Anjos do Anoitecer

De HenryGusta

680K 61.8K 20K

Em um mundo cuja a existência de vampiros é tolamente tida como lenda, dois jovens descobrem logo cedo de que... Mais

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2 (parte I)
Capítulo 2 (parte II)
Capítulo 2 (parte III)
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19 (parte I)
Capítulo 19 (parte II)
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 24
Capítulo 25 (parte I)
Capítulo 25 (parte II)
Capítulo 25 (parte III)
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33 (parte I)
Capitulo 33 (parte II)
Capítulo 34
Capítulo 35
Capitulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capitulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capitulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80 (ultimas semanas)
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90 (Últimos Capítulos)
Capítulo 91 (Penúltimo Capítulo)
Capítulo 92 (Último Capítulo)
Epílogo
Livro Novo Já Disponível!

Capítulo 23

7.5K 726 482
De HenryGusta

Música: Twenty One Pilots Stressed Out


— Conde Vladimir? — Chamou um oficial.

— Diga. — Mandou o ancião levando sua taça de sangue a boca. 

— Uma de suas servas foi morta. — Contou. Vladimir se virou, deixando sua taça em cima de sua mesa. Em lentos passos, aproximou-se do vampiro, ficando cara a cara com ele.

— Como? — Perguntou. O oficial engoliu em seco, e com medo, respondeu rapidamente.

— Sua serva desacatou Drake e ele a matou. — Esclareceu. O ancião cerrou os dentes, consumido pela fúria.

— Aquele mestiço ousou tocar em uma das minhas servas?! JÁ CHEGA! — O ancião vociferou assustando o oficial. — Eu vou acabar com aquele desgraçado! — Saiu em passos firmes e pesados, o vampiro suspirou aliviado.

Drake estava sentado em sua cadeira. Escorado de forma relaxada, com um dos pés sobre o braço da cadeira, apoiava seu braço sobre seu joelho dobrado. Sua taça de sangue —já pela metade —estava no outro braço de sua cadeira. Como uma rainha, Lissandra observava os vampiros que estavam no salão. Foi quando Vladimir entrou fuzilando Drake com o olhar, o nobre observou levantando uma das sobrancelhas. No entanto sua despreocupação não fora compartilhada por Lissandra, a vampira se virou para ele preocupada.

— Drake o que você fez? — Indagou séria. O vampiro a olhou como se não soubesse de nada.

— Eu não fiz nada. — Respondeu bebendo um pouco do sangue em sua taça, porém suas memórias o fizeram se lembrar de que matou uma humana no abrigo. — Bom, não fiz diretamente a ele...

— Como assim diretamente a ele? Vou perguntar de novo: O que você fez? — Perguntou novamente, mas Drake relutou em dizer.

— Matou uma de minhas servas. — Vladimir respondeu por ele,  com ódio em seu tom de voz. A rainha desviou o olhar para ele, assim como o nobre também o fez. Drake ajeitou sua postura na cadeira, e o olhou sério.

— Por que você fez isso Drake? — Lissandra procurou saber. Drake a olhou apreensivo com a situação, no entanto, tal receio desapareceu no mesmo instante. O vampiro tomou posse de sua taça e encarou o ancião com um sorriso debochado.

— Eu não sabia que ela era sua serva. Se eu soubesse, teria mais prazer em matá-la. — O afrontou, levando a taça a sua boca e terminando de beber o sangue que ali estava.

Ele só piorou as coisas com sua atitude. Lissandra olhou para Drake de maneira repreensiva, sabia que o ancião não iria reagir bem. Não estava errada, Vladimir explodiu de raiva e tentou golpear Drake com um murro, no entanto o nobre segurou seu braço com força. O vampiro se levantou de sua cadeira, e revidou com um soco em seu peito, fazendo-o voar para o no meio do salão. Os vampiros encaram aquela cena perplexos.

Drake de sua cadeira saltou em direção ao ancião, armando um novo soco. Vladimir ergueu-se rapidamente, a tempo de ver o vampiro vindo em sua direção. Num ato rápido o vampiro deu um mortal para trás, evitando o golpe de Drake que acertou o chão, rachando-o completamente. O local estremeceu com o impacto, e com isso o Vladimir percebeu a dimensão do poder de Drake.

— Como...

Lissandra levantou-se de sua cadeira para impedir aquilo, no entanto, tomado pela fúria, Drake avançou novamente. O ancião o esperou se aproximar, e no momento exato o pegou pego pescoço e o prensou no chão. Antes de Drake reagir ele lhe deu um soco atordoando-o. Rapidamente, retirou a espada da bainha e a cravou em seu olho esquerdo. Drake gritou com a dor.

— Carregue essa marca pra sempre, mestiço! — Falou vitorioso. Lissandra aproximou-se, não havia conseguido chegar a tempo de impedir aquilo. Vladimir levantou-se e saiu largando Drake gemendo de dor no chão.

— Você será devidamente punido Vladimir! — Bravejou agachando-se. O ancião a olhou sério, mas não respondeu. 

Antes que fizesse ela algo para ajudá-lo, Drake reagiu. Levou as mãos ao cabo da espada e a puxou. Novamente a dor o fez sofrer, no entanto expressou a sensação com um rosnado monstruoso. Lissandra o olhou em intensa preocupação, as coisas piorariam drasticamente dali pra frente.

O poder de auto-cura de um vampiro como ele apenas recuperava ferimentos, ou unia membros arrancados, no entanto não reconstruía órgãos destruídos. Porém ele não era um nobre de classe alta comum, e a rainha ciente disso, se viu numa situação catastrófica, pois seus olhos começaram a se regenerar.

— Drake venha comigo, vamos cuidar disso. —  Pediu. O vampiro não lhe deu ouvidos, ergueu-se e encarou o ancião com extremo ódio. Com isso, deixou que Vladimir visse seu olho se curando com extrema rapidez. 

— Como isso é possível? — Perguntou atônito. A mesma reação se fez presente a todos os nobres e anciãos ali presentes. Lissandra pegou o braço de Drake, e tentou puxá-lo, no entanto o vampiro não deixou. 

— Vem comigo Drake agora! — Ordenou.  Teve que por mais força em seu braço e com isso conseguiu puxá-lo, mas como consequência atiçou a ira de Drake de tal maneira que o vampiro a empurrou, lançando-a contra os vampiros que assistiam a cena. Com reflexo rápido, um deles a segurou em seu braço, e acabou voando junto com ela. 

—  EU VOU TE MATAR! — Gritou. As luzes do local começaram a piscar, fazendo os vampiros ficarem ainda mais tensos. Lissandra levantou-se rapidamente, mas não a tempo de impedir o que ia acontecer. O olho de Drake se regenerou totalmente, revelando sua íris cor de ouro.

Os nobres exclamaram, mas aquilo não fez o vampiro recuperar a razão. Drake correu em direção o ancião, que espantado só conseguiu reagir quando ele já estava próximo. Deixou suas unhas virarem garras e tentou golpeá-lo, no entanto Drake foi mais ágil, agachou-se se  esquivando, e com mesma rapidez, pegou seu braço e girou em tordo de si mesmo, arrancando-o.

 O sangue do ancião espirrou manchando o piso, e sua fúria por ter tido o braço desmembrado o fez virar-se e tentar lhe acertar um soco, porém Drake segurou seu pulso e apertou com força, fazendo os ossos trincarem e estalarem. A misericórdia fora ignorada por Drake, que ainda segurando-o, o jogou ao chão com toda força, e em seguida o lançou para o alto, fazendo Vladimir arrebentar o teto e trazer o cimento consigo ao cair.

Com unhas ainda mais afiadas que as de Vladimir, Drake aproximou-se armando um golpe que iria dilacerá-lo. No entanto, antes que o aplicasse, Lissandra segurou seu braço e o puxou para fora do salão.

Furiosa, saiu o arrastando até o terraço do castelo. O soltou bruscamente, forçando o vampiro a se equilibrar para não cair.

— POR QUE FEZ ISSO? — Acertou-lhe um tapa no rosto, que o fez dar dois passos para trás. — VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE FEZ? 

Drake recompôs-se com a mesma fúria, seus olhos dourados brilharam com toda intensidade, e isso fez a lente cair do olho direito. 

— QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ENCOSTAR A MÃO EM MIM?! 

— Ei sou sua rainha, o que eu mandar, você obedece. — Rebateu autoritária.

— Te obedecer? Você me transformou pra me fazer ser seu cachorrinho de estimação? — Perguntou cruzando os braços. A rainha o encarou sem resposta momentaneamente.

— Se eu soubesse que seu temperamento era tão difícil assim, teria sido mais firme com você! — Virou-se decepcionada, olhando para a cidade. — Eu fui clara quando fiz o acordo com você, não era para você revelar o seu poder até que eu mandasse.  — Falou virando-se novamente para ele — E agora com certeza eles desconfiam que eu lhe dei meu sangue!  

— Então me mate. Se esse o problema, me mate. — Mandou. Lissandra abaixou a cabeça.

— Não posso fazer isso...

— Por que?

— Porque uma mãe nunca mataria seu filho. — Respondeu olhando-o. Uma lágrima solitária escorreu em seu rosto, a primeira em anos. Drake abandonou aquela postura durona e a olhou surpreso. — Eu te amo demais, não suportaria te ver morto. — Mais lágrimas desceram. Drake aproximou-se a a abraçou com força, a rainha retribuiu com mesma intensidade. Logo o arrependimento tomou conta do vampiro.

— Me desculpa, eu sei que fiz merda, de novo... eu vou arcar com as consequências. — Disse com firmeza. Lissandra se desvencilhou daquele abraço e enxugou o rosto.

— Drake, se antes eles já desconfiavam que eu lhe dei esse poder, agora eles têm certeza, você deve ir embora e nunca mais voltar ao palácio. — Falou. Drake a olhou sem resposta momentaneamente, no entanto logo em seguida a indignação fora expressada em seu rosto.

— Está dizendo para eu fugir? 

— Eu vou dizer que te bani do conselho como punição. Eu tenho várias propriedades, se instale em uma delas. — Sugeriu. Drake afastou-se, negando com a cabeça.

— Não vou fugir! Como irei deixar o conselho? Sem minha influência, tudo que eu fiz irá ir por água abaixo. Também não posso abandonar meu clã.

— Eu vou certificar que tudo continue como está. Em relação ao seu clã, leve os de sua maior confiança com você e deixe os outros aqui. Você os transformou, eles vão obedecer a você e somente a você. — Tentou convencê-lo. Drake ficou pensativo, teria que concordar, depois do que ele fez, não teria como continuar no conselho com todos contra ele.

— E para onde eu vou?

— Eu tenho uma propriedade na cidade. É uma casa com seis quartos, não é tão grande, mas tem todo o conforto que você tem aqui. 

Ele pensou novamente, ponderou a situação, e sem alternativa aceitou.

— Ok, farei como disse. 

— Quem você quer que vá com você?

—  Heigi, Dimitri e Catarina. — Respondeu, a rainha balançou a cabeça positivamente.

— Ok, irei avisá-los. Não precise retornar para buscar suas coisas, daqui a meia hora haverá um carro próximo ao portão, com suas coisas. —Avisou. — Boa sorte daqui pra frente. —  Disse saindo, deixando-o ali. 

O vampiro aproximou-se do parapeito e colocou as mãos no bolso, contemplando uma ultima vez, a bela vista noturna da cidade no horizonte. Era algo que a Cidade dos Vampiros não proporcionava, uma vista como aquela. Iria sentir falta da mansão, ficava mais nela do que no castelo.

Teve que admitir que se tivesse controlado seu temperamento, não teria sido banido. Porém engolir desaforo nunca foi seu forte. Uma coisa ele viu de bom, não precisaria mais usar lentes. 

Não demorou muito tempo para que seus amigos aparecessem. Os comentários sobre o que havia acontecido acalorava a mansão, e logo os boatos de que ele havia sido na verdade transformado por Lissandra começaram.

Drake se virou ao ouvir seus passos, e logo a expressão de fascínio tomou conta de seus rostos.

— Caralho!! — Exclamou Heigi, admirado com seus olhos.

— Então era verdade, seus olhos são...

— Dourados, sim. — Confirmou a Catarina.

— Então o senhor foi banido mestre? — Indagou Dimitri com pesar.

— Sim, finalmente vocês poderão deixar de lado essa formalidade. Sério me chamar de "mestre", "senhor" me faz parecer mais velho do que eu sou. — Reclamou, fazendo-os rirem. —Porra só tenho dezoito anos, poderiam esperar eu ficar adulto primeiro. — Brincou.

— A rainha disse que você quer que vamos com você. — Falou Heigi. — Já vô avisando que eu aceito numa boa.

— Eu também! — Disseram Dimitri e Catarina juntos.

— Então arrumem suas coisas, vou esperar vocês no carro.

Drake ficou ali por mais um momento, até que saltou e saiu voando como corvo.

Lissandra se recolheu em seu quarto abalada com a saída de Drake. Agora ela estava novamente sozinha contra Vladimir, seu principal inimigo no conselho. Ela sabia também que além dele haviam outros que não tolerava sua presença no trono por ser mulher, mas nenhum deles eram tão contra a ela quando Vladimir.

Heigi e os outros logo apareceram de malas prontas. E com tudo em ordem partiram. Drake olhou a mansão uma última vez, e depois deu adeus a sua vida de nobre.

O percurso foi longo, atravessaram várias cidades observando a paisagem mudar gradativamente. Enquanto isso, o assunto mais comentado no palácio era o banimento de Drake. Vladimir já estava se irritando com aquilo, mesmo após ser banido, Drake ainda era o centro das atenções.

Finalmente eles chegaram a casa, localizada em um condomínio de classe alta. Já havia amanhecido e algumas pessoas caminhavam pelas ruas.

Desceram curiosos para saber como era a nova casa deles. Se surpreenderam, era uma casa bem moderna, esperavam uma mansão caindo aos pedaços.

Tinha uma garagem, cujo o portão era pintado de branco. A casa era toda quadrada, com exatos três andares — mais parecia um cubo —  umas das mais bonitas da rua.

A parede externa do primeiro andar era revestida de madeira envernizada. Uma parede de vidro tomava o lugar dos tijolos no segundo andar, ia de ponta a ponta. Não era possível ver o que tinha lá dentro, já que o vidro era fumê assim como no palácio.

O terceiro e último andar era o terraço, coberto por uma laje sustentada por quarto grandes pilastras  , uma em cada extremidade do piso. Essas pilastras eram revestidas com a mesma madeira do segundo andar. O seu teto era de cor cinza bem claro, com lâmpadas espalhadas aleatoriamente. As outras paredes eram da mesma cor do teto do terraço. O gramado frente a casa estava bem cuidado. Alguém sempre ia até lá dar uma "geral" na casa isso evitou que ela ficasse abandonada.

Todos na rua direcionaram sua atenção para os novos moradores. Como eles não tinham o hábito de sair de dia, não se lembraram que se tratava de humanos naquele lugar. Drake acabou direcionado seu olhar para um grupo de jovens que iam pra escola naquele momento. Por isso ao verem seus olhos, se afastaram assustados. O vampiro rapidamente se virou, sem jeito.

— Bom gente, é melhor entrarmos antes que sejamos taxados de demônios. — Sugeriu. Os três se entreolharam

— Também acho. — Concordou Catarina pegando as malas com a ajuda do motorista que o levou. Os outros três prontamente ajudaram.

Logo eles se organizaram dentro da casa. A mesma era espaçosa e aconchegante. Drake ficou satisfeito, e  afinal a mesma lembrava a mansão. Lissandra fora certeira na escolha da propriedade.

— Então... e agora? — Indagou Dimitri a Drake, o vampiro o olhou.

— Seguiremos com o plano. — Respondeu com um sorriso sádico.

Agora sem os deveres no conselho, ele poderia focar seu plano em resgatar Selena.

Continue lendo

Você também vai gostar

12.3K 1.4K 29
Agatha Swift tendo seus 857 anos com aparência de 28. um anjo caído que resolveu ser caçadora de monstros embora ela também fosse uma. Charlie swan s...
1.9K 394 11
Every time I close my eyes, it's like a dark paradise No one compares to you I'm scared that you won't be waiting on the other side Bella Swan × Fem...
237K 20.2K 42
"Alguns dizem que eu nasci com um dom, mas não é assim que eu vejo. Eu faria qualquer coisa pra isso parar, pagaria qualquer preço pra ser uma garota...
608K 39.4K 43
Era uma vez, uma jovem. Ela era um dos seres mais belos do mundo. Um dia, ela foi atacada por um monstro. Mas um homem foi salva-la...