A Maré das Lembranças

By Dani_S_1151

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No último ano de seu High School, Kristin Brook segue o objetivo de se tornar alguém importante no mercado de... More

NOTA DA AUTORA
TRAILER Part 1 & SINOPSE
PERSONAGENS
PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37

CAPÍTULO 4

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By Dani_S_1151

Permita-se novamente eu acredito em segundas chances - Imagine Dragons


É manhã outra vez. Ainda bem que eu consegui dormir melhor do que na noite passada. Eu pensei que ia ter insônia depois daquela visita indesejada do homem de preto me olhando daquela forma pela janela, como um assassino saído dos filmes de terror. Isso realmente me amedrontou.

Eu desço a escada. Meus pais já estão indo aos seus trabalhos, e como sempre, eles se despedem.

— Beijo, querida, até mais tarde. Não se esqueça de trancar a porta quando sair. — minha mãe alerta e eu entendo. Ela sai toda sorridente, ajeitando seu cabelo castanho acobreado e escovado — Tchau.

— Tchau, mãe. Tchau, pai. — sorrio acenando para eles.

— Tchau, filha. — meu pai se vai com ela, vestido com seu jaleco branco, preparado para tratar de mais mandíbulas.

Eles confiam tanto em mim e isso me deixa feliz.

Vendo-os fecharem a porta, eu sigo até a cozinha.

Outros preferem panquecas, eu prefiro torta de maçã.

Tortas de maçã hoje, tortas de maçã amanhã, tortas de maçã sempre.

Isso soa meio idiota, mas eu gosto e minha mãe Helena diz que desde pequena eu gostava. Então isso vem de mim mesmo e gosto a gente não se discute, certo?

Terminando minha refeição da manhã eu me arrumo básica como sempre: uma calça jeans clara com uma blusa de maga comprida; um tênis vans rosinha; jaqueta jeans e pronto. Pego minha mochila e tranco tudo por precaução e saio.

Dirigindo, eu volto a pensar no cara de capuz. Eu só espero que ele não tente invadir a minha casa.

Não sei se fiz a coisa certa de não ter contado aos meus pais o que eu vi, mesmo que o cara não tenha más intenções. No fundo, sinto que eu deveria ter contado.

Sim, eu deveria ter contado.

Chegando à escola, eu entro na sala C-3 e não vejo o Nathan sentado no nosso lugar. Eu respiro fundo, aliviada por saber que terei mais um dia tranquilo na escola como sempre foi. Chego até a cadeira e me sento.

— Cara. Finalmente cheguei. — e a assombração aparece. É ele mesmo atrás de mim: Nathan Carter.

— Hum. — eu respiro fundo, preparando-me para o estresse gratuito.

Nathan se senta ao meu lado e não joga a mochila no chão. Parece cansado, porém, risonho.

Ele coloca o material sobre a mesa. Posso notar que ele está todo de preto como ontem e esse casaco de capuz não me é estranho.

Espera um pouco... Esse casaco parece muito com o casaco do cara misterioso que estava do outro lado da rua.

Ai meu Deus.

— Nossa. Andar a pé de casa até a escola é bem complicado quando se mora distante. — ele reclama.

— Você veio a pé! — exclamo, achando um absurdo.

Ele terá que dizer por qual motivo, razão e noção ele estava fazendo de frente para minha casa, olhando para a janela do meu quarto. Como ele descobriu onde eu moro? Essa eu quero entender. Só pode ter sido ele.

Como não pensei nisso no mesmo instante que o vi?

— Vim. — ele confirma, ofegante. Parece simpático agora. — Eu sou um cara sem carro.

— Hum, então aquela lata velha não é sua? — pergunto, tentando jogar com ele, pois afinal, minha intenção é esclarecer esse mistério.

— O quê? — ele parece não me entender e solta um riso sem humor — Do que você está falando?

— Você não me engana, Carter. Eu sei que esteve olhando para minha janela ontem há noite. — o lembro, tentando desmascará-lo.

— O quê? — ele persiste a me olhar como um sonso — Eu nunca olhei para sua janela, eu nem sei onde você mora. Acho que você está me confundindo com outro cara.

— E eu acho que você pensa que em São Francisco não existe departamento de polícia. — ameaço.

— E por que toda essa suspeita? O que eu fiz? — ele pergunta franzindo o cenho para mim com ar de preocupado. Ah, só pode ser brincadeira. Deixe-me refrescar a memória dele. Pego a folha de estudo que usamos na aula de ontem e mostro a ele todas as palavras de baixo calão que escreveu seguido de rabiscos sem fundamento. — Ah... Foi mal. Eu acho que eu comecei com o pé esquerdo.

— Acha?! — exclamo, achando claro que ele começou com o pé esquerdo. Ele parecia um encrenqueiro e ainda parece.

— Pois é... — ele suspira — Foi mal. Se isso faz se sentir melhor a diretora me deu uma advertência ontem.

— Hum. — achei mais que justo.

— Olha, desculpe por tê-la tratado daquela forma. Eu sei que eu vacilei contigo. Eu estava puto com umas paradas e acabei descontando em tudo, mas, agora eu estou bem melhor. — finalmente ouvi algo que preste saindo de sua boca, tirando o palavreado.

— Eu espero. — com certeza ele estava chapado ontem. Não tenho dúvidas disso. Ele respira fundo e eu volto a me lembrar de ontem — Por que você não voltou para a aula de ontem?

— Eu tava mal. — ele respondeu rápido. — Eu... não estava me sentindo bem e você percebeu isso.

— Sim né.

Silêncio outra vez.

— Será que podemos começar de novo? — ele me pede — Sem desentendimentos.

— Você foi grosseiro. — eu ressalto ainda indignada.

— Eu sei, foi mal. Isso não vai se repetir. Eu prometo, Kristin. — ele acaba de dizer meu nome. Ele realmente disse meu nome. Finalmente. — Então...

— Tudo bem. — posso respirar agora — Eu aceito sua desculpa.

— Que bom. — ele sorri e eu posso notar covinhas se formando nas suas bochechas.

Nathan Carter tem covinhas nas bochechas. Que interessante, ao mesmo tempo, isso... Isso é estranho.

— Mas, se você agir daquela forma de novo, eu vou cair fora. — aviso seriamente, tentando falar com gíria para que ele me entenda.

— Não se preocupe. Isso não vai se repetir. — ele diz com firmeza.

— Espero.

O professor Patrick entra na sala e a aula de Biologia se inicia.

Nathan parece tão tranquilo agora. Está me tratando normalmente como sempre deveria ser. Nem parece ser o mesmo.

Acho que a Sra. Jones trocou de aluno.

O professor explica a matéria e Nathan me pede uma caneta emprestada, pois esqueceu a sua.

Eu empresto uma caneta preta e ele parece paciente assistindo a aula como se quisesse aprender.

Isso é estranho. Isso é muito estranho.

***

Enfim o intervalo. Eu me levanto e sigo para o refeitório com a Quinn.

Seguimos até a cantina para buscarmos nossos lanches.

Pegamos a bandeja e agora estamos andando na fila. Eu passeio o olhar pelo refeitório na procura de um lugar vago. Pego o lanche com a Quinn e sigo com ela até uma mesa vazia.

Chegando, puxo a cadeira e me sento na frente dela.

Olho para todos em minha volta; alunos comendo, conversando, zoando e rindo.

Logo eu vejo Nathan sentado em uma mesa sozinho.

Ele está sentado ao lado da nossa, atrás da Quinn, olhando para nós.

Eu o encaro enquanto ele nos observa.

Será que ele sabe que eu também estou o observando por trás da Quinn?

— Nunca pensei que fosse falar isso, mas, eu sinto falta do emprego que eu consegui no último verão. Preciso de outro até a formatura, ou o meu objetivo de ter um carro ainda este ano não vai rolar. — confessa Quinn, relaxando os ombros no descanso da cadeira.

— Veja pelo lado positivo. Pelo menos a sua mãe aceitou a carreira que você escolheu seguir, mesmo sabendo que sua escolha é totalmente diferente da sua irmã e que a maioria dos pais indicam para os filhos, assim como os meus. — destaco.

— Ela pode ter aceitado a minha escolha, mas, por conta disso, eu terei que dar duro pra ter um grande futuro nisso. — ela suspira ansiosa — Eu só espero conseguir entrar na Universidade e provar para ela que Design de Games é uma carreira renomada, reconhecida pelo mundo. E que eu não sou Teresa Miller, eu sou a Quinn. Apenas a Quinn.

Joanne Quinn quase não fala de sua irmã mais velha e sobre seu pai que sofreu um acidente enquanto esquiava na montanha do Canadá com os amigos e faleceu quando ela ainda tinha cinco anos. Um pai aventureiro eu diria.

Mesmo eu sempre indo para sua casa, nunca tive chance de conhecer sua irmã Teresa, somente por fotos, já que quando nos tornamos amigas, Teresa já havia ido para a faculdade e agora formada em Medicina com 25 anos, ela mora com o noivo em Indiana.

Tenho essa meta de vida e quando falo sobre isso com Quinn, ela faz careta, pois diz que nesses momentos eu pareço com sua irmã mais velha.

Queria conhecê-la. Teresa parece ser uma mulher sábia e divertida.

— Nós vamos conseguir entrar. E no futuro você trabalhará com Design de Games e eu serei Bióloga Marinha. — eu acredito.

— Ah, mas você nem precisa se esforçar muito com esse cabeção de CDF. — Quinn brinca e eu solto risos junto a ela e percebo que Carter ainda está olhando para cá. Por quê? — Amiga, que cara é essa? Por que está me olhando assim?

— Não é para você. — eu aviso.

— Então é para quem? — ela pergunta lenta e olha para trás. Silêncio. Apenas alunos conversando. Ela se vira de volta a olhar para mim — Aquele é o novato?

— Sim. — respondo.

— Por que o novato está olhando para nós? — ela pergunta curiosa.

— Eu não sei... — eu respiro pesado — É uma pessoa difícil de entender. Sento com ele na aula de Biologia.

— Ah, entendi. — ela está distraída olhando para ele — Será que ele quer sentar conosco?

— Talvez. — dou uma mordida na maçã, saborosa como sempre.

— Ele parece solitário. Vamos chamar ele. — decide Quinn.

— Não! — eu me recuso, quase me engasgando com o pedaço da maçã, além disso, não quero ser totalmente simpática com ele. Eu ainda não confio nesse garoto.

— Por que não? Ele não é seu parceiro de Biologia? — ela tenta me entender.

— Sim, mas não somos amigos. — eu aviso logo.

— Hm. Então tá. — ela ergue as sobrancelhas e volta a olhá-lo — Ele é legal?

— Ah, sei lá. Ele é meio esquisito. — estou sendo sincera.

— Mas é bonito. — Quinn gostou dele.

— Hum. — faço um bico torto e volto a olhá-lo também.

Agora ele olha para outro lugar, distraído.

Acho que é para as animadoras que estão sentadas numa mesa próxima à mesa dos atletas onde estão Tony Robinson e Daryl Peterson.

Nossa. Esse não tem vergonha de encará-los mesmo. Talvez ele ainda não saiba que aquele é o território dos populares. Vai acabar chamando a atenção deles.

No fundo, eu tenho que admitir que a Quinn possa ter um pouco de razão. Ele é um garoto bonito, porém, por conta das olheiras parece que ele não dorme há dias. Acredito que isso tenha ligação com o surto que ele teve ontem. Espero que isso não se repita.


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Mais palpites?

Obrigada por ler. :)

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