Alvorecer

Od ichygochan

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O destino nunca pareceu estar do lado de Izuku. Criado desde pequeno como um alfa lúpus, todos a sua volta ti... Více

INTRODUÇÃO
Preparação
Presença
Suscetível
Incontrolável
Descontrole
Conflito
Decisão
Decepção
Percepção
Reflexões
Convicção
Apatia
Humilhação
Ímpeto
No limite
Consequências
Visita
Mudanças
Sentimentos
Ômega Insaciável
Compreensão
Lenda
Confortável
Por você
Conhecer
Heat
Encurralado
Rival?
Descaso
Intimação
Novidades
Ânsia
Em vão
Reencontro
Desconfiança
Momentos Conturbados
Escolhas
Proposta
Acidente
Tensão
Saudades
Obstinação
Coincidências
Redefinir
Viagem
Ultimato
49 - Preocupações
50 - Fuga
51 - Cortesias
52 - Planos
53 - Farmer

Retorno

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Od ichygochan

Saudades de vocês, amores! Foi uma semana muito agitada que me deu pouco tempo livre, mas eis-me aqui trazendo pra vocês mais capítulo!

Izuku queria que sua convicção de enfrentar qualquer dificuldade de cabeça erguida durasse por todos os dias, dando-lhe a força e sabedoria necessárias para poder ignorar o mundo ao redor e as possíveis críticas sem se abalar, todavia ele sabia que as emoções afloradas e a personalidade inconstante sempre estariam lá para poder lhe tirar a paz. Sendo assim enfrentava dias de convicção inabalável e de incerteza destrutiva, em uma constante transição entre altos e baixos.

Por fim entendeu que ele nunca havia de fato se curado da depressão e ansiedade que o assolaram na adolescência e que os últimos acontecimentos serviram apenas para poder reativar aquele maldito período de hibernação de sua autoconfiança e amor próprio. Por vezes se sentia o mesmo garoto estúpido e incapaz, envergonhado por ter se desenvolvido ômega ao invés de um primoroso alfa que todos esperavam. Nesses momentos ele detestava tudo em si, e em meio aos surtos acabava vez ou outra se machucando fisicamente através de cortes ou mesmo privação ao se isolar em seu quarto longe dos demais.

Felizmente a volta a universidade mostrou-se mais proveitosa do que esperava, tirando o fato de que estava sendo mirado por diversos olhares curiosos que o apontavam como o "ômega lúpus que colocou Shoto insano" e sua suposta capacidade de enlouquecer alfas que o olhavam com desejo e temor e outros ômegas que lhe invejavam ou o interpelavam com perguntas inconvenientes.

Ao menos em meio a toda aquela vergonhosa comoção ele conheceu um novo amigo, ômega para variar dos diversos alfas que o cercavam.

Desde o primeiro momento em que conversou com Kirishima Eijiro simpatizou com ele. A personalidade festeira e animada do ruivo que mantinha sempre uma atitude positiva e confiante o havia cativado. Bastaram poucos minutos de conversa para que se aproximassem e trocassem números de telefone. Como uma espécie de bônus descobriu que ele conhecia o alfa que o salvou na noite em que fora atacado por Shoto pela segunda vez e pode finalmente agradecê-lo apropriadamente.

— Cara, eu não acredito que o Denki que te salvou, ele tipo é muito tosco para salvar alguém! — Eijiro riu como uma hiena do amigo loiro que o olhava com os olhos semicerrados, incrédulo.

— Disse o sujeito que antes vivia sendo atacado por bandos de alfas por ser tapado e acreditar em qualquer lorota.

— O que posso fazer se sou irresistível? — o ruivo apontou para si mesmo, piscando para os dois que riram.

— Você que fica dando mole para eles — olhou para Izuku colocando a mão em seu ombro — Escuta o que eu vou te dizer, se não quiser ser atacado por um alfa eu sugiro que tome cuidado ao andar com esse espertalhão ao seu lado. É a porra de um ômega tarado.

— Tarado não, descompromissado, Denki. Eu sou um ômega, esperava o que de mim? Que repudiasse alfas? Minha natureza é atraí-los não afastá-los.

Brincadeiras a parte, Eijiro possuía sim um espírito festeiro, mas assim como Izuku ele era muito cuidadoso com sua condição de gênero. Todos os alfas com quem saía tinham que cumprir alguns pequenos "testes" e se reprovassem em um apenas seriam facilmente descartados. A diferença era que Izuku não se aproximava de qualquer alfa por ser mais reservado, ao contrário do amigo que analisava os pretendentes na cara dura e de maneira despudorada. Se ele sentisse que podia se arriscar e estivesse seguro ele o faria sem hesitar, consciente de sua natureza desapegada. Romântico, sonhava em reencontrar o par perfeito e ser marcado, um alfa que conheceu em suas muitas saídas e que não via há tempos, e ao qual daria o prazo de mais um ano antes de se desapegar de vez. Enquanto não se decidia também não abria mão da coleira de prevenção.

Izuku por sua vez não tencionava ser marcado por nenhum alfa. Queria apenas se formar, trabalhar e poder fazer a diferença na vida de outros ômegas ao exigir a reanálise de alguns pontos das leis que permitiam certos comportamentos por parte dos alfas. Sempre que Eijiro o questionava sobre suas intenções amorosas ele desconversava, cansado daquele assunto e do fato de que só conseguia pensar no alfa lúpus de quem queria distância, embora o coração ardesse toda vez que o via ao longe ou pensava nele.

Junto com Denki conheceu sua namorada: Jirou, uma beta maravilhosa e com alma de alfa que vivia dando leves correções no loiro brincalhão ao perceber que ele estava indo longe demais em suas brincadeiras e trabalha como DJ na maioria das festas frequentadas por Eijiro. Foi em uma dessas baladas que se conheceram, principalmente quando o ruivo abandonou o amigo sem remorso algum para se atracar a um alfa que estava secando a minutos sem pudor algum. O mesmo alfa que ele vinha buscando há tempos, irritado por ter perdido a chance de se atracar com ele mais vezes quando o número cuidadosamente salvo em seu telefone se perdeu quando o aparelho também desapareceu de seu bolso em algum ponto do trajeto de volta para casa.

— Puta alfa gostoso vou te contar — resmungou inconformado — Tinha uma pegada meio violenta, sabe?Tão gostoso o filho da puta que eu não me importaria se ele me marcasse.

— Pra depois ficar chorando arrependido por ter tomado a decisão no calor do momento? Melhor não, pois eu que ia acabar virando seu confessionário — Denki disse fazendo o sinal da cruz, acompanhada da namorada que acenava positivamente, também grata pela graça alcançada.

— Ia nada, por uma foda daquelas eu não me importaria. Porra, ele me atou, cara, você não tem noção da intensidade. Pensa num alfa forte com um instinto dominador! Chegou a ativar o meu cio, credo, nunca fiquei tão desesperado para ser fodido por alguém, fora que acordei todo esfolado no dia seguinte e..

Denki cortou a narrativa antes que ele entrasse em mais detalhes.

— Ai credo Eiji, me poupe das suas aventuras sexuais porque eu dispenso saber disso. Você me faz imaginar algo que não quero — fazia cara de asco, tremendo levemente.

— Eu não sei se ele é tão importante assim já que você vive com outros alfas. Seu suposto-príncipe-encantado-alfa deveria te ajudar a sossegar esse fogo, não atiçá-lo! — Jirou completou digitando algo no celular.

— E você acha que eu deveria parar por causa de um? Ainda mais que eu nem mesmo sei se vou rever? Mas nem fodendo, que vou. Enquanto ele não volta eu me divirto com os demais, afinal nem sei se vou revê-lo.

Izuku seguia os dias tranquilo satisfeito pelas novas amizades inclusive por conhecer também Sero que se juntou a trupe. Eram um pouco barulhentos, porém leais e o ajudavam a se distrair do marasmo que havia se tornado sua vida. A despeito de toda essa agitação continuava a ver os antigos amigos que aos poucos se reuniam ao seu redor e o mantinham com a mente sã, com exceção de Bakugou que se mantinha afastado por ainda não saber lidar com a frustração de ter perdido para o alfa lúpus, mesmo que ninguém o julgasse por isso.

Todavia, como tudo na vida de Izuku, os bons momentos pareciam sempre anteceder os momentos ruins. Bastou Shoto retornar a universidade para que ele se sentisse balançado novamente. Evitava-o a maior parte do tempo, algo que o alfa pareceu compreender ao não se aproximar, mesmo que seus olhos o buscassem o tempo todo, sempre tristes e pedintes.

Se por um lado, Izuku estava feliz por ele respeitar sua decisão, por outro estava se sentindo meio atormentado e culpado. Shoto estava diferente, mais calado e introspectivo, mudando de direção ao vê-lo no corredor e seguindo por um caminho alternativo ao mesmo tempo que o seguia com o olhar, perturbado. Seus feromônios também pareciam controlados e tensos, apesar de se manterem sempre no mesmo padrão, algo que o deixou confuso. Como era possível alguém manter um padrão linear e único para expelir algo tão natural como a essência? Era intrigante, mas tinha um lado bom, afinal não o deixava atordoado nem mesmo mexia com seus instintos.

Passaram uma semana inteira evitando a presença um do outro, encarando-se a distância quando um deles aparentava estar distraído, mas ambos conscientes de estarem sendo observados.

Então, para a infelicidade de Izuku aconteceu o que ele esperava apesar de dizer a si que não ligaria.

Shoto estava saindo com uma nova ômega, loira e estonteante, com um belo corpo e um sorriso amplo e estampado por estar ao seu lado. Os viu enquanto estava com os amigos no refeitório conversando animosidades. Bastou ver os dois juntos que sua atenção foi inteiramente sugada e o sorriso em seu rosto apagando ao perceber a intensa troca de olhares que parecia haver entre ambos.

Apesar de Todoroki manter a mesma postura rígida e olhar supostamente indiferente, ele parecia correspondê-la ao conversar. Aquela cena tirou o ar de Izuku que precisou se levantar para se recompor ao sentir um bolo se formar em sua garganta.

Correu para o banheiro, disposto a ignorar o turbilhão de sentimentos que o afligia, ignorando os pedidos dos amigos. Acabou tomando um rumo diferente e voltando para a quadra onde se trancou em um dos vestiários, hiperventilando e repreendendo a si mesmo por sentir-se daquela maneira.

Queria entender porque era tão difícil aceitar aquilo? Ele havia se decidido, por Deus! Não havia nada entre os dois, nunca houve, porque se sentia ofendido e traído ao vê-lo com outro ômega? Não deveria!

Demorou mais do que precisava para se recompor e antes que pudesse sair os amigos estavam ao seu redor, preocupado consigo e lhe confortando.

O carinho deles aliviou seu coração, trazendo-lhe a sanidade novamente. Precisava se desapegar daquele estranho sentimento que o sufocava, e nada melhor do que focar no amor fraternal que todos estavam oferecendo de bom grado.

Mesmo assim passou o restante da aula olhando para Shoto de soslaio, evitando-o e sentindo o coração arder ao notar que ele não o estava olhando de volta. Naquelas horas lutou bravamente contra o desejo de se reaproximar dele, xingá-lo ou mesmo pedir que voltassem a ser amigos, dizendo a si mesmo que era apenas um dos muitos efeitos de seu gênero. Não podia estar amando-o de verdade, tinha que ser um efeito colateral dos momentos intensos que compartilharam.

Esperou que ele se retirasse para poder sair da sala, volvendo o olhar para ele em um ato reflexo de puro nervosismo, suspirando ao vê-lo caminhar para fora enquanto fitava os ombros largos e costas fortes dele. Qual ômega poderia resistir a um alfa daquele porte? Nenhum, sem dúvida e a essa certeza atribuía os sentimentos estranhos que o estavam atormentando.

Ao sair foi automaticamente coberto por braços e mãos amigas que o apertavam protegendo-o em um ninho de amor quase sufocante. Dentre todos Eijiro era o mais intenso, colocando o braço ao redor de seu ombro enquanto o apertava. 

— Fica tranquilo, Izu, eu te protejo de todos esses loucos! — disse carinhosamente. 

— Protege ele primeiro de si então — Jirou se adiantou em alfinetar recebendo um olhar desinteressado. 

— Desculpa ter te apresentado a esse monte de gente pentelha, Izu — reafirmou ignorando-a. 

As conversas e brigas aparentemente inocentes deles estavam cumprindo bem o papel de fazê-lo se sentir novamente bem, fazendo com que esquecesse momentaneamente do incidente com Shoto. Saíram quase no tapa, cobrindo-o com tanto amor que o fez rir encantando-os. 

— Mano, ainda bem que tu usa coleira e supressores, porque com todo o respeito, teus feromônios são muito atraentes e a sua risada é linda — Sero, um dos alfas disse sorrindo bobamente enquanto mostrava as presas. 

Recebeu um leve cascudo de Eijiro que o repreendeu. 

— Segura essa onda que ele é nosso irmão, e recolhe essa presença porque tuas presas já estão aparecendo. 

O alfa se apressou em seu desculpar e agradeceu quando o ômega lúpus lhe deu um pouco de inibidor, aplicando-o e se sentindo menos tenso. Estar perto de Izuku era uma tarefa difícil para muitos alfas e até mesmo Denki sentia-se atraído por ele, mas não revelaria nem sob pena de morte ou a namorada encurtaria seus dias na terra. 

— Eu preciso concordar que até mesmo eu sendo beta não estou conseguindo lidar, Izu. 

— Eu sei, desculpem. É algo incontrolável, acreditem. 

— Nós sabemos, não se sinta culpado. 

Passearam mais algum tempo rindo até Izuku parar com os olhos abertos e o queixo trêmulo ao ver Shoto e a ômega de antes se beijarem no estacionamento da universidade. Antes que pudesse conter estava derramando lágrimas e marchando na direção contrária sendo perseguido pelos amigos que estranhavam a sua súbita mudança. 

Sua fragilizada convicção havia acabado de se partir uma vez mais e a noite traria dúvidas amargas as quais talvez não conseguisse repelir.  Tocou o braço sentindo vontade de se cortar para aliviar a dor em seu coração. 

****

Sem palavras pra descrever o que estou sentindo nesse momento...

Pokračovat ve čtení

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Com ela eu caso, construo família, dispenso todas e morro casadão.