Meias Verdades [Completo]

By robertasell735

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Mentiras, vidas secretas e vícios incontroláveis. Emily tem um vício que a domina. Michael esconde sua real i... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 39
Epílogo

Capítulo 38

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By robertasell735

Alguns dias após o funeral Emily e Jonathan voltaram a se encontrar. A conversa seria sobre a situação de Emily perante a organização. Jonathan queria ver essa mulher o mais longe possível. Por ele a teria eliminado, Mary interferiu. Chamaria atenção demais se logo em seguida a morte de Michael viesse a de Emily.

– Vamos ser práticos, Jonathan. O que vai fazer comigo? – Emily questionava o rapaz que estava sentando no lugar que antes pertencia a Michael.

– Por mim você some! – o escárnio vinha estampado no rosto de Jonathan. O poder em tão pouco tempo conquistado, já havia lhe subido à cabeça.

– De que forma? Como? Eu simplesmente posso pegar minhas coisas e ir para onde eu quiser?

– Seria mais fácil te eliminar. Forças maiores me impedem. É o seguinte cunhada... – ele inclina seu corpo sob a mesa fazendo com que seu rosto se aproximasse do dela – Arrume suas coisas, não deveria, mas vou te dar uma quantia em dinheiro que sei que é o suficiente para você recomeçar do jeito que quiser. Quem sabe agora não vira uma puta profissional. Aproveita que ainda é bonita.

– E você está louco para me comer, não é? – Emily encarava Jonathan.

– Escuta aqui ordinária! Não me provoque que faço o que estou com vontade! Pega suas tralhas e sai daquela cobertura. Assine esses documentos e você está livre. – Jonathan joga os papeis na cara de Emily – Não vou ameaçar você porque sei que não liga a mínima para essa merda de vida. Mas tem seus pais e aquele idiota que te fodia.

– Jonathan, vai se fuder! – Emily lhe devolve os papeis assinados e sai o mais rápido que pode dali. Mais alguns segundos com ele na mesma sala ela que o mataria.

Alex esperava no carro. Viu a forma como ela entrou no carro. Respiração ofegante, mãos suando. Apesar de vê-la daquela forma sentiu-se aliviado, pelo menos a mulher ainda estava viva. Alex não deixaria que nada de mal acontecesse com Emily, devia isso a Michael.

– Para onde, Sra. Hoffman?

– Para o apartamento. Tenho que retirar meus pertences de lá. Esse filho da puta me tirou tudo... – suspirou – também não conseguiria viver lá sem Michael. – fica pensativa – Você vai trabalhar para ele?

– Nunca! Prefiro a morte. Ele vai conseguir por um tempo, mas a pressão e os seus vícios irão voltar e ele vai ruir de forma vertiginosa. 

O que Emily não sabia era que Alex tinha as mesmas desconfianças. A morte do seu melhor amigo não foi natural. Michael foi apagado. Apenas precisava descobrir quem era o mandante. Não descansaria enquanto não tivesse com eles em suas mãos.

– Deus te ouça. Vai fazer o que? – olhava Alex pelo espelho retrovisor.

– Desaparecer. Cuidado, Sra. Hoffman. Muito cuidado. – então finalmente os olhos dos dois se encontram.

– Eu vou tentar.

– Não tente, tenha! – observou o homem aflito. Sabia que sua vida seria vigiada. – Vou aguardar a Senhora aqui, não precisa ter pressa, leve o tempo que precisar.

– Obrigada, Alex.

Emily entraria com todo o cuidado naquele lugar que um dia foi o seu lar. Observou cada detalhe, recordações de sete anos vieram em sua mente. Michael foi seu amor incondicional isso não tinha o que contestar.

As lágrimas teimosas voltaram a cair. Do aparador segurou entre suas mãos o retrato dele ainda jovem. O único que possuía daquela época em que fora tão humilhado e maltratado, retirou com todo o cuidado da moldura e o abraçou. 

Continuou fazendo o mesmo gesto com todos outros retratos que estavam distribuídos por todo apartamento. Guardou com carinho um a um dentro de uma caixa. Era a sua história com Michael ali reunida em imagens sendo depositada em uma caixa fria e impessoal. 

O escritório do Michael já havia sido desmontado pelos homens de Jonathan. Restou muito pouco dali para levar consigo. E lá estava caída em um canto a caneta que havia lhe dado de presente alguns anos atrás, guardou em sua bolsa, ela ficaria agora ali para sempre próxima a ela.

O pior momento seria o quarto. Emily não aguentou. Toda a sua força se esvaiu e se deixou cair naqueles lençóis de seda brancas tentando a todo custo sentir mais uma vez o cheiro de seu amor.
Ficaria ali deitada por horas. O sol já estava se escondendo quando levantou e enxugou suas lágrimas. No closet pegou roupa por roupa, assessórios e sapatos, organizou tudo dentro das malas com o maior cuidado. Cada um que era guardado era sentido e memorizado por ela. Alguns tinham história a serem contadas, histórias que ficariam para sempre em sua memória. 

Arrumou as suas e pediu para que Alex a ajudasse. Emily retornou para casa dos pais. Eles aguardavam pela primeira vez com ternura. E mais uma vez Emily teria de mentir para justificar a perda de tudo que possuía. Odiou-se por fazer isso, odiou ter de fazer de Michael o culpado por sua ruína.

***

O grande dia na vida de Thomas Paige havia chego. Estava unindo-se a outra pessoa e construir a família que ele tanto sonhou. Jessica estava reluzente em seu vestido de noiva. A igreja no vilarejo em que seus pais viviam estava toda tomada pelas flores e arranjos e seus amigos mais próximos.

– Hoje é o dia mais feliz da minha vida! – Jessica dizia baixinho no ouvido do seu marido.

– O meu também! – Tom deposita um beijo na testa.

– Que bom que sua mãe me convenceu de fazermos a cerimônia aqui. Ficou linda como sempre imaginei! – os olhos dela brilhavam.

– Sempre gostei de vir aqui com eles, sinto falta de ir à igreja, deixei isso de lado por muito tempo e não vou fazer mais isso. – ele entrelaçava seus dedos nos dela.

– Iremos juntos!

– Eu te amo, Jessica Paige.

– Diz de novo! – ela fecha os olhos.

– Jessica Paige! – ele sorri e volta a lhe beijar.

Não demoraria para que Jéssica ficasse grávida. Sempre fora um desejo compartilhado pelos dois. A alegria de Tom foi incontrolável quando recebeu sua pequenina menina no colo. Prometeu o mundo para aquele pequeno ser. 

Dessa forma passou a trabalhar mais. Queria dar a ela tudo que não teve, porém isso acabou o afastando de Jessica e o casamento ruiu. Em pouco tempo uma frustração ficaria entre os dois. Jessica não aguentando mais pediu o divorcio.

– Tem certeza que é isso que você quer? 

Tom argumentava mais pela filha do que por Jessica. Gostava da esposa, porém nunca chegou a amá-la o suficiente. Depois de Emily ter devastado sua vida, acabou criando um murro em volta de si.

– Não posso continuar a viver assim! Eu quero você por inteiro e não pela metade. Eu te amo, mas não estou disposta a amar por dois. 

– Eu vou ficar mais em casa com vocês duas. Jessica, por favor! – Tom suplicava – Não vou conseguir viver longe da Amy. – vai até ela e segura com cuidado as suas mãos.

– Você não vai ficar longe dela, por Deus! Nunca iria fazer isso com você eu sei o quanto você a ama. Só ficamos juntos por esse tempo por causa dela sem ela esse casamento já teria acabado há muito tempo. – ela retira as suas mãos das dele e segura seu rosto – Devia ter aceitado morar com você antes de nos casarmos, pouparíamos muitas coisas desnecessárias.

– Não diga isso! Não houve momentos desnecessários. – ele se afasta incomodado com o que ouviu.

– Não mesmo, Thomas? Eu te entedio, eu não te satisfaço. Tenho consciência disso. Depois que a Amy nasceu você mal me procura.

– Eu estou cansado, trabalhando demais. Vou mudar, prometo. – o olhar dele estava perdido, sabia que não mudaria, sabia que não queria ficar com ela o que queria apenas era ficar com a filha.

– Vamos ser sinceros! Você não irá mudar pelo simples fato que você não tem mais tesão em mim. Eu não ficar aqui me culpando por isso. Tem alguém ai com você e você não admite. – ela agora perde um pouco a paciência com ele e eleva o tom de sua voz.

– Eu não estou tendo um caso se é isso que pensa.

– Fisicamente não está mesmo, disso eu sei. Mas na sua mente, não na sua alma você tem sim outra mulher. Não quero saber quem é. Não vamos brigar, isso nunca aconteceu entre nós e não vai ser agora. Tivemos uma filha linda juntos e devemos ser amigos e isso nós dois sabemos ser. – ela volta a ficar mais calma.

– Nada que eu faça vai fazer mudar de ideia?

– Nada.

Quando Tom percebeu seu erro já era tarde demais. Houveram outras conversas como essa antes de assinarem os papéis do divórcio. A luta de Tom chegou tardia para Jessica. Como prometido a ex-esposa nunca o proibiu de ver a filha. A afinidade entre os dois era indiscutível. Tom tinha verdadeira adoração pela aquela menininha ruiva.

Sempre que podia pegava a pequena Amy na escolinha. Mas era pelos sábados que mais ansiava. Nesse dia ficava com sua filha o dia todo. Iam em parques, zoológicos, brincavam incansavelmente até devolver Amy já adormecida para os braços de sua mãe. Tom inevitavelmente voltava para seu apartamento dilacerado. Era novamente um homem vazio, sem complemento, solitário e triste.

O paraíso também acabaria para outro casal. Ambos foram mimados ao extremo e o temperamento complicado de Jonathan era um obstáculo quase impossível de ser ultrapassado. Hannah não conseguia ter controle sobre ele assim que assumiu os negócios.

– Eu não aguento mais! – Hannah andava descabelada atrás do pequeno Bob que corria e derrubava tudo pela casa que ela tentava manter organizada. – Jonathan! Venha aqui e me ajuda. Seja útil!

– Não posso estou ocupado e a obrigação de cuidar da criança e da casa é sua. – Jonathan grita de volta.

Ocupado não era bem o estava acontecendo, Jonathan estava concentrado na televisão vendo o seu time de futebol. Não demorou muito para a verdadeira face de Jonathan aparecer para Hannah.
Havia herdado muito mais que a aparência do pai. Jonathan era praticamente Robert Hoffman encarnado. Amava Hannah, mas não como ela desejava. O único daquela família que amou uma mulher como deveria foi Michael e mesmo assim cometia falhas. 

– Ocupado! Jonny você está assistindo futebol! 

Hannah estava exausta. O menino era muito agitado e estando grávida novamente quase no final da gestação se cansava facilmente. Hannah precisava de descanso e Jonathan não lhe oferecia nem um deslumbre disso.

– Que inferno mulher! – levantou de sua poltrona e pegou seu casaco – Não posso nem assistir o jogo em casa, não precisa me esperar para o jantar não sei que horas eu volto.

– Se é que volta! Devia ter escutado o meu pai. 

Hannah lamentou. Não sabia se o que sentia por ele era amor ou mera conveniência e sabia também que se ele não largasse dela por vontade própria estava destinada a viver dessa forma cuidando dos filhos que teriam. Se ela resolvesse abandoná-lo provavelmente ele a mataria.

  Como o esperado por Alex, Jonathan não aguentaria a pressão e logo começou a cometer deslizes se não fosse Mary tomar a frente já teriam perdido tudo. Desleixado e preguiçoso, não tinha mais Michael para concertar as suas lambanças. Mary percebeu que havia se precipitado. O menino ainda não estava pronto devia ter esperado mais tempo.  

Com o poder na mão e suas facilidades alguns velhos conhecidos voltaram a fazer parte do seu convívio de Jonathan. Eram festinhas aqui, jogatina ali e lógico as mulheres. Hannah emendou uma gravidez na outra e com isso Jonathan perdeu o seu interesse por ela. O seu desejo jamais diminuiu então resolvia essas pendência de outra forma. Tinha a esposa para cuidar da casa e dos filhos e as "mulheres" para cuidar dele. Tudo que ele sonhou. Gastava demais também, Mary ficava louca com isso.

– Menino burro! – Mary deu um tapa em sua cabeça – Vai perder tudo que seu pai criou e que seu irmão ampliou por burrice.

– Não vou nada, está tudo controlado. – na cabeça dele achava que estava.

– Controlado? – outro tapa na cabeça – Você já deu uma olhada na contabilidade?

– Isso quem cuida é o...

– É você! – ela gritou! – Quem controla o dinheiro é o chefe, seu idiota! Michael nunca delegou isso a ninguém, nem ao Alex. E ele confiava naquele homem de olhos fechados. Você é tão burro que perdeu Alex também. 

Mary bufava de um lado. Sabia que a culpa disso tudo no fundo era dela. Acreditou em um potencial que o filho não tinha e doía nela admitir que Michael fosse realmente o único Hoffman inteligente.

– Ele sumiu logo após o funeral, nunca mais soube dele. 

Jonathan fizera de tudo para localizar Alex, chegou até desconfiar que ele havia sido responsável pela a morte do irmão, pois não teria outra explicação para sumir daquela forma.

– Ele foi esperto isso sim! Eu que fui uma idiota! – finalmente ela senta e fica mirando o teto esperando que algo caia dele e resolva tudo.

– Como assim, mãe?

– Nada! – ela o desconversa jamais poderia saber que foi ela quem acabou com Michael para que ele pudesse brilhar – Acho bom você parar de beber e vadiar. Jonathan você é o Sr. Hoffman agora haja como tal.

– É difícil e exaustivo ser como Michael. Agora entendo o seu mau humor. Eu gostava de fazer as missões e não de ficar aqui parado vendo papéis.

– Para de andar com esses inúteis. Eu nunca te contei, mas quase que Michael te abandonou. Ele veio falar comigo e disse que não aguentava mais que não era o seu pai ia ser a última vez que te ajudaria da próxima nós dois estaríamos fora. Ele falava sério.

– Eu sei. – ele sabia muito bem disso e como.

– Me surpreendeu ele ter te envolvido no jogo e ter te ensinado. Ele estava contende em ver seu empenho, por que mudou?

– Sinto falta dele, mãe. Perdi meus dois exemplos em pouco tempo, não tenho a quem recorrer ou em quem confiar. – sentia-se desamparado e sozinho, tinha consciência que quem o cercava não eram de confiança e tinha coisas que ele não queria falar com a mãe.

– Você precisa encontrar um Alex.

– Preciso.

– Então faça isso logo! E começa a voltar para casa e ajudar Hannah. A menina está grávida quase tendo o outro filho seu.

– Ela me enche o saco! – ele volta a ficar incomodado e agressivo.

– Escuta aqui menino! Você quis casar e ter filho agora tem que cuidar. Se você vai arrumar seus casinhos por ai que faça com descrição, mas tem que voltar para casa e ser um bom marido e pai. Não queria ter a sua esposa como um inimigo ela é uma aliada forte, tem que mantê-la próxima e feliz. Veja o que aconteceu com Michael quando ele negligenciou Emily – após a morte do irmão Jonathan contou tudo que se passava entre os dois para a mãe e Hannah. – Não vai querer que aconteça o mesmo.

– Ela não ousaria e eu não a deixaria viva.

– Então pensa!

Nunca mais um Hoffman seria visto com toda a grandeza que Bob ou Michael foram um dia. Jonathan não se afogou por completo, mas perdeu muito prestígio e colaboradores importantes, virou mais um entre tantos. E com isso o casamento iria ter altos e baixos. Hannah se deixou levar, apenas obedecia, tinha medo de apanhar e de que ele fosse agressivo com as crianças. Tornou-se mais uma dona de casa infeliz. 

Mary teve um fim esquisito, o que ajudou mais com a queda vertiginosa do Jonathan. Um pouco antes de completar um ano da morte de Michael, Mary seria encontrada morta em sua banheira. Havia do lado do seu corpo apenas uma taça de vinho, porém um odor permaneceu no ar. Se Jonathan fosse mais esperto reconheceria o cheiro do fiel escudeiro do seu irmão que pairava sobre o ambiente. Alex fez o que tinha que ser feito vigou a morte do seu único amigo.

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