Dizem que quando você está para dar a luz, é possível sentir uma sensação arrebatadora de liberdade. No caso de Louis, não foi isso que ele sentiu, talvez porque estivesse mais preocupado com as dores que eram como facadas contra sua barriga. As lágrimas que escorriam de seus olhos achavam repouso nas almofadas da maca da sala de cirurgia.
Estou pronto, dizia para si mesmo, eu me preparei por meses para esse momento. Mas era tudo tão assustador, estar ali sozinho, com a única pessoa conhecida, sendo o homem que iria abrir sua barriga.
Ouviu algumas pessoas falando, não com ele, ao menos não naquele momento, se contraiu com uma pontada mais forte e deixou um gemido sôfrego escapar depois de lutar para sucumbi-lo na garganta.
– Não podemos esperar mais... – ouviu alguém dizendo, a voz era distante e Louis não conseguiu diferenciar se era feminina ou masculina.
A vista estava ficando turva, e o coração batia com mais esforço, era doloroso demais.
– Injetem a anestesia. – Disse uma voz rouca e abafada. – Ficará tudo bem. – Olhou na direção de onde vinha o som e encontrou um homem em trajes azul escuro e uma máscara branca no rosto, reconheceu: Jared Padalecki. – Sua mãe quis entrar, mas achei melhor que ela ficasse na sala de espera.
– Okay. – Assentiu, logo colocando. – Os bebês. Salve-os. – Sussurrou sem forças e o homem soltou sua mão. Sentiu um leve ardor no peito e sua vista começou a escurecer de vez.
Ouviu, mesmo que baixo, os trechos de sua música preferida ecoando pela sala de operação: “Heroes”, David Bowie. Virou a cabeça para o lado encontrando uma figura que não se encaixava em todo aquele ambiente no qual estava. Rapidamente semicerrou os olhos para tentar enxergar melhor.
Era magro e alto, envolto por vestes negras, seu rosto tinha uma feição elegante e ligeiramente sensível, os olhos fundos e os lábios finos. Os cabelos loiros e apagados desciam até os ombros num corte estranho. Fez um aceno simples com os dedos longos e esqueléticos.
Primeiro uma onda de tristeza invadiu Tomlinson, logo em seguida, recebeu um olhar materno do ser parada perto da parede que lhe fez transbordar tranquilidade, e por um momento acreditou que a música que estava ouvindo vinha do corpo daquele ser.
“É você quem escolhe.” Ouviu a voz fina e tranquila do ser, soou despreocupada e até mesmo um pouco entediada.
Louis entendeu, por fim, quem era o ser e o que ele estava fazendo ali, e a única coisa que conseguiu dizer juntando todas as suas forças foi:
– Hoje não.
Sentiu uma ânsia o invadir e um peso ser depositado sobre sua barriga e quando pensou em chorar, sentiu uma mão segurar na sua, mesmo que não fosse um contato direto por conta da luva que a pessoa usava ele reconheceu tal toque.
O calor.
Levantou a cabeça minimamente e encontrou o rosto de Harry coberto por uma máscara cirúrgica. Mesmo usando aquilo, ele podia senti-lo sorrir.
Styles se abaixou na altura do rosto de Louis e sussurrou com uma voz controlada:
– Eu prometi que estaria sempre ao seu lado, que sempre te salvaria. Não tenha medo, por você e por mim, eu estou aqui.
E no meio de toda aquela névoa de agonia e amor Tomlinson sentiu sua barriga ser cortada, mas nenhuma dor o atingiu, além de um pequeno incomodo.
Ele podia sentir toda a movimentação e a invasão, era como estar ao norte do ceu e a oeste do inferno.
Logan estava sentado no terminal de desembarque enquanto Pietro brincava com os bonecos do Toy Story que Liam havia lhe dado antes de viajar para New York. Os dois estavam no aeroporto à espera de Daniel. O de olhos azuis se sentia feliz pela carreira do namorado, afinal tudo estava dando certo entre os dois, e não havia mais como voltar atrás.
Não agora que sua vida realmente começara a tomar algum rumo. Depois de conversar com sua mãe seriamente, Lerman havia decidido permanecer em Londres junto a Daniel, a mãe fez questão de lembra-lo de suas palavras “Isso quer dizer que posso deserda-lo, certo?”, Logan confirmou, já havia conseguido um emprego, ao menos Harry o havia encaixado na empresa, e ele gostava de trabalhar lá. Sua mãe não o ligou mais, nem escreveu. Lana ligava sempre que podia, preocupada e perguntando como ele estava e se precisava de alguma coisa. Dizia estar morrendo de saudades e que logo voltaria para Londres para passarem um tempo juntos e visitar Louis. Sim, da última vez que ela havia vindo a Londres conheceu os amigos de Logan e criou uma afinidade maior com Louis.
Deixou tudo isso de lado e sorriu levantando ao ver Daniel Sharman se aproximando vestido em um de seus casacos de lã preferidos e os tradicionais óculos escuros, a mochila e a mala em mãos.
Os dois se abraçaram no meio do terminal e trocaram um beijo apaixonado, e sorrisos assim como palavras de saudades e coisas do tipo.
Logan sentiu o celular vibrar no bolso e o sacou, vendo que era Niall, informou a Daniel em um rápido aceno e atendeu, mas a ligação estava ruim e caiu.
Discou o número de Horan e levou o celular ao ouvido, observando Daniel em uma conversa empolgada sobre o Toy Story com Pietro que o mostrava como o Xerife Woody falava se puxasse a cordinha.
Niall finalmente atendeu.
– Logan, Louis está na sala de cirurgia, os bebês estão nascendo. Venha pra cá. – e lhe passou o endereço da clínica. – E por favor, avise a Anne, deve estar no restaurante e não atende ao telefone, Okay? – Acrescentou.
– O que foi? – Daniel perguntou com Pietro no colo, os dois o encaravam, ele estava pálido e os olhos azuis arregalados.
– Os bebês estão vindo, Louis está na clínica. – Respondeu, mas não voltou do transe em que entrara até ouvir o gritinho de “WooHoo! ‘Migos’!” que Pietro soltou. – Precisamos passar no Rising Sun e falar pra Anne e de lá direto para a clínica, Okay, amor? – Olhou para o loiro que sorriu, mostrando a fileira de dentes bem alinhados. E os cabelos agora num topete, Logan o amava.
Liam Payne abriu os braços quando viu Evan correndo em sua direção com os cabelos loiros bagunçados e os olhos brilhando.
– Consegui, Liam, conseguimos! – Ele gritava animada se atirando nos braços fortes do namorado, e enterrando seu rosto no peito dele, Evan estava realmente feliz.
– Eu sabia que o seu dia chegaria. – Ele segurou o rosto de Peters nas mãos e o beijou fazendo-a sorrir. – Você merece, amor.
– Obrigado por acreditar em mim. – Sorriu e o abraçou outra vez. – Preciso de um banho. – E correu em direção ao banheiro do quarto em que estavam hospedados.
Payne, com o tórax nu, deitou na cama tentando relaxar. Tinha sido um dia corrido, mas bom, eles tinham conseguido um bom dinheiro com o show daquela noite, e ele ainda tinha um bom dinheiro na poupança, e por fim, Evan recebeu a ligação de um empresário dono de uma gravadora a convidando para uma reunião, e talvez a gravação de seu CD, ele o havia assistido em um pub.
Estava quase pegando no sono quando o celular vibrou no bolso, resmungando e sem paciência o tirou e destravou sentando de imediato ao ler o que tinha escrito. “Estamos no hospital, os bebês nasceram. É um casal.”
Harry Styles era uma pessoa forte. Já havia assistido a um parto, claro que pela TV, mas era um parto real, e ele não perdia um episódio de Grey’s Anatomy. Mas estar ali, dentro daquela sala, e assistir ao parto de seus filhos, era mais forte.
Louis apertava sua mão com força, e em algum momento, ele ouviu claramente quando o noivo sussurrou: “eu estou tão perdido”, sabendo daquilo, Harry abaixou-se e puxou a máscara rapidamente beijando-lhe o canto da boca, na tentativa de tranquiliza-lo.
E no meio de todo o som de maquinas e comandos médicos eles finalmente ouviram o que esperavam. O choro de um bebê, o bebê deles. Nunca ficaram tão felizes por ver alguém chorar.
O de olhos verdes ergueu o rosto tentando ver, e sorriu abobado, o médico, após cortar o cordão umbilical, o envolveu em uma manta azul e entregou nos braços de Harry que não se incomodou pelo garoto estar ainda ensanguentado. Com todo cuidado, ele o pegou e o embalou carinhosamente, esquecendo-se do mundo por um instante, logo se abaixando para mostrá-lo a Louis que compartilhava do mesmo sorriso.
– Parabéns, pais, é um garoto. – Jared lhes ofereceu suas congratulações, logo voltando para seu posto, afinal, teria mais um para tirar.
– Kyle? – Harry perguntou ainda com o garoto nos braços, Louis entendeu o que o noivo perguntara, mas demorou um pouco a responder, seus dedos estavam passando pela pele suja de sangue do seu menino.
– Sim. – E para sua aparente tristeza, Harry entregou o bebê a uma enfermeira para que ela o limpasse e fosse levado ao berçário.
Não demorou muito para o segundo bebê sair, o médico segurou nos braços e o envolveu em uma manta rosa, apenas com essa atitude Harry pôde perceber o que significava e seus olhos brilharam de empolgação para ter o bebê nos braços.
– Uma garota. – O médico lhe sorriu confortável ao entregar.
Ele a pegou, com o mesmo cuidado que havia pegado Kyle, e se curvou para mostra-la a Louis que deixou escapar uma lágrima. Estava tão feliz.
– Joanne. – Tomlinson sussurrou com a voz trêmula de emoção, vendo Harry Styles confirmar.
E no mesmo momento em que Harry se virou para entregar Joanne a enfermeira, o aparelho que mede os batimentos cardíacos e a pressão apitou alto e todos se voltaram para ele.
Menos Zayn, que se virou de imediato para Louis que tinha os olhos fechados e a respiração fraca, o horror se apossou de Harry com fúria.
– O que está acontecendo? – Ele perguntou assustado, sem conseguir sair do lugar.
– Perdendo sinais, a pressão está caindo, tragam o desfibrilador. – Jared disse apressado, sem lhe dar atenção.
– O que está acontecendo? – Repetiu, mais alto e autoritário, então pareceu ser notado e ouviu quando Jared lhe pediu desculpas e pediu a uma enfermeira que o tirasse dali.
“Paraíso. Inferno. Limbo. Ninguém sabe para onde vamos, ou o que nos espera ao chegarmos lá. A única coisa que podemos afirmar com certeza é que há momentos que nos levam a outros lugares. Momentos de paraíso na terra. Talvez, por agora, é o que precisamos fazer.”
Com um jeito meio torto por causa das posições, Harry puxou Louis para um abraço. Não falaram nada, apenasse abraçaram, Louis enterrou seu rosto na curva do pescoço do maior que subiu uma de suas mãos e acariciou os cabelos macios dele, sentindo o cheiro de morango e madressilva ficar em suas mãos.
Com isso percebeu toda aquela situação ele lembrava daquilo foi o contato mais “íntimo” entre ele e Harry Styles, seus olhos se encheram de lágrimas. Quanto tempo havia se passado? Aquela lembrança parecia tão viva, mas tão distante.
Em uma mancha como tinta em um copo d’água, a imagem se desmanchou e outra avançou contra seus olhos.
– Louis, eu sei que não sou a melhor pessoa do mundo, tenho minhas falhas e tudo mais, não sei muito bem o que quero para meu futuro, mas tenho certeza que quero estar com você e nosso filho, ou filha, eu sei que te amo e isso é mais forte do que qualquer outra coisa que já senti em toda minha vida. Eu quero construir uma família com você, eu quero cuidar de você, te fazer feliz, e te dar tudo que você precisar, porque eu me importo. Eu quero envelhecer ao seu lado. – Harry dizia tudo apressado, como se as horas que passou ensaiando em frente ao espelho não tivessem valido de nada, sorri vendo as lágrimas se formando nos olhos do namorado. – Não sou muito bom com palavras, e eu estou envergonhado, talvez, um pouco, Okay, muito, mas estou aqui, perguntando se você quer casar comigo?
Louis deixava as lágrimas rolarem por seu rosto, enquanto fitava os anéis que Harry trazia dentro da caixinha preta.
Tomlinson soltou as mãos e segurou nas de Harry o puxando para cima, fazendo-o ficar de pé, em seguida passou seus braços pelo pescoço do maior, ficando na ponta dos pés e o beijou, calmamente, lindamente.
– Sim, eu aceito.
Trocaram mais um beijo: animado, apaixonado, memorável.
“Meu-sol-e-estrelas”, e como se fosse puxado logo depois das palavras seu corpo tombou para trás e ele se viu deitado na cama da mesa de cirurgia.
– Parabéns, pais, é um garoto. – Ouviu a voz de Jared, mas seu corpo começava a doer um pouco mais do que antes.
– Kyle? – Harry perguntou ainda com o garoto nos braços, Louis entendeu, mesmo que sua audição parecesse falhar, admirou a criança por um momento, mesmo sujo de sangue era tão bonito. Era seu garoto, gordinho e cabeludo, chorava, e foi o choro mais suave que já ouviu na vida.
– Sim. – Respondeu tentando sorrir, mas logo seu bebê, seu Kyle, foi levado por uma enfermeira para ser limpo, queria poder ter o pegado nos braços.
Não demorou muito para o segundo bebê vir, o médico o pegou e entregou a Harry:
– Uma garota.
Viu Harry a pegar, com o mesmo cuidado que havia pegado Kyle, e se curvou para mostra-la a Louis que deixou escapar uma lágrima. Estava tão feliz. Ele sentiu seu coração se apertar e os pulmões comprimirem um pouco, mas queria dizer sua escolha:
– Joanne. – Tomlinson sussurrou com a voz trêmula de emoção, vendo Harry Styles confirmar.
E no mesmo momento em que Harry se virou para entregar Joanne a enfermeira, Louis sentiu uma dor forte, como se pedras fossem atiradas contra seu corpo, uma dor dilacerante na região do peito e os pulmões pareciam murchar sem ar. Ouviu o aparelho que mede batimentos cardíacos e a pressão apitar alto e continuo e todos se voltaram para ele.
Menos Harry, que se virou de imediato para Louis que tinha os olhos fechados e a respiração fraca.
Tudo parou, e ele tomou um susto ao perceber a figura que estava encostada a parede, era a mesma que vira antes e sabia quem ela era, e foi aí que um nome soou em sua mente, como se alguém sussurrasse em seu ouvido “Azrael” *.
“Seu coração está piorando”, a criatura de cabelos loiros se aproximou dele, na cama, passeando entre os médicos que mexiam no corpo de Louis, o menor não sentia nada, mas acompanhou a criatura com os olhos.
– Então é agora?
“Como antes, depende de você. A escolha é sua. Faça valer o desejo de sue coração.”
– Eu quero voltar, eles precisam de mim. – Falou alterando a voz e virando a cabeça para tentar encontrar Harry, mas ele já não estava mais lá. Ele estava sozinho com os médicos e Azrael.
“Você tem certeza? É o que realmente quer?”
Louis não respondeu, e em silêncio lembrou-se do quão difícil foi sua vida nos últimos tempos, perder seu pai e estar à beira da morte outra vez. Ele teve alguns momentos realmente tristes e complicados, não foi uma vida fácil. E agora tinha a oportunidade de se encontrar com o pai, onde quer que ele esteja Louis estaria lá se aceitasse o convite de Azrael.
Mas por outro lado ele viveu os melhores momentos da sua vida e estavam ali, seus filhos recém-nascidos e o amor da sua vida. E a pergunta que Azrael lhe fez o pegou de surpresa:
“Você quer que eles cresçam sem você?”, a criatura o encarou profundamente, “Você vem?”.
E foi naquele momento que ele percebeu que não podia fazer aquilo com sua família e sua resposta foi rápida e curta.
– Hoje não.
02 dias depois,
Quarto particular de recuperação.
– Você precisa voltar. Eles precisam de você. Eu preciso de você. Lou, por favor. – Louis podia ouvir as palavras de Harry, mas teve que fazer certo esforço para poder abrir os olhos. Estava tudo um pouco embaçado ainda, só que aos poucos voltava ao normal. Sentiu a cabeça doer e então aquela dor se espalhou pelo corpo, mas sentiu também a mão sendo apertada.
– Hazz...
– Lou, amor. Você... – a voz de Styles transbordava o que seu coração estava cheio: preocupação e felicidade. Ele beijou a mão pequena e delicada de Louis que sorriu com a sensação proporcionada pelo toque do noivo. – Você está... Oh, Deus. Você me deixou tão preocupado, e... Louis, eu te amo. Demais. Eu te amo. Eu queria tanto ter dito isso antes de... – mas ele não conseguiu prosseguir, porque a lembrança de ver Louis sem sinais em uma sala de cirurgia o fez pensar que seria o fim, que ele o tinha perdido.
– Hey, Hazza. Calma, eu sei, eu sei. Talvez ninguém saiba tanto quanto eu o quanto você me ama. – Louis acariciou a bochecha do maior com a ponta dos dedos. – Eu também te amo muito.
O silêncio que veio em seguida só foi quebrado quando Jared Padalecki, entrou na sala descobrindo assim que Louis havia acordado. Os amigos estavam lá fora e todos queriam vê-lo, ele também queria, mas antes precisava fazer algo.
– Eu quero vê-los. Por favor – sussurrou para Harry que sorriu, aquele sorriso que fazia tudo de ruim que existia na sua vida ir embora.
Afastando-se um pouco, Styles conversou por quase três minutos com o médico, que por fim lançou um olhar preocupado para ele, mas confirmou.
Harry o pegou no colo, Louis tentou não fazer muito esforço, como o médico o havia indicado, logo foi colocado na cadeira de rodas. Era desconfortável, verdade seja dita, mas era por uma boa causa: Amor.
Os dois acompanharam o médico por um corredor contrário ao que levava a sala de visitas. Entraram em uma sala pequena e logo depois de se vestir devidamente, Harry ajudou Louis a vestir a roupa, e só então entraram na outra sala.
Tinham várias crianças, mas Louis só tinha olhos para as suas, uma enfermeira indicou o local onde estavam os gêmeos. Harry o levou até lá e pôde ver o brilho leitoso nos olhos de Louis quando ele pegou o garoto envolto em um manto azul no colo e se abaixou ao seu lado.
Os dois sorriam para o bebê que começava a se mexer por ter sido acordado. Louis estendeu a mão e tocou no cabelo preto e cheio do pequeno. Tinha a pele clara e as bochechas coradas, era grande e quente ao toque.
– Eu posso...? – Questionou voltando a olhar para Harry, o maior o entregou o garoto.
Louis teve ali, uma das melhores sensações da sua vida, ele finalmente podia segurar seu filho em seus braços.
– Kyle? – Sussurrou manhoso, sem se importar se mais alguém ouviria. O pequeno abriu os olhinhos ainda estreitos e Tomlinson pôde ver o tom de azul envolto por uma aureola verde, que causava um tom dourado entre as duas cores, era lindo. O rosto dele, principalmente o nariz e a testa lembrava bastante Harry, mas a boca e as bochechas eram como as suas. O garotinho sorriu, e Louis sentiu seu coração parar por um instante, o garoto tinha covinhas como Harry.
Louis sorriu de volta e olhou para cima encontrando Harry segurando a garotinha envolta na manta rosa.
– Os olhos dele, são uma mistura dos nossos e ele tem covinhas.
– Sim – Harry se abaixou para que Louis pudesse ver a garotinha que fazia cara de choro por ter sido acordada contra sua vontade –, os olhos de Joanne também. – E curvou a cabeça para depositar um beijo nos lábios do namorado, seu eterno namorado com quem tinha tido dois filhos. Seus filhos.
Styles queria poder traduzir o que seu coração falava, mas ele tem uma linguagem própria. Mesmo com toda a educação que recebera e as línguas que sabia falar, interpretar aquilo era impossível. As palavras agora lhe escapavam, descrever aquela cena, aquele sentimento que se aflorava.
E ele tinha certeza que naquele momento, ele daria tudo e até o paraíso para aquelas três pessoas que mudaram sua vida.