Sangue do Conquistador

FERREIRAK81 द्वारा

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E se Rhaenys não morresse na batalha? E se Maegor não fosse tão cruel? E se Visenya Targaryen visse a destrui... अधिक

SINOPSE
A Conquista
Uma Nova Partida
Uma Guerreira, Uma Mãe (Munã)
Os Deuses Rogam, O Homem Age
Rainha, Príncipe e um novo membro na família.
Um Novo Príncipe, Um Reino e Louco
" Justiça dos Deuses"
Governo e Loucura
Vida, Morte e Uma Nova Casa
O Peso é Conhecido Por Aquele que Carregará a Coroa
Uma Lady para Um Príncipe
Meu Lema é Família
Um Ataque de Dorne, Uma Princesa e Um Príncipe
Deixe a Criança Morrer Para o Homem Nascer
Carne e Sangue, Coroa e Loucura
Momentos e Romance
Casamento Real
NOTA DA ESCRITORA
Rotina🔥🔥🔥
Herdeiro do Seu Herdeiro
PERGUNTAS
Cotidiano e Problemas do Reino
Flores e Sangue ( O Amor Segredo dado por uma Mãe)
À Futura Rainha Consorte
Jeaherys, O Conciliador
Seja um Filho, Seja um Segundo Filho; Isso não importará.
Confie em Mim.
ORDEM
Daelon I, O Rei Monstro
Nascimento, Morte e Governo Targaryen
NOVAS HISTÓRIAS
NOVAS HISTÓRIAS
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Informações
Viserra Blackfyre
Momentos & Momentos
Chamas Gêmeas
Compromissos e... Afronta
Para Futuro Rei e Uma Nova Vida
Pedido
Fanart Maegor e Visenya
Compromissos
Seu Destino, Escolhido Por Suas Próprias Escolhas.
Deixe o Dragão Sair
IDÉIA
Nascida da Tormenta; O Chamado a Tempestade
Olhar da Lua
IDÉIA
NOTÍCIAS
Família e Sentimentos.
E Tudo Ficou Escuro
A Ira D Dragão
Sem Dó, Sem Piedade; Sem Humanidade
Reis e Rainhas
DAS SOMBRAS E ESCURIDÃO - Viserys Targaryen
Sangue de Sangue. Vermelho tú és.
Forças e a Proteção dos Deuses
A Ira do Norte (idéia kkkk)
A Ira do Norte (Publicado)
O Nascimento dos Dragões
O Coração do Dragão
Sangue do meu sangue, Neste Momento; Não Será Mais Minha.
CRONOGRAMA LITERÁRIO
Corpo, Sangue e Água
TIRO ÚNICO
O Inverno Esta Chegando
DOÍDA? EU SOU!

Dia de Nome de uma Rainha

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FERREIRAK81 द्वारा

( Esse capítulo foi realmente grande kkkk, espero que realmente gostem. O que estão achando da história?)

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Visenya era uma rainha de título e direito próprio, isso era claro a todos, desde as pequenas crianças aos anciões mais velhos.

Seus filhos a seguiriam da mesma forma, então era notável que em seu dia de nome, a fanfarra fosse ainda maior do que a do príncipe.

As ruas haviam se enchido cedo, com uma trilha sendo feita com flores, presentes e oferendas. Desde tecidos, tapeçarias bordadas pelos velhos artesoes a jóias feito de madeira, couro e vidro.

As flores mais bonitas foram unidas e as outros despedaçadas com as pétalas formando o caminho para os cavalos.

Quando então, três horas após o nascer do sol, a rainha apareceu a cavalo, na frente de vinte e cinco soldados montados, e seus filhos logo atrás, Príncipe Maegor em seu cavalo, não um pônei, mas sim um cavalo adequado ao herdeiro do reino.

O corcel tem uma pelagem sólida no corpo, amarronzada, e a ausência de cor branca acima dos curvilhões e do joelhos. Tal tipo era bem versátil e conhecido por sua capacidade de suportar o clima de qualquer época do ano e qualquer tipo de terreno.

A rainha tinha um igual, e o pequeno príncipe Rhaegar, montado em um pônei junto a Melione como sua cuidadora, provavelmente também teria um em seu futuro.

O passeio foi repleto de gritos e agradecimentos à rainha. A mulher ainda pegou uma pequena criança, que segurava uma espada de madeira e tinha uma faixa mal cuidada ao redor do olho direito, a marca queimada em sua bochecha deixava claro ser uma das que foram liberadas da escravidão, Visenya a pegou em seu cavalo e cavalgou com ela até o final da trilha antes de seguir ao templo.

" Qual seu nome querida?"

" Mamãe está me chamando de Lytzi, minha rainha." Disse ela em dothraki.

" Um belo nome. Quer ser uma guerreira, sim?"

" Sim, sim senhora. Quero ser uma muito boa, igual você!"

A rainha sorriu vendo a determinação em seu olhar. Uma criança tão pequena e já tão ferida.

" Então deve treinar bastante e comer bem, sim?!"

" Sim senhora."

Confirmou antes de correr para sua mãe na entrada do templo. Visenya os observou bem antes de entrar para prestar suas orações aos deuses valirianos, pedindo que a guiassem pelo caminho e a ajudassem em seu futuro.

Ao voltarem para o palácio, um café da manhã leve já estava sendo servido. Bolo e pão de limão, massa de morango, torta de maçãs e chá de jasmim, vinho aguado e também pasta de romã.

A família comeu confortavelmente, conversando sobre os planos para o dia e a noite. Haveria um jantar, tanto para o alto escalão dentro do palácio, quanto para o povo.

Enquanto no aniversário do herdeiro, oito e dez ovelhas foram abatidas para alimentar o povo e fazer cobertores de lã e peles para roupas. Na ocasião de sua rainha foram ao total trinta ovelhas e dez porcos abatidos, e a mesma quantidade de barril de vinhos foi distribuído ao povo.

Presentes chegavam ao Castelo do Dragão a cada momento, desde roupas dos melhores tecidos de Myr, a armaduras feitas pelos ferreiros de cada uma das cidades.

Espadas, adagas e até martelos vinham, baús entalhados e adornados em metais, vidros tingidos e couro era uma verdadeira beleza.

Maegor, que para o dia havia vestido um gibão acolchoado avermelhado com bordados em forma de ondulações para representar o fogo dos dragões, calças pretas de lã, com cinto preto de couro e botas macias negras como o breu, presenteou sua mãe em três momentos do dia.

O primeiro foi um livro, dado por ele e o bebê Rhaegar em seus braços, no quarto da rainha assim que lhe foi permitido.

Cinzas e Chamas – um relato da Dinastia de Urael, o Grande , o rei dos Dragões.

Era um texto completo em Valiriano dos tempos dourados da antiga Valíria. 

O menino havia o encontrado luas antes, mas o segurou pensando em como da-lo a sua mãe, que sempre amou sua herança ancestral e amava tudo o que vinha com isso, até mais do que ele.

O dia de seu nome parecia ideal. E realmente foi. O olhar de Visenya parecia brilhar como chamas aconchegantes ao ver o tomo antigo, preservado pela magia dos deuses.

Havia abraçado os filhos e lhes dado beijos que surpreenderia quem realmente os visse.

O segundo, dado durante o pequeno almoço, no jardim dos Eternos, pouco antes do bosque cerimonial, onde também havia uma cripta dos valirianos antigos, entregou uma adaga, forjada pelo próprio menino, com a ajuda do ferreiro que residia no palácio.

Era de aço comum, embora bem afiada e polida, com o cabo adornado com runas valirianas, que ainda estava aprendendo na biblioteca, e com ondulações como fogo de dragão. Bem no meio, havia uma pequena jóia rubi que atravessava os dois lados.

Sua mãe sempre adorou assustar alguns jogando facas e adagas ao seu redor. E embora Maegor fingisse ser indiferente, sempre ria sozinho sobre as expressões dos tolos.

O último presente, dado pelo príncipe herdeiro, foi um colar de aço valiriano com ametistas em formato de lágrimas, uma grande no centro, que desceria entre o busco, e quatro menores, duas de cada lado, que rodeavam a garganta.

Digno de uma verdadeira rainha, dissera o menino.

E se havia dúvida de alguém sobre a devoção do jovem rapaz para com sua mãe, com certeza foi esquecida.

Rhaegar também presentou o a rainha, embora fosse mais um esforço de seu irmão mais velho e da vidente que agora residia no castelo, Melione.

Uma estatueta de argila, de dragão com uma mulher em cima, seu cabelo era delicadamente traçado para permanecer ondulado atrás da cabeça, como se estivesse solto e voando pela força do vento.

Durante o dia a rainha ainda cumpriu seus deveres, embora dedicasse algum tempo a ir às varandas do palácio e acenar para seu público, além de olhar os presentes e decidir para onde iriam.

Realmente receberam uma chuva de presentes, alguns foram mais ponderados ou práticos do que outros. Conjunto de espadas, machados, escudos e lanças foram presentados, juntamente com vinte conjuntos de cota de malha feitas em Dorne.

Certamente poderiam equipar melhor seus guardas com bons equipamentos.

Mantos de pele de lobo e corças do calor, com bordado de dragões em círculo nas costas, embora ao invés do antigo brasão dos Targaryen, os dragões estavam formando o círculo e no meio estava uma espada extremamente detalhada.

Visenya deu um sorriso taciturno para isso.

Depois de uma breve inspeção notaram que o interior era forrado com pele de coleho, incrivelmente macia e quente. Certamente  um presente precioso.

Outros foram cintos primorosos combinando, decorados do melhor couro, com fechos de prata. Esculturas de dragões de prata, madeira e vidro, algo extremamente delicado e precioso.

O principe Reggio, enviou a sua rainha um trio de cavalos destruidores, poderosos e que aceitavam qualquer clima e corriam muito bem.

Ao  lado da adaga que Maegor lhe deu, entrou outra no cinturão, uma com o pomo em forma da cabeça de um dragão, feita de quartzo vranco opaco, com rubis no lugar dos olhos.

A noite foi extremamente festejada e com muita comida, bebida e regalias, certamente o melhor para uma rainha como Visenya Targaryen.

                                                 ***

Rhaenys nunca se deu bem com a irmã. Visenya era muito severa, uma disciplinadora rígida. Agiu como uma mãe para Rhaenys e Aegon desde a morte prematura de sua própria mãe e isso deixou Rhaenys louca.

A primeira filha de Aerion Targaryen não era muito mais velha do que os irmãos, porém agia de forma suprema, sempre pronta para repreendê-los por não serem sérios o suficiente. 

Talvez eles fossem considerados sérios o suficiente se passassem o tempo todo praticando suas armas, treinando seus dragões para a batalha ou enterrando o nariz em livros valirianos, como velhos meistres! 

Visenya é incapaz de tirar qualquer alegria da vida. Ela deve ter nascido carrancuda, Rhaenys costumava pensar em sua infância. 

Além disso, para uma esposa que Aegon nunca desejou se casar, com certeza ela tem muito a dizer sobre ele. 

Rhaenys pode atrair a admiração de jovens atraentes, poetas e bardos, mas sempre que questões de estado são consideradas, o nome de Visenya sempre vem primeiro, imediatamente após o de Aegon. A Rainha Dragão! 

Aquela que colocou o Vale de joelhos sem nem se dar ao trabalho de aparecer com um exército, enquanto Rhaenys foi derrotada pelo Sapo Amarelo Velho de Dorne! É incrível que uma mulher tão feroz como Visenya possa ser uma negociadora tão capaz. 

Rhaenys não poderia deixar de invejá-la um pouco, e por isso ficava mais do que feliz em manter Aegon ao seu lado, mostrando à irmã quem é a mulher mais importante da vida dele.

E ainda... quando pequena, Rhaenys tinha medo da escuridão. Visenya a provocou por isso, mas nunca a deixou sozinha, não até que o medo passasse. 

Por mais dura e desagradável que tenha sido, também foi aquela em quem Aegon e Rhaenys sempre confiaram, admiraram, tiveram certeza de que ela lutaria por eles tão ferozmente quanto lutou na Guerra da Conquista.

E agora que ela não estava mais ali, se perguntou quanto dessa inveja e ciúmes valeu a pena.

Sua irmã poderia estar morta, seu sobrinho morto ou sofrendo de tantas formas inimagináveis, e ainda assim sentia seu peito apertar e a vozinha no fundo de sua mente a lembrava quantas vezes não havia se sentido injustiçada por não ser filha única. Por não ser como ela, por não ser Visenya.

A última coisa que havia dito a sua irmã foi que era direito de Aenys ser o herdeiro. Porque? Porque era claro que Aegon amava mais a ele do que Maegor.

Porque daria o reino ao menino que não viu até uma lua depois do nascimento? Porque o faria herdeiro quando não passava nem mesmo uma hora com ele ou o treinava?

Agora, comparando seu filho ao seu sobrinho, não pode deixar de pensar de quem era a culpa. Aenys sabia que sempre poderia chamar seu pai para resolver seus problemas, ou até mesmo fingir uma tosse fraca e tudo estaria ali para ele de joelhos, o que seu coração desejasse.

Maegor nunca teve qualquer atenção de Aegon. Que fosse positiva.

E pensando isso, não deixou de se sentir pior, pois embora quisesse, infantilmente, provar algo a sua irmã, impediu uma criança de ter um pai.

Aegon se mexe na cama.

"Você está chorando?" ele murmura sonolento.

"Algo entrou no meu olho", diz Rhaenys e ele volta a dormir.

Lágrimas continuaram a escorrer silenciosamente, enquanto pedia perdão aos deuses e orava para que onde estivesse, viva ou não, que sua irmã e sobrinho estivessem bem, que um dia fosse capaz de a perdoar.

                                                  ***

Aegon um dia já fora apegado a Visenya, afeiçoado a ela, disposto a dar-lhe alegria, a fazer coisas para fazê-la feliz.

E no entanto, enquanto crescia e via mais e mais a distância entre sua mãe e irmã, e depois entre Rhaenys e Visenya, não pode deixar de escolher um lado.

E quando sua mãe faleceu e sua irmã acabou por ocupar o lugar dela praticamente, o sentimento assentou como uma relação aconchegante, de segurança e lar, mas ele nunca se sentiu atraído por ela, não do jeito que ainda se sente atraído por Rhaenys. 

Na verdade, ele a considera mais uma guerreira do que uma mulher – ela não gosta de muitos vestidos, embora ficasse muito bem em seda, preferia falar de táticas de batalha e política do que de festas e tecidos. 

Ela é um dos pilares de seu governo e ele nunca negaria isso a ela. Também é sua esposa, então ele nunca interromperia suas visitas conjugais, não totalmente, embora desejasse. Mas mesmo que o fizesse, ele não acha que isso partiria o coração dela. Seu orgulho, muito provavelmente, sofreria um golpe e ela poderia curá-lo levando outros homens para sua cama. Mas, além de seus pequenos acessos de ciúme e sua inegável sensualidade, ela parece estranha à maioria dos modos e emoções femininas.

Maegor foi sua obrigação, Aenys seu prazer.

Embora pudesse dizer que tentou trata-los igualmente, sabia que verdadeiramente não foi um pai para o seu filho mais velho, muito menos um bom.

Às vezes desejava que seu pai tivesse cumprido suas ameaças de dar–lhes as piores surras que pudesse imaginar, para aprender a agir como homem de família deveria.

Contudo, Visenya sempre estava lá para o proteger da ira de seu velho, amaciando as notícias e o acobertando. Mesmo que as suas falhas fossem diretamente para com ela.

Aerion havia lhe dado algo. Sempre passado de pai para filho, o primeiro filho homem. Um alfinete com o desenho de três dragões dentro de um círculo de ouro. Seus olhos eram feitos de rubis e seu corpo de obsidiana.

Havia entregado no primeiro dia de nome de Maegor, dizendo-o para entregar quando achasse que o menino estava pronto para ser um homem.

Agora não deixava de pensar que homem seu pai o consideraria hoje.

Ele entregou a Aenys no dia que o nomeou seu herdeiro. Para retirá-lo então quando seu filho cometeu a estupidez de perseguir dragões selvagens simplesmente porque ele era um Targaryen e os dragões deveriam o obedecer.

Seu filho tem agora quase oito dias de nome, Maegor deveria ter três e dez dias, e não pela primeira vez pensa o que poderia ter feito diferente.

Talvez, se tivesse dado mais atenção a sua esposa. Cuidado e sido um pai de verdade para seu filho. Amado-os com vontade e mostrando isso mais do que acreditando que eles deveriam saber.

Muitas noites prefere se perder em ilusões fantasiosas sobre a fortaleza cheia de risadas, Maegor, Aenys, Jaerys e Rhaena correndo pelos corredores. Ele com suas duas esposas voando e os ensinando a lutar, falar Valiriano e a dançar.

Visenya adorava dançar quando mais nova.

Ela sorria muito mais também.

Embora Valaena Velaryon fosse sua mãe, foi Visenya quem os segurou nós piores momento.

Quando a mulher caiu doente depois de um parto mal sucedido, seu pai não saiu de seu lado, abandonando tudo e esquecendo-se de seus filhos.

Ele próprio tinha sete dias de nome, com Rhaenys tendo cinco e Visenya nove dígitos. Foi ela quem os levou para a mesa comer, quem cobrou as lições dos Meistres e verificou suas pronúncias em Valiriano.

E depois da morte da Senhora da Pedra do Dragão, seu pai ficou completamente em choque, não saindo do quarto por meses a fio.

Foi sua irmã quem teve que tomar as rédeas de tudo, com a ajuda de Orys, que até então vivia em uma pequena casa com a mãe ao redor da ilha.

Foi ela, sua guerreira que arrancou seu pai do quarto, mesmo sendo empurrada e até jogada contra a parede. Orys entrou e mesmo aos dois e dez anos, foi forte o suficiente para segurar seu pai para impedi–lo de avançar contra Visenya novamemte. Ele ficou parado. Paralisado.

Aerion ficou desesperado depois, quando seu surto passou. O cheiro de bebida ainda o impregnava, mas foi ainda mais assustador ve–lo descer correndo e cambaleando as escadas velhas e repletas de areia, vestido com roupas de baixo sujas e completamente mal-cheiroso, com o cabelo desgrenhado e a barba grande, procurando por sua irmã, que estava levando pontos na nuca pelo Meistre da cura.

O que Aegon sempre viu como um homem forte e imponente, caiu na frente de sua filha mais velha e chorar pior do que eles poderiam fazer, implorando por desculpas.

Visenya não o culpou ou o afastou, mas o deixou ali até se acalmar, se levantou e o colocou em seu lugar na cadeira, pedindo a empregada por uma adaga afiada e que preparasse um banho.

A menina foi falando calmamente em Valiriano, contando histórias antigas sobre Valiria e até o fazendo rir com pequenos comentários bobos, enquanto fazia sua barba e cortava seu cabelo.

Embora não tivesse absoluta certeza, acredita que foi ali que passou a vê-la como uma protetora, uma cuidadora, e não como uma mulher propriamente dita.

Seu pai também se apegou muito mais a ela, a permitindo assumir o controle total da casa, da ilha e deles, se trancando no escritório ou no quarto e so permitindo que ela se aproximasse.

Ambos voariam juntos e passariam tardes inteiras conversando secretamente dentro do salão do lorde, e embora ela afirmasse que não e sempre incentivasse a interação entre pais e filhos, Aegon não deixou de se sentir deixado de lado, sendo que como o único filho homem, era quem mais deveria estar ao lado do lorde atual, e cuidando das terras que seriam suas.

Quando seu pai então o comprometeu a sua irmã, ele lutou contra, principalmente já estando apaixonado por Rhaenys. A luta deles levou a ele o socar, depois que insinuou que não queria deitar com sua maldita mãe, ou aquela que estava dando prazer a ele, seu pai.

Nunca tinha visto seu pai tão bravo. Sua pele pálida parecia como as chamas de um dragão e seus olhos brigavam insandecidamente.

Foi Orys e Visenya que o tiraram de cima dele, depois que havia levado tantos socos ao ponto de quebrar o nariz, o maxilar e ter um olho roxo.

Seu pai o avisou para nunca mais se referir assim a sua irmã. E que deveria ser grato porque aquela mulher que ele mal olhava, era a razão dele e de Rhaenys ainda viverem tão confortavelmente, quando ele havia praticamente afundado em dívidas e vícios.

Às vezes acreditava que realmente deveria ter levado suas palavras mais a sério.

Aegon não foi realmente gentil em suas noites de núpcias, como foi instruído. Ele estava machucado por precisar estar com alguém que realmente não era sua paixão, e embora não fosse justo, descontou nela.

Visenya não chorou ou reclamou, mas também não gritou de prazer. E talvez fosse isso que o deixou com ainda mais ódio.

Ele cumpriu sua obrigação, disse na manhã seguinte para ela, e então pegou Balerion e voou para uma ilha próxima, onde ficou por quase uma lua, até Rhaenys o encontrar.

No mesmo dia e ali mesmo, ele a reinvindicou e tirou sua virgindade, obrigando seu pai a casa-los também. Aquela foi a segunda vez que Aerion o bateu, e embora Visenya ainda o impedisse de ser morto, seu olhar ferido o fazia preferir as surras.

Levou quase um ano para engravida-la, o que seu pai dizia constantemente sua obrigação, era mais provável que o homem estivesse acreditando que isso os aproximaria.

Em nenhuma das vezes que se deitaram, foi verdadeiramente gentil. Ele queria que ela falasse, que pedisse para parar, para sair e a deixar em paz. Sabia que seu genitor nunca iria contra suas palavras.

Contudo ela nunca disse, então ele continuou igual. E Maegor nasceu treze luas depois do casamento.

Ele acredita que foi ali que percebeu verdadeiramente o que estava fazendo. Seu filho era muito mais parecido com ela do que com ele, mas carregava seus olhos, nariz e boca. E olha-lo doía, porque finalmente percebeu que ele não nasceu do amor, mas sim da dor, da obrigação e do abuso.

Sabia que era isso o que fazia, mas sentia-se justificado, e era mais fácil acreditar nisso quando não estava perto do menino.

Isso foi fácil no início, com Aerion ansioso para estar com o primeiro neto, o levando em vôo assim que completou duas semanas de vida, e sendo o primeiro a estar ali em cada marco importante de sua evolução.

E então ele o cobrou de novo. Obrigação.

Sempre obrigação.

A maldição do dever.

Ele ainda, por muito tempo, vergonha de admitir que beliscou o bebê de um mês para que chorasse muito e fosse retirado de seus braços pela mãe, dando-lhe a oportunidade de fugir para encontrar Rhaenys.

Agora porém, observando melancolicamrnte a lareira de seu quarto, pensou que adoraria ter mais lembranças com os dois.

                                              ***

A maioria das pessoas tem medo de dragões. Ai eles os admiram mas eles os admiram de longe. Eles recusaram uma sugestão de dar uma volta. Orys Baratheon, porém, nunca se recusa. 

Ainda se lembra da sensação do vento em seus cabelos e da ilha a seus pés. Através de seus olhos de um e dez anos de idade, é a primeira vez que ele realmente percebe o grande reino do qual ele faz parte. 

Ele não pensa nela com frequência, mas quando o faz, geralmente a vê como ela era quando se viram pela última vez. Mais frágil do que o normal, ainda se recuperando de sua quase morte, mas agindo como uma verdadeira rainha, sempre.

Firme como uma âncora, para si mesma e para Maegor. Como sempre fora para Aerion, Aegon, Rhaenys e para si mesmo.

Obviamente indisposta, embora fingisse que não, o adorável cabelo prateado murcho tendo sido obrigada a estar na inauguração de um estúpido pedaço de pedra com o nome de sua irmã. Como se sua própria ação, para salvar a tão amada rainha de Aegon, quase não tivesse lhe custado a vida. Como se suas ações e táticas não tivessem praticamente os feito vencer Westeros.

Como se não fosse nada.

Mas mesmo assim ela continuava linda, com seu jeito áspero e guerreiro. Seu comportamento é severo como sempre.

 "Então, você concorda que podemos deixar por isso mesmo? Que o povo e os antigos reis destas terras não vão tentar contra-atacar?

A princípio ele descartou isso como os outros, afinal porque ela estaria preocupada sendo que foram seus planos que ajudaram a conquistar tudo?

Ele gostaria de ter ouvido.

Visenya foi obrigada a crescer muito mais rápido do que os irmãos, até mesmo ele que era mais velho do que ela. Foi obrigada a cuidar não só de seus irmãos e sua casa, mas de uma ilha inteira e de um pai bêbado que afundava cada vez mais a casa Targaryen em dividas.

Ela precisou aprender política para os impedir de ficar sem casa. Sobre agricultura e criação de animais para impedir os outros de passar fome.

Precisou racionar completamente o dinheiro da ilha e aceitou ser chamada dos piores nomes por dois irmãos mimados para impedir seu pai de ser morto e pagar tudo em seu lugar.

Foi ele quem a viu chorando escondida com Vhagar servindo de distração para os olhos curiosos. Foi para ele quem ela pediu socorro, para enviar sua mãe para o Castelo pois precisava dela quando Rhaenys ficou adoentada e não poderiam chamar outro Meistre porque não tinham moedas o suficiente sem significar ficar sem comida depois.

Orys a viu crescer sendo uma guerreira, e não porque ia a guerras e lutava com espadas, isso servia mais como distração para si, mas sim porque precisou aprender a ser general e comandar tudo antes de crescer o suficiente para saber o que isso deveria significar.

Sabia que o casamento dela com Aegon não daria certo, era tão claro como a água que seu irmão nunca a amaria o suficiente. Tentou tantas vezes fazer Aerion mudar de ideia. Mas não, eram tradições, suas obrigações para a casa Targaryen.

E ele desejou ter feito mais.

Queria ter feito muito mais quando encontrava os olhares feitos depois de uma noite passada com ele. Como as zombarias baixas de Rhaenys para deixar claro quem Aegon preferia, e não pela primeira vez desejou tomar o lugar de seu pai e dar uma surra naquele muleque mimado.

Pois era isso que Aegon era. Um menino, mimado, inconsequente e cruel.

E a cada lua que se passava, deixava de ver ele menos como seu irmão. Sempre o amaria, sabia disso. E sempre faria lá por ele, mas não era a mesma coisa.

E vê-lo como trataria Maegor, era pior. Um simples menino que só desejava a atenção e cuidado do pai, algo que o próprio Orys entendia muito bem. E ainda assim pagava pelos erros do avô e do pai.

O desaparecimento de Visenya não foi tão chocante. Depois da humilhação clara contra seu filho, sabia que ela faria algo.

Pedra do Dragão era mais provável ser o seu destino. Ele enviou cartas os convidando para Ponta Tempestade, ou querendo enviar o que fosse necessário, livros, jóias, brinquedos, o que pudesse.

Nenhuma delas teve retorno. Então ele mesmo foi a ilha. O vazio que encontrou apertou seu peito como nem mesmo a morte de sua mãe o fez. E contra a vontade de Aegon, que acreditava estupidamente que não passava de uma crise de ciúmes e raiva, pagou para investigarem e procurarem sua irmã e sobrinho.

Ameaçou dar o peso da pessoa em ouro se alguém os encontrasse e os trouxessem para ele. E mesmo depois de luas inteiras, nada foi encontrado.

A dúvida permaneceu em seu peito. A dor em sua mente, mas a sugestão de sua morte…

Aquilo arrancou-lhe parte de sua vida.

Se dedicou exclusivamente a ajudar em sua busca, traçando cada casa, lorde e até plebeu que poderia ter atacado ela e Maegor, que poderia tê-los sequestrado e machucado.

Verificou pedra sobre pedra, não deixando nada de fora, e quando ainda assim um ano começou a se passar atrás do outro, não pode deixar de surtar e culpar os outros.

Surpreendentemente Aegon não revidou ou recusou sua culpa. Parecia… resignada. Já Rhaenys precisava a muito de uma verificação de realidade.

Quem você acha que pagou por seus malditos vestidos de renda Myr? 

Quem pagou o colar que você tanto esperneou e chorou para então jogar de lado como um brinquedo velho? 

Quem pagou por suas maquiagens?! 

Quem você acha que atravessou a costa inteira para encontrar a costureira que você tanto queria para fazer seu vestido de noite de um casamento que nem mesmo deveria acontecer?

Ela passou noites em claro cuidando de suas febres e resolvendo os problemas que você causava com os nobres da ilha...

A rainha do amor e da beleza chorou. Como uma criança que ainda era, desabou e fugiu para se esconder, como sempre fazia, esperando que tudo estivesse bem e resolvido em sua volta.

Infelizmente Visenya não estava ali para acalmar os outros e protege-la.

E ele se odiava por deixar chegar ao ponto dela não estar mais ali. Se odiava por não tê-la protegido como ela fez por ele.

Bebendo, como certamente ela odiaria, e o xingaria muito brandamente, ele percebe as lágrimas escorrendo pelo rosto e não deixa de apertar sua última carta escrita, feita a dias antes para está dada.

Com um suspiro trêmulo ele a joga no fogo, como fez com as outras e continuaria fazendo. 

Aquela desejava um feliz dia de nome, e contava o nascimento de seu primeiro filho, Davos.

                                                    ***

Visenya não havia sido uma mãe excessivamente amorosa. Ela acompanha o progresso de seus filhos, está genuinamente interessada neles, mas ela é sempre uma rainha criando filhos reais para desenvolver o melhor de suas habilidades, não uma mãe que poderia ficar emocionada com o fato de terem acabado de aprender a derrubar uma taça.

Ela não se importa se eles podem dizer mamãe, ela prefere que eles saibam as palavras rei e rainha ou munã. Ela os trouxe nas costas de um dragão desde antes que eles pudessem andar, mas sempre deixa claro que um dragão não é para brincar, para consternação. Ela nunca está muito envolvida em suas brincadeiras ou listas, mas estará envolvida totalmente em suas atividades diárias e ensino.

Maegor se lembra de um dia em que ele era pequeno e tão, tão doente - todos pensaram que ele morreria. Visenya cuida dele, ela mesma, não vacilando nem mesmo nos aspectos mais desagradáveis ​​desse cuidado. 

Quando os meistres dizem que ele precisa andar pela sala, ela o mantém de pé; quando ele está queimando, com muita dor para falar ou chorar mesmo que quisesse, ela coloca uma toalha molhada em sua testa.

 "Não tenha medo", diz ela suavemente. "Não tenha medo, estou aqui."

Mesmo assim, ele sabe que é um segredo. Sua mãe tem uma imagem a defender. Ela é uma mãe em segredo, a portas fechadas, onde poderia estar agindo muito mais paternalmente do que qualquer um jamais veria, mas ela também é uma rainha. 

Sua rainha.

E ele queimaria o mundo por ela.


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