Callous | h.s

By crystalpale

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Um mundo cruel. Duas almas insensíveis. Início: 02/08/2015 Fim: 24/08/2017 Todos os direitos reservados... More

00| Prólogo
01| Aparências
02| Frustrações
03| Fogo
04| Hipnose
05| Injetar
06| Efeitos
07| Medo
08 | Fotografia
09| Visão
10| Arma
11| Desenho
12| Corrida
13| Gritos
14| Escuridão
15| Descobertas
16| Ações
17| Esconderijo
18| Chantagem
19| Desespero
20| Confirmação
21| Ciúmes
22| Aliados
23| Mentira
24| Festa
25| Barulhos
26| Preocupação
27| Confissões
28| Passado
29| Ódio
30| Proteção
31| Equipa
32| Desconfiança
33| Segredo
34| Rivais
35| Inesperado
36| Revelações
37| Superioridade
38| Amizade
39| Frio
40| União
41| Incompreensão
42| Regressão
43| Perigo
44| Recuar
45| Toque
46| Sentimentos
47| Consequências
48| Fuga
49| Provocação
51| Escuridão
52| Reencontro
53| Dor
54| Traição
55| Rejeição
56| Risco
57| Corte
58| Sufoco
59| Ouvir
60| Novidade
61| Explicação
62| Enfrentar
63| Pistas
64| Culpa
65| Surpresa
66| Paz
67| Perda
68| Adrenalina
69| Regresso
70| Sobrevivência
71| Rapto
72| Experiência
73| Sangue
74| Vingança
75| Miséria
76| Fraqueza
77| Decisão
Epílogo

50| Reflexões

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By crystalpale


C A P Í T U L O 50

R E F L E X Ã O

- Senta-te. – disse para o Evan que me olhava com uma cara que gritava medo por todo o lado.

Tinham-se passado dois dias desde o desaparecimento da Ava. Porém, aqueles dois dias tinham mais parecido meses. As horas eram lentas a passar e era completamente impossível olhar para o relógio, porque isso fazia-me perceber que quanto mais tempo passasse, mais difícil seria para a encontrar.

O Matt não tinha ligado mais nenhuma vez. Com o Niall ainda tentamos estabelecer ligação e tentar descobrir o número com que ele nos tinha ligado. Mas era tudo em vão, como se houvesse alguma coisa que não nos deixa-se fazer nada, prendendo-nos àquele momento, não nos deixando avançar.

- Puto. – suspirei. Não havia maneira alguma de lhe dizer aquilo. Quando naquele dia as minhas suspeitas foram confirmadas, liguei ao Evan a dizer que a irmã dele estava a trabalhar e iria passar uns dias comigo. Pensei que num curto espaço de tempo a iria conseguir encontrar. Só que isso não aconteceu, e eu tinha obrigatoriamente de lhe dizer a verdade, antes que ele viesse a descobrir por terceiros ou então antes que... – Não há melhor maneira de te dizer isto, por isso... – hesitei. Aquilo era mais difícil do que eu alguma vez poderia ter imaginado. – A tua irmã. Ela desapareceu.

Não era realmente difícil prever a reação dele. Eu poderia ter-lhe continuado a mentir. Mas a única pessoa quem eu estava a enganar era eu próprio. Menti durante tanto tempo e depois as coisas foram todas descobertas. Por mais que me custasse a admitir. Ali eu era o único com medo.

- Como... – ele levantou-se. – Como assim ela desapareceu? Tu disseste que ela estava contigo. Ela não pode ter desaparecido.

- Eu menti. – apressei-me a falar. – Eu não sei da Ava desde o dia em que cá vim.

- Não pode ser. – vi-o abanar freneticamente a cabeça. – Não pode ser. Não pode.

Apertei a cana do nariz com o polegar e o indicador. A culpa era toda minha. Se eu tivesse feito alguma coisa nada daquilo tinha acontecido. Se eu tivesse feito alguma coisa de verdade eu poderia estar com a Ava naquele exato momento, e não a pensar o que o Matt estaria a fazer com ela.

Eu devia de ter agido no preciso momento em que vi o Carl e descobri que era ele o pai da Ava. Nunca deveria de ter deixado passar tanto tempo.

- O meu pai, a minha irmã... – os olhos dele pararam em mim. Estavam a pedir para as lágrimas serem expulsas. Eu não queria ver aquilo. Não queria ver nada. – O que é que se está a passar?

Ele puxou alguns dos seus cabelos e rapidamente vi-o e ouvi-o chorar. – Eu não posso perder a minha irmão. Eu não posso. – o desespero era real nos olhos dele. – Tu tens de a encontrar. Por tudo, tu tens de a encontrar, por favor.

Tentei assentir para lhe poder garantir alguma coisa. Mas nem isso consegui fazer.

Se em dois dias não tinha conseguido encontrar a Ava, iria ser demasiado difícil nos próximos dias. Talvez o Matt a tivesse matado. Talvez ele tenha fugido com ela. Mas eu não compreendia porque me tinha ele ligado. E também não conseguia encontrar uma explicação para a Savannah estar tão alheia á situação uma vez que ela pactuava tudo com o tio. Ele usava-a para me manipular, para conseguir que a Ava fosse puxada ao de leve para ele.

A minha mente estava a começar a ficar branca.

- Por favor Harry. Eu preciso da minha irmã. – a mão dele puxou o meu casaco preto. – E o que é que eu digo à minha mãe? E se ela também foi raptada? O que é que eu vou fazer?

- Não. – disse em voz alta. – A tua mãe não foi. – baixei os olhos. – Tens de lhe contar a verdade. Mas não a deixes ir à polícia. Porque garanto-te que se lá forem, a tua irmã nunca mais vai voltar a aparecer, muito menos com vida.

Sai depressa daquela casa. Causava-me pequenos arrepios pelo simples facto de lá ter estado algumas vezes com a Ava. Porém não podia refugiar-me noutros locais para me esquecer da situação, porque em todos eles a Ava estivera comigo.

Conduzi então para casa. Precisava de saber se o Niall tinha conseguido mais alguma coisa que me pudesse ajudar numa possível localização.

Quando entrei fui para a cozinha, onde o Niall estava juntamente com a Ambar em frente ao computador. Ele olhou para mim e eu apenas levantei a cabeça a perguntar se sabia de mais alguma coisa.

- Não há maneira de encontrar o que quer que seja. – tapei a cara com as mãos em resposta à afirmação dita pelo loiro. – Parece que cortaram todas as formas possíveis de encontrar seja o que for.

- Tens de conseguir alguma coisa Niall. – caminhei para junto dele.

- Sabes muito bem que ela pode estar morta. – a Ambar atirou.

- Cala-te. Não sabes do que estás a falar. – elevei o tom de voz para lhe responder.

Nunca na vida iria conseguir criar empatia que fosse com ela. Apesar de ser a namorada do meu melhor amigo, embora naquelas circunstância eu ainda não pudesse reassumir nada, eu não gostava nada dela. Ela era demasiado autoritária e claramente que ela não gostava de mim, assim como eu não gostava dela.

- Sei sim do que estou a falar. – o seu corpo elevou-se, arrastando a cadeira para trás. – Tu não gostas da Ava, ponto. Tu estás-te a borrifar para aquilo que ela está a passar. A única coisa que tu queres é aquilo que a inocência dela te pode dar. Mas ela de inocente não tem nada. Está é tapada, ao ponto de não conseguir ver o grande idiota que és. Só jogas a teu favor.

- Ambar para com isso. – o Niall advertiu-a.

- Não Niall. Não vou parar com isto. Ele merece ouvir a verdade. – apesar de estar a responder ao namorado, o olhar dela esteve sempre preso no meu.

- Vais sim parar com isso. – o loiro levantou-se também. – Já chega okay? O Harry é o meu melhor amigo e não sei se compreendeste, mas nós estamos a viver em casa dele e já chega o que estás sempre a dizer-lhe. Ele pode não agir bem, mas ele ainda é um ser humano, por isso por favor, se não te importares, sai.

Ele afastou-se para ela passar. Poderia dizer que o meu queixo estava no chão, porque nunca tinha imaginado o Niall a dizer algo daquele género à namorada.

Ela olhou para ele com alguma indignação, mas depois acabou por sair, como se um furacão tivesse passado por ela.

Fez-se silêncio e rapidamente o Niall aproximou-se de mim e falou.

- Meu, não há problema nenhum em gostar de uma pessoa. – as mãos dele descansaram nos meus ombros. – Negares para ti próprio só te vai trazer problemas.

- Eu nem sei se gosto dela. – suspirei.

Baixei o olhar. Falar daquilo era como estar encurralado em algo que me sufocava.

- Tu tens é medo de admitir Harry. Qual é o teu problema afinal? Ninguém te vai prender por gostares de uma pessoa.

- Eu não quero assumir nada Niall. – olhei de relance para ele. – Repara à tua volta. Corre tudo mal.

- Não, não corre. Isso é medo e cobardia. – tentei sair daquele aperto, mas ele não deixou. – A Ava gosta de ti. Se a deixares escapar, acredita que nunca vais arranjar mais ninguém que goste de ti.

- Eu nem sei porque estou a falar isto contigo. – abanei a cabeça.

- Não fujas com o rabo entre as pernas. Olha que podes tropeçar. – ele disse tirando as mãos dos meus ombros.


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