Capítulo 24 - Onde tudo começou

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Diego

Estava deitado na minha cama olhando o nada e pensando em tudo. Minha vida estava uma bagunça e pela primeira vez em um mês, eu estava pensando se valia apena. Eu tinha perdido tudo, minha família, meus amigos e a mulher que amava. Eu estava vivendo o mesmo dia todo dia, a mesma rotina sempre e a cada dia eu sentia que minha vida afundava um pouco mais. Eu estava em guerra constante, em um ciclo vicioso.

Estava cansado, exausto. A alguns dias quando cheguei em casa depois de uma noite inteira fora, eu me olhei no espelho e senti nojo da imagem que vi. Eu estava péssimo, olheiras enormes abaixo dos olhos, meu cabelo e minha barba estavam grandes e todas as minhas roupas estavam largas. Eu parecia uma porra de um mendigo. Fiquei um tempo me olhando e tentando entender como isso aconteceu, tentando me lembrar de como começou. Quando foi que eu perdi o controle da minha vida, em que momento eu parei de ter minhas escolhas, quando foi que virei escravo dela.

Fiquei horas deitado ali, horas tentando entender como eu deixei chegar nesse ponto, até que escutei o barulho da porta da sala e logo em seguida Luiz entrou no meu quarto. - Eu ainda estava morando com ela, mas quase não nos falávamos, éramos dois estranho dividindo apartamento - ele me olhou por um momento e depois de um suspiro começou a falar.

- eu estive na sua casa hoje - comentou -sua irmã está sentindo sua falta...

Desde que Sara foi embora eu nunca mais vi a Rosa.

- eu vou ver um dia para ir visitar ela - falei sem olhar na sua direção.

- eu também falei com seu pai, ele pediu para que eu lhe desse isso - estendeu a mão na minha direção, eu peguei o cartão que ele estava segurando e li o que estava escrito "clínica de reabilitação" - mas como eu sei que não vai adiantar, só tenta não se matar - deu de ombro saindo do quarto.

Eu fiquei um tempo olhando o cartão na minha mão e pensando na possibilidade de ter uma vida onde meu único vício seria Sara Clark. Depois de muito pensar acabei pegando no sono.

UMA SEMANA DEPOIS - eu estava terminando de me arrumar para ir visitar minha irmã, iria aproveitar que meu pai e Marta não estavam em casa. Terminei de fazer minha babar - não podia deixar que minha irmã me visse no estado que estava - arrumei meu cabelo que tinha cortado no dia anterior e me vesti como de costume - uma calça jeans escura, uma camisa preta e minha jaqueta também preta - depois de pronto peguei a chave do carro e segui até o outro lado da cidade onde meu pai morava.

Meia hora depois, eu estava parado enfrente a mansão onde tudo começou, fiquei dentro do carro encarando aquela casa e lembrando-me de tudo que aconteceu ali. O dia em que nos conhecemos:

Eu tinha acabado de chegar em casa, verifique se meu pai estava e quando constatei que não segui para o meu quarto - tínhamos tido uma discussão terrível a uma semana e por isso eu tinha saído de casa para esfriar a cabeça e fiquei uma semana fora - entrei no meu quarto e tomei um banho demorado, depois de limpo vesti uma roupa e sai em direção ao quarto da minha irmã - a única pessoa que presta naquele antro - abri a porta do seu quarto lentamente e depois de passar meus olhos por todo o local avistei uma mulher que me olhava atentamente. Senti que a conhecia de algum lugar, mas não conseguia lembrar-me da onde.

Fiquei alguns segundos encarando ela e tentando buscar alguma coisa na minha mente - mas seus olhos castanhos presos nos meus me impedia de ter qualquer pensamento coerente.

- oi... Cadê a Rosa? - perguntei tentando não parecer uma idiota.

- está no banho - respondeu com uma voz calma e doce enquanto prendia uma mecha do cabelo castanho atrás da orelha. Ela era linda e por um momento eu me senti preso no seu sorriso.

- e você é... - a incentive a dizer seu nome.

- Sara Clark - sorriu estendendo a mão na minha direção - sou a nova babá da Rosa - completou agora apertando minha mão.

- meu nome é Diego, sou irmão da Rosa - me apresentei sem tirar os olhos dela. Senti uma seção estranha quando sua pele encostou-se à minha - quando ela sair do banho peça para que ela vá ao meu quarto - pedi sem graça por esta babando na nova babá da minha irmã e sai do quarto logo em seguida.

Fiquei perdido naquelas lembranças por um tempo, lembranças que por mais que eu queira nunca vai sair de mim.

Depois de estacionar o carro, eu desci e entrei em casa, Rosa estava sentada no sofá acompanhada por uma senhora - provavelmente sua nova babá - eu me aproximei delas e me apresentei a mulher que aparentava ter uns cinquenta anos - pelo menos eu não corro o risco de me apaixonar por ela - depois de trocar algumas palavras com a senhora eu pedi para ficar sozinho com a minha irmã, e com muita insistência a mulher finalmente saiu nos deixando sozinhos.

Fiquei a tarde inteira com a minha irmã, ela estava animada e não parava de falar um segundo. Depois de assistimos três filmes, eu decidi que estava na hora de ir embora. Despedi-me da pequena e sai de casa pegando meu carro e dando partida logo em seguida.

Já passava das 22:00h da noite, eu estava quase chegando em casa depois de passar o dia inteiro na rua. Minha cabeça girava, meu corpo estava tenso e minha visão um pouco embasada. Tudo estava indo bem, até que de repente um trovão alto clareou o céu e uma forte chuva começou a cair - merda! - aumentei a velocidade do carro a fim de chagar logo em casa e desviei meus olhos da estrada por dois segundo – só o tempo de encara meu celular no banco de passageiro – e quando meus olhos ficaram na estrada novamente já era tarde de mais. Um carro vinha com o farol desligado e para completar o motorista estava em contramão. Foi como um flesh back do passado. Senti um peso enorme no meu corpo e de repente tudo apagou.

(....)

A babá (COMPLETO)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz