Anjos do Anoitecer

By HenryGusta

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Em um mundo cuja a existência de vampiros é tolamente tida como lenda, dois jovens descobrem logo cedo de que... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2 (parte I)
Capítulo 2 (parte II)
Capítulo 2 (parte III)
Capítulo 3
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19 (parte I)
Capítulo 19 (parte II)
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25 (parte I)
Capítulo 25 (parte II)
Capítulo 25 (parte III)
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33 (parte I)
Capitulo 33 (parte II)
Capítulo 34
Capítulo 35
Capitulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capitulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capitulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80 (ultimas semanas)
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90 (Últimos Capítulos)
Capítulo 91 (Penúltimo Capítulo)
Capítulo 92 (Último Capítulo)
Epílogo
Livro Novo Já Disponível!

Capítulo 4

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By HenryGusta

Música: Avenged Sevenfold Dear God

— Mestre! Mestre!.

— O que foi?

— Cinco nobres foram mandados até o refúgio dos humanos como o senhor ordenou, mas...

— Falharam?

— Nenhum deles retornou.

— Devem estar mortos. Incompetentes...

— Senhor, vamos realizar um novo ataque?

— Não, os humanos vão ficar em alerta. Era muito simples entrar naquele lugar e me trazer a Selena, muito simples, mas não, aposto que subestimaram os humanos.

— Eu posso mandar nobres mais bem treinados na próxima vez.

— Mais bem treinados que Vargas? Se ele morreu e por os humanos estão bem armados. Irônico, quando cheguei aqui ele tentou me matar, agora ele está morto... na próxima eu irei pessoalmente.

— Mas senhor...

— Meu caro, se você quer que as coisas saiam bem feitas, faça você mesmo.

— Sim mestre, posso me retirar?

— Pode ir.


— Selena sai desse chuveiro. Vamos nos atrasar pro enterro.

— Por mim eu nem iria. — Respondeu triste.

— Temos que ir, aqueles caçadores deram a vida para salvar esse lugar.

— Eles morreram por minha causa, os vampiros me queriam, por que eu matei um ancião... — Não encerrou sua fala, apenas saiu do chuveiro cabisbaixa. Secou-se desanimada e vestiu com o mesmo desânimo suas peças íntimas.

— Para de se culpar, aqueles nobres eram muito poderosos.  

— Não tenho roupas pretas, não posso nem sair daqui para comprar. — Reclamou sentando-se na cama, escorando o rosto em sua mão.

— Eu te empresto um vestido meu, acho que vai servir em você.

Lúcia foi até o guarda roupa e tirou dele um vestido tomara-que-caia simples de pano fino, que ia a pouco abaixo dos joelhos. Selena se levantou da cama e o pegou, observando-o atentamente, ele até que fazia o gosto dela.

Sem muita questão, o vestiu adicionado ao look uma jaqueta jeans escura, optou por calçar uma bota com salto alto. Colocou um brinco que tinha um grande valor afetivo, tinha o formato de cruz, foleado a ouro. Foi um presente de sua mãe que ela fazia questão de usar.

— Nossa, nem quando vou pro shopping fico tão bem arrumada assim. — Lucia comentou, admirando-a.

— Não vou sair daqui que nem uma entidade, parecendo estar mais morta que os defuntos. Vou menos depressiva. — Falou caminhando até o espelho, fixado na parede. Se olhou rapidamente e se virou, seguindo até a cama onde começou retirar as coisas essenciais de sua bolsa.

— Acho que vou ir na sua vibe. Também não vou muito gótica não. — Lucia abriu o guarda-roupas, observando as diferentes peças que poderia usar.

Prontas saíram do quarto, levando consigo a tristeza de ter de ir velar seus companheiros. Vários alunos da escola já estavam caminhando para saída, onde os ônibus os esperavam lá fora. Encontraram-se com Luke enquanto caminhavam, o rapaz vestia um terno azul marinho e gravata de cor vinho, com uma camisa cinza por baixo.

— Como está o Henrique? — Selena perguntou.

— Até agora não acordou, mas não sei o que será dele, se ele apresentar mudanças de comportamento vamos ter que... — Luke não completou, Selena o interrompeu colocando a mão em seu ombro.

— Chega de falar em matar por hoje, o clima já está tenso de mais.

— Concordo. — Falou abaixando a cabeça momentaneamente, a ergueu em seguida. —  Vamos? — Perguntou para ambas

— Vamos. — Lucia respondeu

Luke foi na frente, Selena e Lucia seguiram logo atrás. Foram ao todo mais de trinta ônibus lotados para levar os alunos e vinte carros para levar os caixões. A escola ficava afastada da cidade, então o trajeto seria longo. 

Um ataque dos vampiros poderia ocorrer, já que estavam vulneráveis. Mas os vampiros não atacariam. Um ataque naquelas circunstâncias geraria muitas notícias e investigações e isso era o que eles menos queriam.

Enquanto o percurso durava, Selena pensava em várias coisas: se depois de matar mais um vampiro se tornaria caçadora, se tudo de fato era culpa dela, por que só agora os vampiros vieram procurá-la. Mas de uma coisa ela tinha certeza, ela queria vingança.

A paisagem pouco mudava, aquela serra bonita e verde dava um ar alegre ao trajeto. O sol por entre as nuvens combinou com o calmo chuvisco, um leve arco-íris se formou em meio aquela paisagem. Atrás dele, nuvens fechadas emitiam vários clarões devido aos raios furiosos, aquilo indicava que a chuva poderia piorar.

Selena suspirou fundo, fechando os olhos. 

Alguns minutos se passam, o ambiente começou a ficar mais escuro. Selena percebeu que o motivo era o fato de estar passando por uma mata densa e sombria, aquilo a fez arrepiar.

De repente os ônibus pararam, assustando os alunos.

— Por que paramos? — Lucia perguntou olhando pra fora.

—E você pergunta isso pra mim?

— Será que são vampiros? — Lucia ponderou a hipótese, seus olhos arregalaram após o fazer.

— Era só o que me faltava. — Suspirou fundo fechando os olhos.

Selena viu pela janela Luke passar com expressão preocupada em seu rosto. Curiosa o chamou.

— Luke!

O rapaz virou-se prontamente.

— Por que paramos? —  Indagou preocupada.

— Tem um animal morto lá na frente. — Luke respondeu, olhando para frente no instante seguinte, observou o amontoado de jovens que olhavam o animal morto no chão.

— Que animal?

— Não sei, vou lá checar. —  Respondeu voltando a caminhar.

— Será que as coisas poderiam parar de morrer só por hoje Deus? — Perguntou para si mesmo, jogou a cabeça no banco, olhando para cima desgastada.

— Vamos descer pra ver. — Lucia sugeriu se levantando.

Selena e Lucia desceram, foram caminhando com os alunos para ver que animal era. Ao se aproximarem, perceberam que era um cavalo, e este tinha várias marcas de mordida em seu pescoço.

— Tem vampiros por perto. — Disse uma caçadora de elite.

— Pra que fizeram isso? — Perguntou Selena enquanto encarava o animal com pesar.

— É um aviso. — A caçadora deduziu suspirando.

— Que aviso? — Perguntou ainda mais preocupada.

— Não sei, mas eles sabem onde estamos indo. VOLTEM TODOS PARA OS ÔNIBUS. — Ela gritou e assim os alunos o fizeram. — Você também Selena, não estamos seguros aqui.

— Ok. — Obedeceu se virando.

Enquanto caminhava lentamente em direção ao ônibus, ela sentiu um calafrio e se arrepiou toda. Esfregou os braços tentando conter aquele arrepio repentino, mas sem sucesso. 

A sensação era que estava sendo observada por alguém. O céu antes parcialmente nublado, agora estava cinzado pelas nuvens. O barulho das folhas das árvores balançando era angustiante, tal como o vento gélido que resfriava a seu rosto. Novamente o arrepio retornou, porém somente em seu pescoço. Incomodada ela levou as mãos ao local, de fato, alguém estava próximo. 

Involuntariamente Selena olhou para a mata, a observando, e foi nesse momento que avistou o que a ameaçava.

Era um nobre, ela deduziu pelas suas vestes: a típica capa branca que eles usavam, com o capuz sobre a cabeça; trajava uma blusa justa também branca por dentro da calça de mesma cor. Nobres e anciãos sempre usavam roupas claras, de preferência branca ou cinza, para demostrar sua superioridade. Vampiros de classe alta usam peças ainda mais chamativas, para serem ainda mais superiores. Era o caso daquele vampiro, que usava um cinto cuja sua fivela era foleada a ouro e o couro de cor dourado. Suas manoplas bem talhadas, continham garras de prata. O mesmo capricho estava presente em sua bota, cujo o cano ia até o joelho, igualmente bem feitas.

Selena congelou ao ver aquela imagem que ninguém parecia ver. Um vampiro que poderia matar todos ali com facilidade. Ele estava a sua frente de cabeça baixa, imóvel. O arrepio voltou pela terceira vez, desta vez muito mais forte. Algo que não era nada bom, pois isso só ocorre quando os vampiros estão caçando.

Entretanto aquele vampiro estava ali parado, fitando o chão como se não quisesse mostrar o rosto.

Segundos que pareciam horas, Selena não conseguia fazer nada perante aquele nobre. Estava desarmada, vulnerável. O sol não estava presente para enfraquecer aquele vampiro, era a hora ideal para o mesmo atacar.

Mas não foi o que aconteceu.

Aumentando sua tensão, o vampiro apenas ergueu a cabeça, encarando-a com seus olhos da mesma cor do ouro que vestia. Aquela face familiar fez Selena reconhecer quem estava a sua frente.

— Drake? — Selena murmurou com os olhos arregalados, ao mesmo tempo confusa, não acreditando no que estava vendo.

— Lena? — Lucia chamou e Selena a olhou assustada. — Viu um fantasma foi?

— E-eu, vi um vampiro d-de classe alta bem ali. — Respondeu em choque, virou o rosto para mostrar, no entanto o vampiro simplesmente havia sumido.

— Não tem ninguém ali, você esta abalada pela morte deles, vamos voltar pro ônibus. — Lucia disse envolvendo um dos braços no ombro de Selena e a puxando para caminhar novamente.

Selena não parava de encarar aquela floresta, esperando ver aquele vampiro de novo, mas ele simplesmente desapareceu. Ela logo deduziu que fosse coisa da imaginação dela. O dia estava sendo difícil então ela acabou imaginou aquilo. Afinal ela viu Drake morrer, pelo menos, escutou seus gritos.

Dentro do ônibus ela ficou pensando, olhando a mata pela janela, e nada de ver aquele vampiro de novo, então concluiu que aquilo de fato era coisa da cabeça dela. Frustrada, ela escorou a cabeça na janela do ônibus e fechou, tentando dormir um pouco, já e a viagem duraria mais duas horas.

Os ônibus deram partida, Selena abriu os olhos se assustando com o movimento brusco. Porém, o tempo avia mudado; o céu estava abrindo e um sol forte e quente tomou o lugar daquele clima sombrio. Aquilo deixou Selena mais intrigada ainda, mas o calor do Sol era confortante e novamente ela fechou os olhos, acabou adormecendo.

— Selena, chegamos. — Ela ouviu Lucia a chamar, abriu os olhos se deparando com aa amiga a encarando.

— Chegamos aonde? — Ela perguntou confusa afastando as costas do banco, esfregou os olhos meio sonolenta.

— No cemitério, uê! Você dormiu demais em.

— É, acho que sim. — Selena se levantou um pouco grogue.

As duas desceram do ônibus. Os alunos ajudaram a carregar os vários caixões durante o percurso até o local do enterro.

— Tantos mortos não vão chamar a atenção não?

— Esse cemitério aqui pertence a Ordem, ele foi construído para os caçadores que morreram em batalha.

— Bem limpinho aqui, confortante. — Selena olhou ao redor. O local era bem organizado com muitas plantas e árvores. Mais parecia um parque que um cemitério.

— E mesmo. — Concordou olhando ao redor.

Os alunos chegaram ao local do enterro e fizeram uma grande roda, alguns choravam, outros permaneciam sérios tentando ser fortes, mas por dentro estavam destruídos. Selena e Lucia se juntaram a eles, observando os caçadores sendo enterrados.

Uma garota que muito chorava pelos mortos notou que Selena estava perto, a jovem não sabia, mas aquela garota a culpava pelas mortes que aconteceram.

— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? ISSO E TUDO CULPA SUA! — A garota gritou, deixando todos surpresos.

Selena permaneceu imóvel sem reação para aquela acusação.

— VOCÊ MATOU UM ANCIÃO, MAS QUE BENEFÍCIO ISSO TROUXE A NÓS? FORAM MAIS DE CINQUENTA MORTOS, CINQUENTA MORTOS SELENA, CINQUENTA MORTOS POR SUA CULPA! — Ela volta a chorar intensamente.

— Já chega Alice, não foi culpa de ninguém, os vampiros iam nos atacar mais cedo ou mais tarde. Todos aqui têm a opção de escolher ser ou não um caçador, todos sabem os riscos, sabem que o inimigo e extremamente forte. Eles morreram, mas morreram com honra e com certeza, não gostariam que nós nos virássemos uns contra os outros. Esse momento já está sendo difícil demais para brigarmos entre si. —  Luke pronunciou, a garota se virou e saiu, Selena fez o mesmo, para o lado oposto.

Abalada, foi caminhando até uma árvore e ali sentou. Ela já estava se sentindo culpada e depois dessa acusação, estava acabada, a única coisa que conseguiu fazer foi chorar. Lucia foi até Selena, sentou-se ao lado da amiga e lhe deu um abraço.

— Ela tem razão, é tudo culpa minha. — Selena levantou o rosto, enxugando as lágrimas que desciam intensamente.

— Não é culpa de ninguém... na verdade é sim, dos vampiros, foram eles que fizeram isso, não você.

— Eu preciso me tornar uma caçadora Lucia, cansei de ser indefesa, já matei dois vampiros poderosos, sou mais do que capaz de matar esses monstros, não quero que ninguém se sacrifique por mim mais. — Falou com perceptível raiva em seu tom de voz.

— Eu entendo Selena, e você vai se tornar uma caçadora, eu mesmo vou te treinar. 

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