My Anne with an E

By APMatias

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Uma versão da série Anne with an E pela visão de Gilbert Blythe. Essa versão é da série, apesar de eu conhece... More

Prefácio
1 - Uma vida "normal"
2 - A Calúnia
3 - Cenoura
4 - Contando minha história
5 - O Incêndio
6 - Uma Bela Concorrente
7 - A Morte Espreita
8 - Decisão
9 - Despedida
10 - No Primrose
11 - A Mansão
12 - A carta
13 - Ruth
14 - O Retorno do Filho Pródigo
15 - Reencontro
16 - Convite
17 - Natal em Green Gables
18 - Complicações
19 - O Trem
21 - Senhorita Stacy
22 - Mudança de Planos
23 - Reconhecendo Erros
24 - Concertando as Coisas
25 - Família
26 - O Mural
27 - Mudando de Foco
28 - O Visitante
29 - Más Notícias
30 - Precisando ser Forte
31 - A Páscoa de Mary - parte I
32 - A Páscoa de Mary - parte II
33 - A dificuldade de Bash
34 - Flores e Abelhas
35 - Obituário
36 - O Ensaio
37 - Dúvidas
38 - A Feira
39 - O Que é Justo?
40 - A Censura
41 - Manifestação
42 - Consequências
43 - Permissão
44 - A Ruína
45 - O Anel
46 - A Concha
47 - Não Correspondido
48 - Minha Anne com E
49 - Seguindo em Frente
50 - Que Carta?
51 - Querida Anne
52 - Querido Gilbert
Bônus I
Bônus II
Bônus III
Bônus IV
Nova História

20 - O Gueto

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By APMatias

- Gilbert Blythe! Quanto tempo! - o Dr Ward me cumprimentou quando entrei em seu consultório.

- Sim. - apertamos as mãos.

- Lamentei muito quando soube do seu pai! - olhou para Bash - Quem você trás?

Fiquei feliz por não ter me enganado com o Dr Ward. Ele não demonstrou nenhum receio ao ver Bash. Ali estava um homem que não se deixava levar pelo preconceito. Me senti grato, já que como percebi, tais homens eram raros em nossa Ilha.

- Este é meu amigo, Sebastian. - expliquei - É uma emergência.

- Sim, estou vendo! - colocou a mão no ombro de Bash e o guiou até a maca.

- O Blythe é que precisa de ajuda. - Bash falou - Cure sua mania de achar que sabe do que todos precisam.

Ele havia insistido em ir ao Gueto desde que descemos do trem.

- Já ouvi isso antes aqui no consultório. - o Dr falou se referindo às reclamações do mesmo tipo que meu pai lhe fazia - Abra, deixe-me ver. - olhou a boca de Bash - Isso é um crime!

- Culpe a ele. - Bash me acusou enquanto o médico colocava um termômetro em sua boca.

- Fui coagido. - me defendi - A necessidade de silêncio prejudicou meu bom senso.

- Está com febre por causa da infecção. - Dr Ward constatou - Vou lhe dar algo para ambas. Precisará de alguns pontos.

- Desculpe ser rude, mas não posso ficar. - Bash falou se levantando - Devem ter médicos que podem me ajudar no Gueto.

- O único que pode ajudá-lo lá é o barbeiro que tira dentes com um alicate enferrujado. - o médico explicou.

- Blythe! - Bash disse mudando de ideia - Novo plano. Cuido disso aqui e aí vamos ao Gueto.

Concordei. Ele não havia desistido de ir ao Gueto, mas pelo menos aceitou o tratamento. O Dr Ward começou a preparar a medicação e quando vi a agulha da injeção que ele preparava minha vista escureceu. Acho que desmaiei, porque quando dei por mim estava deitado no chão do consultório e Bash já havia levado os pontos e sido medicado.

- Não sei se a medicina é para você, Blythe. - Bash zombou enquanto tentava vestir o casaco.

- O que aconteceu? - perguntei confuso.

- Você desmaiou. - o Dr explicou - Quer ser médico, certo? Tem certeza?

- Sim.

- Nunca é bonito de ver.

- Ele tem jeito para isso. - Bash falou - Boa parte do tempo.

- É uma grande notícia! - Dr Ward disse me apoiando.

- Esses dias o nariz dele está sempre metido num livro. - Bash continuou, mas agia meio estranho, como se estivesse embriagado - Está pronto, Blythe? - começou a rir sem motivo aparente.

- Dr Ward, precisa de um aprendiz? - eu perguntei quando uma ideia repentina passou por minha cabeça - Talvez eu pudesse ajudar aqui de vez em quando. E... em troca, poderia me ajudar a planejar meus estudos... prometo que não ficarei desmaiando.

- Seria um privilegio ser seu mentor. Pensei que seria bom dividir o consultório um dia.

- Aí, resolvido. - Bash falou rindo - Agora vamos para o gueto.

- Nunca vi alguém com tanta pressa de ir à favela. - concluiu o Dr Ward.

- Imagino que seja um lugar bonito onde as pessoas negras dançam na neve! - começou a rir alto.

Olhei para o doutor sem entender o que estava acontecendo. Nunca vi Bash agir daquela maneira.

- Ele está bem. - o médico me acalmou - É só o láudano.

- Quanto eu devo, doutor? - Bash perguntou enquanto tentava acertar os braços do casaco ao vesti-lo.

- Sem cobranças. Se o Gilbert vai me ajudar aqui. - ele voltou sua atenção para mim - Tenho tempo até meu próximo paciente se quiser começar a conversar.

Olhei para Bash. Eu sabia que ele queria muito ir ao Gueto e sabia que não estava em seu estado normal. Por outro lado estava ansioso para ter algum tipo de ajuda e apoio em meus estudos, não queria perder a chance.

- Pode me encontrar aqui daqui à uma hora? - eu perguntei ao meu amigo.

- Você pode ir me buscar, se conseguir me achar... vou me misturar. - saiu rindo.

Fiquei com o Dr Ward por cerca da trinta minutos. Conversamos sobre a medicina, sobre seus pacientes e o consultório.

Combinamos que eu viria aos sábados para ajudá-lo e aprender um pouco com ele. Ele também me daria dicas de como direcionar meus estudos e me ajudaria em alguma matéria que eu não entendesse.

Depois disso fui até o Gueto à procura de Bash. Estava chovendo, o que deixou o chão de terra ainda mais lamacento. As casas eram muito próximas umas das outras e as pessoas me olharam com estranhamento quando eu passei. Parecia que esperavam que eu fizesse alguma coisa contra elas a qualquer momento. Pensei que era assim que Bash se sentia quando andava por Avonlea.

Depois de procurar e perguntar para várias pessoas. Me indicaram uma lavanderia. Olhei pela janela e vi que Bash estava lá dentro. Ele parecia estar tirando as roupas. Havia algumas mulheres naquele recinto que pareciam estar se divertindo bastante com a cena. Fiquei preocupado que o efeito do láudano ainda não houvesse passado.

Entrei para encontrá-lo. Quando me viram, as mulheres pareceram ficar sérias.

- Te procurei em todo o canto! - falei para Bash - O que aconteceu? O que faz seminu em um recinto cheio de mulheres?

- A sorte finalmente sorriu para mim. - ele disse sorrindo - Senhoritas. Este é meu amigo e sócio, Gilbert Blythe.

- Me desculpem. - tirei meu gorro para cumprimentá-las - Perdão.

Elas apenas acenaram com a cabeça.

- E você é? - umas das mulheres perguntou para Bash.

- Meu nome é Sebastian, mas pode me chamar de Bash, Bastian, Trini... do que preferir. - percebi que Bash parecia interessado nessa moça, ela era bonita.

- Não haverá trem até amanhã. - falei - Teremos que achar um hotel. Podem recomendar um?

- Que hospede negros? - outra das mulheres me respondeu - Boa sorte!

- Conheço alguém... com um cômodo. Ela aluga para quem precisa. - disse a mulher por quem Bash parecia interessado.

- Hum hum! - a outra falou desconfiada.

- Não vieram buscar isso. - a primeira mulher disse a Bash quando lhe entregou algumas roupas.

- Por que será? - ele disse quando viu que eram calças listradas horríveis.

- É o que posso oferecer.

Percebi um clima entre os dois. Parecia que não era só Bash que estava interessado.

- E como se chama essa pessoa que abriga viajantes?

- Mary!

A tal pessoa com um cômodo era ela mesma. Mary era muito bonita e tinha um ar de força e inteligência que me impressionou. Bash parecia completamente abobalhado quando olhava para ela. Lembrei que uma vez ele me disse que eu ficava abobalhado quando falava de Anne. Mas acredito que quando isso acontecia, eu certamente não tinha a expressão que vi em seu rosto. Era muito engraçado vê-lo daquela maneira.

Esperamos Mary terminar seu trabalho e a seguimos até sua casa. A casa não era muito grande, mas era confortável e acolhedora. Mary preparou uma refeição simples, e bem saborosa. Eu saboreei com bastante apetite, já Bash só tinha olhos e elogios para nossa anfitriã.

Acabei descobrindo porque meu amigo estava seminu quando eu o encontrei. Aparentemente ele reencontrou nosso amigo Isaac, o funcionário do trem, e eles acabaram brigando na rua. Bash estava um pouco alterado pelo láudano e caiu na rua. Em cima de um monte de estrume. Por isso ele foi até a lavanderia, para tentar se limpar. Abençoei Mary por permitir que ele tomasse um banho quando chegamos.

Mais tarde ela nos indicou nosso quarto. Era um quarto pequeno com uma cama e um colchão no chão. Bash queria ficar no chão, mas não achei justo já que ele estava convalescendo. E ainda havia dito que fazia questão de pagar nossas despesas com Mary.

Enquanto nos ajeitávamos para dormir ouvimos baterem na porta e ela entrou.

- Como vocês estão? Não têm mais fome? - perguntou.

- Ou fedor. - eu constatei - Abençoada seja por deixá-lo tomar um banho.

- É, Deus a abençoe, Mary. - Bash falou - Você é um anjo!

- Trouxe seu recibo. - ela disse lhe entregando um papel.

Bash olhou o valor, abril a carteira e lhe entregou o dinheiro.

- Me deu a mais! - Mary disse lhe devolvendo parte da quantia.

- Esperava um café da manhã. - ele disse se negando a pegar o dinheiro.

- Sei cozinhar bem, não sei? - olhou Bash por um instante - Boa noite, então!

Ela saiu e Bash se sentou na cama olhando para o recibo que Mary havia lhe dado. Ele tinha um sorriso bobo no rosto.

- Deus te abençoe, meu anjo! - eu zombei.

- Pode zombar o quanto quiser. Não me envergonho do que estou sentindo como alguns que eu conheço.

Me deitei e fiquei olhando para o teto, pensativo. Havia sido um dia bem intenso. Teve a retirada bruta do dente. Bash invadindo a escola. O episódio do trem. A conversa com o Dr Ward e ainda a visita ao Gueto e Bash se apaixonando por Mary.

- Não acho que dormirei muito. - constatei - Aconteceram muitas coisas hoje.

- Sei bem o que quer dizer.

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