Por Maite
Assim que coloquei meus fones de ouvido, fiquei me lembrando dos momentos que passei com Willy, de nossos beijos, de nosso primeiro beijo, de nossa noite juntos. Lembrei do dia que foi em minha casa e me beijou até que eu perdesse o ar. E então lembrei de quando nos afastamos, meu coração inchou de dor, não aguentei e comecei a chorar. Eu queria tanto estar em seus braços, era uma angústia tão grande estar ao seu lado e não poder beijá-lo e abraçá-lo.
Senti dedos fortes secarem minhas lágrimas, abri os olhos e vi Willy com um olhar cheio de preocupação. Ele queria saber porque eu estava daquele jeito, pensei em não falar nada para ele, mas depois de um tempo decidi lhe contar, só que a aeromoça nos interrompeu e Willy encerrou a conversa.
Desembarcamos todos e nos reunimos mais uma vez para nos hospedarmos no hotel. A produção havia alugado 3 vans para que todos fossem juntos. Ao chegarmos ao hotel fomos informados onde ficaríamos hospedados, quartos, andares, tudo. Eu vou ficar no quinto andar, no quarto ao lado de Bruna.
Entregaram nossas malas e eu desabei na cama. Estava morta de cansada. Durante um tempo fiquei observando o quarto, era todo branco, com móveis super modernos, um lustre deslumbrante.
A tensão da viagem me esgotou totalmente. Depois de um cochilo de uma hora, resolvi pedir algo para comer. Terminei de comer meu lanche, tomei um banho no banheiro maravilhoso da minha suíte. Resolvi passear no hotel, fui ao bar e pedi uma gim tônica para beber.
Relembrei os acontecimentos do dia. Eu ainda estou sentindo muita raiva, por ter sido abordada por Elizabeth no banheiro. Fico perdida em meus pensamentos.
- Parece que tivemos a mesma idéia. Willy senta ao meu lado sorridente.
- Ou você está me perseguindo. Acho que a segunda opção é a mais correta. Viro o resto da gin tônica na boca.
- Acho que você está ficando paranóica. Eu estava querendo conhecer o hotel e vim beber alguma coisa. Você só chegou antes de mim. Diz com um sorriso deslumbrante.
Retribuo o sorriso.
- Sei...
- Ou quem sabe o destino quer nos unir? Ele ri ainda mais. -Vai conversar comigo agora? Ou vai fugir de novo? Pergunta em tom sério.
- Willy, já me cansei disso tudo. Pensei bastante e resolvi te falar a verdade. Ele assente.
- O que Elizabeth fez a você? Pergunta levantando a sobrancelha.
- Por favor não fique irritado, mas aquela Mulher - para não falar coisa pior- veio me "avisar" para eu não me aproximar mais que o necessário de você, se ela descobrir que me aproximei, ela vai afastar você dos seus filhos. Willy eu não quero ser envolvida nisso. Ela ainda me ameaçou dizendo que ia fazer um escândalo dizendo que eu destrui uma família feliz. Eu não quero escândalos com o meu nome.
O olhar de Willy foi de incredulidade a raiva.
- Eu não acredito que ela fez isso! Por isso ela estava sorridente hoje mais cedo. Isso foi hoje né?
Eu assinto.
- Pronto falei. Não quero ser envolvida nisso. Por favor. Digo encarando-o.
- Me desculpe. Eu não imaginava que ela pudesse fazer isso. Diz envergonhado. - Me desculpa mesmo, não queria te envolver nessa bagunça. Ela está fora de controle.
- Agora que já falei, nós terminamos nossa conversa. Preciso conversar com Bruna, com licença. Me levanto, mas ele me segura.
- Eu não queria falar de Elizabeth, meu assunto com você era outro. Ele me encara.
Ah não! Nem pensar.
- Willy, temos que descansar, amanhã as gravações vão durar o dia inteiro, o que quer conversar com certeza pode esperar. Digo me desvencilhando de seus braços.
- Por que você esta fugindo de mim? Seu rosto mostra tristeza.
- Não estou fugindo, só quero descansar. Tchau. Até amanhã. Saio sem olhar para trás.
Por Willy
Ela saiu e me deixou sozinho no bar, queria correr atrás dela e beijá-la, mas sinto que ela está cada vez mais distante de mim.
Por que tem que ser tudo tão complicado entre nós?
Voltei pro quarto, tomei um banho e apaguei.
No dia seguinte gravamos em um dos hotéis que a produção havia reservado. Depois fomos todos a um restaurante comemorar a nossa viagem, Maite ficou afastada de mim, me senti um imbecil, não quero parecer um carrapato correndo atrás dela o tempo todo.
No dia seguinte continuamos a sequência das gravações, no fim da tarde fomos dispensados. Resolvi então passear na praia, queria colocar meus pensamentos em ordem e nada melhor como a brisa do mar.
Havia anoitecido quando cheguei a praia. Sentei na areia e fiquei admirando a vista. A lua dispontava no céu em toda a sua glória, seu brilho era hipnotizante. Me lembrei da primeira noite de amor que tive com Maite, lembro-me de nunca ter me sentido tão nervoso e de como era difícil respirar. Ela é tão linda e cativante. Queria tê-la mais uma vez em meus braços, seu cheiro era inebriante, seu sorriso divino. Queria observá-la dormir para sempre e então de tanto pensar, me toquei: Eu a amo! Eu estou completamente apaixonado por ela!
Como pude demorar tanto para perceber isso?!
Preciso reconquistá-la, preciso demonstrar o que sinto por ela. Mas como vou fazer isso se ela acha que o que sinto é apenas confusão?
Me levanto e vou caminhando até o outro lado da praia. São tantos pensamentos confusos. Vejo algumas pessoas sentadas admirando a paisagem.
Viajo em meus pensamentos.
Ao longe eu a vejo. Ela está sentada, com um vestido vermelho até o pé e de alças, com os braços em volta dos joelhos, os cabelos balançando ao ritmo do vento. Ela é linda. Paro e fico durante alguns instantes a observando.
Resolvo me aproximar.
- Boa Noite. Digo sorrindo.
Percebo que ela se assusta.
- Boa Noite. Você está me seguindo? Pergunta olhando o oceano.
- Você pode não acreditar, mas... não, eu não estou. Vim passear para relaxar um pouco.
- Hum, sei... Fala ainda olhando pro horizonte.
- O que está acontecendo com você? Você não era tão fria, era mais alegre. Está assim por causa de Elizabeth? Se for, digo que não vale a pena. Ela... Maite me interrompe.
- A culpa é sua. Diz e percebo um tom diferente em sua voz.
Maite me encara, seus olhos cheios de água, me aproximo dela, mas ela vira o rosto.
- Você quer o quê comigo? Quer acabar com o meu relacionamento com Eugênio só pra se divertir? Eu não te entendo. Ela balança a cabeça.
- Eu quero você! É tão difícil de entender?! Você foge de mim por que está com medo. Digo alterando o tom de voz.
- Aé? Jura? Você quer se separar? Ótimo. Quer se divertir? Ótimo também, mas não conte comigo pra isso! Eu não sou esse tipo de mulher. Diz se levantando.
- Não é nada disso. Falo com calma e me levanto.
- Você pensa que eu sou uma qualquer. Por tudo o que aconteceu entre nós. Eu não te culpo, agi como uma qualquer mesmo. Eu sabia que você era casado e mesmo assim me envolvi. Ela está chorando.
Me aproximo e seguro seu braço, antes que ela possa ir embora. Puxo-a para os meus braços e a encaro. Seguro seu rosto, colocando minhas mãos em cada lado. Ela está com a respiração irregular.
- Eu estava tão nervoso naquele dia. Começo.
Preciso mantê-la perto de mim.
- Que dia? Pergunta perdida.
Seguro sua cintura.
- O dia em que pelo menos durante algumas horas, você foi minha. Eu tinha esperado tanto por aquilo, o desejo estava me consumindo. Eu fiquei tão feliz com você em meus braços, quando você se afastou foi horrível, parecia que eu tinha perdido meu chão. Falo com sinceridade.
- Você tinha sua esposa para te aquecer, eu não tinha ninguém. Não venha se fazer de vítima comigo. Diz Maite com raiva.
- Você acha que eu fui me consolar nos braços dela? Se pensa, está muito enganada. Estávamos separados de corpos bem antes de eu ficar com você. Vejo seus olhos se arregalarem.
- Não acredito em você. Você é homem. Os homens são assim. Se decepcionam com uma e já ficam com outra sem se importar com nada. Você quer se divertir comigo mais um pouco.
- Você acha mesmo que quero só sexo? Por que eu estaria aqui agora? Digo.
Ela fica me observando durante um tempo e balança a cabeça.
- Não sei. Talvez porque eu tenha me afastado primeiro. Isso é orgulho ferido. Agora ela me ofendeu.
- Você acha que eu ia correr igual a um imbecil atrás de uma mulher só por causa de orgulho? Bem se vê que você não me conhece. É impressionante como você acha que só você pode ter medo! Eu tenho mais a perder que você e no entanto estou aqui! Digo com um tom de voz alterado.
- Quem disse que eu tenho medo. Não sei do que está falando. E não pedi pra você vir atrás de mim. Diz Maite com o ar superior.
- Você tem medo de admitir que gosta de mim. É por isso que você foge. Digo aproximando meu rosto do dela.
- Willy você se acha! Pensa que só porque tem um milhão de mulheres se jogando aos seus pés todas são assim? Eu não sou. E não gosto de você. Na verdade nesse momento o único sentimento que eu sinto é uma profunda raiva. Diz se debatendo em meus braços.
- Tudo bem então. Se você não me quer mais por perto, vai ter que dizer olhando no fundo dos meus olhos. Se fizer isso eu prometo que não corro mais atrás de você. Não vou mais te importunar com a minha presença. Agora diga! Ela me olha assustada.
Ela tenta mais uma vez sair de meus braços.
- Me diga! Quero saber.
- Não!
- Não o quê? Pergunto.
- Não quero que se afaste. Depois de sua confissão a aperto mais em meus braços e a beijo.
Seguro sua nuca com uma mão e com a outra seguro sua cintura. Eu a prendo em meus braços não querendo soltar nunca mais. Preciso dela como ar para respirar. Em meio aos beijos percebo que ela está chorando.
Eu paro o beijo e a encaro.
- O que foi? Pergunto.
Ela balança a cabeça em negativa e me beija, me apertando em seus braços. Meu corpo se acende e nos aprofundamos o beijo, sua boca me devora com fome e eu retribuo. Paramos para recuperar o fôlego. Meu coração parece que vai sair pela boca, eu a quero tanto, preciso tanto dela.
Eu a encaro, respirando com dificuldade seguro seu queixo, olho fundo em seus olhos e pergunto:
- Passa a noite comigo? Ela me olha com os olhos arregalados durante um tempo.
Fica quieta, ela passa a língua nos lábios.
- Por favor? Imploro.
Ela se acalma e respira fundo.
- Sim. Ela diz finalmente.
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Está aí amores. Espero que gostem.
Adoro os comentários.
Até a próxima.
Beijos
Bye bye!!!