Anjos do Anoitecer

By HenryGusta

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Em um mundo cuja a existência de vampiros é tolamente tida como lenda, dois jovens descobrem logo cedo de que... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2 (parte I)
Capítulo 2 (parte II)
Capítulo 2 (parte III)
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19 (parte I)
Capítulo 19 (parte II)
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25 (parte I)
Capítulo 25 (parte II)
Capítulo 25 (parte III)
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33 (parte I)
Capitulo 33 (parte II)
Capítulo 34
Capítulo 35
Capitulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capitulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capitulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80 (ultimas semanas)
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90 (Últimos Capítulos)
Capítulo 91 (Penúltimo Capítulo)
Capítulo 92 (Último Capítulo)
Epílogo
Livro Novo Já Disponível!

Capítulo 69

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By HenryGusta

Musica: Adele - Someone Like You


—Eu sinto muito.

As falsas condolências de Marius não convenceram Drake, pois no fundo o culpava pela sua morte, mesmo sem saber que ele era de fato o culpado.

Ajoelhado ao chão, ele ergueu seu olhar, que exalava pura fúria e ódio.

Aquela imensidão dourada que tomou seus olhos intimidaram Marius a ponto de fazê-lo para trás e subir dois degraus.

A ficha ainda não tinha caído para Heigi, que se mantinha firme perante a dor da perda. Mas quando realmente desse conta do que aconteceu, certamente não ia aguentar.

— Você as deixou morrer... — As roucas e sofridas palavras de Drake foran ditas enquanto ele erguia-se lentamente. — VOCÊ NÃO AS SALVOU! — Bravejou furioso.

As luzes do salão piscaram freneticamente, até por fim estourarem assustando a todos ali.. Marius poderia esperar qualquer reação, menos de que Drake lhe culpasse pela suposta morte das duas.

A sua máscara começou a cair assim que, com a mesma fúria, disse sua resposta.

— Eu as deixei morrer? — Perguntou indignado. — Que eu saiba Drake, você e Heigi as trouxeram aqui, portanto a responsabilidade delas é de vocês. Somente os MEUS funcionários são minha responsabilidade pois EU os contratei. Não me culpe pela sua falha em protege-las.

Foi o fogo que ascendeu a pólvora. Aquelas palavras tiraram Drake de si, fazendo-o avançar e o pegar pelo pescoço, erguendo-o em seguida.

Os vampiros encaram aquela cena perplexos, sem saber o que fazer. O sangue do ancião se concentrou em sua cabeça, fazendo a mesma ficar vermelha, expondo suas veias assim como fazendo seus olhos ficarem esbugalhados. Drake apertava com força, um humano normal já estaria morto, seu cérebro quebraria o crânio e saltaria para fora.

— Drake, o solte! — Mandou Darius surgindo em meio aos vampiros.

A muito tempo estava afastado Drake, assim como Catarina. Unido a ela, agora sua companheira, ficaram encarregados de resolver os assuntos fora dos limites da mansão, mantendo-se afastados de todos. Porém tal distância não afetou a relação que tinha com Drake, e por isso, ele ainda o ouviu.

O vampiro o soltou e Marius foi ao chão. O ancião se arrastou pela escada com as mãos no pescoço, havia sido por pouco.

— Concentre sua raiva no mentor de tudo isso: Vladimir, não desconte nos seus.

Suas palavras seriam sábias se a situação fosse realmente o que aparentava ser, mas não era. Por isso, inocentemente, Darius livrou Marius de sua devida punição pelos seus atos.

Aquela raiva se transformou em tristeza, e involuntariamente as lágrimas começaram a cair de seu rosto. Darius desfez sua postura rígida e se aproximou, abraçando-o, Drake não teve forças para retribuir, continuou com os braços largados. Seus pensamentos viajam para o dia que falou com Selena pela primeira vez. Recordou-se da coragem e ousadia que ela teve em enfrentar os vampiros para tentar salvá-lo, foi naquele momento que o forte sentimento entre os dois começou a nascer. Nenhum abraço ou pêsames seriam suficientes para cobrir o buraco que surgiu em seu coração, e a falta que ela faria pra ele.

Os vampiros abaixaram a cabeça, até mesmo os que compactuaram com aquilo, em respeito ao momento de dor, tanto de Drake quanto de Heigi. Esperavam que ele se descontrolasse de raiva, e saísse em disparada até a Cidade dos Vampiros para acabar de uma vez por todas com Vladimir, não foi o que aconteceu.

A única coisa que Drake conseguiu fazer foi se desvencilhar daquele abraço e dar as costas para nobre. Tomou rumo de seu quarto e começou a subir as escadas.

Marius saiu caminho, apoiando-se no corrimão, e o observou subir e deixá-los ali.

Em seu quarto, jogou-se na cama e enterrou sua cabeça nos travesseiros, se permitindo chorar.

Ninguém consegue permanecer forte sempre , não é mesmo?

Parece que você não mudou mesmo, ainda gosta de pensar sozinho em lugares altos. — A voz de Selena invadiu os ouvidos de Drake, que a observou se sentar-se no parapeito do terraço, junto a ele. Um sorriso contente surgiu em seus lábios, a presença dela o confortava.

Meu amor por você também não mudou. — Antes que ela pudesse responder, ele a beijou, e ela retribuiu com prazer. Porém, Selena sabia que algo o afligia, e isso a fez interromper o momento, olhando-o séria.

O que aconteceu, pra você estar aqui? Tá pensando na morte da bezerra é? — Mesmo com o contexto sério da conversa, ela brincou, o fazendo rir.

Só minha avó falava isso, e olha que ela morreu. — Debochou. Selena levantou as sobrancelhas.

- Sua vó tinha um vocabulário muito requintado então. — Rebateu o fazendo rir novamente. — Mas agora é sério, o que foi?

Sei que isso soa clichê e tediante, mas você estar próximo a mim faz sua vida ficar em risco o tempo todo, e eu me preocupo com isso.

Você não vai sumir me largando sozinha no meio da mata com vampiros que querem me matar, não é?

Ele gargalhou, porém, não pôde negar que considerou a ideia de afastar-se, mas de modo que a deixasse segura, a hipnotizando para esquecê-lo e a levando para bem longe dali, de preferência para um outro país cuja a presença de vampiros não fosse tão predominante.

Eu nunca faria isso, e também não consigo. Sabe o quão difícil é encontrar humanos com um sabor tão bom quanto o seu? — O tom brincalhão não impediu Selena de lhe dar um soco no ombro. Porém sabia que suas veias definitivamente não tinham prioridade nas intenções de Drake com ela.

Idiota. — Disse apenas.

Poxa, isso foi um elogio. Insensível. — Disse deitando em seu colo. Selena não achou ruim, na verdade começou a acariciar seus cabelos enquanto observava a bela vista noturna da lagoa.

Selena, eu queria te perguntar uma coisa. — Levantou-se, olhando-a. Selena prontamente se dispôs a ouvir. — Você aceita compartilhar a imortalidade comigo?

Selena ficou sem reação com a pergunta, e sua expressão de dúvida ficou estampada em seu rosto. Aqueles segundos de silencio deixaram Drake aflito e ansioso pela resposta dela, porém, Selena lhe lançou um sorriso, aumentando suas expectativas.

Eu... — Não respondeu, pois ouviu alguém se aproximar. Ambos virararam o rosto para trás, era um dos vampiros.

—  Estão requisitando o senhor para uma reunião, disseram ser urgente - Avisou. Drake virou-se para Selena com um olhar triste, queria muito saber a resposta dela.

Vai lá, depois terminamos essa conversa. -

Perdoe-me se interrompi senhorita, mas disseram ser realmente importante.

Tá tudo bem, o que não nos falta e tempo para conversar. — Procurou tranquiliza-lo. Drake lhe deu um beijo rápido e levantou-se e saindo, acompanhado do vampiro não muito satisfeito.

Essa conversa foi umas das lembranças que mais o açoitaram mentalmente. Se aquele nobre não tivesse aparecido, certamente ouviria a resposta de Selena, que parecia ser um sim.

Caso fosse, ele prontamente iria lhe dar seu sangue e iniciar a transformação, sem perder muito tempo. Sabia que não era culpa daquele vampiro, ele só cumpriu uma ordem, mas imaginar que tudo isso poderia ter sido evitado a tanto tempo lhe destruía ainda mais.

A reunião nada mais era para falar sobre novas informações dos sanguinários, eram importantes, mas para ele, não naquele momento, o que era importante era pedido que havia feito a Selena.

Aquela conversa aconteceu logo após os acontecimentos com os lobisomens, que foi o momento que mais teve medo de perdê-la. Aconteceram tantas coisas que acabou se esquecendo daquilo, e quando se lembrou, pensou mais uma vez antes de reiniciar aquela conversa. Ele queria que fosse um momento inesquecível, como um pedido de casamento, e quase era, de fato, já que o "até a morte os separe" chega a ser engraçando quando se trata de uma união de dois vampiros. O baile agora era seu foco, não havia momento mais perfeito para aquilo, ser romântico algumas vezes não lhe faria mal. Talvez se tivesse continuado a ser o Drake de sempre, e a pedido numa ocasião qualquer, teria evitado isso.

Não deixe para fazer depois o que se pode fazer agora.

A única coisa que Drake conseguiu fazer foi chorar ainda mais, chorar as lágrimas que foram várias vezes seguradas para não caírem em um momento que exigia força. Não só ele sofria, como Heigi, que ao olhar ao redor e ver que todos se aproximavam para o abraçar, percebeu que aquilo não era um sonho, sua ficha caiu.

Até então, imaginava Letícia descer as escadas, o abraçando com a alegria que sempre tinha. Imaginava abrir a porta do quarto dela e sentir o cheiro que tanto gostava. Imaginava sentir o sabor dela novamente, ligar suas memórias as delas, se conectar assim que seus dentes perfurassem sua pele. Não, não sentiria mais isso, pois claramente a ligação dos dois estava tão fraca que se tornava quase imperceptível, e no momento não conseguia nem racionar, pois quando um humano ligado há um vampiro morre, a ligação se desfaz completamente.

Havia um fio, algo a ser sentindo, mas não percebido por ele, nem por Drake. O luto de Heigi fora encarado de outra forma, sentia se culpado, sentia que tinha fracassado, sentia raiva de si mesmo.

Queria descarregar essa raiva, queria liberar a fúria que o estava o consumindo. Seus olhos se tornaram mortos, e fitaram a porta principal do salão. Ele queria sair, e isso o faz se desvencilhar de um dos abraços, e caminhar até a saída. Compreensivos, os vampiros deram espaço para ele, e assim apenas tornou-se corvo e saiu, largando os olhares dos vampiros para trás.

Era óbvio o que ia fazer, afogar suas mágoas em um banho de sangue, de preferência, sangue de criminosos cruéis, afinal gostava de se divertir com o sofrimento daqueles que um dia fizeram outros sofrer .

Velcan e Caleb se entreolharam, era o momento de ir atrás dele para lhe contar a verdade.

Marius respirava ofegante, a morte ficou cara a cara com ele, e mais um pouco viraria uma lenda, parte de um passado. Inesperadamente Velcan se aproximou, levando seus lábios ao seu ouvido, era algo que não podia ser dito em tom auto.

— Eu e Caleb vamos atrás deles, no estado que estão, vão acabar fazendo merda e isso pode atrapalhar nossos planos. — Sussurrou. Marius apenas assentiu e virou-se subindo as escadas, havia passado uma por uma humilhação: um líder ser quase morto por seu seguidor, uma ferida para seu ego.

Velcan tocou o ombro de seu irmão, que balançou a cabeça positivamente, afastando-se e saindo dali para ir atrás de Heigi. O nobre suspirou, e tenso olhou para o topo da escada, não seria fácil.

Caleb sobrevoava os céus de Sarzedo focando em seu olfato, se sentisse cheiro de sangue, saberia onde Heigi estava. Porém como ele conseguiria matar alguém em uma cidade tranquila como aquela? No caso, se fosse provocar um massacre, seria nas zonas perigosas de Belo Horizonte. Ciente disso, Caleb desviou seu curso, indo em direção a cidade, não muito distante.

Velcan preferiu esperar, sabia que Drake estava sofrendo demais, e que talvez sua reação não fosse das melhores ao saber que havia sido enganado. Para contar que Selena estava viva, primeiro deveria lhe contar o porquê, e posteriormente, a traição de Marius. Obviamente não podia ser na mansão, afinal não sabia quantos aliados Marius tinha ali.

Gritos e tiros foram ouvidos pelo vampiro seguidos de um cheiro forte de sangue. Certo de que se tratava de Heigi, Caleb rapidamente se dirigiu até a fonte do cheiro.

Não se surpreendeu com o que viu ao chegar, como imaginado, havia ocorrido um banho de sangue dos traficantes de uma favela próxima ali, que poluíam a rua com sua presença opressora que fazia os moradores ficarem trancafiados em suas casas. Não bastou apenas tomar o sangue, os esquartejou, largando seus pedaços espalhados pela rua iluminada com a luz amarelada dos postes.

Caleb pousou, aproximando-se. Heigi estraçalhava o pescoço do último deles com suas presas, o sugou até a última gota. Jogou o bandido para o lado, como se não fosse nada, e sorriu debochadamente ao ver Caleb o observando, a metros de distância.

— O Marius mandou uma babá? — Perguntou com voz embargada, como se tivesse totalmente bêbado. Não era uma mentira afinal. — Estou tonto, tá tudo rodando, acho que um deles fumou maconha. — Riu da própria piada.—- Isso tem a ver? Vai para sangue? Agora tô curioso. — Seu tom despreocupado faz Caleb abaixar a cabeça.

Porém, pôde ainda ver Heigi se ajoelhar no chão, e vomitar a maior parte do sangue que havia ingerido. Para um humano, a cena seria assustadora, mas para Caleb, foi triste. Para um vampiro chegar naquele estado, teria que estar mesmo no fundo do poço.

O nobre aproximou, ouvindo o choro abafado do vampiro. Sofria em apenas lamúrias.

— Se você quer se matar, essa não é a forma mais agradável. Seu estômago não aguenta garoto. — Disse. Heigi ergueu o olhar irritado. Sua boca completamente suja de sangue faz sua imagem acabada ficar ainda mais deprimente.

— Eu sei disso! — Rebate. — E eu não quero me matar, não antes que arrancar o coração do Vladimir.

—Não é o coração dele que vai querer arrancar quando eu lhe contar a verdade. — Disse. Heigi o olhou confuso. — Selena e Leticia estão vivas, eu e meu irmão as salvamos. — Revelou fazendo Heigi arregalar os olhos. — Mas quase foram mortas por Marius. — As palavras de Caleb fez Heigi se levantar bruscamente, encarando-o, ainda com expressão perplexa. Caleb também se ergue, olhando-o nos olhos. — Eu disse, não vai ser o coração de Vladimir que vai querer arrancar...

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