O Preço da Adoração (AMOSTRA)

By RBPlushie

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Introdução
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 14
Capítulo 15
FIM DA AMOSTRA GRÁTIS

Capítulo 13

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By RBPlushie

Após as despedidas, Alisson me convidou até a casa dele. Eu aceitei na hora.

Quando Alisson fechou a porta de entrada eu já não aguentava mais. Eu o prensei contra a parede e grudei meu corpo naquele traje emborrachado, tentando alcançar seus lábios.

"Cedo demais, novinho. Preciso dar um tiro." Ele escorregou para o lado e seguiu adiante enquanto removia o traje, revelando a sunga amarela que vestia por baixo.

Trajando apenas sua sunga e a medalha, Alisson jogou-se no sofá e vasculhou a gaveta da mesinha.

Eu me apressei até ele, pensando em como repreendê-lo sem parecer um bebê chorão. Mas assim que Alisson puxou o envelopinho, senti um arrepio elétrico descer meu pescoço. E o arrepio só aumentou a cada batida do envelope contra o espelho. O pó branco caía em uma linha fina, como se em câmera lenta.

"Faz um pra mim também." Pedi, sentando ao seu lado.

"Será que devo? Você ficou doido demais, da última vez." Ele sorriu pra mim, me provocando.

Eu devolvi o mesmo sorrisinho petulante e mordisquei o lóbulo da sua orelha. O gosto do mar me fez gemer baixinho e brincar com a língua, me divertindo ao ver o primeiro filete de pó sair todo ondulado e tremido.

"Doido ficou você, quando te chupei naquele beco." Sussurrei macio em seu ouvido. "Vai ser mais gostoso assim. Você sabe disso."

Alisson nem tentou discutir. Ele apenas bateu outra fileira e cheirou uma delas, me deixando ficar com a mais comprida.

Eu cheirei minha porção e, como da primeira vez, desceu como um soco na cara. Mas logo aquele desespero esquisito passou, e eu relaxei contra o encosto do sofá.

Assim que eu me acomodei, Alisson se levantou, o que me fez suspirar e buscar forças dentro de mim. Eu precisava daquele mastro alisando a minha língua, mas o Alisson estava esquisito desde que descemos do pódio.

"Vem brincar, Alis." Falei, descendo minha bermuda até os pés e revelando minha extensão, tão dura que chegava a doer.

Alisson tirou a medalha e subiu as escadas. A porta do quarto fechou-se lá em cima.

Eu não soube o que fazer. Mais uma vez minha visita ao Alisson começou bem diferente do imaginado, mas dessa vez o pó fazia cócegas dentro de mim, e minha visão percorria os móveis em câmera lenta, fixando em pontos estranhos, que pareciam mais coloridos que o normal.

Mas o maior problema me fazia morder o lábio até doer. Meu corpo precisava de atenção, latejando tão intensamente que eu não aguentaria esperar.

Tremendo pela ansiedade, ou talvez por causa da cocaína, eu subi a escada a passos corridos, pelado mesmo. Quando cheguei no quarto do Alisson eu abri a porta, e ele se sobressaltou.

"Ei, que invasão é essa?" Ele perguntou, escondendo algo nas costas, mas eu já havia visto. Era um envelope de papel pardo, daqueles de correio.

"Vai enviar essa medalha para a sua mãe, também?" Perguntei.

Alisson rosnou. Seus olhos negros cintilaram furiosos na minha direção mas eu não tive medo. Eu começava a entender o Grande Alisson. Sabia que a raiva dele não era de mim.

"Como você sabe?" Ele lambeu a aba do envelope e terminou de fechá-lo.

"Você ganha prêmios o tempo todo, mas não tem nenhum na sua casa." Falei, me aproximando com cautela até sentar na sua cama. Eu cobri a virilha com as mãos, tentando parecer menos inadequado.

Alisson olhou para mim, depois para o envelope, apertando os lábios. Por fim ele jogou o envelope na mesinha de canto e me fuzilou com o olhar, duas assustadoras esferas negras e dilatadas.

"Estou cansando disso, novinho. Eu sou o Grande Alisson. Eu surfo, eu ganho prêmios, e eu molho o pau em todas as gatinhas dessa cidade, entendeu? Não sou nada além disso."

Eu baixei a cabeça, fitando o envelope com o canto do olhar. Alisson escreveu o endereço em uma letra de forma bonita e delicada, e grudou os selos no topo bem alinhados, do menor ao maior. Não parecia o tipo de carta de alguém que não dava a mínima.

Ainda assim, eu não queria o Grande Alisson brigando comigo, e perceber isso fez meu coração apertar.

"Desculpa, vou fingir que não vi nada." Falei, me sentindo um covarde.

Alisson baixou os olhos ao longo do meu corpo, e enfim avistou minha parte animada, que eu não conseguia conter. Ele se aproximou de mim, um passo após o outro, e parou na minha frente.

Nossos olhares permaneceram cruzados, e nós mergulhamos no silêncio total do quarto à meia luz. A vitória de antes deveria encher Alisson de alegria, mas suas pupilas dilatadas pareciam duas fendas abissais, tão profundas que eu poderia afundar nelas para sempre.

Eu queria perguntar. Eu devia perguntar. Mas as drogas aqueciam meu corpo além do controle, e pelo volume esticado na sunga à minha frente, eu sabia que Alisson sentia o mesmo.

Apressado, eu desci a sunga do Alisson até os joelhos, salivando ao ver o enorme mastro saltar e bater contra seus pelinhos crespos.

Se isso era tudo o que eu podia fazer pelo Alisson, eu faria. Eu faria qualquer coisa.

Eu segurei na base quente e entreabri os lábios, mas quando aproximei o rosto Alisson segurou meu ombro no lugar. Eu ergui os olhos para ele, confuso.

"Deita." Ele disse. "Mas vai ser nosso segredo. Pra sempre. Ouviu?"

Meus olhos se abriram do tamanho de pratos, e um arrepio de emoção percorreu todo o meu corpo.

"S-s-sim,senhor." Gaguejei, recuando na cama.

Eu deitei de peito sobre os lençóis macios, e espiei por cima do ombro Alisson engatinhar atrás de mim. Eu queria. Eu queria tanto que meu corpo todo tremia, e meu pré-gozo fazia uma poça no colchão.

Não sei o que eu fiz de certo, mas ia mesmo acontecer. O Grande Alisson ia se satisfazer com o meu corpo.

Quando já estava ajoelhado entre as minhas coxas, Alisson observou as minhas costas magricelas e coçou atrás do pescoço, estalando a língua nos dentes.

"Cara, isso é meio gay demais... Não quero virar veado." Ele suspirou, e eu me aterrorizei ao vê-lo prestes a mudar de ideia.

Faz o que quiser de mim, eu quase gritei, mas me contive. Ansioso demais, eu ergui meu quadril e empinei a bunda, rezando que isso fosse convencê-lo, e não o contrário.

Alisson finalmente tocou em mim. Ele segurou uma nádega em cada mão e apalpou, brincando com a maciez, e com a textura lisa da minha pele de boneca.

Eu escondi o rosto do colchão, engolindo meus gemidos no temor que isso fosse assustá-lo. Eu queria satisfazer o Alisson como todas aquelas mulheres. Não era culpa minha ter nascido homem.

Alisson afastou minhas nádegas, e girou o polegar no meu asterisco.

Não aguentei, dei um gritinho de êxtase e estremeci todo, gozando nos lençóis. Alisson percebeu e continuou massageando lá atrás, até meu orgasmo atingir níveis inacreditáveis.

"É apertado." Ele disse, começando a forçar.

O prazer começou a ficar dolorido, mas não importava. Eu continuava duro. Sentia que poderia gozar mais dez vezes, e eu queria. Meu Deus, eu queria demais.

"Mete..." Arfei, rebolando contra aquele dedo.

Alisson tirou a mão, o que me fez gemer em frustração. Mas ele apenas chupou o indicador e voltou lá embaixo, forçando o dedo molhado até entrar.

Me esforcei demais pra não gritar de dor. A sensação era horrível. Eu apertei o rosto contra o colchão, tentando imaginar que não era um dedo, mas algo muito maior e mais gostoso. Isso ajudou um pouquinho, mas a dor estragava tudo.

Alisson brincou de tirar e meter o indicador, e depois tentou forçar um segundo dedo lá dentro. Não entrava de jeito nenhum.

Quando eu já não suportava engolir meus gritos, Alisson tirou a mão, e eu arfei em alívio profundo.

"Meu pau não vai caber nesse seu buraco de agulha." Ele deu um tapinha na minha bunda. "Você é muito novo."

"Vai sim. Tenta de novo." Implorei, sem muita convicção. A dor ainda pulsava, inflamando toda a minha metade de trás.

Claro que Alisson não tentou. Eu era apenas um adolescente idiota e inútil, e agora que Alisson tinha certeza disso ele voltaria pras namoradas, e esqueceria de mim.

Eu solucei baixinho contra o travesseiro, e um peso atrás de mim me fez afundar no colchão e engasgar.

Alisson deitou o peito nas minhas costas, me pressionando contra o colchão com seus músculos bem definidos. Ele beijou a curva do meu pescoço e sussurrou no meu ouvido.

"Tudo bem, podemos fazer de outro jeito." Ele disse.

Eu gemi de tesão, sobrecarregado pela sensação do Alisson deitado sobre mim. Seu mastro duro alfinetava a fenda entre as minhas coxas, me fazendo ver estrelas.

Mas o que pirava meus hormônios eram as carícias e os beijos. Não sei se Alisson se sentiu mal por mim, mas ele beijou atrás do meu pescoço até eu criar coragem e virar o rosto. E então ele beijou minha boca, explorando minha língua com a dele.

Eu só podia estar no céu.

"Faz como da outra vez." Sugeri, e logo voltei a beijá-lo, gemendo para aquelas mãos que afagavam meus lados.

Alisson curvou os lábios num sorriso, e me beijou ainda mais profundamente. Sua mão desceu por baixo de mim, e brincou com a minha extensão naquele espaço apertado. Não demorou nada e eu gozei de novo, tendo espasmos contra o corpo forte do Alisson, enlouquecendo ao sentir seu pau molhar minha coxa e pulsar cada vez mais quente. Alisson curtia me fazer gozar, eu não acreditava na minha sorte.

Eu ainda estremecia quando Alisson levantou de trás de mim, e voltou à posição de antes, entre os meus joelhos. O súbito frio nas costas me fez resmungar.

"Empina esse rabinho." Ele deu outro tapinha. "Tive uma ideia gostosa."

Eu obedeci, em parte curioso e em parte morrendo de medo. Minha bunda ainda doía demais, e o mastro do Alisson era mais grosso que o meu pulso.

Não, eu não podia me acovardar por tão pouco. Meu corpo era todo do Alisson. Ele sentiria por mim o que eu sentia por ele a qualquer custo. Eu daria um jeito de aguentar.

Mas Alisson não tentou meter na minha bundinha virgem. Ao invés disso ele juntou minhas pernas, até meus joelhos se encontrarem no colchão.

"Força as coxas. Aperta." Ele disse, me estudando com o interesse de um cientista.

Eu obedeci e apertei uma coxa na outra com força, sem entender coisa nenhuma.

"Perfeito." Ele sorriu satisfeito, e agarrou os lados do meu quadril.

Uma ponta dura pressionou contra mim, me fazendo gemer. Mas a vara do Alisson não mirava na minha fenda. Ele estava metendo no triângulo entre as minhas coxas e a virilha.

Eu cobri a boca pra não gritar de prazer. Socorro, aquilo ia ser bom demais. Alisson nem havia começado a se mexer e eu já rebolava contra os pelinhos dele, pedindo vara.

"Encaixou bem. Você é tão magrinho." Ele disse, ensaiando um breve vai-e-vem. Seu mastro roçou nas minhas bolas e na parte de baixo do meu pau. Indo e vindo... indo e vindo...

Uma tempestade elétrica tomou conta do meu corpo. Eu espiei por cima do ombro, e parecia que o Alisson me comia de verdade.

Ele olhou nos meus olhos enquanto brincava e meteu com força, estalando a virilha na minha bunda. E então ele fez de novo, e de novo. Nossas peles batiam cada vez mais rápido, e eu gemia alto e gostoso, lutando para manter as coxas bem apertadas enquanto todo o meu corpo amolecia.

As arfadas do Alisson só aumentavam meu tesão. Eu quase gritava de tanto êxtase, inebriado pela esfregação nas minhas coxas, já úmidas pelo pré-gozo do Alisson.

Tentei aguentar, mas precisei me tocar lá embaixo. Naquela posição eu conseguia massagear a nós dois. Quando Alisson também percebeu isso ele enterrou o pau entre as minhas coxas e eu masturbei o dele e o meu juntos, até o Alisson lavar meus dedos no seu clímax. O calor molhado e os gemidos do Alisson me causaram outro orgasmo violento e intenso. Nossos êxtases se misturaram na minha mão e por todo o lençol.

Vencido pelo prazer, eu derreti no colchão, arfando.

Eu... eu queria fazer aquilo pra sempre.

Para meu deleite completo, Alisson se deitou comigo. Ele não tentou me tocar, então eu mesmo virei de frente para ele e o abracei, inalando seu aroma gostoso de suor e mar.

O cansaço fez meus olhos pesarem, e imaginei que Alisson também fosse dormir, portanto me surpreendi ao ouvir sua voz, tão macia e séria.

"Eu devia ter a sua idade quando ganhei minha primeira competição de surfe. Eu ainda me lembro do prêmio. Era um pequeno troféu de plástico pintado de dourado, com o meu nome escrito à caneta na base."

Eu aninhei a cabeça em seu peito, e ronronei ao sentir carinho nos meus cachos loiros. A história logo tirou todo o meu sono.

"Depois do diagnóstico da mamãe, eu havia prometido nunca mais voltar pra casa. Então mandei o troféu pelo correio e, pela primeira vez em anos, ela recebeu alta do hospital."

"Ela deve ter ficado muito orgulhosa." Comentei.

"O pai me convenceu a voltar, e por um tempo tudo pareceu normal. A mãe engravidou, a família aumentaria. Mas pouco tempo depois as coisas pioraram, a doença voltou muito mais forte."

Alisson estremeceu, e eu o abracei apertado.

"Eu retornei pra Orla das Sereias, consegui mais e mais troféus e medalhas. Quando percebi eu havia me tornado o melhor surfista da região, mas a mamãe continuava piorando. Foi o meu castigo por ter relaxado quando ela pareceu se recuperar."

"Não foi culpa sua, Alis." Eu beijei seu peito. "Ela teve sorte uma vez, e vai ter sorte de novo."

Alisson começou a rir, mas não era sua risada doce. Eu estremeci, me perguntando o que eu falei de errado.

"Sorte?" Ele soltou uma rosnada cáustica, sentando na cama tão rápido que eu recuei, assustado.

Alisson estapeou o envelope no chão, revelando sob ele a caixinha vermelha. Ele riu como um maníaco ao abrí-la, e brincou com os dadinhos em sua mão.

Retornando ao modo sombrio, ele me mostrou as faces de cima: BEIJAR e LÁBIOS.

"Esperar pela sorte é para os trouxas desesperados, novinho." Alisson baixou a mão e rolou os dados, torcendo o pulso rente ao chão. "A sorte existe para aqueles que merecem. Para aqueles que aprendem a invocá-la e usá-la."

Ignorando o quanto aquela conversa me assustava, Alisson me puxou pelo braço e estalou nossos lábios num beijinho rápido.

"Você, por exemplo, não teve muita sorte em me conhecer." Ele sussurrou no meu ouvido, e enfim soltou meu braço. "Mas pode acabar transformando isso em sorte, se fizer tudo direitinho."

Enquanto eu tentava entender, ainda atordoado pelo efeito do pó, Alisson deixou o quarto e bateu a porta.

Eu me levantei para seguí-lo, e só então percebi os dados no canto do chão, com o par de faces viradas para cima: BEIJAR e LÁBIOS.

Que estranho.

Eu desci as escadas, agoniado por um pressentimento muito errado, que eu tentei enterrar no fundo da mente. Logo percebi que esquecia algo importante. Prometi aos meus pais conseguir uma parceria com o Grande Alisson.

Como eu era burro, devia ter conversado com o Alis antes dele se enraivecer comigo. O que eu fiz, afinal?

"Alisson... desculpa se eu... o que? Para com isso!" Eu corri até o sofá, mas não consegui impedí-lo de cheirar outra linha de cocaína.

Alisson passou a mão no nariz todo branco, gargalhando da minha reação.

Por segurança, eu vesti minha bermuda de novo e guardei o envelopinho no bolso. Alisson não pareceu se importar, ele apenas cambaleou até a cozinha e abriu a porta da geladeira.

Eu murchei os lábios em indignação, e olhei para o espelhinho sobre o sofá, onde ainda havia um restinho branco. Meu coração trepidou, e minha boca encheu-se de água.

Quando percebi, meu dedo já estava limpando aquele restinho, e eu notei o quanto aquilo era ridículo.

Contendo o desconforto esquisito eu abri a gaveta para guardar aquelas tralhas, e então percebi algo retangular no fundo, em meio aos cachimbos, e comprimidos, e potinhos com cheiro doce.

Eu retirei aquela coisa, e ao virar percebi que era um porta-retrato onde apareciam quatro pessoas. Um homem de terno e gravata, uma mulher de lindos olhos escuros numa cadeira-de-rodas, segurando um bebê no colo, e um adolescente ao seu lado, com cabelos castanhos e um sorriso lindo. O Grande Alisson, alguns anos mais jovem.

Eu sorri para a expressão doce em seus olhos, e ergui os olhos para o retângulo de poeira na parede. Eu subi no sofá para verificar, e era um encaixe perfeito, mas assim que tentei pendurar o quadro Alisson bateu a porta da geladeira e eu desci às pressas, guardando tudo de volta como eu encontrei.

Alisson apareceu bebendo uma garrafa direto do gargalo, e depois a jogou para mim.

Eu não queria parecer uma criança, mas o cheiro era tão ruim que não evitei torcer o rosto.

"Nunca bebeu tequila?"

"Já, claro que já." Menti, e tentei descer dois goles, mas era ruim demais. Comecei a tossir depois do primeiro, com a garganta pegando fogo.

Alisson não riu de mim, estava concentrado em montar um cigarrinho de maconha. Eu precisava conversar com ele antes que desmaiasse, como da outra vez.

"Ahm... Alis..." Eu avermelhei, tentando juntar coragem. "Eu gostaria de um favor seu."

"Mais um favor?" Alisson deu uma longa tragada, e baforejou rindo. "Eu quase virei bicha pra te agradar, novinho. Tu tá gastando teus favores comigo."

Eu inflei as bochechas, me perguntando que parte daquela transa foi iniciativa minha.

"Estou falando sério." Resmunguei, tentando beber outro gole daquela porcaria. "Minha família precisa divulgar nossa loja. Meu pai gostaria de te patrocinar."

"Outro cara querendo me patrocinar? Tô gostando dessa massagem no ego." Ele tragou novamente, envolvendo a sala numa névoa adocicada. "Desculpa, novinho. O Jones é parceirão meu. Vou adesivar a loja dele na minha prancha, vai ficar da hora."

"Mas você vai divulgar ele de graça! Meu pai pretende pagar, e muito bem!"

Eu mordi a língua, percebendo meu exagero completo. Claro que meu pai pretendia pagar, mas considerando nossos lucros, seriam apenas trocados.

Infelizmente, foi justamente a parte do dinheiro que interessou o Grande Alisson. Ele enfim parecia atento no que eu tinha a dizer.

"Novin... ahm... Michel, sem querer te zoar, mas tua loja é um galpão com caixas, né não? Eu curto o lance rústico e tal, Surfe Somos Nós é um nome bem louco, mas o cara tem que começar pequeno. Se procurar vocês acham surfista que adesive a prancha de graça, ou em troca de parafina, coisa assim."

"Não quero outro surfista, eu quero você!" Gritei, avermelhando ao perceber o que havia dito. "...Para divulgar nossa loja no Campeonato Nacional, quero dizer."

Alisson se deliciou com o vermelhão no meu rosto. Ele afinou os olhos e se aproximou de mim, parecendo realmente intrigado.

"Meu pai tem grana, sabia? Ele pode pagar a taxa do Campeonato Nacional." Ele parou à minha frente, ainda totalmente pelado, mas toda aquela droga havia matado o pau dele. "Você quer que eu decepcione meu melhor amigo, por uma grana que eu não preciso, e que vocês não têm. É isso mesmo?"

"Exatamente." Respondi de imediato, embora minha voz tremesse.

Alisson riu, e amassou a ponta do cigarro no cinzeiro. Ele inclinou-se sobre mim, quase colando nossos lábios, e acariciou meu rosto.

"Não posso trair o Jones por algo tão estúpido, novinho. Mas posso propor... uma troca."

"Troca?" Meu olhar assustado encontrou aquele par de esferas negras e sem brilho. "Como assim, troca?"

"Prepara essa bundinha pra mim. Quero fazer a coisa de verdade."

"Quê?" Meu rosto quase pegou fogo. "Mas antes era você quem não queria. Hoje foi tão bom, você não gostou?"

"Não vem com veadagem, novinho. Tanta provocação, e agora você não quer mais?"

Eu abri a boca, completamente confuso e sem resposta. Pensei ter satisfeito o Alisson, e minha bunda ainda doía daquela nossa tentativa idiota. Por que não podíamos continuar daquele jeito?

Além do mais, aquele sorriso do Alisson me causava arrepios.

"Pensa, Michel." Ele tirou a garrafa de mim, e bebeu vários goles antes de me devolver. "Não sou o único que pode ajudar sua família."

Alisson deu um selinho nos meus lábios, mas o gosto forte me fez desviar o rosto.

"Tá, eu dou um jeito. Vamos conseguir o dinheiro pro Campeonato Nacional, e eu vou... ahm... me preparar." Meu rosto aqueceu ainda mais.

Alisson mordiscou seus lábios carnudos, como se saboreasse a vergonha no meu rosto. Foi um alívio quando ele se afastou de mim e vasculhou a agenda ao lado do telefone.

"Relaxa, faremos com calma." Ele disse, passando as páginas. "Por agora, vamos matar essa larica. Será que tem pizzaria aberta, quatro da manhã?"

"Quatro da manhã??" Eu gritei, saltando do sofá e calçando os chinelos ao mesmo tempo. "Ai, meu Deus, tô muito ferrado."

"O que foi? Não gosta de pizza?" Alisson arqueou uma sobrancelha, me assistindo correr pela sala.

"Gosto. Adoro. Mas eu... ah, droga. Preciso ir. Desculpa." Falei.

Antes que Alisson se despedisse eu abri a porta e disparei de volta pra casa. Meu sangue gelou ao ver a escuridão completa, acompanhada apenas do canto das corujas.

Eu não queria levar bronca e ficar de castigo. Por um motivo tão infantil eu corri, e só parei ao chegar em casa, com a língua aos pés.

Se eu conseguisse prever o dia seguinte, ou pelo menos voltar no tempo, eu teria encarado todas as broncas e castigos do mundo. Os sinais estavam todos lá.

Eu realmente não passava de um adolescente estúpido.


****

Nota da Autora

Oi lindos <3

Espero que estejam gostando da história, e ainda não tenham morrido de raiva hahah <3

Quer ler a história completa? O ebook de O Preço da Adoração está à venda por apenas R$1,99 na Amazon. A promoção só vai até dia 05 de junho, então corram~

E outra boa notícia: Em breve terei novidades sobre Ondas em Rebentação, a continuação de O Amante do Tritão.

No próximo capítulo: A realidade sobre o grande e incrível Alisson atinge Michel como um trem desgovernado. Mas talvez tudo dê certo, não é?

Beijos, e nos vemos no próximo capítulo!

R. B. Mutty

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