15. Desabafo

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Estávamos dentro da livraria, hoje estaria fechado, era sábado e buscaria a vovó que chegaria de viagem. E o assunto que começamos a falar é sobre Jenna e eu tentaria dizer a ele que estava namorando-a sem ferir ele ou pelo menos tentasse.

- Eu apenas queria que você fosse o primeiro a saber sobre Jenna.

- Cara, você está me deixando confuso.

- Não é que eu venha pedir permissão ou algo do tipo. É apenas para lhe dizer.

- Talvez eu já esperasse por isso.

- Eu e Jenna estamos namorando. Só gostaria que você soubesse. E não venho dizer a você para me achar o melhor não, mas sinto que precisavas saber caso algum dia me visse com ela na rua e não se sentisse traido ou algo do tipo. Eu sei sobre seu passado com ela, sei também sobre o que aconteceu quando vocês se reencontraram.

Ele baixou a cabeça. Suponho que estivesse pensando ou triste, talvez.

- Lucca, eu... Eu estivesse pensando esses dias sobre Jenna ser feliz, se não comigo que fosse com alguém de caráter, boa índole e de coração bom.

Senti um alívio por ele estar falando isso. Continuou.

- Eu imaginei quando você depois desligou o telefone. Mas eu entendo. Jenna merece ser feliz e se não for eu quem a faça que seja por alguém como você. Eu sei que tens um coração bom e que cuidará dela como ninguém. Eu amo Jenna Lucca.

Eu escutava tudo e eu podia notar que o amor dele era verdadeiro. Raramente um homem seria capaz de desabafar desse jeito.

- Eu amo a Jenna, Lucca. Mais do que qualquer outra mulher.
Eu a amei desde o dia em que ela falou comigo na escola e depois quando a encontrei durante uma briga de sua mãe com seu padrasto eu tinha certeza de que a queria.
Eu sabia que queria cuidar dela apesar de eu ser magro e pequeno. Queria poder bater no monstro que a fazia chorar quase todas as noites.
Ficamos tão próximos que éramos como unha e carne.

Ele deu um leve sorriso, mas continuou de cabeça baixa.

- Nunca mais nos largamos, ficamos tão próximos que eu dormia na sua casa apesar de morar ao lado. Eu era tão apaixonado por ela que não queria saber de relacionamentos em minha vida, se eu saísse com alguma menina era apenas coisa de uma noite sem nada além de beijo. Eu estava com Jena quase o tempo todo que em algumas festas as meninas vinham dar em cima de mim e eu dizia que estava acompanhado. Já para não sair de perto dela, porque eu tinha ciúmes de vê-la dançando com outro alguém.

- Você foi um cara de sorte por ter convivido com ela, cara. Eu sei que você a ama.

- Eu a amei, eu a amo e sempre vou amar aquela mulher. Nem o tempo apagou o que eu sentia por ela. Pra você ver apesar de ter a minha família, mulher e tudo mais. Eu nunca vou esquecê-la. Jenna é meu primeiro amor e sempre será. E quando ela foi embora eu me senti sem chão, pior ainda por nunca ter dito o quanto eu a amava. Quando eu a vi sair de meus braços eu queria poder fazer alguma coisa mas eu não pude porque eu era apenas um garoto de dezessete anos magricela. Eu queria pode socar a cara do padrastro dela.

- Sinto muito.

- Não, não sente.

Eu podia notar seus olhos com lágrimas e nada podia fazer a não ser ouvir. E ele precisava desabafar era notável em seu olhar.

- Não sente porque não foi você que quando ouvia a mãe dela apanhar ou gritar e mandar ela correr sentia-se um inútil por nada fazer ao ver sua melhor amiga e amor chorar e chorar por horas. Você não sente porque não foi você que procurou saber por tantos meios onde encontrá-la sem mesmo saber para onde teriam ido.

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