Capítulo 13 - Todo romance é Clichê

35.2K 2.2K 39
                                    

Diego

Eu já nem me lembrava quando foi a última fez que eu me senti tão feliz. Eu não sabia quanto tempo ia durar, ou se ia durar, mas estava disposto a aproveitar cada momento de felicidade que ela me proporcionava. Pela primeira vez em anos eu estava disposto a mudar, daria tudo que tenho para ver seu sorriso, sentir seus lábios, sua pele, faria qualquer coisa para ter ela só para mim. E se para isso eu teria que participar de uma festa de criança com pessoas frescas e mesquinhas que eu não suporto, vamos lá!

Já tinha alguns dias que estávamos juntos e hoje era o tão esperado aniversário da minha irmã. A casa estava cheia de pessoas estranhas, praticamente toda família de Marta estava aqui e por mim eu não sairia do quarto hoje, para ser sincero, se dependesse de mim eu nem estaria aqui, mas como eu estou de quatro por uma tal garota não consigo evitar de agir como seu cachorrinho. Como eu já disse, faço qualquer coisa por ela e a safada já percebeu isso.

Eu estava sentado na minha cama com uma agenda vermelha e um lápis na mão. Uma das coisas que eu mais gosto de fazer é desenhar, um dos únicos costumes que eu trago da infância e desde que eu conheci a Sara tenho enfeitado cada folha do meu pequeno caderno com o seu rosto.

É oficial, eu sou um viadinho apaixonado...

- não acredito que você ainda não se arrumou! - Sara entrou no meu quarto resmungando.

- pensei que fosse só mais tarde. - me defendi.

- Diego já são seis horas - ela ficava linda brava, para falar à verdade ela ficava linda de qualquer jeito.

Mesmo estando bem próximos, ainda não tínhamos definido a relação, pra mim ela já era minha, mas ela insistia em dizer para as pessoas que éramos amigos.- amigos - eu poderia ser tudo, namorado, amante, qualquer porra, mas amigo? Acho que nunca fomos amigos.
Por um momento eu fiquei perdido olhando ela que não parava de falar o quanto eu sou um idiota por não está arrumado ainda. Seus cabelos pretos estavam partidos ao meio e com algumas ondas, seus lábios estavam pintados de vermelho, e seus olhos castanhos escuro estavam contornado com um lápis preto. Seu vestido azul batia no meio das coxas e se ela abaixasse um pouquinho eu podia ver sua calcinha branca. Acho que tenho uma nova cor favorita.

- para de me olhar assim! - gritou me empurrando de leve.

- assim como? - perguntei com um olhar malicioso. Gosto como ela fica sem graça quando eu faço essas coisas. Ela finge que não, mas adora esse meu lado.

- se arruma e desce! - revirou os olhos e saiu do quarto.

****

Quando eu cheguei na sala - onde tinha um monte de gente - a primeira coisa que vi foi Rosa brincando toda animada com outras crianças, Marta estava sentada conversando com duas mulheres muito parecida com ela - deveria ser suas irmãs ou parentes bem próximas - e do outro lado perto da cozinha Sara conversava animadamente com uma garota loira e Marina que assim que me viu me fechou a cara.

Eu não tinha idéia do "porque" de todo seu ódio por mim, eu nunca menti sobre o que queria. Quando eu vim morra na casa do meu pai, Marina foi a primeira garota com quem eu tive "contato". Eu estava péssimo, tinha acabado de chagar em casa e nem sei como aconteceu. A única coisa que lembro foi de acordar na sua cama.
Eu nunca menti, não gostava dela, mas por algum motivo ela não consegui superar esse episódio que rolou a mais de um ano, e parece que sua raiva por mim só aumenta a cada dia.

- Oi - cumprimentei a menina e ignorei Marina - posso falar com você? - perguntei a Sara.

Ela confirmou e juntos saímos do meio daquele monte de gente indo até o jardim dos fundos.

A babá (COMPLETO)Where stories live. Discover now