Passou -se o tempo.
Os dias eram cruéis... Graças ao Fernando, tudo se tornava mais fácil... Mas as coisas começaram a piorar quando ele já não abria o restaurantes todos os dias.
Foram dias dolorosos, dias em que a fome gritava mais alto. com o passar dos meses já se viam os nossos ossos, de tão magras. Ana estava em pior estado, já que deixava boa parte da comida para me alimentar.
Já não podíamos mais contar com a sorte. Algo devia ser feito, já que o dia de ganhar estava tão próximo. os meses passaram tão rapidamente, que não pensamos se quer nos problemas que estavam por vim.
Fernando me ajudava apenas com a comida e água. Mas não era o suficiente, meu bebe estava pra nascer e não tínhamos nada para o receber.
Nunca havia antes me imaginado gravida, mas quando soube queria dar o mundo a criança.... Mas era inútil, já que não tínhamos nada.
9 meses. esse era o numero de meses mais esperado e temido. O medo que a criança nascesse era inevitável.
mas sabia que estava mais perto do que o esperado, principalmente quando comecei a sentir fortes dores.
Eram dores terríveis, que me forçavam a gritar desesperada. Ana não estava presente naquele exato momento. então me desesperei gritando por ajuda!.
- POR FAVOR ME AJUDEM! AI! QUE DOR! EU NÃO VOU AGUENTAR! SOCORRO!.
Após gritar desesperada, Ana apareceu ao lado do Fernando. o que era estranho, mas não estava bem para fazer perguntas.
- Fernanda! Meu Deus! sua bolsa.... Sua bolsa estourou. Nos ajude Fernando! Ela não pode ganhar aqui, Fernanda precisa de um medico AGORA!.
- Não ira dar tempo. Venha! irei pegar o carro, eu a levo.
Nunca fiquei tão feliz em ver o Fernando. imediatamente ele me colocou em seu carro, e me levou para o hospital.
no caminho, Gritava de tanta dor que era impossível não chorar e manter todos nervosos.
Ana segurava em minha mão tentando me acalmar.
- Aguenta! Só mais um pouco Fernanda, não iremos demorar a chegar. Respira fundo.
- AAAAh!! não consigo Ana, não consigo!!! Está doendo muito! ESTOU FRACA, NÃO TENHO FORÇAS.
- Sim! você tem! aguentou até hoje. você ira conseguir! tenha força por essa criança. sei que está fraca, mas aguente só mais um pouco.
- Eu não posso perdê la Ana não posso. mas não sei se irei aguentar.
Chegamos rapidamente ao hospital. Fernando me deixou na porta com os médicos. Ana tentava entrar mas não a deixavam.
Com o passar dos minutos apagava e voltava o tempo todo. Só conseguia ouvir os médicos me pedindo para não desistir. Mas como ter forças se estava tão fraca?!
- Resista!! Vamos força!. Esse bebe precisa de você!. Reaja!.
- Doutor os batimentos estão caindo, ela não vai conseguir, será ela ou a criança!...
- Enfermeira não repita isso... Não irei perder nenhum paciente hoje... Ela irá resistir.
Ao escutar aquilo, me lembrei do Felipe. Não podia deixar acontecer o mesmo que com ele. A mãe morreu para o dar a vida.
Não poderia morrer... não naquele momento. Tinha que lutar, pelo meu filho. Então comecei a fazer uma força que impressionou a todos.
Até que finalmente escutei um lindo choro.... Nasceu! o meu bebe nasceu!.
- Parabéns! você conseguiu mamãe... É uma Linda menina!.
Menina! Ao escutar aquilo... minhas vistas se fecharam lentamente... antes mesmo de segurar em meus braços minha linda menina.
Quando finalmente acordei, não vi minha filha em meu lado. então rapidamente comecei chamar pelo Doutor que apareceu rapidamente.
- Doutor onde está minha filha!? Eu quero vê-la, preciso dela! onde está?
- Se acalme, ela esta bem... Você precisa descansar, perdeu muito sangue, toda sua força foi para fazer com que nascesse sua filha... então precisa de repouso absoluto.
- Doutor a quantas horas estou aqui?
- Horas? não não! Você está descansando a um dia inteiro.
- Estou a um dia aqui? mas...
- E precisa ficar mais.. se alimentar, e então poderei te liberar.
- Mas....
- Sem mas mocinha. precisa descansar.
- Posso ver a minha filha? Por favor!.
- Claro! Parabéns novamente, não esperávamos que iria resistir.. você será uma grande mãe.
Enquanto saiu da sala. comecei a pensar na Ana... Onde ela estava, como foi passar um dia sem nenhuma noticia.
Quando finalmente voltou... Vi aquela linda cozinha tão pequena... Tão linda!. Minha pequena, Minha filha! como era linda. pude a sentir em meus braços e só conseguia chorar de emoção.
Comecei a falar com ela, como se fosse me entender.
- Você é linda! Eu sabia! sabia que era uma menina... algo me dizia.... Você é belíssima... Assim como o seu pai. lamento que nunca irá conhecê lo... mas agora seremos só nos... você, eu e a sua titia Ana.... Ah tem o seu quase tio também... Fernando! ele tem me ajudado a ter forças para aguardar a sua chegada... Eu te amo minha linda filha.... te amo.
Ao entrar no quarto, o Doutor fez uma pergunta que me deixou pensativa.
- E qual é o nome dessa pequena?
- Nome? Nossa! Eu não pensei nisso.... Ah! me diga um nome Doutor.
- O que? não posso escolher um nome para sua filha
- Mas eu não sei... Não pensei nisso.
- Não se preocupe, nem todos decidem um nome logo... Não tenha pressa... Você irá escolher um lindo nome para sua filha. Você poderá escolher junto ao pai, ele deve ter ótimas ideias.
- Não..... Quer dizer! não quero pensar nisso agora. apenas quero ficar com a minha filha... agora e para sempre.
- Pra isso tem que se alimentar bem!.
- Sim...
Pensei em vários nomes, mas nenhum me agradava.
Dois Dias Depois....
- Você pode se vestir e estará liberada. Se recuperou bem, graças a boa alimentação.
- A muito tempo não tinha três refeiçoes ao dia tão boas.
- Você se alimentou bem... poderia até pensar que não come a meses.
- Que isso! Doutor, sabe se tem alguém me esperando lá fora?.
- Não! Sua irmã esteve aqui, mas isso tem dois dias.
- Ah claro! obrigada.
- Se troque e volto para te dar alta. se precisar ligar para alguém te buscar temos um telefone na recepção pode usar a vontade.
- Claro... Obrigada.
Nem Ana, Nem Fernando... Nenhum deles estavam me esperando...
Com a liberação do Doutor, sai do Hospital com minha pequena em meus braços. Era um lindo momento, já que esperei tanto para o nascimento dela.
Os dias que passei no hospital me ajudaram na alimentação.. Então não me sentia mais tão fraca como antes.
Bom! era hora de ir encontrar minha grande amiga.