4. Rosa Vermelha

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*JENNA

A senhora Bezz me pediu para entregar-lhe os documentos. Me assustei com a quantidade de pessoas na livraria. Estava lotada. Imagino que ela esteja dando uma pequena comemoração ao sair de férias.

Adentro no local, a senhora Bezz veio até mim e chamou suas amigas e seus filhos. Passei o olhar rapidamente entre todos que estavam ali, aparentemente mulheres bem jovens até algumas idosas.

Havia também alguns jovens. Não avistei ninguém conhecido. Meu coração esperava rever alguém com o nome de Austin. Mas talvez ele nem more mais aqui.

Fiquei vermelha ao ser apresentada para todos. E a senhora Bezz me surpreendeu ao dizer que a pequena comemoração seria para me dar as boas vindas. Corei mais uma vez.

Todos me deram boas vindas, em alto e bom som. Agradeci.

Havia alguns balões nas cores azul e branca. Em cima daquela mesa quadrada de ontem, estava um bolo de chocolate enfeitado pensei que deveria estar bom. Alguns descartáveis, como copos, pratinhos e talheres. Refrigerantes e uns 30 a 40 cupcakes - não contei - estavam ali, muito bonitos por sinal.

Passei o olhar rapidamente e meus olhos encontraram os olhos do rapaz bonito, olhos azuis, cabelos negros, alto, forte e boca carnuda. Estava hipnotizada com tamanha beleza.

Talvez nunca avistara um homem tão lindo quanto ele, apesar de não saber como o Au estivesse. Sim porque Austin era cobiçado pelas meninas da escola, mas nenhuma lhe chamava atenção. E eu ficava feliz sim porque eu o amava. E não o queria nos braços de ninguém. Apesar de antes de ter me apaixonado por ele, fiquei com um garoto da escola, nada sério.

A senhora Bezz é muito simpática, - me lembra mamãe, todos falavam que ela também era - é baixinha, de cabelos lisos e claros, olhos castanhos.

Num momento ela pegou a pasta com os documentos das minhas mãos e guardou em uma gaveta no balcão.

- Estou aqui com você no que precisar. Qualquer coisa ou dúvida pode me ligar, Jenna. Hoje estou oficialmente de férias. Antes de você ir, preciso lhe passar algumas coisas que você precisa aprender para lidar com o funcionamento da livraria. Não se preocupe, tenho pessoas aqui que entendem do assunto.

Neste momento a senhora Bezz sai, me pediu que a aguardasse voltar.

Nesse momento enquanto ela volta, vou em direção ao balcão na parede onde fica alguns livros. Não acho nenhum interessante, já que li maioria destes aqui. As crônicas de Nárnia, Harry Potter, A Saga Crepúsculo. O mais recente que tem aqui é sobre aquele rapaz acho que o nome dele é Will, fica tetraplégico num acidente. Daí começa uma história de amor com sua cuidadora. Nunca li, mas não quero, ela é um pouco triste.

A senhora Bezz chama meu nome. Levanto o rosto e o vejo. E não é ele mesmo?

Aquele lindo de olhos azuis. Estremeci por dentro. Olho-o de cima à baixo, é tão lindo.

Não acredito que vai trabalhar aqui comigo. Que tentação!
Vejo que em suas mãos está uma flor, e que a senhora Bezz o abraça como se fossem íntimos.

- Jenna, esse é meu neto Lucca. Ele vai trabalhar com você até que eu retorne das férias.

- Prazer te conhecer Jenna. - entrega-me a flor que estava segurando. Que homem!!! Meus batimentos estão tão rápidos que penso que vou ter um troço a qualquer momento.

- Minha avó, me falou muito bem de você. - como assim? Ela falou de mim para ele? Mas que louco! A conheci ontem. Continuou.
- Trouxe-lhe esta flor para lhe dar as boas vindas. Não podia vir com as mãos abanando.

Sorriu. E que sorriso!
Retribui.

Meu coração não aguenta essas coisas.

                            ×××

Acordo às 06:45 da manhã, hoje é meu primeiro dia de trabalho. Estou tão ansiosa! Devo estar lá de 08:00 horas. Já fiz minha higiene pessoal, tomei café. Hoje começa a mais uma nova etapa da minha vida.
Sonhei com o Austin de novo. Ele estava lindo, falando o quanto eu era especial para ele. Parecia ser real, mas despertei.
Me arrumei, coloquei uma calça jeans e uma blusinha na cor bege clara, com uma sapatilha preta. Fiz uma maquiagem bem leve e então soltei os cabelos. Uma coisa boa que eu não negava era que eu tinha o cabelo que eu amava. Liso e fino. Ás vezes gostava de fazer umas ondas. Ás vezes ele me dava nos nervos.

Engraçado, uma mulher de seus 26 anos falar esse tipo de coisas, mas eu me sinto uma adolescente aquela que eu era quando morava aqui ao lado da casa de Austin. Sempre fui apaixonada por ele e apesar desse tempo todo sem ouvir a voz dele e olhar em seus olhos, meu coração é dele e sinto que ainda vou encontrá-lo, espero que sem estar casado porque quero ele para mim como nunca desejei em toda a minha vida um homem.

Vou em direção à livraria e ali está ele, Lucca, por trás da porta de vidro, lindo e com seu sorriso encantador. Ele me vê parada na frente e abre a porta para mim, que educado. Hoje ele está vestido de calça jeans escura e camiseta preta, com um tênis preto.
- Bom dia senhorita Jenna. - estendo a mão para apertar a dele, mas ele é mais rápido.
- Bom dia Lucca. - ele por fim, me dá um abraço.
- Abraço é melhor para se dar as boas vindas.
- Fico cada vez mais encantada com essa sua gentileza.
Sorrimos.

Passamos o dia conversando sobre o futuro que queríamos. Num momento Lucca me perguntou se meus pais eram vivos, eu respondi a verdade, que nenhum deles eram. E que aconteceu algumas coisas na minha vida que eu não gostaria de mencionar. Na verdade, eu nunca falei a ninguém.
Algumas pessoas entravam e saíam da livraria. Uma mulher bem jovem, entrou na livraria e me pediu ajuda para comprar um livro para sua neta de apenas 15 anos. Lembro-me de uma vez ler um livro que não me recordo bem com essa idade. Eu era apaixonada pelo Austin.

As horas passaram, me despedi de Lucca.

Fui para casa e dormi.

Alguns dias depois...

Mais uma vez acordo no meio da madrugada. Estava tendo pesadelos novamente. Mas dessa vez o Austin estava nele também.
O Carl meu padrasto nos perseguia. Ele segurava o Austin e então o amarrava para que o visse me estuprando. Que sonho horrível!
Austin chorava na minha frente sem poder fazer nada e ele me observava ser estuprada pelo padrasto que eu nunca gostei na vida.
No final do sonho, depois que Austin não aguentava mais gritar e chorar o Carl me largou e então ele pegou uma arma e atirou em Austin. Eu chorei porque ele tinha acabado com a minha vida.
Olho para o relógio que marcava 3:45 minutos da madrugada. Toda suada, sem lençol por cima de mim, penso em tudo que já passei na vida. Penso que algum dia se eu encontrar com o meu amor quero viver a minha vida feliz ao seu lado.Não vejo a hora de ver ele novamente e contar tudo o que eu preciso. Contar como foi passar todos esses anos me escondendo e vivendo uma vida infeliz que não era minha. Quero dizer a ele o quanto o amo e que durante toso esse tempo ele sempre viveu comigo,e em meu coração e em meus pensamentos.

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