Eu tinha acabado de chegar na Florida, Luiz me buscou no aeroporto e depois de muita insistência - da minha parte - chagamos ao hospital.
Passamos a manhã toda sentados enquanto esperávamos notícias, quando o relógio marcou quatro da tarde o Sr. Collins - que estava no quarto com filho - passou pela gente sem dizer nada. Seus olhos estavam inchados, e assim que o homem de aparência cansada passou pela porta saindo do hospital um medo tomou conta de mim.
Será que aconteceu alguma coisa?
Passaram-se meia hora, eu estava agoniada de tanto esperar, nas minhas mãos não existiam mais unhas, queria ao menos ver com ele estava, saber se ele estava bem.
Cinco, dez minutos depois e o médico entra na sala de espera com um sorriso gentil enquanto olha na minha direção.
- ele quer ver você - foi a única coisa que ele disse. Eu assenti e comecei a segui-lo pelos corredores. - ele ainda não está cem por cento, tente não deixá-lo muito agitado - recomendou e saiu me deixando sozinha, enfrente a porta branca com o número 232 em tom escuro.
Soltei um suspiro e passei a mão tentando arrumar meu cabelo. Eu vim direto do aeroporto, devo está acabada. Minhas mãos suavam e meu coração batia tão forte que eu sentia meu peito arder. Nunca me senti tão nervosa, estava com medo, não sabia qual seria sua reação, já que a última vez que nos vimos ele "terminou" comigo.
Com muito cuidado eu levei minhas mãos ate a maçaneta dourada e em segundos girei. Abri a porta bem devagar e a primeira coisa que vi foi seu sorriso. Diego estava sentado na cama no meio do quarto. Um sorriso enorme estampava seus lábios pálidos e ressecados, seu cabelo estava todo desgrenhado e sua aparência era de uma pessoa que ficou noites sem dormir. Mesmo com tudo isso, não pude evitar sorri quando encontrei seus olhos.
Entrei no quarto fechando a porta atrás de mim e fiquei em pé encarando ele que me olhava atentamente, eu estava com tanta saudade que por mim ficaria horas só o olhando.
- vem aqui... - me chamou com a voz baixa.
Sem pensar duas vezes eu me aproximei da cama onde ele estava e em um movimento rápido envolvi seu corpo com os meus braços. Lágrimas começaram a sair dos meus olhos e um gemido de dor foi ouvido logo em seguida. Soltei-o de pressa e botei uma mecha de cabelo atrás da orelha.
- desculpa... - pedi por ter pulado em cima dele.
- tudo bem - sorriu me fazendo derreter mais uma vez - não me importo com a dor, só me abraça - pediu e dessa vez quem me abraçou foi ele. Ficamos um tempo assim, um escutando o coração do outro, até que ele se afastou e em segundos seus lábios estavam sobre os meus. Diego me beijou com desespero, saudade, amor e carinho, tudo ao mesmo tempo. Suas mãos viajavam por todo meu corpo e as minhas brincava com os seus cabelos.
Como eu senti falta desse beijo, esse toque, meu coração apertava só de imaginar que nunca mais eu o teria. No entanto aqui estou, no quarto de hospital me entregando ao homem que tanto amo. Por Deus, como eu o amo.
- eu não acredito que você está mesmo aqui, eu senti tanto sua falta meu amor... - ele sussurrou apertando meu corpo contra o seu. Como se quisesse me guardar dentro de si.
Eu me afastei um pouco para olhar nos seus olhos e pude ver as lágrimas que desciam molhando todo seu rosto. Passei meu polegar enxugando-as e depositei um beijo encima de casa um dos seus olhos.
- porque faz isso comigo? - perguntei deixando um soluço escapar. Essa era uma pergunta que estava me atormentando por dias.
Por quê?
- acredite Sara, foi bem mais difícil para mim, eu vivi os meus piores dias sem você - ele respondeu secando minhas lágrimas - eu te amo, te amo como nunca amei ninguém, te amo de um jeito que não sei controlar, faria qualquer coisa por você - me olhou de um jeito bem profundo, como se pudesse ver minha alma, desvendar todos os meus segredos - talvez eu não seja o cara certo, talvez eu vá estragar tudo, mas a única coisa que eu quero nesse momento é amar você. Quero fazer você feliz, ou pelo menos tentar - suspirou e pegou minha mão - será que você está disposta a recomeça? - perguntou com um sorriso sem graça - quer voltar a ser minha namorada Sara? - perguntou com um olhar carinhoso e intenso.
Acho que qualquer pessoa que passasse pelo corredor do hospital escutaria as batidas descompensadas do meu coração. Eu estava perdia nas suas palavras. Ainda estava com raiva por tudo que ele fez, mas mesmo assim, não conseguia me imaginar longe de novo. Por mais patético que fosse eu estava disposta a voltar a ser sua namorada, mesmo que a qualquer momento ele pudesse quebrar meu coração novamente, eu estava disposta a lhe dar uma nova chance.
- acho que nunca deixei de ser sua namorada... - sussurrei segurando seu rosto entre as mãos, logo nossos lábios estavam unidos de novo e uma sensação maravilhosa me invadiu.
Em fim estava completa outra vez.
- estou doido para ficar sozinho com você - ouvi sua voz bem perto do meu ouvido fazendo todo meu corpo se arrepia.
- não estrague o momento - dei uma cotovelada de leve no seu braço o fazendo gemer de dor.
- estragar não, só quero melhorá-lo - sorriu com malicia e eu retribui encostando minha cabeça no seu peito.
Diego era um completo idiota, e por mais estranho que seja, isso era o que eu mais gostava nele. Esse tempo longe me fez perceber que não tem como ficar sem ele, e de algum jeito cada segundo me fazia ficar mais apaixonada.
Eu estava perdida, completamente pedida, me sentia em um labirinto sem saída. E o pior? Eu não queria sair.
E então, o que vocês estão achando da historia ate aqui?será que agora vai dar certo?