Infelizmente voltamos para nossa vida normal, Yan e Victor voltaram à trabalhar, eu Clara Bruno e Vic já nos matriculados na faculdade, eu vou fazer Artes visuais, Bruno vai fazer direito, Vic medicina veterinária e a Clara escolheu arquitetura mas ela disse não estar muito confiante se ela não gostar pretende fazer outra coisa, eu e Victor estamos mais do que bem com alguns desentendimentos mas isso é normal, meu pai me dá mais atenção de uns tempos pra cá e eu achei estranho no começo mas agora até que me acostumei, de tanto insistir hoje vamos sair só as meninas, Yan e Victor são um grude extremo...
- Então meninas vamos ? Clara pega a chave do carro e saímos. ..
- dia 20 é o aniversário do Bruno e gente eu não faço idéia do que dar pra ele - Vic fala.
- Pior que também não sei - Eu disse olhando pra Clara, ela sempre foi dona das idéias...
- Oque vocês acham de fazermos outra festa surpresa que nem aquela quando éramos crianças, depois disso a gente sempre marcava uma pizza uma balada mas nunca mais fizemos surpresa e acho que ele vai gostar... oque acham ?
- Eu gostei - Vic diz sorridente - Eu também - Digo mexendo no celular..
Compramos algumas coisas, eu comprei um presentinho pro Yan sim gente pro meu irmão, antes a gente sempre dava alguma coisinha um pro outro mas com os nossos relacionamentos, o trabalho dele a gente se distanciou um pouco e confesso que sinto falta do meu irmão, comemos lá pelo shopping e estávamos indo embora quando percebo aquele mesmo cara que me olhava no Colégio mas que merda...
- Que droga é essa - Digo o olhando séria e as meninas ficam sem entender..
- Oque foi ? Vic olha na mesma direção mas ele não está mais lá.
- Tinha um homem ali me olhando, eu já o vi na saída do meu curso, e na do Colégio também.. Digo abrindo a porta do carro.
- Olha cuidado, existem esses caras malucos por ai... - Clara diz colocando seu sinto e continua- Fala pro seu pai o Victor sei lá.
- Se eu vê-lo outra vez eu Digo - Ela me olha desaprovando mas começa a dirigir...
Clara deixou a Vic em casa e depois me deixou em casa também, cheguei e os meninos estavam lá Yan estava sentado no sofá jogando video game com o Victor pareciam duas crianças me deram oi de longe e voltaram a atenção pro jogo, revirei os olhos e fui ver oque a Maria estava fazendo pra nossa janta...
- Que cheirinho booom - Me aproximei do fogão.
- Nem vi que a senhorita tinha chego - Maria como sempre com seu sorriso encantador, fiquei um pouco ali conversando com ela.
- Minha maninha, e Maria que cheiro maravilhoso - Yan passa a mão pela barriga, o mesmo esfomeado de sempre...
- Hei vem tenho uma coisa pra te dar - O puxei deixando o Victor e a Maria sozinhos...
- Toma, faz tempo que não te dou nada - Ele olhou surpreso pra caixinha e logo abriu..
- Bee é lindo eu adorei - Ele estende o braço me fazendo colocar nele, ela uma pulseira grossa de ouro, ele tinha uma uns anos atrás mas acabou perdendo em uma dessas baladas que ele ia - Sabe eu te amo muito garota, nem acredito que já cresceu sempre te vejo como minha menininha que saia só de calcinha toda bordada com os cabelos bagunçados e um urso do lado pela casa, eu comecei a te chamar de pérola, porque pérola é pequena e delicada, assim como você, nós crescemos e logo vamos ter nossas responsabilidades, morar separados, família e etc... mas sempre que precisar que quiser só me gritar que eu venho correndo te encontrar. - Dei um sorriso e ficamos ali sentados na escada lembrando de quando éramos pequenos e rindo..
- Será que posso entrar nessas risadas? - olhamos e vejo meu pai com as mãos dentro do bolso da sua calça com a gravata frouxa ao pé da escada. - Venham vamos jantar.
Nossos tios vieram também, na verdade eles passam mais tempo aqui do que na sua casa.
- Amor tenho que falar com você depois.. - Sussurei pro Victor que me olhou curioso.
- sobre oque?
- Depoooois. - Ele assentiu e jantamos.
Meu celular tocou e era a Vic, achei estranho ela me ligar...
Ligação on
BEA BEAAA - Sua voz estava tremula
Vic oque aconteceu? - Senti os olhares de todos na mesa sobre mim.
Bea estou no hospital com o Bruno, os pais dele - Ela começa a chorar- Bea só vem logo por favor.
Me apavorei na mesma hora, desliguei o celular e falei pra todos que sairam da mesa correndo para irmos pro hospital, chegamos e eu fui logo na recepção.
- Por favor aonde estão... Beaaa - vejo Vic me chamar de um corredor. Corri até ela que estava perto de umas cadeiras e vi Bruno sentado com as mãos entre o rosto em prantos.
- Bruno... - Olhei pra ele e voltei a atenção a para a Vic - Oque houve ?
- Não sei ao certo, parece que eles estavam voltando pra São Paulo e um carro bateu no deles ainda não temos notícias só ligaram pro Bruno avisando e por sorte eu estava junto, ele está em choque não disse nada.
Sentei ao lado dele enquanto meus pais tentavam saber de algo, Victor estava junto da Vic e Yan ligando pra Clara meus tios ficaram com meus pais.. Peguei na mão dele que estava gelada mas fiquei em silêncio.
Não demorou muito pra um médico vir, ele estava com uma roupa toda azul e um pouco ensanguentada.
Ele olha pro Bruno e minha mãe o abraça de lado Vic está segurando sua mão
- Senhor Bruno Ferreira? - Ele assente e o médico tira sua touca. - Sinto muito fizemos de tudo... - Não, não, diga isso, cadê meus pais ? - um silêncio toma conta do local, Bruno não contém as lágrimas - CADEEE - Ele grita e cai em prantos, Vic o abraça forte e minha mãe está chorando junto. - Sinto muito - o médico diz e antes que saisse meu pai e tio Deric foram falar com ele.
Bruno dormiu em casa, Vic não pôde dormir aqui então a Clara foi deixar ela na sua casa, eu Clara e Bruno dormimos juntos, Bruno dormiu no meio e eu e a Clara o abraçamos escutando seu choro baixinho. Ele não disse nada apenas agradeceu por tudo.
Acordei e vi Bruno dormindo agarrado na Clara e com uma mão segurando a minha, Clara com o seu costume de dormir com a mão na orelha de alguém. Me levantei devagar fiz minhas higienes coloquei uma roupa qualquer e desci.
- Filha bom dia como o Bruno está? - minha mãe parece aflita e com uma mão sobre o peito vindo até mim acariciando meu braço, vejo Yan e papai se aproximarem pra escutar.
- Ele está bem abatido, não disse mais nada além de um obrigado e dormiu tarde depois de muito choro.. - Meus pais se olham com tristeza.
- Ele é forte, sempre fomos sua família e vamos ficar com ele - Yan disse olhando minha mãe.
- O enterro será as três e meia - Meu pai disse e eu assenti. Hoje o clima estava nublado e chuvoso.
- Bom dia - Bruno desce e Clara vem ao lado dele. Seu rosto estava com uma fisionomia que nunca vira antes, seus olhos inchados, cabelo bagunçado, seu olhar sem brilho algum apenas vermelhos e marejados.
Eu dei um sorriso fraco e o abracei com todo meu amor, carinho e força ele começou a chorar no meu ombro.
- Be.. soluço.. porque comigo?.. soluço.. quando estou feliz... soluço.. vem algo e me derruba.
- shiii, - passei minhas mãos no seu cabelo - Vai ficar tudo bem, olho pro Yan e Clara que estavam do meu lado.
- Hei cara - Yan chega perto, fazendo Bruno o olhar - Estamos aqui, sempre estivemos e sempre vamos estar.. - Ele abraça Bruno que chora ainda mais.
- Te amamos - Clara o abraça junto.
A campainha toca e vejo Vic entrando na sala ela sorri fraco e eu retribuo, ela foi direto no Bruno que a abraçou forte assim que a viu.
- Meu amor - Minha mãe aparece - Sei o quanto está dificil, cuidamos de tudo, mas você precisa comer algo.
Bruno assenti e todos sentamos na mesa, o dia passou rápido e logo estava na hora do funeral, vimos os tios, avós, primos, toda família do Bruno, que o olhavam com desprezo, e se eu fiquei irritada ? Muito. Assim que acabou todos foram embora mas Bruno não se mexia de frente das suas lápides.
- Sou um idiota né - Ele sussurou encarando as duas lápides - Eles não ligavam pra mim, nunca ligaram, e eu aqui sofrendo... Ele sorri fraco e coloca as mãos no bolso - Sempre achei que um dia as coisas pudessem mudar, achei que essa viagem fosse pra me ver, e soube por meu tio que eles vieram apenas pra fechar um negócio, e me dizer que se mudariam de vez... - Ele suspira e continua com os olhos já marejados - E eu continuo sofrendo...
Não conseguia dizer nada apenas passei uma das minhas mãos em sua costa, depois de longos minutos..
- Você os ama, é normal, mesmo com tudo eles são seus pais e sempre vão ser, você é humano e sente emoções... - Ele sorriu fraco.
- Vamos ? - Vic estava se despedindo dos últimos parentes de Bruno, ela deu muito apoio, ajudou a organizar e estava com o Bruno sempre e ele quando à via sempre abraçava forte e chorava, era como se ela fosse seu refúgio, era uma situação triste mas era lindo o sentimento.
Bruno ficou com a gente depois de tudo, e quando o testamento foi lido, a única coisa que ficou para o bruno era alguns pertences e a casa, mas os restaurantes, fortuna tudo foi para os tios dele, oque deixou meu pai muito revoltado ele até estava gritando que tipo de pais eles eram deixando o Bruno sem nada. Meus pais o acolheram e ele passou a morar conosco visto que ainda é de menor...
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As semanas se passaram rápido e hoje era aniversário dele, ele ainda estava abatido mas continuava a dar seu sorriso e fazer suas piadas, nós decidimos não fazer aquela festa surpresa enorme, optamos por fazer uma coisa simples só entre nós, meus tios o tratam com muito carinho também, Yan e Victor vivem aqui com ele jogando video game, Vic também sempre vem..
- Acha que ele vai gostar? Ou vai querer ? - minha mãe pergunta nervosa, andando de um lado pro outro no quarto.
- Pelos céus, Ana se acalme - meu pai comenta sentado na cama.
- Mãe claro que ele vai gostar - Yan diz cruzando os braços na porta.
- sempre fomos sua família mãe. - Digo e ela sorri fraco.
Já era noite e todos estávamos em casa, já tínhamos cantado os parabéns e cortado o bolo, Bruno o divio em dois pedaços e deu para os meus pais fazendo um discurso de como eles eram importantes na sua vida, eles se emocionaram muito e chegou a hora dos presentes, vic deu um par de tênis, Clara deu uma jaqueta de couro que era a marca registrada dele, Victor deu uma camisa toda estampada, Yan deu um perfume inportado, Eu fiz uma declaração em vídeo junto com a Clara que ele se emocinou, mas a surpresa mesmo meus pais iriam dar, meus tios lhe deram uma pasta dessas de advogado e meu tio disse que era pra dar mais um incentivo e disse que ele iria usar muito..
- Bom esse na verdade é meu do Augusto e os meninos, esperamos que goste saiba que amamos você. - Minha mãe estava com as mãos trêmulas e nervosismo estava evidente. Ela lhe entregou o envelope e ele os olhou curioso e abriu, Clara e Vic não sabiam do que se tratava ainda...
- Meu Deus isso é sério mesmo ? Bruno estava com um semblante surpreso mas deu um sorriso de orelha a orelha quando meus pais assentiram com lágrimas nos olhos. - É claro que eu aceito - Ele se levantou e os abraçou eu já estava com os olhos marejados e as meninas não entendiam nada. - É um documento de adoção, como meus pais morreram e minha família não liga pra mim e eu ainda era de menor.. - O motivo não foi você ser de menor até porque agora tem seus 18 anos - Meu pai o interrompe e continua falando sorrindo - nós te amamos, sempre o amamos como um filho, e queremos que seja nosso filho e tenha o mesmo sobrenome, posso não ser seu pai de sangue mas eu te vi crescer, lembra quem te ensinou a andar de bicicleta? Quem teve conversas constrangedoras - Os dois riram - Te amo tanto quanto o Yan ou a Bea, agora você é oficialmente da família. - os dois se abraçaram e depois ele abraçou o Yan e a mim, sentamos na sala conversando e rindo deitei minha cabeça no ombro do Victor apesar de tudo está corrido eu sentia uma necessidade enorme de sentir seu calor, perfume, seu carinho nem que seja por poucos minutos....
Agora tenho um novo Vargas mas o titulo amigo e irmão já são velhos para nós.