Styles deslizou a mão pelo membro rígido, idas e vindas bem encaminhadas com a mão direita. Sua imaginação rolava solta enquanto pensava no corpo cheio de curvas bem torneadas do tal Tomlinson de olhos azuis e sorriso tímido.
Harry não havia conseguido tirá-lo da cabeça já havia três dias. Na escola o garoto falou com eles, mas estava andando sempre com Payne e Horan, até mesmo porque foram dias corridos e ontem Louis havia chegado para assistir duas aulas e depois foi embora depois de ser chamado na diretória.
Zayn havia pegado o número de Louis, e até mesmo compartilhado com Harry, mas o mesmo não ligou para Tomlinson por falta do que falar, ou de não saber como falar.
Aquela manhã Styles havia acordado pensando no garoto e não conseguiu reprimir o desejo de se masturbar pensando no mesmo, de sua boca o nome de Louis saia baixo e arrastado, Harry se imaginava dentro do outro, beijando sua boca, apertando sua bunda, deslizando seus dedos pelas curvas.
Sentiu um burburinho na boca de seu estômago e uma sensação estranhamente prazerosa o invadiu, e no segundo seguinte ele estava jorrando no piso do box do banheiro de seu quarto.
Gemeu aliviado, enquanto deixava a água do chuveiro escorrer por seu corpo enquanto tomava banho para ir pra escola.
Quando desceu de seu carro Harry logo avistou Zayn encostado em sua moto, os braços cruzados, e uma expressão de quem está desligado do mundo, ele gostava de fazer isso.
Styles chegou perto e os dois se deixaram levar numa conversa desinteressada. A verdade é que tanto Harry quanto Zayn estavam no estacionamento esperando Louis chegar, mas para eles, nenhum dos dois precisava saber disso.
Esperaram, viram várias pessoas chegarem e Zayn ficou tentado a perguntar quando viu Liam e Niall passar por eles, se algum dos dois teria alguma noticia do baixinho de olhos azuis, mas não fez, e o amigo também não.
Depois da segunda aula Harry desistiu de esperar que Louis viesse, talvez ele tivesse acordado tarde demais, ou não quis assistir aulas, ou pode ter passado mal e ido parar no hospital.
Pensar naquilo o fez ficar um pouco tonto, voltando apenas para a realidade quando sentiu Evan o cutucar com a caneta indicando que o professor estava olhando para ele.
Quando estava de volta ao estacionamento Harry se pegou em um dilema. As aulas já tinham acabado, e ele estava sentado no banco do motorista de seu carro e com o celular em mãos sem saber se ligava ou não para Tomlinson.
Mas se Louis atendesse o que ele diria? Como iria reagir o outro? Era confuso tentar achar assunto pra falar com uma pessoa que você mal conhece.
Respirou fundo e colocou os óculos escuros que de alguma forma tola o passavam confiança, olhou no retrovisor, não tinha mais quase ninguém no estacionamento. Ele suspirou derrotado e com o celular em mãos começou a procurar pelo número de Louis, logo que achou hesitou um pouco, mas por fim ligou, levando o celular a orelha.
Primeiro Toque. Styles não entendia o porquê de estar tão nervoso, era só mais um cara, não era? O que há de tão ruim nisso para fazê-lo ficar nervoso.
Segundo toque. E nada de ser atendido, estava ficando com nojo de si mesmo, uma garotinha de 15 se comportaria melhor que você, Styles? Murmurou para si mesmo.
Terceiro toque. E então um sorriso malicioso e sem mais nenhum preocupação se estendeu por seus lábios ao ouvir a voz hesitante de Louis falar um “alô?” contra seu ouvido.
– Louis, é o Harry.
– H-Harry Styles? – Perguntou a voz tremula e surpresa, Harry adorou ouvir isso na voz dele.
– Sim, liguei pra saber por que não veio pra escola. – Não admitiria que estava preocupado, isso não... Ao menos não agora.
Ele ouviu ao fundo risadas e a voz de Louis pedindo para alguém ficar quieto e arqueou uma sobrancelha. Curioso.
– Louis, tem alguém com você?
– Sim, são minhas irmãs, eu estou com elas aqui no parque da 47 Avenue. – Respondeu com uma voz calma e bonita, Harry de repente teve uma ideia, não era das melhores nem nunca tinha feito isso por nenhuma pessoa com quem saíra. Família não era seu forte, mas mesmo assim arriscou.
– Posso ir aí? – Esperou pela resposta, não podia simplesmente aparecer lá, tinha que ter ao menos uma desculpa. – Assim, para conversarmos apenas. – Acrescentou sem deixar transparecer o quanto estava apreensivo.
– Se você quer pode sim.
Sorriu para si mesmo com a resposta e ligou o carro.
– Chego aí em cinco minutos.
Louis estava sentado encostado a árvore com um livro de seu escritor preferido: Harlan Coben, enquanto assistia suas irmãs brincando no parque.
Elas eram tão bonitas e espertas para sua idade, tinham os cabelos descendo lisos e ao mesmo tempo com as pontas cacheadas na altura dos ombros e um pouco mais claras do que os dele, e os olhos no mesmo tom de azul.
Com um sorriso curto virou o rosto para o lado e viu quando Harry se aproximou. Styles estava vestido em suas típicas roupas de tom escuro e seus famosos óculos que escondiam suas orbes verdes. Os cachos se bagunçavam com o vento contrário, mas isso só o deixava mais charmoso, se é que era possível, mas quando ele encontrou Louis abriu um sorriso de covinhas. Aquilo fez o coração do pequeno Tommo saltar uma batida.
Harry sentou ao seu lado e ele baixou os olhos para o livro por um instante, enquanto tentava fazer suas bochechas não ruborizarem, mas isso não foi possível. Acabou acontecendo.
– Louis. – Escutou Harry o chamar e quando levantou o rosto encontrou os olhos verdes do maior que havia retirado os óculos.
– Oi. – Sorriu e os dois riram um do outro.
– Porque que você não foi para a escola?
– Por causa delas. – Apontou para as duas meninas que viram o movimento do maior e acenaram, Harry acenou divertido para elas e depois voltou a olhar para Louis. – Elas não tiveram aula hoje e minha mãe não podia faltar no trabalho hoje, então... – fechou o livro e voltou a olhar para Harry, seus ombros estavam juntos e seus corpos encostados a árvore. – Não queria que elas passassem o dia dentro de casa, então resolvi trazê-las aqui, pelo menos sairiam um pouco.
A curiosidade, ah, a curiosidade de Harry para saber mais sobre Louis era grande, e quando percebeu o que disse a seguir, se arrependeu ao ver a dor no olhar de Louis.
– E o seu pai?
– Meu pai? – Louis repetiu como se aquilo fosse ajuda-lo a entender o que estava sendo dito. – Meu pai morreu a um mês e esse é o motivo de estarmos de volta a Londres.
Harry podia sentir a dor na voz do garoto de olhos azuis que não o encarava mais, e sim, o seu livro no colo. Ele queria dizer alguma coisa, fazer alguma coisa, mas nada que pudesse fazer ou dizer parecia suficientemente bom para confortar alguém naquela situação. Para confortar Louis.
Então ele fez. Com um jeito meio torto por causa das posições, Harry puxou Louis para um abraço. Não falaram nada, apenasse abraçaram, Louis enterrou seu rosto na curva do pescoço do maior que subiu uma de suas mãos e acariciou os cabelos macios dele, sentindo o cheiro de morango e madressilva ficar em suas mãos.
– Boo? – Eles ouviram alguém chamar e logo Louis estava separado do maior, olhando para as duas menininhas e limpando o rosto.
– O que aconteceu Boo? Porque você tá chorando? – Perguntou a outra, Harry não conseguia diferenciar as duas se não fosse pelas roupas. E Boo? Louis era o tal Boo? Esperou pra ver.
– Não é nada, eu não tô chorando. – Sorriu atrapalhado para elas. – Não querem mais brincar?
– Não é isso, é que eu e Carmen – apontou para a que estava vestida de azul – aprendemos o passo daquela bailarina que vimos na TV.
– Sério? – Louis fingiu surpresa e Harry observava toda a cena calado e pensativo.
– Muito sério. – A tal Carmen respondeu erguendo o nariz orgulhosa e o garoto de olhos azuis riu daquilo. – Vamos Clary, vamos mostrar a eles como sabemos.
As duas se posicionaram e fizeram, um pouco desajeitadas, os passos que diziam ter aprendido. Louis riu e Harry não se conteve em rir junto com ele, suas mãos no gramado, estavam próximas demais, Louis podia sentir os dedos do outro nos seus.
– Parabéns garotas. – Styles falou ainda mostrando o sorriso de covinhas e as irmãs Tomlinson sorriram de volta. – Vocês fazem aula de balé?
– Não. – Responderam juntas, mas foi Carmen que continuou a resposta. – Nós queremos, mas nossa mãe disse que não podíamos agora. Quem sabe no outro mês, foi o que ela disse.
– É, foi isso mesmo. – Clary confirmou sacudindo a cabeça.
Harry arqueou uma sobrancelha ao franzir o cenho, porque aquilo? Então quando viu as garotas voltarem a brincar distraídas no balanço se virou para Louis.
– Porque elas não estão no balé? – Viu o desconforto estampado no rosto de Louis, e pensou, por um segundo, que o menor não fosse respondê-lo, mas logo suspirou e falou.
– Minha mãe trabalha de enfermeira em uma clínica de um amigo da família, mas o que ganha não dá para pagar tudo que queremos. Como uma aula de balé para as meninas, é isso ou ficar sem comer. Eu só estou naquela escola porque consegui uma bolsa, minhas notas, de quando estudei lá eram todas boas e ajudaram. – Respirou como que quem estava relaxado por poder falar aquilo com alguém. – Já falei com minha mãe para talvez conseguir um emprego, mas ela disse que prefere que eu estude e tom conta das meninas. Depois da morte do meu pai tudo ficou mais difícil.
Eles ficaram em silêncio, Harry queria ajudar e isso era estranho pra ele porque geralmente não se importava muito com as pessoas além de seus pais e Zayn. Mas Louis era especial, e parecia tão frágil, ele queria pegá-lo nos braços e não deixar nada de ruim se aproximar.
Foi então que teve uma de suas ideias brilhantes, talvez não fosse a melhor ajuda que poderia dar, mas talvez fosse deixa-los feliz.
– Eu sei como suas irmãs podem entrar na aula de balé.