O Demônio, a Bruxa (e a irmã...

By andrearomao_autora

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Dinorah Aveleira é uma humana condenada a uma vida comum. Sua irmã mais nova, Anastácia, é a aprendiz de brux... More

Introdução
CAPÍTULO 1 - A IRMÃ
CAPÍTULO 2 - A BRUXA
CAPÍTULO 3 - O DEMÔNIO
CAPÍTULO 4 - UMA PARTIDA INESPERADA
CAPÍTULO 5 - DINORAH FAZ UM AMIGO
CAPÍTULO 6 - UMA BRUXA EM DIQUE DO DUQUE
CAPÍTULO 7 - ÍCARO
CAPÍTULO 8 - A BIROSCA DO DUQUE
CAPÍTULO 9 - MUITA GENTE EM UM ESPAÇO MUITO PEQUENO
CAPÍTULO 10 - OS IRMÃOS SE DIVIDEM
CAPÍTULO 11 - ABACAXIS E CONFUSÕES
CAPÍTULO 12 - DEMÔNIOS E DEMANDAS
CAPÍTULO 13 - A FEIRA IMORTAL
CAPÍTULO 15 - CACAUS E FOFOCAS
CAPÍTULO 16 - RADAMES E REENCONTROS
CAPÍTULO 17 - FEITIÇOS E FINAIS
CAPÍTULO 18 - MUITA GENTE EM UM ESPAÇO AINDA MENOR
CAPÍTULO 19 - UM ADEUS GLORIOSO
CAPÍTULO 20 - SUSPIROS E SURPRESAS
CAPÍTULO 21 - DEMÔNIOS E DESPEDIDAS

CAPÍTULO 14 - PEIXEIROS E BENGALAS

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By andrearomao_autora




Dinorah voltara para a fazenda tão logo Anastácia e Ícaro haviam partido. Cornélio insistira para que ela ficasse e o ajudasse a moer pedras-sabão pela manhã, pois eram um dos ingredientes para sua poção-protetora, e caçasse seu avestruz da capital que já estava perdido nos jardins na Casa da Descida há pelo menos um mês. Mas ela não aceitou.

Naquela dia, todos os Nogueira haviam sido convidados para jantar na casa de João e Joana Carvalho, os irmãos marceneiros donos da melhor loja de móveis de Dique do Duque, a "Carvalho e Carvalho – Móveis de Puro Carvalho". Faustina iria à feira no centro da cidade, onde venderia as geleias, acompanhada por Ilarion que simplesmente odiara a ideia e passara o dia resmungando, todas as vezes que passava por uma janela, que pagaria a um bruxo para "jogar um feitiço dos bravos nesse anão inescrupuloso e seboso!".

Lucêncio viera sussurrar no ouvido de Dinorah, que embalava as geleias, mais tarde:

- Mamãe simplesmente não confia em Ilarion para lhe deixar por conta da casa. Por isso preferiu que você ficasse.

Dinorah deu um sorriso amarelo e fingiu espreguiçar para que Lucêncio se afastasse um pouco. Ao invés disso ele correu para o outro lado para sibilar em sua outra orelha:

- Mas achei que você talvez tivesse medo, por isso pedi a papai que me deixasse ficar para lhe fazer companhia.

- Oh! – Dinorah exclamou, pensando na promessa que fizera a Radames de passar o fim do dia todinho com ele – Não será preciso. Não tenho medo algum.

- Não precisa fingir que é corajosa, Diná. Sei que é uma mocinha indefesa que procura um pouco de segurança para sua vida... – e sorriu como se fosse a segurança em pessoa.

- De modo algum... – ela murmurou, aterrorizada com a possibilidade de ficar a sós com Lucêncio, que provavelmente tentaria beijá-la.

O rapaz ia dizer mais alguma coisa, mas a porta da cozinha se abriu com violência e ele pulou para longe quando o senhor Nogueira, Faustina, Matias e um rapaz muito alto entraram. Faustina foi direto para a grande cesta de palha em cima da mesa para guardar as geleias que Dinorah embalara e o senhor Nogueira exclamou, contente:

- Olhe só quem veio lhe visitar, minha cara Aveleira!

Dinorah olhou para o rosto estranhamente simpático de Cornélio, que puxou uma cadeira e se sentou, à vontade, afastando a longa capa negra:

- Olá, Dinorah – ele acenou enfiando uma colher bastante grande num tacho de geleia de acerola.

Dinorah apenas o encarou, sem entender e o senhor Nogueira bateu nas costas de Cornélio:

- Chegou numa boa hora meu caro!

- É mesmo? – olhou em volta – Uma degustação de geleias talvez...

- Chegou numa ótima hora, pois poderá fazer companhia a sua querida amiga Aveleira enquanto nós saímos.

- Papai! – Lucêncio exclamou, horrorizado – Eu vou fazer companhia à Diná!

- Mas não há necessidade, agora que o cacauzinho aqui está para visitar Aveleira. E você poderá ir ao jantar na casa dos Carvalho.

- Mas eu não quero ir!

O senhor Nogueira ficou inesperadamente sério:

- O senhor não tem querer! Já disse que vai e ponto final! Imagine – olhou para Cornélio – querer recusar um convite tão delicado.

- Realmente... – Cornélio balançou a cabeça como se estivesse muitíssimo decepcionado com a falta de tato de Lucêncio – Jantar com os Carvalho! Isso sim é diversão, Lucêncio! Não fique preocupado... Eu vou tomar conta da Dinazinha... Juro por meu diploma de bruxo que não a deixarei! – e olhando intensamente para Dinorah, mas sem sorrir, fez um sinal no ar e foi como se um fogo azul riscasse o lugar por onde seu dedo indicador passara.

A pouca fumaça se desfez rapidamente e o senhor Nogueira começou a bater na cabeça de Matias como se essa fosse um tambor em fuga, sorridente:

- Maravilhoso! Maravilhoso! Depois de tão belo juramento, podemos ir! Os outros já nos esperam e não devemos irritar Ilarion! Lucêncio, pegue a cesta! Vamos! Vamos! Faustina, Matias! Adeus meus jovens! – e saiu depois de empurrar o filho mais velho para fora da cozinha.

Dinorah ficou olhando para Cornélio, com as mãos na cintura.

- Um bobo esse Lucêncio... Tem a minha idade e ainda obedece as regras do papai...

- Ele é um bom rapaz! – ela o defendeu.

- Um ótimo rapaz... Se quiser passar o resto da sua vida morando com os pais dele e ouvindo suas declarações de amor infinito.

Dinorah deu de ombros, um pouco envergonhada.

- Ora! Não me diga que ainda não percebeu que ele está caidinho por você – ele disse acenando com uma colher para um tacho de geleia de morango, que veio voando até ele.

- É claro que já percebi – Dinorah disse se apoiando na mesa para ficar mais próxima de Cornélio – Rapazes apaixonados por mim não são uma raridade. E eu sempre sei.

O sorriso de Cornélio sumiu de seu rosto e ele largou o tacho de geleia e a colher e se levantou, sério:

- Me leve até Radames.

Os dois subiram as escadas em silêncio e Dinorah abriu a porta de seu quarto em silêncio.

- Ora! Achei que eles nunca fossem sair! Já veio me contar histó...VOCÊ! – ele exclamou, virando seus olhos muito negros de Dinorah para Cornélio.

O bruxo deu um peteleco de leve no tampo do criado e saudou-o:

- Olá, Radames!

- O que você veio fazer aqui? – Radames estava indignado – Oh! Se pelo menos pudesse te amaldiçoar!

- Mas não pode...

- Traidor! Mau! Diná...por que o trouxe aqui?

- Eu não trouxe ninguém. Ele simplesmente apareceu... – Dinorah respondeu indo lavar as mãos, sujas de geleia e queijo.

Cornélio afastou três vestidos, uma camisola, um prato com migalhas de pão e ao menos quatro pares de meias de cores completamente diferentes da cabeceira da cama e sentou-se bem perto de Radames, ainda olhando em volta, levemente surpreso, porém, estranhamente divertido com tanta bagunça.

- Espero que você não tire muito as coisas de lugar – Dinorah exclamou do banheiro – Ou eu não vou achar nada depois.

Cornélio deu um breve sorriso, mas ela não viu, e disse a Radames:

- Vim ver como está e também dizer que estou me empenhando muito na tarefa de tirá-lo daqui.

- Você é um mentiroso e feio, Cornélio! Tire-me desse móvel agora mesmo!

- Sinto muito, mas não.

- Então vá embora! Diná ia passar a tarde comigo contando-me histórias!

- É mesmo? Como ela está boazinha hoje...

Dinorah veio se sentar ao lado dele.

Cornélio esfregou as mãos:

- Acho que vou ficar para ouvir a história.

Radames esqueceu a raiva subitamente e confidenciou:

- Ela é uma tremenda contadora de histórias. Faz bem em ficar para ouvir. Talvez te ensine algumas virtudes...

- Tenho certeza que você tem muita coisa para fazer – Dinorah disse, ansiosa para mandá-lo embora.

- Sim, claro... Sou muito ocupado. Mas realmente preciso da unha de duende agora, por isso vou me dar uma folga.

- E as pedras-sabão?

- Moídas com perfeição.

- E o avestruz?

- Estava na Caverna dos Morcegos Suspirantes.

Dinorah achava realmente fascinante uma casa que tinha um jardim tão grande que tinha até cavernas. E com nome e tudo!

- Já estou começando a achar que você não sabe contar história alguma... – ele murmurou.

Dinorah ia responder, mas o som do sino da porta a fez deixar o quarto, resmungando:

- Você vai ver quem não sabe contar histórias... Fique quietinho, Radames!

Dinorah correu até a porta da frente e a escancarou, achando que eram um dos Nogueira que haviam esquecido alguma coisa, mas deu de cara com um rapaz corcunda, bastante feio e que fedia a peixe:

-Hã...sim? – ela perguntou tentando se lembrar de onde o conhecia.

Ele começou a esfregar as mãos, sibilando e torcendo o corpo:

- Boa tarde. Boa tarde. Não se lembra de mim?

- Sinto muito... – ela murmurou, dando de ombros.

- Eu estava na Festa do Abacaxi com Chocolate...

Dinorah teve a visão de sua insistência para que ele dançasse com ela e da maneira como o arrancara das costas de Ícaro pelo chapéu e corou:

- Oh, sim... Claro... Não o havia reconhecido... Acho que por causa do hã...chocolate – ela levou a mão ao rosto, para lembrá-lo da quantidade extraordinária de chocolate que cobria em seu rosto naquele dia.

Ele sorriu de modo ridículo e começou a dar paços incertos para dentro da casa. Dinorah se afastou educadamente achando que ele podia ser amigo dos Nogueira, mas como boa governanta que era, perguntou:

- O que deseja, senhor...?

- Marinho! Pacífico Marinho é o meu nome – ele informou já dentro da sala – Sou o peixeiro de Dique do Duque e...e... – ele olhou em volta – Estava passando por aqui e decidi comprar um pote de geleia de banana. Minha preferida! A senhorita...está sozinha?

Dinorah respondeu prontamente indicando a cozinha:

- Geleia de banana?! Acho que posso lhe arranjar um pote...

Dinorah não pôde terminar a frase, pois Pacífico Marinho empurrara a porta da frente com violência, gritando:

- Estátuas de mármore

E pedra também

Transfiram sua rigidez

Com rapidez

Para essa zé-ninguém!

Dinorah sentiu seu corpo endurecer como se fosse barro que acabara de secar ao sol. Tombou para frente e caiu de cara no chão, sentindo uma dor terrível no nariz e na testa, mas sem poder dar um sussurro sequer. O peixeiro Marinho deu uma risadinha e correu até ela vangloriando-se para si mesmo:

- Pelo menos um feitiçozinho desses eu ainda executo com perfeição...

Ele virou Dinorah de barriga para cima, com dificuldade, bufando e resmungando. Ela não podia mexer os olhos também, por isso não viu o que atingiu Pacífico Marinho e o fez voar para longe dando um grito de surpresa.

- Estátuas infelizes,

Não metam seus narizes,

Em assuntos de gente nobre!

Mole, mole, maria-mole!

Dinorah sentiu seu corpo voltar ao normal e deu um enorme grito, que estava preso em sua garganta desde que caíra.

Cornélio se voltou para o peixeiro que caíra dentro da lareira, estava coberto de cinzas da cabeça aos pés e já se preparava para pular pela janela, desajeitadamente.

- Ah! Nada disso! – o bruxo exclamou fazendo um rápido sinal com a mão.

Os sofás floridos da sala deslizaram com violência ao encontro de Pacífico Marinho, derrubando-o com um estrondo e esmagando-o contra a parede. Cornélio correu até o maior sofá, subiu nele e apontou o dedo indicador esquerdo para o peixeiro que gemia aterrorizado que um dos sofás quebrara sua perna.

- Nunca desconfiei que você fosse mais do que o peixeiro novo da cidade, mas... – Cornélio disse e sua voz estava bastante séria, ele se abaixou e pegou o peixeiro pelo pescoço, aproximando-se muito de seu rosto – Olhos tortos, lábios finos, pele muito branca...

O peixeiro cuspiu nele e disse com a voz abafada pelo aperto em sua garganta:

- Bruxo-de-Aparência!

- Bruxa-Alva – Cornélio murmurou com ódio na voz e jogou o peixeiro no meio da sala.

- O demônio é meu! Eu o despertei! – o Bruxa-Alva gritou com ódio.

- Você! – Cornélio pulou do sofá agarrando a gola da camisa amarelada de Pacífico Marinho – Você é o Bruxa-Alva covarde que queria todo o poder de Radames para si próprio?! E que foi reduzido a quase nada!

- Quase nada?! – o peixeiro se ofendeu – Mas consegui amaldiçoar sua aprendiz – apontou para Dinorah.

- Ela não é bruxa! É uma simples governanta! Grande esforço o seu... – Cornélio largou a camisa de Pacífico, levantando-se com um ar superior.

- Não importa! Minhas colegas de clã prometeram me ajudar a voltar a ser o que era se eu ficasse de olho em você e as ajudasse a conseguir o demônio – ele começou a se levantar – E agora eu vou levá-lo!

O peixeiro fez menção de correr, mas Dinorah, ainda atordoada atirou-lhe uma pesada almofada nas costas. Ele caiu de barriga no chão e Cornélio recitou:

- Carvalhos,

Oliveiras,

Nogueiras,

Castanheiras,

Mangueiras,

Aveleiras,

Madeiras!

Para uma Bruxa- Alva

Cheia de más-intenções,

Uma boa bengala,

Com mil arranhões!

PUF!

Dinorah olhou horrorizada para o peixeiro se transformar em um segundo numa bengala de madeira muito velha, arranhada, com um nódulo que lembrava sua corcunda no lugar de pegar.

Cornélio suava e ofegava como se a magia tivesse sido um grande esforço, mas agarrou a bengala com raiva e murmurou:

- Quero ver você sair dessa! – e jogou-a em cima do sofá menor, sentando-se no maior.

Radames gritou:

- O que está acontecendo aí embaixooo? Estou sentindo magia forte!

Cornélio se levantou ainda bastante sério e agarrou a bengala, subindo as escadas em seguida. Dinorah foi atrás dele, ainda ofendida, e chegou quando ele contava o que tinha acontecido ao demônio.

Radames arregalou os olhos:

- Que coisa! Que coisa! Estou perdido, sim senhor! Elas já me acharam! Tire-me desse móveeeeel!

Cornélio arrancou a gaveta de Radames com raiva e ele ficou girando os olhos emitindo apenas um gemido surdo.

- Se gritar de novo, juro que quebro essa gaveta! – Cornélio disse e recolocou a gaveta no lugar, indelicadamente, empurrando-a com a bengala.

- Oh, que horror! Estou à mercê das Bruxas-Alvas e de um bruxo mau e traiçoeiro... – Radames se lamentou – Diná? Oh! Dinazinha... Minha guardiã também vai ser pega e morta com covardia após torturas envolvendo alicates, magia pesada e óleo fervente, que nem quero imaginar!

- Como esse peixeiro, bruxo ou não, descobriu que Radames estava aqui? Ninguém sabe que nós nos conhecemos além dos Nogueira...

- Numa cidade pequena todos sabem de tudo. Hoje mesmo quando vinha para cá fui abordado pelo jovem Joaquim Carvalho, escapando da loja dos irmãos pela janela, que queria me felicitar por causa do noivado de Ícaro com você!

Dinorah nem se animou com essa fofoca como deveria:

- Ainda assim... É muito estranho!

Cornélio olhou para ela exasperado e suspirando com raiva, virou-se para outro lado. Logo em seguida, voltou a olhar para ela com os olhos espremidos como se analisasse algo em seu rosto. Dinorah achou que não tinha lavado bem o sangue e deu as costas para voltar ao banheiro, mas Cornélio a agarrou pelo braço:

- Espere um momento! – e jogou a bengala para trás.

Ela bateu em Radames que gemeu e o xingou, mas ele não deu ouvidos:

- Venha aqui! – e puxou Dinorah para mais perto.

- O que há? – ela perguntou enquanto ele a fitava intensamente.

Então ele a beijou. Foi um beijo bastante rápido e surpreendente e Dinorah não teve tempo de dizer coisa alguma, pois sentiu que algo gosmento se desgrudava de seus lábios e viu algo como uma lesma bastante ágil e bem vermelha pular de sua boca para cair na mão de Cornélio, que deu um sorriso misterioso e fechou-a entre seus dedos com força.

Dinorah não entendeu nada, mas estava com tanto nojo que nem tinha coragem de perguntar o que era aquilo. Radames murmurou admirado e um tanto temeroso:

- Um Fofoqueiro...

Uma fumaça vermelha saiu por entre os dedos de Cornélio que fez uma careta de dor e pareceu um tanto fraco e pálido por um instante. Quando ele abriu a mão, o Fofoqueiro havia sumido e ele olhou interrogativamente para Radames, que exclamou:

- O batom! O batom que ela achou ser de Joaquina!

Dinorah sentou-se sem entender nada e desejando nunca mais passar um fim de tarde com um bruxo e um demônio de novo. "Eu odeio bruxos...", pensou amargurada, mal escutando a conversa entre Radames e Cornélio. O bruxo deu um tapa em seu ombro:

- Ei! Você realmente vem usando um batom que não é seu, desde ontem?

Ela assentiu com a cabeça.

- Alguém o deixou aqui...

Cornélio começou a andar de um lado para o outro:

- Alguém transferiu o batom com o Fofoqueiro com um feitiço mudo. E o Fofoqueiro o deixou ouvir tudo o que você disse e ouviu desde que passou o batom pela primeira vez! Eles ouviram você combinando de passar a tarde com Radames...sozinhos! E mandaram esse paspalho desse peixeiro antes de eu chegar – ele correu até a bengala e a entregou para Dinorah – Guarde-o bem e não atenda mais porta.

- Você vai me deixar sozinha? – ela gritou horrorizada.

- Faustina e Ilarion não vão demorar e você vai ficar com Radames. Tenho que ir até Ícaro e Anastácia agora. Vou mandá-los para cá depois que pegar a unha do duende e eles vão ajudá-la a transportar Radames para a Casa da Descida. Está prestando atenção?

Dinorah assentiu, nervosa.

Cornélio se aproximou, mas parou de repente:

- Não precisa ter medo. Eu jurei por meu diploma não foi? – e com um breve aceno ele deu um giro rápido e se transformou num grande escaravelho azul e dourado que voou janela afora num zumbido estridente, deixando Dinorah segurando um peixeiro Bruxa-Alva transformado em bengala e Radames murmurando "Estou perdido...".

***

PRÓXIMO CAPÍTULO: 04/02/2020

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um beijo e um queijo

Andréa Romão

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