Callous | h.s

By crystalpale

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Um mundo cruel. Duas almas insensíveis. Início: 02/08/2015 Fim: 24/08/2017 Todos os direitos reservados... More

00| Prólogo
01| Aparências
02| Frustrações
03| Fogo
04| Hipnose
05| Injetar
06| Efeitos
07| Medo
08 | Fotografia
09| Visão
10| Arma
11| Desenho
12| Corrida
13| Gritos
14| Escuridão
15| Descobertas
16| Ações
17| Esconderijo
18| Chantagem
19| Desespero
20| Confirmação
21| Ciúmes
22| Aliados
23| Mentira
24| Festa
25| Barulhos
26| Preocupação
27| Confissões
28| Passado
29| Ódio
30| Proteção
31| Equipa
32| Desconfiança
33| Segredo
34| Rivais
35| Inesperado
36| Revelações
37| Superioridade
38| Amizade
39| Frio
41| Incompreensão
42| Regressão
43| Perigo
44| Recuar
45| Toque
46| Sentimentos
47| Consequências
48| Fuga
49| Provocação
50| Reflexões
51| Escuridão
52| Reencontro
53| Dor
54| Traição
55| Rejeição
56| Risco
57| Corte
58| Sufoco
59| Ouvir
60| Novidade
61| Explicação
62| Enfrentar
63| Pistas
64| Culpa
65| Surpresa
66| Paz
67| Perda
68| Adrenalina
69| Regresso
70| Sobrevivência
71| Rapto
72| Experiência
73| Sangue
74| Vingança
75| Miséria
76| Fraqueza
77| Decisão
Epílogo

40| União

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By crystalpale

C A P Í T U L O 40

U N I Ã O

Consegui convencer a Ava a vir comigo para casa depois de umas trocas intensas de beijos. Já tinha passado demasiado tempo sem a ter no meu golpe de vista e para além disso precisava de continuar com os treinos. O Niall tinha voltado e mesmo que ele se andasse a esconder, o Matt pressentia qualquer golpe do inimigo. Certamente que me utilizaria para deixar tudo fácil para ele e usaria a Ava para me deixar entre a espada e a parede.

Deitei fora as caixas de comida que tinha comprado quando saí da casa da Ava. Olhei para ela encostada ao balcão da cozinha com um prato na mão. Às vezes ficava confuso com o facto de ela não fazer perguntas sobre a situação. Ela parecia lidar muito bem com as minhas ordens. Isso era estranho. Saberia ela de alguma coisa? Estaria ela à espera que eu me revela-se para me pregar algo ainda pior? Mas, por outro lado, eu ficava tranquilo com a falta de um questionamento por parte dela, pois assim eu poderia trabalhar mais descansado. Porém nada resultou naquilo que eu tinha planeado.

- O que foi? – ela perguntou depois de ter reparado que eu estava a olhar para ela.

- Nada, estava só a olhar. – caminhei para a beira dela e peguei no meu prato, sentando-me em cima da bancada. Rodeei com as minhas pernas o corpo dela e puxei-a para mim. – Vamos ter que continuar com os treinos que começamos no outro dia.

Queria garantir que se acontecesse o azar do Matt a apanhar em alguma circunstância inesperada, ela estivesse no mínimo preparada para o enfrentar e tentar livrar-se dele. Era difícil que isso acontecesse em algum momento. Ele preparava tudo muito bem e tendo tantos homens a trabalhar para ele, qualquer pessoa que estivesse marcada por ele estava automaticamente sinalizada por pessoas que trabalhavam por dinheiro sujo.

- Porque razão inistes em fazer isso? – o prato dela foi pousado em cima da bancada. – O que é que se está a passar? Eu não consigo compreender.

- Eu não te posso explicar. – fui direto. – Tu não estás segura aqui e eu preciso que pelo menos te saibas proteger. É muito arriscado abrir a boca. Esta cidade é demasiado perigosa.

- Então porque é que ainda aqui estás? – parecia um pouco indignada na maneira como falou.

Suspirei pesadamente. Não via a hora de destruir o Matt e deixar com que as coisas ficassem seguras, ao menos dentro do meu significado de segurança. Sem ele poderia andar livremente sem me preocupar que a qualquer momento ele começasse a raptar as pessoas para as hipnotizar e controla-las à maneira dele, criando então um exército pronto para destruir todos os poderes mais elevados do mundo e tornar-se ele no líder.

- Não me faças responder a essa pergunta. – não lhe podia mostrar o que realmente ia denteo de mim. Tinha tudo de se manter em segredo, ou eu seria apunhalado por mim próprio. – E vamos esquecer isto. Ao menos por agora que estamos juntos.

- Que estamos juntos. – ela repetiu dando enfase às palavras.

- Agora que tu estás aqui. – o olhar dela caiu quando eu corrigi as minhas palavras anteriores. Não podia avançar com nada, não naquele momento. Mas se eu soubesse. Oh se eu soubesse não tinha sido tão burro como fui. – Anda, vamos lá para cima.

Saltei para o chão e depois guiei-a para cima. Coloquei as mãos nos ombros dela e levei-a até ao quarto. A noite já tinha caído e estava frio lá fora. Tinha ignorado a chamada do Matt. Já não falava com ele à demasiado tempo e era algo que eu não necessitava. Porém eu precisava de voltar ao escritório dele, ao menos para ver quais eram os próximos passos dele.

Tirei da gaveta uma camisola e atirei-a à Ava que rapidamente se escondeu na casa de banho para se trocar. Fiz o mesmo no quarto e depois liguei a televisão. Ela apareceu, ainda que um pouco reticente por ter as suas longas pernas à vista. Dentro de mim não via a hora de a poder ter só para mim. Apesar de todas as circunstâncias, eu precisava e muito. E ela era tão adaptável para mim, com aquele corpo capaz de me levar a procurar caminhos que talvez ela nem sabia que existiam.

- Não tenhas vergonha boneca. – disse-lhe e pisquei-lhe o olho. – Anda para aqui. – sentei-me na cama e a muito custo ela vei-o para a minha beira. Agarrei-lhe nos pulsos e puxei-a para mim, beijando-lhe suavemente os lábios que tanto eu gostava. – És tão... – voltei a beija-la. – apetecível.

- Para Harry. – a voz dela soou muito baixo. Fiquei a olhar para ela vendo o seu desconforto. – Vamos ver um filme.

Assenti apenas, não contrapondo a vontade dela. Peguei no comando e liguei a televisão, escolhendo um filme. Ainda assim puxei-a para mim e cobri-nos aos dois com os cobertores.

Apenas o som da emitido da televisão preencheu o espaço, até que comecei a ouvir barulhos estranhos vindo do lado de fora. O olhar da rapariga nos meus braços encontrou o meu, mostrando confusão. O barulho continuou e percebi que estavam a atirar pedras contra a minha janela.

- Que merda. – levantei-me e aproximei-me da janela. – Se forem miúdos estúpidos eu parto-lhes a cara toda.

- Vais lá fora? – a voz da Ava mostrou medo.

- Vou só ver da outra janela. – caminhei até ao outro quarto e abri muito devagar a janela. Espreitei e encontrei a pessoa, ou naquele caso, as pessoas.

- 'Tás-te a passar? – a minha voz fez com que o Niall parasse de atirar pedras, transportando a sua atenção para mim.

- Abre a porta e deixa-nos entrar. É urgente. – não lhe disse nada. Fechei a janela e fui rápido abrir a porta.

Engoli o meu orgulho e acabei por aceitar aliar-me ao Niall para juntos podermos destruir o Matt. Sabia que sozinho nunca o conseguiria fazer, porque o Matt iria utilizar todas as minhas fraquezas contra mim. Com o Niall. Bem, com o Niall tudo seria diferente e eu conseguiria. Ele estava arrependido de tudo aquilo que tinha acontecido. E eu precisava de ter o meu melhor amigo de volta, ainda que me sentisse traído depois daqueles dois anos que vivi cheio de culpa.

- O que é que se passa? – perguntei quando o Niall e a Ambar entraram.

- O esconderijo, foi destruido. – congelei naquele preciso momento. Como... como é que o tinham descoberto?

- Quem é? – a Ava apareceu nas escadas, enrolada num cobertor.

Olhamos os três para ela. Havia todo um cenário para explicar, mas eu não encontrava explicação.

- Ingrid? – a confusão reinava na cara da morena quando avistou a ruiva.

- Antes de mais, o meu nome é Ambar e não Ingrid. Mas isso não é muito relevante. – a ruiva virou-se para mim. – Precisamos que nos dês cobertura se queres a nossa ajuda. Precisamos de um lugar para viver ou podemos ser mortos a qualquer momento.

- O que é que se está a passar? – o corpo da Ava juntou-se ao meu. – Eu não estou a perceber nada.

- Não te preocupes Ava. – o Niall avançou. – Não vai acontecer nada contigo. Nós estamos aqui para garantir isso. Só precisas de fazer tudo o que o Harry mandar.

- Amanhã vou mudar as fechaduras. Podem ocupar o quarto vago lá em cima. – disse-lhes sentido o sangue fluir-me nas veias como se me tivessem abanado. A guerra estava mais próxima do que eu pensava.




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