Como Hannah ficou doente decidi voltar para casa mais cedo. Hannah está com 4 meses e muito ansiosa para saber o sexo do bebê. Eu também estou um pouco ansioso, mas ela fica falando que quer ver o rostinho do bebê pra saber com quem ele vai parecer. Diz que pede a Deus para que seja parecido comigo. Na verdade eu não entendo o porque de estar tão louca querendo que se pareça comigo, mas acredito que seja de mulher grávida mesmo. Hannah não está saindo muito de casa, o médico dela pediu para que repousasse pois a poucos dias ela teve um pequeno sangramento, mas nada aconteceu com o bebê, graças a Deus.
O Will, chefe da Hannah, avisou que viria esta semana aqui visitá-la, já que não pode sair de casa. Ele mandou flores mais cedo com um cartão avisando que viria hoje. Embora ela não quisesse que ele viesse, eu disse que deixasse de besteira e que o recebesse bem. Eu não estaria em casa apesar de querer muito, pois eu prometi a mamãe que a levaria para fazer compras. Mas eu acredito que chegaria a tempo de vê-lo.
- Hannah, estou saindo com mamãe, mas prometo que volto logo e espero que seu chefe esteja aqui ainda. Nunca mais o avistei. Seria uma boa convidá-lo para estar aqui no chá do bebê.
Hannah olhou com cara de não entender muito bem o que eu acabei de dizer mas ela assentiu.
- Tudo bem Au. Quando ele vier aqui, lhe direi.
- Volto já.
Beijei a testa e barriga de Hannah e então bati a porta e fui encontrar mamãe.
No caminho ao supermercado, mamãe achou estranho eu deixar a Hannah sozinha com o chefe dela. Mas eu confio nela, somos casados há algum tempo e ela nunca me fez ter desconfianças.
- Meu filho, você não acha estranho deixar sua mulher sozinha na própria casa com o chefe dela?
- Porque diz isso?
- Porque é muito estranho. Eu se fosse você não gostaria de deixá-la a sós com ninguém. A Hannah é uma mulher bonita, sensual e conquista a todos ao seu redor.
- Eu confio nela mamãe. Apesar de nunca confiar em homens, nela eu confio.
- Tudo bem, você quem sabe. E vamos parar de falar sobre isso.
No caminho para casa mamãe pede para que eu pare na casa de Jenna. E é lá que estaciono o carro. Bato na porta de Jenna e ela vem logo em seguida abrir a porta. Está tão linda que não consigo respirar direito. Prendo a respiração agora por obrigação, seu perfume invade minhas narinas de uma forma tão rápida que não consigo entender.
Mamãe e Jenna estão chorando abraçadas, quase sem parar. E meu único movimento é de ficar hipnotizado olhando para as duas mulheres mais importantes da minha vida. Eu as amo tanto.
Sinto falta da nossa infância, do nossos momentos juntos quando a encontrei. Sinto falta da boca dela, do corpo e calor.
Deixamos a casa de Jenna e meu pensamento é somente nela. Lucca viajou, Jenna está em casa sozinha. Tenho medo de que ema possa ter pesadelos ou passe mal como vem passando alguns dias.
No carro à caminho de casa, mamãe toca meu ombro.
- Eu sei Austin, que vocês se amam. Você deveria fazer o que seu coração pede e não a razão. Você merece ser muito mais feliz do que é agora com Hannah. Você merece, a Jenna merece. E Hannah merece achar alguém que a ame do mesmo modo.
- Mãe é tão complicado. Sinto que se deixar a Hannah e o bebê, estarei fazendo o mesmo que meu pai.
Estaciono o carro na garagem de casa.
Olho para mamãe.
- Filho, você não se parece em nada com seu pai. O que você vai fazer é ser feliz com a mulher que você realmente ama. Isso não é pecado. Pecado é você largar sua mulher com seu filho e não ter nenhuma responsabilidade para com ele.
- Eu sei mãe, mas eu tenho medo de ser um pai totalmente diferente do que imaginei.
- Você merece ser feliz com Jenna. E eu torço para isso. Agora você terá que ser forte. Vá atrás do seu verdadeiro amor. Ela também te ama.
Pensamentos invadem mimha mentd, sentimentos meu coração. Eu amo a Jenna eu sei disso, terei que ser forte ela também. Não posso mais me enganar, enganar a Hannah e muito menos a mulher que eu amo.
Eu serei outro homem completamente diferente amanhã. Como irei falar com Hannah se a gravidez dela está um pouco abalada?
Entro em casa e percebo que o chefe dela não está em casa. Coloco as comprad na mesa e vou atrás dela no quarto.
- Hannah?
- Oi.
- Will veio aqui?
- Ah, ele disse que mandou lembranças, disse que passaria aqui outro dia.
- Hum, tudo bem. Estarei lá na cozinha conversando com mamãe enquanto você termina o banho.
- Certo, meu amor.
E agora como começar a falar com Hannah?
- Mamãe, como falo com Hannah a respeito dos meus sentimentos?
- Filho você terá que ser cuidadoso.
Ela sabe quem é a Jenna, não sabe?
- Ela sabe desde que nos conhecemos, sabe que sempre amei outra mulher.
- Espero que vocês consigam achar uma forma de tudo terminar bem.
- Amanhã a Hannah terá uma consulta. Disse que podia ir sozinha, mas não sei se a deixarei.
- Creio que ela estará bem ou se quiser pode deixar que irei com ela.
- Por favor. Assim fico mais tranquilo.
Assim que Hannah desce percebo que está um pouco chorosa.
- O que aconteceu Hannah?
- Não tem nenhum problema.
Só que você sabe que estou assim durante a gravidez.
- Mas aconteceu alguma coisa. Eu conheço você.
Hannah se aproxima de mim e me abraça. Lágrimas correm de seus olhos eu tento lê-los para saber o que houve para ela estar assim mas não consigo ver nada.
- É alguma coisa com o bebê?
- Não.
- Então o que é?
- O Will disse que ia me demitir.
- Mas porque ele disse isso? Ele não pode fazer isso com você.
- Deixe para lá. Não quero você se envolvendo em brigas.
- Eu quero saber o porque.
- Não vá atrás dele. Só te peço isso. Por favor.
- Está bem. - menti. Claro que irei saber o porque que ele demitiu a Hannah.
Ficamos abraçados, depois dei um beijo em sua testa e a levei para dormir um pouco.
Preciso ir conversar com o Will, quero entender o porque dele mandar ela embora, já que não pode porque ela está grávida.
- Alô?
- Alô? Quem é?
- Austin. Preciso conversar com você.
- Pode vir, irei recebê-lo com maior prazer.
- Você está aonde?
- Estou em casa, pergunte para Hannah onde é, ela sabe muito bem.
Porque Hannah sabe onde é a casa dele? Que eu lembre nunca fomos, apesar de que todas as festas da empresa eram feitas na fazenda da família dele ou na empresa mesmo.
- Não entendi. Mas pode me passar o endereço por favor.
- Entenderá. Claro te passarei.
Enfim, após chegar na frente de sua casa. Estou a pensar em tudo o que ele deu a entender. Eu estou confuso. Ele não parece estar falando mentira. Como Hannah sabe onde é sua casa? Ele entende que não pode demitir ela mas porque mesmo assim fez?
Preciso entender como ele mesmo disse.
Buzino, buzino. Ele demora um pouco para vir atender.
Saio do carro enquanto está a me esperar na porta.
- Boa noite, Austin.
Aperta minha mão.
- Boa noite.
- Vamos entrando.
- Claro.
Sentamos no sofá de sua casa, ele abre um sorriso que não entendo bem.
- Algo para beber?
- Pode ser uma água mesmo, estou dirigindo.
Ele mexe a cabeça como quem diz está bem.
- Eu estou aqui sem a Hannah saber. Eu preciso entender o porque de você ter demitido a Hannah. Ele estava chorando muito quando cheguei em casa.
- Porque demiti ela? Porque não está mais fazendo o trabalho dela. Ela não quer mais trabalhar para mim.
- Como assim? Você não pode demití-la, ela está grávida.
- Eu entendo sua preocupação. Acredita que o filho é seu.
- Como assim?
Ele levanta-se e vem em direção à mim.
- Você é tão besta Austin. Vai dizer que durante esse tempo todo você não sabia que sua mulher o traía?
Levanto-me e percebo que ele está falando sério. Hannah me traía?
Ele continuou.
- Você viaja demais, Austin. Precisa ficar mais tempo em casa. Hannah é uma linda mulher, merecia ser bem tratada na cama. Ela foi bem tratada enquanto estava comigo.
Eu não conseguia falar nada enquanto ele falava as suas verdades. O que me deixa aliviado é saber que o meu amor por Jenna não pode ser mudado, abalado enquanto estive com Hannah. Porque eu trocaria meu verdadeiro amor por um falso.
- O seu problema Austin é que você não sabe satisfazer a sua mulher na cama. Nunca fez nada novo.
Ela gosta de apanhar na cara, gosta de sentir dor e de fazer coisas novas a cada transa.
Você deveria tentar algo novo.
- Obrigado.
Abri um sorriso.
- Estou um pouco triste por dentro mas muito mais feliz por ter tirado um peso enorme das minhas costas. Venho tentando manter a minha consciência limpa e agora com essa, eu é que estou consciente do que devo fazer.
- O filho dela é meu.
Foi duro ouvir isso. Duro ter que entender que a minha mulher me traía e que o filho não é meu. Mas estou muito mais feliz porque mereço ser feliz como mimha mãe disse.
- Parabéns papai. Amanhã ela estará aqui. Faça o enxoval completo e não esqueça de mandar para mim o convite do chá.
Antes de sair dei-lhe um soco na cara que o fez cair.
Entrei no carro a mais de mil, meu coração com batimentos tão rápidos que pensei que ia sair pela boca a qualquer momento. Mas eu estava tentando me acalmar. Eu ia dirigir. Eu não posso deixar isso me abalar.
Comecei a dirigir tão rápido porque queria chegar em casa o mais rápido que pudesse para ter que mandar Hannah embora. Eu não gostaria de ver a cara dela mais na minha vida toda.
Pensamentos na minha cabeça me fazem ver que eu não estava errado em amar uma mulher que eu sempre quis ter ao meu lado, me fez ver que apesar de nossos caminhos terem sido trilhados longe um do outro, me fez perceber que o nosso amor não pôde morrer. Ele continua vivo.
- Nãaaaaaaao...!!!
E eu apago.