Jovem Amor

由 SGConzatti

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Existe idade certa para amar? Giovanni é professor na faculdade de Biologia e acaba de se separar de sua mu... 更多

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4. Ser pai separado - Giovanni
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25. Um passo adiante - Giovanni
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31. Ciúmes - Giovanni
33. Sofrimento - Emily
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35. Notícia - Giovanni
36. Surpresa - Emily
37. Decisões - Giovanni
38. Minha escolha - Emily
39. Morar Longe - Giovanni
40. Saudades - Emily
41. A mensagem - Emily
42. Erro - Giovanni
43. Superar - Emily
44. Casamento - Emily
45. Sem sua visita - Giovanni
46. Recomeço - Emily
47. Nova Vida - Emily
48. No corredor - Emily
49. Em casa - Giovanni
50. Coração partido - Emily
51. O outro - Giovanni
52.Repensar - Giovanni
53. Lual - Emily

32. Giovanni e Ricardo - Emily

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由 SGConzatti

Sérgio e seu filho se despediram após colocarem todas as coisas do Gustavo em cantos da sala ou no quarto de minha mãe. O cansaço percorria meu corpo, só desejava deitar e esquecer aquele final de tarde. Olhei para Ricardo que não se animava em ir embora e dei-me conta que ele não teria lugar para dormir, pois não voltaria para a casa dos pais e agora morava na cidade litorânea.

— Você precisa passar a noite aqui? — perguntei quase em afirmação.

— Meu ônibus é só amanhã ao meio-dia. — ele disse sincero e olhou-me de canto. — Tem problema?

— Por mim tudo bem, mas só sobrou o sofá.

Desanimado, ele consentiu com um leve aceno. Fui até meu quarto para buscar os lençóis e Giovanni me seguiu com passos pesados.

— Por que o convidou? — fechou a porta às minhas costas ao me fitar transtornado.

— Porque era óbvio que ele não tinha para onde ir. — respondi aborrecida.

Juntei a roupa de cama em meus braços com indisposição.

— Não gosto desta ideia. — ele resmungou com o maxilar serrado.

— A situação não nos dá muita escolha, dá? — minha fala foi ríspida. Como ele podia estar com ciúmes numa situação dessas? Pensei decepcionada.

— Então não há problema de eu também passar a noite? — Giovanni me encarou desconfiado.

— Sem problema, dividimos a cama. — Suspirei enfadada e levei os lençóis e cobertas para Ricardo que silencioso começou a arrumá-las no sofá.

Sentia meu peito agitado, havia muita raiva dentro dele. Raiva dos pais de Gustavo, dos ex-colegas de escola repletos de piadinhas e começara a nascer uma raiva de Giovanni por comportar-se de maneira infantil quando eu ansiava por sua maturidade e serenidade. Abri a boca tomada pela tentação de mandá-lo embora, olhar para sua expressão dura me feria; no entanto, calei-me, pois isso geraria uma grande briga e, no momento, eu não encontraria nenhuma força para discutir.

Por fim fomos todos descasar, ou pelo menos fazer uma tentativa. Apaguei a luz e me deitei, Giovanni já estava na cama e ajeitou-se para que eu pudesse me aconchegar nele. Aceitei seu conforto sem pestanejar.

— Sinto muito por tudo. — ele falou baixo. — Estou sendo um idiota, mas prometo que esse Giovanni não está mais aqui. Se precisar de algo é só pedir. Estarei sempre ao seu lado.

Levantei a cabeça e me esforcei para sorrir. Finalmente ele voltara a se comportar como meu porto seguro e deixara de lado a crise de ciúmes, aninhei-me e adormeci.

Tive um sono perturbado por pesadelos, via Gustavo em perigo em diversas formas e me levantei para vê-lo. Ele dormia quieto. Fui até a cozinhar pegar um copo de água e avistei Ricardo sentado no sofá.

— Também não consegue dormir? — disse ao me sentar ao seu lado.

— Tentava achar uma explicação para minha família ser tão complicada. — ele me olhava desolado.

— Não se sinta assim, as coisas irão se resolver. — passei meu braço sobre seu ombro e o abracei.

Não acreditava realmente em minhas palavras, não conseguia deslumbrar o pai dos meninos se arrependendo. O preconceito que ele tinha enraizado em si só poderia ser transmutado se o homem fosse capaz de perceber o sofrimento alheio, no entanto ele era muito egocêntrico e preocupado com as regras idiotas de sua moralidade hipócrita para assumir seu erro. Mesmo sabendo disso era preciso dar algum conforto a meu amigo, e talvez para mim mesma.

— Não sei se isso vai acontecer. — seus olhos brilhavam pelas lágrimas que os umedeceram. Ele sussurrou desamparado. — Sinto muitíssimo pelo Gustavo, afinal ele sempre se escondia para que meu pai se orgulhasse dele.

— Pelo menos agora ele pode ser ele mesmo.

— É. — Ricardo me olhou e riu irônico, um riso nervoso. — Não adiantou termos mentido que vocês eram namorados. Meu pai disse que no fundo não acreditava naquilo, mas que ele queria deixar-se enganar.

— Nós tentamos. — sorri amigavelmente.

Ficamos por um tempo em silêncio e abraçados. Recordei as incansáveis vezes que permanecia abraçada a Gustavo em sua casa e trocávamos bitocas fingidas toda vez que o pai dele se aproximava; e, depois, quando a única saída foi fazer o mesmo na escola, como isso magoava silenciosamente nós três.

A cada novo beijinho, nova mentira, nova artimanha para socorrer seu segredo, Gustavo demonstrava acumular mais vergonha por ser diferente, mais tristeza por não ser aceito e mais angústia de ser descoberto. E toda a vez que eu e Ricardo víamos esses sentimentos escondidos nos olhos por vezes mais acinzentados dele, nós também nos tornávamos mais sombrios. Pelo menos agora não haveria mais segredos, e quem sabe Gustavo pudesse ser ele mesmo e feliz? Sorri ao imaginá-lo verdadeiramente livre.

Ricardo suspirou, aproximou-se e cochichou ao meu ouvido.

— Somos amigos de novo?

— Sim, amigos de novo. — dei-lhe um beijo na bochecha e soltei-o.

Aliviava-me por estar com Rick ao meu lado, pois não teria suportado a tarde que passou sem ele ali para me apoiar. Neste momento, as angústias de nossa história a dois pareciam inexistentes e me convenci como no fundo apenas éramos imaturos ao nos afastarmos ao invés de resolvermos juntos as dificuldades. Ao lado de Ricardo não sentia nada do que eu imaginaria que sentiria, era como se apenas voltássemos a sermos amigos. No entanto, distanciei-me, ao perceber que o brilho de seus olhos e sua boca carnuda ainda me causava uma leve vontade de beijá-lo.

— Então, você está namorando firme com o professor? — ele sorriu pensativo.

— Sim.

— Ele não gostou de mim, pude sentir. – ele divertiu-se. — Tudo bem, também não fui com a cara dele.

— Não implique com ele. — pedi.

— Vou tentar. Fiquei com ciúmes de vê-lo ao seu lado. — ele passou a mão nos meus cabelos com uma leveza não muito comum em seus gestos rotineiros. — Então as possibilidades de nos divertirmos nus estão terminadas?

— Certamente! — ri descontraída, percebia o tom de brincadeira na voz dele. — Você tem suas garotas e eu tenho o meu namorado, estamos quites.

— Justo. Seremos apenas amigos como quando éramos crianças inocentes. — rimos. Ele fixou o olhar em mim, sério. — Sabe que eu teria sido um bom marido e pai para nosso filho, não sabe?

— Provavelmente. — o assunto trouxe certo aperto ao meu peito, pois por mais que ele tivesse proposto que na época nós fossemos morar junto, sabíamos que isso não daria muito certo. Minha voz soou triste. — Mas é passado.

— Amadureci muito nesse ano que ficamos afastados. — ele segurou a ponta de um dos meus cachos e ficou enrolando-o nos dedos, como fazia sempre que conversávamos sobre algo que o deixava desconfortável, quase como se buscasse distrair-se. Respiramos profundamente em conjunto. — Sinto tanto não ter compreendido como todo o lance da gravidez foi uma barra para você. Eu só pensei em coisas tolas, como ensinar um filho a surfar ou passar mais tempo contigo. Simplesmente ignorei todas as outras coisas importantes e complicadas que aconteceriam.

— Como disse, é passado. Esqueça. — suspirei com sinceridade.

— Não consigo passar uma borracha. — ele forçou um sorriso, seus olhos fitavam-me desapontados. — Eu estraguei tudo entre nós. Estraguei em todas as vezes que brigamos e ao invés de conversar contigo saí emburrado e fiquei com alguma menina por vingança. Agora quando penso sobre isso, percebo o porquê de ser sempre meu irmão seu preferido. Ele te ouvia.

— Não diga isso. — abracei-o, desolada. — Sempre teve lugar em meu coração e sempre terá. Sempre será meu amigo.

— Prometo ser um amigo melhor. — ele sorriu e beijou minhas bochechas. — Melhor amigo do que fui no passado. Prometo ouvir e conversar contigo, mesmo quando estivermos bravos um com o outro.

— Meu grande amigo. — olhei-o no fundo dos olhos. — Também prometo ser melhor amiga e não iniciar uma discussão por coisas tolas. Aprendi a controlar um pouco meu gênio.

— Isso é um alívio. — ele riu alto e abafou com as mãos o som ao lembrar-se que outros ainda dormiam. — A Emily Pavio-Curto está calma agora?

— Não abuse, Ricardo Galinha.

Cutuquei-o na cintura para fazer cócegas como quando pequenos. Ele sorriu e repetiu o gesto quase como uma confirmação de que nossa história amorosa e dramática chegara finalmente ao seu último capítulo. Isso tirou um longo peso de meus ombros.

Neste momento, tornar meu coração menos magoado era-me tranquilizador. Conversamos ainda alguns minutos sobre as faculdades e sua felicidade em morar na praia e que finalmente ele começara a ganhar dinheiro dando aulas de surf.

A sonolência voltou. Giovanni estava num sono pesado e eu deitei ao seu lado bem devagar para não despertá-lo com meu coração dividido entre a angústia de saber que Gustavo sofria e a alívio de ter resolvido minhas questões com meu outro grande amigo.



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