Anjos do Anoitecer

By HenryGusta

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Em um mundo cuja a existência de vampiros é tolamente tida como lenda, dois jovens descobrem logo cedo de que... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2 (parte I)
Capítulo 2 (parte II)
Capítulo 2 (parte III)
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19 (parte I)
Capítulo 19 (parte II)
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25 (parte I)
Capítulo 25 (parte II)
Capítulo 25 (parte III)
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33 (parte I)
Capitulo 33 (parte II)
Capítulo 34
Capítulo 35
Capitulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capitulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capitulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80 (ultimas semanas)
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90 (Últimos Capítulos)
Capítulo 91 (Penúltimo Capítulo)
Capítulo 92 (Último Capítulo)
Epílogo
Livro Novo Já Disponível!

Capítulo 86

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By HenryGusta

Musica: Avenged Sevenfold - Hail To The King

Estava escuro, e a unica luz, ali vista, era o brilho dos olhos deles. Capturados, sucumbidos aos caçadores, os vampiros estavam algemados e acorrentados nas pernas e nos braços. Os ferimentos curavam-se lentamente, estavam fracos, muito fracos.

Escoltados por cinco carros cheios de Projetos, os vampiros foram levados ao refúgio mais próximo. O destino inicial seria o refúgio onde Selena havia ficado, mas por ter sido destruído, os forçou a viajar por mais tempo.

Drake e os outros se mantiveram em silêncio, tal como imóveis, além da probabilidade de haver escutas escondidas dentre eles, gastar energia era inviável. O vampiro já estava se preparando psicologicamente para a humilhação que passaria ao chegar naquele refúgio, tal como a dor de ter suas presas arrancadas.

A viagem pareceu durar dias, mas levou cerca de dezoito horas para ser completa. O caminhão parou, despertando os vampiros que haviam adormecido. O calor abafado dentro do local fez eles deduzirem que era dia, e um dia de sol forte. Seria difícil para eles suportarem o sono, a fraqueza, mas teriam que ser fortes. 

A porta do caminhão foi aberta de forma brusca, fazendo com que a claridade entrasse sem aviso. Os vampiros fecharam os olhos, até se acostumarem com a luz em seus rostos, ao abri-los depararam-se com os Projetos do lado de fora, encarando-os com sorrisos vitoriosos, e atrás deles o aglomerado de caçadores que os aguardavam.

Com dificuldade eles se ergueram, também olhando-os. Drake controlou sua fúria, manteve-se estável, frio. Heigi era mais temperamental nesse sentido, e por isso a todo momento se imaginava arrebentando aquelas correntes, e avançando contra eles, matando-os um a um. Ele tinha forças para isso, o sangue de Drake ainda corria nele, porém, assim como seu amigo, ele segurou seus instintos, e manteve-se calmo.

— Parece que agora não são tão fortes, não é? — O Projeto perguntou, sem mascarar o tom debochado. Drake dirigiu seu olhar para ele, ainda frio e inexpressivo. — Saiam. — Mandou. 

Drake teve engolir seu ego e ser maleável, odiava receber ordens.

Ainda em silêncio eles caminharam até a saída, suas posturas eretas davam a impressão de que não estavam tão fracos assim, e isso fez alguns caçadores os temerem. Desceram do veículo, sem apresentar muita dificuldade, mas incomodaram-se com a leve ardência que a luz solar causou ao atingir suas peles. Talvez tenha sido por isso que surgira o mito de que vampiros queimavam no sol. Bom, a exposição repentina depois de muito tempo sem receber raios ultravioletas na pele, causava uma sensação de queimor que não durava muito, mas era ainda assim bem incômoda.

— Diga-nos seu nome, você, de olhos dourados. — Mandou novamente o Projeto com voz firme. Os caçadores observaram Drake o fuzilar como olhar, e um expressão de preocupação surgiu em seus rostos.

— E que diferença faz meu nome? — Perguntou, controlando sua raiva.

— O nosso líder quer saber — Respondeu ríspido. Um sorriso sádico surgiu no rosto de Drake.

— Eu não me importo com o que seu líder quer ou deixa de querer. — Retrucou. O Projeto enfureceu-se e levou sua mão a cintura e retirando sua arma. A apontou para Drake, de modo que se o disparo fosse efetuado, abriria um buraco bem no peito do vampiro.

— Dirija-se a mim dessa forma de novo e morrerá! — Ameaçou, com o dedo firme no gatilho. Drake deu dois passos à frente, se aproximando. Todos ficaram apreensivos, Drake não aparentava ter se intimidado com as ameaças.

— Você não vai me matar, nem ninguém aqui, afinal seu líder quer nos ver, não? — O desafiou, mantendo aquele mesmo sorriso. O Projeto rangiu seus dentes furioso, mas se conteve.

— Você tem razão, mas eu tenho permissão para fazer isso. — Disse dando em seguida, um forte soco em sua barriga. De dor, o vampiro acabou se ajoelhando. — E assim que vocês devem ficar: ajoelhados perante nós, e não o contrário.

Heigi olhou para o amigo, se ele havia ficado furioso pelo o que o caçador havia dito, nada se compararia a raiva de Drake. Ele sabia que o vampiro não estava tão fraco, com esforço ele poderia se soltar e acabar com muitos ali, no entanto seria morto em seguida. Temeu que o amigo perdesse a cabeça, mas ao mesmo tempo o conhecia bem. Drake era como um balde, e a cada vez que era provocado sem poder reagir, ele enchia esse balde de água, retendo a raiva. Esse é o pior tipo de pessoa, pois quando a água transborda, o caos e irreparável.

— Diga mais algo vampiro. — Outro Projeto mandou, sem obter resposta.

O silêncio do vampiro gerou gargalhadas por parte dos caçadores. A humilhação que estava passando certamente estava o abalando emocionalmente, e ele mesmo resistente estava por um fio. 

— Tragam a forçadeira e a truquesa. 

O caçador referia-se a um equipamento criado especialmente para forçar a boca de um vampiro se abrir, e deixando apenas as presas livres. Obediente o Projeto rapidamente veio com as duas ferramentas, entregando-as prontamente. Seu olhar desceu para Drake, e seu contentamento ficou mais do que perceptível. Pelo o que o Projeto havia pedido, não era difícil imaginar o que fariam com aquilo.

Três Projetos se puseram atrás de Drake, dois seguraram seus braços, e um puxou sua cabeça para trás, fazendo com que ela se levantasse. Com os lábios para cima, era fácil para o Projeto fazer o que queria, por isso Drake não relutou, deixou que ele enfiasse a ferramenta em sua boca.

A mesma se assemelhava a um alicate, com dois "braços" que deviam ser abertos para que sua "cabeça" também abrisse. A ferramenta encaixou-se perfeitamente na boca Drake, suas presas foram as únicas expostas. O Projeto levou a ferramenta para um dos caninos, segurando-o. Impiedosamente ele puxou, arrancando o dente pela raiz. Drake quis gritar, mas o objeto em sua boca permitiu apenas que ele gemesse alto com a dor aguda que correu por todo seu rosto. O Projeto se divertiu com o sofrimento de Drake rindo alto, acompanhado dos outros. Em seguida fez o mesmo com o outro dente.

Para certificar-se de que outros caninos não nascessem, ele sacou sua espada, e enfiou na barriga de Drake. A dor foi doce, comparada a que sentiu ao ter o que mais lhe definia como vampiro arrancado de si. Drake tombou, seu sangue manchou o chão, sua vista embaçada fitava os pés do Projeto, que se dirigiu para trás dele, sumindo de sua visão.

Ele sabia para onde o Projeto ia, e lamentou-se por não poder impedir que fizessem isso com Heigi e outros. Sua força se esvaiu de tal modo que nem seus olhos conseguiu manter abertos, acabou apagando.

Do primeiro andar, escorado nas grades que cercavam as passarelas — numa medida de segurança — Ítalo observava os últimos. Era horário de intervalo, o pátio estava lotado de caçadores, que transitavam de um lado para o outro, uns com marmitas na mão, outros apenas aproveitando o momento para descansar.

— Senhor. — Ouviu uma voz feminina atrás de si o chamar. Ítalo virou-se, a general mantinha-se de cabeça baixa.

— Sim?

— Trago boas notícias. — Disse erguendo o olhar, singelamente.

— Capturaram ele?

— Sim senhor, ele e mais cinco. — Respondeu, um largo sorriso surgiu no rosto dele.

— Isso são ótimas notícias! Eu sabia que o capturariam, ninguém pode se esconder por muito tempo.

— Disseram que ele tentou armar uma emboscada, mas acabou dando errado. — Contou.

A gargalhada de Ítalo ecoou pelo local de forma tão intensa que chegou ao último andar aparentando ser mais alta do que realmente foi.

— E esse o líder que tanto impõe medo em meus homens? 

— Só que perdemos mais de mil Projetos nessa batalha senhor, outros quinhentos estão danificados. — Advertiu. Ítalo virou-se para ela, encarando-a, a caçadora abaixou a cabeça novamente.

— Um déficit de mil Projetos não é nada comparado a captura desse... vampiro. Estou ansioso para vê-lo, e saber por que ele causa tanto medo em vocês. — Disse sério. — Também o teme Akame? — Perguntou. A jovem asiática ergueu o rostonovamente, o olhar frio de Ítalo a deixou apreensiva.

— Não senhor, não posso temer o que ainda não vi.

— Foi prudente em sua resposta, eu não quero medrosos, eu quero caçadores, assassinos de vampiros, e espero que continue a não temer. — Falou ainda mais sério, a mulher assentiu com a cabeça.

— Posso me retirar senhor?

— Vá, e conte aos outros sobre a grande notícia. — Mandou, a mulher virou-se saindo dali.

Ítalo voltou a observar os caçadores, que olhavam para cima, provavelmente tentando entender de onde aquela gargalhada histérica havia partido. Ele estava confiante, visivelmente contente, e ansioso, ansioso para saber quem era seu principal rival.

Aquela parede fria congelava as costas de Drake, e sua blusa fina contribuiu para que a sensação fosse ainda mais incômoda. Sentando ao chão, transtornado, Drake se escorava no concreto pintando de cinza esverdeado. O sangue seco em sua boca não lhe incomodava, mas seus dentes ainda doíam, e a falta das presas muito o incomodava. De todas as lutas que teve que travar, esta estava sendo a mais difícil, a mais tensa de se lidar.

Heigi mantinha-se da mesma forma, na cela ao lado de Drake. Era o mais forte, por ter bebido o sangue do vampiro, por isso suas presas voltaram a crescer, lentamente. Isso o preocupou, já que a ideia era aparentar de fato vulnerável, se eles o verificassem e percebessem seus caninos novamente nascendo, o plano seria colocado em risco.

Temendo que isso pudesse acontecer, ele fez suas unhas crescerem e levou sua mão para baixo de sua blusa. O vampiro rasgou seu peito até o umbigo, o sangue misturou-se com sangue seco originado pelo golpe em sua barriga, horas antes. Agora, a cura que era direcionada a suas presas, focaria seu peito, suas forças acabariam, e ele ficaria no mesmo estado que os outros.

Não eram apenas eles os presos ali, haviam também centenas de outros capturados, e eles estavam desesperançosos. Aqueles que pensavam ser as peças chaves para ganhar a guerra estavam presos, também tinham sido capturados. Não havia motivos para ter mais esperanças de sair dali, de saírem vivos, e seus olhares desolados pairaram sobre Drake. O silêncio foi mantido, arriscar dizer algo poderia adiantar o destino deles.

Porém mesmo destruído por dentro, Drake concentrou sua raiva crescente na sua força de vontade em fazer dar certo, em acabar com a Ordem. Também sabia que Selena estava agindo do lado de fora, sabia que não estava sozinho.

— Cada vez mais vampiros estão se juntando a nós, depois do que aconteceu ontem, muitos estão revoltados. — Leticia a informou enquanto se aproximava. Selena se mantinha sentada na beirada de uma das janelas do castelo, observando aquela vista caótica.

— Aquele momento em que você percebe a diferença de vampiros e caçadores, se fosse eles, com certeza iriam se amedrontar, mas mesmo perdendo a batalha... parecemos ficar mais fortes, mais unidos... — Disse pensativa.

— Mudamos muito depois da nossa transformação, não é?

— Pra melhor eu diria, sou forte o suficiente para não ser mais a garota indefesa que precisa ser protegida porque morre com um tapa. — Virou-se para amiga, olhando-a. Leticia riu, acompanhada dela. — Estava pensando, recrutar vampiros não será o suficiente, precisamos ajudar eles, que já estão lá dentro.

— Sim, mas agora não temos o Drake aqui para pensar numa loucura que tem 99% de chances de dar errado, e dá certo.

— Espera, você tem razão! — Disse em tom alto, como se fizesse uma descoberta. — O Drake, ele sempre tem planos mirabolantes que dão certo, mas esse, ele não planejou minuciosamente como das outras vezes...

— Deve ser porque por causa da pressão de vencer essa guerra, sei lá, estava desesperado.

— O Drake e frio quando quer, ele não iria cometer o mesmo erro que cometeu com os lobos. — Raciocinou aproximando-se da amiga. — Daquela vez, ele não contava com a bruxa, e aconteceu o que aconteceu, ele não iria vacilar de novo. — Argumentou, Leticia ficou pensativa.

— E verdade, mas então o que ele quer, porque esse plano dele e suicida.

— Ele sabe que eu vou ajudar ele, ele sabe... o problema e que eu não sei o que fazer... — Levou uma mão na cintura, enquanto a outra vai para seus lábios. — Eu tenho que pensar como ele, se eu fosse ele, o que eu faria? — Perguntou, mais para si mesmo do que para Letícia.

— Não sei, você quem ficou ligada a ele, ninguém mais que você conhece o Drake. — Disse. Selena a olhou pensativa por um momento, ela tinha razão.

O que Drake queria? Se ele queria ajuda, por que não havia pedido? As respostas para essas perguntas era o que mais queria no momento, no entanto sabia que isso era o de menos, ela tinha que pensar em um jeito de ajudar Drake e os outros. Não era fácil pensar como ele, ela não tem a mente maluca dele, por isso ela precisou contar com seus poderes de iluminada, eles podiam ajudar em algo.

Ela afastou-se da amiga, e concentrou-se em seus poderes, esforçou-se para controla-los, para ver o que era necessário para ajuda-la naquele momento. Por um breve momento, ela os dominou, e num flash rápido ela viu algo que clareou sua mente. Não conseguiu manter por muito tempo, acabou perdendo o controle de seus poderes, e visões aleatórias vieram, nenhuma útil. Frustrada por não poder ver mais, ela fez sua consciência retornar, e uma ideia floresceu.

— Leticia, eu tenho um plano. 

— Ai meu Deus, agora é você...


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