Estava eu sentada em frente ao meu computador a escrever de como tinha sido o meu dia no meu blog, quando sou interrompida pela minha avó.
-Elena vem jantar! Não te volto a chamar!- Gritou a minha avó da cozinha.
-Estou a ir.
Apressei-me a desligar o computador e rápidamente fui até à cozinha. Sentei-me no meu lugar habitual à mesa. A minha avó já jantava.
-Nem acredito que as minhas férias já acabaram.- digo tentando arranjar algum tema de conversa.
-Bom Elena, agora vais ter que te aplicar mais na escola. O ano passado estiveste muito mal por causa de tudo o que te aconteceu, mas tens de ganhar forças e aplicar-te mais este ano.- disse a minha avó com um olhar compreensivo e pouso a sua mão em cima da minha.
-Vou fazer por isso avó.- sorri-lhe e continuei a jantar.
Depois de a ajudar a arrumar a cozinha, fui de novo para o meu quarto e entreti-me a ver alguns videos que tinha no meu computador. Videos do tempo que eu ainda cantava, mas depois deixei isso de lado.
O que me dava motivação para cantar era a minha mãe que era cantora profissional, mas esse sonho morreu no mesmo dia em que ela morreu.
Apartir daquele dia eu mudei, deixei de ser aquela rapariga querida e inocente com quem todos gozavam, para me tornar em alguém que todos descrevem como fria e sem sentimentos. Mas eles não sabem como é perder a pessoa que tu mais amavas. E, mesmo passado tanto tempo ainda não consigo suportar a ideia de ela ter morrido.
Depois disto fui obrigada pela proteção de menores a vir viver com a minha avó. Ela é a unica familia que me resta, uma vez que o meu pai abandonou-nos quando a minha mãe ficou grávida de mim.
Deitei-me na cama farta de me debater com estes fantasmas do passado, pus os fones nos ouvidos o mais alto que pude para me abstrair destes pensamentos até que acabei por adormecer.
* * *
Acordei, sem motivação alguma para saír da cama. Olhei para o despertador e achei que mais 15 minutos não faziam mal a ninguém. Voltei-me para o outro lado da cama e voltei a adormecer.
Acordei com os gritos da minha avó.
Olhei de novo para o despertador e era realmente tarde. Levantei-me e vesti a primeira coisa que vi.
Peguei na minha mochila e dei um beijo de despedida à minha avó.
Até a minha escola eram uns 15 minutos a pé. Andei até ao final da minha rua para ter acerteza que a minha avó não me via e tirei da mala o meu maço de cigarros e acendi um. Eu tenho consciencia de que isto seria uma grande desilusão para ela, mas isto é a unica coisa que me acalma os nervos.
Na minha opinião o primeiro dia de aulas pós-férias é sempre o pior de todos.
Apagei o cigarro mesmo antes de chegar à escola.
Entrei e começo a ouvir piropos por todos os corredores que passo acerca de mim.
X: -Olhem ali a boazona da escola! Está toda gira hoje.
XX:-Olhem quem é ela, de volta à escola!
XXX:-Não era aquela que querias comer?
Simplesmente ignorei e continuei o meu caminho. Estes piropos tinham-se começado a tornar constantes desde que se deu a 'grande mudança da Elena'.
Dirigi-me para a sala de convivio que era onde custumava estar o meu grupo de amigos.
Gritei histéricamente quando vi Anne e Louis, corri até ao seu encontro e abracei-os.
Anne é a minha melhor amiga já de á anos e Louis é um grande amigo meu. Eu e a Anne desconfiamos que ele é gay, sendo que já o observamos múltiplas vezes a falar com um rapaz chamado Harry e quando o confrontamos as suas bochechas ficam rosadas e ele foge ao assunto.
Começamos a falar de como tinham sido as nossas férias, quando Zayn chega.
Zayn é o mulherengo cá do sitio, há quem tenha curriculos de emprego, no caso dele é de raparigas.
-Já não se cumprimenta?- pergunta Zayn dirigindo-se a mim.
-Eu cumprimento que eu quero.-Digo rudemente.
-Alguém acordou com os pés de fora hoje.- disse Zayn com sarcasmo bem presente na sua voz.
-Porque que não vais simplesmente ter com uma das tuas amiguinhas e me deixas em paz?
-Parece que alguém está com ciumes. - ele disse irritantemente, o que me fez soltar um grunhido.
-Vai começar.- diz Louis, sabendo que íamos discutir mais uma vez.
-Quem começa é sempre ela.- diz Zayn, com o mesmo argumento que todas as crianças usam.
-Ai sou? Ótimo, então quem vai acabar também sou eu.-digo levantando-me e virando-lhe as costas.
Anne vem atras de mim.
-Ela sabe que não me resiste.- ainda consigui ouvi-lo dizer.
* * *
-Calma, tu passaste tão facilmente com ele e ainda não consegui perceber o porque.- Diz Anne agarrando-me no braço, tentando alcançar o meu passo acelarado.
-O problema é aquele gajo, odeio! É um convencido de primeira, está com uma cada dia. Porco. Tenho de levar com ele todos os dias e juro que tento controlar-me mas ele enerva-me.- digo irritada.