Capítulo 31 - Gargalhadas

7.8K 597 8
                                    


Assim que passamos pela porta do apartamento Diego foi direto para cozinha com as sacolas do mercado na mão. Mesmo com a minha falta de vontade de fazer qualquer coisa, ele estava se esforçando bastante para me animar e eu gostava disso – mesmo que às vezes ele exagerasse um pouco.

Diego deixou as coisas na cozinha e seguiu até o quarto, eu me joguei no sofá e fiquei fitando o ventilador de teto que girava sem parar. Quando ele voltou estava usando apenas a calça jeans caída na cintura. Ele andou até a estante mexendo em alguma coisa e eu fiquei observando suas costas largas e definidas.

Desde que voltamos, eu pude perceber pequenas diferenças no seu corpo. Como o fato dele está mais magro e algumas cicatrizes espalhadas pelos braços e barriga. Com certeza esse mês que passamos separados foi bem agitado para ele e por mais idiota que pareça eu me peguei pensando, será que ele ficou com alguma mulher durante esse tempo? Esse pensamento fez meu estômago embrulhar e um enjôo forte me fez contrair a barriga.

- você está bem? - se virou na minha direção.

- estou - levantei do sofá e caminhei até o quarto para trocar de roupa. Não queria parecer uma namorada ciumenta, mesmo que estivesse morrendo de vontade de perguntar a ele.

- o que você quer que eu faça? - perguntei me sentando na bancada de frente para ele que estava tirando as compras das sacolas.

Diego me pediu para pegar os ingredientes e foi o que eu fiz. Botei tudo em cima da bancada e me sentei novamente enquanto observava ele andando de um lado para o outro.
Se há alguns meses atrás alguém me dissesse que isso aconteceria, eu com certeza não acreditaria na pessoa e ainda riria na cara dela! Ver Diego Collins, o problemático sem noção fazendo pizza na cozinha do meu apartamento a onde estamos praticamente morando juntos é sem dúvida inacreditável para qualquer pessoa que ouça. Se eu não estivesse aqui, também não acreditaria.

- pode mexer - avisou depois de colocar todos os ingredientes em um recipiente de plástico.

- tem certeza que isso vai dar certo? - perguntei misturando os ingredientes até forma uma massa lisa.

- pensamento positivo. - se aproximou beijando meu ombro - o que você pretende fazer hoje? É sexta-feira. Podemos sair - sugeriu.

- acho melhor não. Só quero me jogar no sofá e me entupir de pizza...

- qual é amor, a gente ficou a semana toda trancados nesse apartamento. Vamos dar uma volta - insistiu - hoje vai ter um Luau na praia, vai ser divertido...

- tudo bem, mas só um pouquinho - suspirei me dando por vencida. Diego assentiu com um sorriso vitorioso no rosto e puxou vasilha onde estava a massa para mais perto de si. Pegou a massa com as duas mãos e me pegando completamente desprevenida jogou de volta dando um soco forte. - o que é isso? - perguntei assustada.

- uma forma de botar toda a raiva para fora sem ir preso... - avisou sorrindo de lado - vai amor, bota tudo pra fora - falou empurrando a vasilha transparente na minha direção.

- sério? - perguntei

- sério. Se você está com raiva de alguma coisa essa é à hora de botar para fora - eu olhei a massa na minha frente e dei o primeiro soco. Ótimo, eu estava socando uma massa que era para ser uma pizza. Diego riu e gritou um "não preso ter medo linda, ela não vai revida em você", eu estava me sentindo uma completa idiota, mas não podia negar que era divertido.

- isso é tudo que você tem? - provocou - me da isso aqui... - tentou pegar, mas eu segurei e saindo completamente do controle, eu comecei a socar e gritar igual uma loca. Tudo que estava dentro de mim estava saindo em forma de socos. Era uma mistura de tudo que aconteceu nesses últimos meses. Minhas mãos estavam vermelhas, assim como meu rosto e minha respiração acelerada.
Eu parecia uma louca, uma selvagem enquanto batia sem parar na pobre massa encima da mesa. Senti uma lágrima descer pelo meu rosto e em seguida braços fortes me segurando pela cintura.
Diego me virou para ele e passou a mão tirando o cabelo do meu rosto, seus dedos grossos e ásperos traçaram o caminho por onde a lágrima desceu, e seus lábios encostaram-se à minha testa enquanto outras lágrimas começavam a cair dos meus olhos.
Sem dizer nenhuma palavra ficamos ali abraçados por alguns minutos, até um riso baixo e abafado escapar dos seus lábios me fazendo ri também. Quando percebemos estávamos os dois rindo sem parar no meio da cozinha enquanto ele me abraça cada vez mais forte.

- me lembra de nunca deixa você irritada - brincou se afastando e olhando a massa atrás de mim.

- desculpa... Eu... Eu perdi o controle - sussurrei mordendo os lábios inferiores.

- tudo bem, isso foi ótimo - falou orgulhoso - como esta se sentindo?

- acho que bem...

- está vendo? Eu falei que funcionava! Agora me ajuda a terminar de fazer a pizza.

Depois de descarregar toda a raiva, deixamos a massa de lado e seguimos para fazer o molho. O clima estava bem leve e gostoso, entre cortar o tempero e preparar o molho, trocamos várias carícias e naquele momento parecia que nada mais importava. Apenas eu e o homem que me olhava de dois em dois segundo com um sorriso enorme no rosto fazendo meu coração derreter toda vez que sua pele quente entrava em contato com a minha.

Eu estava em pé em frente à mesa abrindo a massa com um rolo de pizza. Diego estava atrás de mim lavando a louça - pelo menos foi o que eu achei, - quando dei por mim, meu cabelo limpinho – que eu tinha lavado há duas horas - estava todo branco de farinha. Eu respirei fundo não acreditando no que tinha acabado de acontecer.

- QUAL O SEU PROBLEMA?! - gritei ficando de frente com o idiota que ria descontroladamente.

- foi sem querer... - murmurou entre a gargalhada gostosa que só ele tinha.

- ah, é? - perguntei. Peguei o saco com o que tinha sobrado de farinha e com um sorriso maligno tentei jogar nele. O que não deu certo, sua não grade de fechou em volta do meu pulso, me impedindo de jogar a maldita farinha nele. Eu tentei força meu braço, Diego deu um passo para trás e de repente estávamos os dois no chão.

Afundei meu rosto no seu peito enquanto os dois gargalhávamos como se o mundo fosse acabar, e depois me joguei para o lado fitando o teto.
Senti seu corpo se mexendo ao meu lado e Diego se apoiou em um braço enquanto o outro foi até minha cintura.

- senti falta do seu sorriso - comentou contornando meus lábios - amo você Sara, não gosto de ver você triste - completou.

- eu amo você - sussurrei em seguida puxando ele para mim e juntei nossos lábios. Ele chupou meu lábio inferior e mordeu de leve em seguida. Eu me virei ficando por cima dele e puxei seu cabelo o fazendo gemer - vou tomar banho, pode arrumar sua bagunça... - sussurrei e levantei deixando ele no chão com um bico enorme.

- você me paga Sara, já é a segunda vez hoje! - gritou me fazendo ri.

A babá (COMPLETO)Where stories live. Discover now