situação, caiu como uma luva. Os dois estão indo buscar a menina para irem ao teatro assistir Cats e depois fazerem qualquer outra coisa pelas ruas de Nova York.

O trajeto é curto, então em menos de 2 horas estamos na entrada do parque. Edward entrega os alimentos na bilheteria e pega os tickets, distribuindo eles igualmente. Entramos no parque e bem, não é necessário descrever. Tem roda gigante, montanha russa, trem fantasma, barraquinhas de comida, uma barraca do beijo e varias outras atrações

—Kevin está na barraca do beijo—Matt diz enquanto mexe no celular

—Seu melhor amigo, né?—pergunto

—Sim. Vou falar com ele rapidinho.

—Tá bom. Vamos pra parte dos jogos de mesa

Antes que ele se afaste, eu vejo um aplicativo em seu celular que chama a minha atenção. Até a joia da mente tem seus segredinhos sórdidos

—Tinder, é?

—Para as horas vagas, enquanto alguém não se decide

—Entendo

Tênis de mesa, ping pong, e vários outros. Decidimos começar neles, apenas para aquecer o sangue. Somos maiores de idade, então Thomas compra cerveja pra todo mundo e ficamos ali jogando. Estávamos eu e ele, no tênis de mesa

—Chamou a Blair?—pergunto

—Preferi não fazer isso—ele responde—Ela tem um ciúme doentio de você e não quero uma amiga se irritando atoa, pelo fato da minha namorada não saber se comportar

—Há quanto tempo estão juntos, mesmo? Você disse no dia da festa e eu esqueci

—Desde que vim pra Nova York, há 2 anos

—Quando teve o incidente na Europa, já morava aqui?

—Sim e não. Tínhamos comprado a casa, e nos mudado. Mas estávamos entre os dois países. Estava apenas visitando uns parentes em Londres no dia do acidente. Quer saber como foi minha experiência com minha família adotiva ?

—Lógico

—Eu fui adotado por um casal, cuja mulher era filha única e o homem tinha 5 irmãos. Sempre fui muito curioso com o fato de como as famílias se conectaram desde cedo e resolvi ver como foi

—Então voltou no tempo?—adivinho

—Sim. A casa era da família dela, então quando voltei pra época da mãe dela grávida, só tinha o casal na casa. É inquietante estar fora do próprio tempo, mas me adaptei. Sendo assim, decidi ficar por ali mesmo e "crescer" com a mulher que seria minha mãe adotiva

—Por isso você é tão educado e respeitador. Você viveu basicamente no fim dos anos 70

—Isso mesmo. E foi incrível. Depois de algum tempo, voltei mais ainda, pra quando Steve Rogers era o garoto que apanhava no beco. Os anos 40 foram melhores ainda.

—Você é muito doido—digo—Mas gosto da sua história

Continuamos jogando e Matt aparece. Seu amigo está na barraca do beijo por ser um projeto do colégio dele em parceria com o parque. Jogamos conversa fora sobre diverso assuntos e decidimos ir então no Trem Fantasma. Como o carrinho é para duas pessoas, chamamos o Kevin

—Vou lá ver se ele já acabou—digo

Deixo eles na fila e começo a andar pelo parque. Está cheio, mas consigo andar calmamente e sem encostar nas pessoas, que o que mais me importa. Olho pro lado direito e vejo uma figura que me assusta tanto, que chego a derrubar refrigerante num homem

—Me desculpa—digo pra ele

—Sem problemas. Por um acaso o Venom estava aparecendo?

—Que?—pergunto confusa

—Venom é o simbionte que fica no meu corpo

—Então aquilo tem um nome?

—Sim. Em falar o nome, qual é o seu?

—Aaliyah Albuquerque. E você?

—Eddie Brock. Peço perdão por ele. As vezes queria um jeito de controlá-lo melhor

—Eu poderia tentar te ajudar. Vi o Venom não pode ele estar de fora, mas pelo fato de que sou a joia do infinito da Alma

—Então você vê a alma das pessoas?—confirmo com a cabeça—Que beleza, Venom é minha alma

—Você quer ou não ajuda, Eddie?

—Aceito

—Me liga então—anoto meu número na caixa da pipoca—Conheço alguém que te entende

Entrego a caixa e me despeço. Eddie Brock e Bruce Banner precisam se conhecer pra ontem. Eles não têm ideia de como são iguais e diferentes ao mesmo tempo, e isso pode ajudar com Venom e Hulk. Continuo andando e eis que chego na barraca do beijo

—Oi, Kevin.

—Aaliyah, né?

—Sim. Já acabou o seu turno?

—Não. Preciso de um beijo pra isso!

—Não será um problema.

Adoro frase com duplo sentido muito bem usadas. Me aproximo dele, com apenas a barraca entre nós. Não tem preliminar pro beijo, simplesmente quando vamos ver, as bocas estão juntas. Mas isso tudo, não demora nem 5 minutos

—Pode vir agora?

—Com certeza. Deixa só eu avisar aos outros!

Kevin avisa aos amigos e então, me acompanha até o Trem Fantasma. O beijo parece realmente ter significado algo pra ele e o mesmo tem uma expressão de querer mais. Com todo esse lance com o Thomas, nem observei as pessoas a minha volta neste parque. Estou tendo a oportunidade agora

—Já te falaram o quão bonita você está hoje?

—Não. Mas você só está dizendo isso, por ter segundas intenções.

—Está certa e errada. Certa, porque realmente tenho segundas intenções e errada, porque não menti.

—Obrigada. E qual sua segunda intenção?

—Podíamos ver o pôr do sol, em uma praia de nudismo.

—Assanhado, hein. Gosto da ideia do pôr do sol, mas quanto a nudez, vou ficar devendo.

—Quem sabe na próxima. Pode ser no sábado?

—Claro!

Temos uma semana no meio e estou aliviada com isso. Ele é corajoso em falar na praia de nudismo, pra saber qual é a minha e como penso. Gostei da atitude dele, é uma situação interessante. Chegamos no Trem Fantasma e já está na nossa vez. Sentamos juntos e Thomas, ao lado do Edward, não parece muito feliz

—Tá tudo bem, Tommy?—pergunto de modo carinhoso

—Sim— Ele pergunta relaxando um pouco a expressão.

Todos sabem que demorei, e estão tirando a mesma conclusão. E esta conclusão, que está incomodando ao Thomas. Isso me deixa confusa, mas acima disso, não tenho tempo pra lidar com as incertezas dele. O mesmo já deve imaginar o que deveria fazer pra mudar a situação.

O resto do dia é como um flash. Como há barracas de comidas, decidimos não sair daqui para almoçar e comer o que tiver por aqui. Os hambúrgueres artesanais e os crepes gigantes são o que mais chamam a nossa atenção. Sem contar que aqui da até pra ter sobremesa barata com sorvetes e algodão doce

—Esse dia está sendo incrível—Edward diz de boca cheia e ri do seu mau hábito

—Gente...—Thomas tenta dizer

—Pena que a Renee não está aqui para aproveitar—Matt interrompe ele e diz com verdadeiro pesar—Você a viu hoje, Aaliyah?

—Pessoal...—Thomas tenta de novo

—Ela estava no banho quando sai do quarto—não menciono que ela acordou antes de mim—Achei que ficaria pra tomar café conosco, mas só pegou o dela e saiu

Eu iria me virar pro Thomas, pra saber o que ele queria, mas não tive tempo, o que é irônico. O grito das pessoas na roda gigante, ecoou pelo parque, quando o ferro começou a se soltar. Parece até que estamos num filme de premonição, já que sinto que suas almas estão prestes a sair dos seus corpos. E por um milésimo de segundo, eu olho pra cima

Na roda gigante, se encontra a família Albuquerque. Eu sabia que estava em Nova York, mas não sabia que estavam no parque. E então meu corpo trava, sem saber o que fazer. Se ajudo ou não ajudo a eles. Todavia, se eu me negar, acarreta em não salvar a vida das outras pessoas que estão no brinquedo. As engrenagens da minha mente se movem tentando achar uma solução

O último ferro se solta e o grito de horror vindo da garotinha me assusta. Phoebe foi a mais rápida de todas e usa uma cama elástica roxa para amortecer parte das pessoas que vão cair. Mas mesmo sendo poderosa, ela sabe que seus poderes sozinhos não são suficientes para todos

—Edward, você precisa fazer alguma coisa—digo

—Concordo, mas não sei o que fazer

—Tente abrir um portal no chão e outro em algum ponto do parque—Matt responde a ele

E assim é feito. Edward primeiro abre o do chão, sem problema algum. Quando a roda gigante virar, as pessoas de cima irão cair por ele. Mais à frente, ele enxerga um brinquedo no estilo pula-pula e abre o outro portal em cima dele

—Não sei quanto tempo iremos segurar—ele diz

Eu que tinha o caminho livre, corro até o pula-pula e começo a atrair as almas, como se fosse magnetismo. Isso, é claro, sem tirar elas dos corpos das pessoas. E então, a roda cede e vira, fazendo com que as pessoas caiam. Como previsto, algumas atingiram a cama elástica que a Phoebe criou e outras passaram pelo portal. E em ambas as situações, todos sobreviveram.

Seria uma boa razão pra comemorar, se o pânico não tivesse se instaurado. Todos querem sair ao mesmo tempo do parque, gritando e correndo para a saída. Então eu olho pro Thomas e ele entende o que tem que fazer. Para o fluxo de todas as pessoas, menos nós. Melhor dizendo, ele para o tempo. Com isso, todos se encontram parados, sem gritar e correr. Esse é o momento, que Matt usa os poderes dele

Não sei exatamente o que ele está fazendo, mas suponho que esteja modificando as memórias, enquanto Phoebe e Edward consertam a roda gigante. Depois, ele para e Thomas libera as pessoas. Toda essa ação parece ter durado no mínimo uma hora, mas se foram 10 minutos, é muita coisa

—Acho que devemos ir embora—Phoebe diz

—Concordo. Cadê o Kevin?—pergunto ao Matt

—Foi ver os amigos na barraca. Vão indo lá pra fora e vejo se ele está bem

Todos concordam e começamos a nos deslocar. As pessoas voltam a andar pelo parque, usar os brinquedos e comer, como se nada tivesse acontecido. Mas isso é o melhor do poder do Matt, ele da exatamente essa sensação para todos. Meu celular vibra e vejo uma mensagem da Renee.

Biscoitinho🍪
"Vocês podem chegar aqui por volta das 17 horas?"

Respondo:
"Sim, já estamos indo embora"

—Renee nos quer lá às 17 horas. –Anuncio.

—Vamos chegar a tempo. —Thomas responde.

—Se for pra ela falar a razão de ter ficado estranha o dia todo—Matt chega e diz—, já vale a pena.

Chamamos um uber e vamos conversando até lá. Seja o que for que a Renee tenha pra dizer, sinto que pode não ser uma coisa muito bom. E tenho experiência em confiar nos meus pressentimentos.

—Fui numa cartomante enquanto estava no parque—Phoebe diz ajeitando seu casaco.

—Boas previsões?—Pergunto—Podemos mesmo acreditar nisso?

—Não sei dizer exatamente. Foi meio confuso! Ela me disse pra eu ficar esperta, pois em breve terei de abrir os olhos de uma amiga próxima, para o ceifador que estará a espreita.

—Aterrorizante. Mas, tem razão! Confuso! Duvido que seja verdade.

Phoebe concorda e muda o assunto. Mas, no fundo, fico pensando no que a cartomante disse até acabar me distraindo e entrar na conversa com ela.

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