Capítulo 30 - O primeiro passo para liberdade

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Não revisado 

Diego

UMA SEMANA DEPOIS - esses últimos dias podem ser resumidos em apenas uma palavra. Lágrimas.

Eu nunca vi uma pessoa chorar tanto em toda minha vida. Quando ela não está chorando está dormindo. E assim temos vividos esses sete dias que se passou desde que saímos do hospital.

Eu acabei me mudando para o seu apartamento. Mesmo com o meu esforço para fazê-la levantar da cama nada funciona.
Tudo bem, ela perdeu um bebê e isso é uma merda. Mas o que podemos fazer? Amenos que ela esteja disposta a fazer outro não a nada a ser feito. Temos que continuar vivendo.

Hoje é sexta feira. Finalmente o dia de tirar a droga do gesso. Eu acordei bem cedo, me arrumei e sai de casa. Peguei um táxi e segui em direção ao consistório do Dr. Greg - o psicólogo que Sara me obrigou a frequentar antes de terminamos.

O táxi parou em frente ao consultório. Eu desci apoiado nas muletas e entrei me dirigindo até a recepção onde a senhora de cabelos grisalhos atrás do balcão logo me reconheceu. Enquanto o Dr. Greg terminava de atender o paciente que estava com ele, eu me sentei no sofá de espera e fiquei mexendo no celular para passar o tempo. Entrei na galeria e fiquei passando as fotos que tínhamos juntos. Sorri olhando algumas caretas dela e pensei em como queria devolver aquele sorriso ao seu rosto.

Logo um homem moreno saiu da sala ao lado e na mesma hora Dr. Greg apareceu na porta me chamando com um sorriso gentil.

- Diego - me cumprimentou animado - ficou feliz que tenha resolvido voltar - comentou sentando-se na poltrona de corro preta e eu fiz o mesmo sentando-me a sua frente - vai voltar a frequentar as constas?

- sim... Bom, depois que eu parei de vir muita coisa aconteceu e eu cheguei à conclusão de que sozinho não consigo - expliquei com toda sinceridade que tinha e encarei a parede atrás do Dr.

Eu odiava aquilo. Ter que contar coisas para um completo desconhecido. Mesmo que o Dr. Greg fosse um cara legal, eu nunca fui bom em compartilhar meus pensamentos, sempre fui do tipo que guarda tudo para si mesmo.

- hum... - ele sussurro pensativo - então como você pretende fazer isso? Tem alguma ideia de como começa?

- não. Eu só não quero ter que ir para uma clínica de reabilitação... Será que a gente consegue de algum outro jeito? - perguntei

- bom, não é impossível, muitas pessoas conseguiram. Mas com toda esse tentação que temos, você precisa ter o dobro de força de vontade. Como você sabe para cair em tentação não precisa de muito. - ele deu uma pausa enquanto escrevia algo no seu bloco de folhas, outra coisa que me irritava era esse negocio de está sendo "avaliado" o tempo todo - mas eu posso saber o porquê de não querer ir para uma clínica? Afinal essa é a alternativa mais indicada nesses casos.

Eu pensei um pouco. Fechei meus olhos e respirei fundo. Talvez falar sobre aquilo aliviasse um pouco o peso. Foi em tão que eu comecei a contar a história. Comecei há dois meses. No dia em que eu e Sara terminamos e terminei no agora. Contando cada detalhe. Falando aquelas palavras pela primeira vez em voz alta.

- esses últimos dias foram agitados para você - comentou quando eu terminei - a primeira coisa que eu tenho que saber é; você esta ciente de que não vai ser fácil, mesmo assim tem certeza absoluta que é isso que quer? - perguntou.

- tenho - respondi de hesitar. Eu nunca tive tanta certeza de algo na minha vida. Como eu disse no hospital, aquela era minha última chance. Eu me recusava a desperdiçá-la!

- tudo bem - o Dr. Greg sorriu e me explicou todo o processo. Disse-me como as coisas funcionariam e me indicou uma clínica de desintoxicação e um grupo de apoio.
Depois de quase uma hora nos despedimos deixando marcado a próxima consulta e com as muletas, eu segui até o hospital.

A babá (COMPLETO)Where stories live. Discover now