Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)

נכתב על ידי tamires_menaldo

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Em meados do século XV, na época da Inquisição, a Igreja perseguia os bruxos acusando-os de heresia e condena... עוד

Introdução - Personagens e Playlist
Prólogo
Capitulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capitulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulos 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capitulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Epílogo

Capítulo 55

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Floresta da Lua



Freya cavalgara pela floresta quase o dia todo sem parar, só descansara, por alguns minutos, apenas uma vez e aproveitara para curar os cortes que fizera na palma de suas mãos e beber água de um riacho que encontrara no meio do caminho. Ela sabia, mais ou menos, o trajeto que o grupo seguiria rumo ao Tribunal, pois participara das estratégias do ataque. Então estava percorrendo a rota que, provavelmente, a levaria até eles.


Durante o percurso, uma chuva fina começa a cair molhando suas vestes e fazendo-a tremer de frio, mas Freya continua a seguir em frente sem pausa. Até que, algumas horas depois com a chuva fina ainda caindo incessantemente, ela avista adiante o acampamento improvisado que o grupo montara para poder passar a noite.


Freya aumenta a velocidade do galope do cavalo e adentra no acampamento avistando Dimitri andando em direção a uma das tendas montadas. Ela desmonta do animal e segue ao encontro dele.


- Onde está o Adrian? - pergunta a bruxa de supetão ao parar em frente ao cavaleiro.


- Freya! - surpreende-se Dimitri ao olhar para ela e vê-la molhada da cabeça aos pés. - O que houve com você?


- Peguei essa chuva no caminho para cá.


- Disseram que você havia desistido de nos acompanhar até o Tribunal, então o que está fazendo aqui?


- Pois mentiram.


- O que aconteceu?


- Por favor, só me diga onde o Adrian está.


- Naquela tenda - diz Dimitri virando o corpo para trás e apontando para uma tenda branca à sua esquerda.


Sem dizer mais nada, Freya anda, apressadamente, em direção a tenda e entra abruptamente por uma das abas encontrando Adrian de costas com suas cicatrizes amostra, pois estava prestes a vestir sua túnica. Ele vira-se para ela com os olhos arregalados.


- Freya! - exclama ele aturdido.


- Você me dopou - vocifera ela desferindo um tapa na bochecha dele, que com o impacto vira o rosto para o lado. - Por que fez isso?


Adrian, por alguns segundos, fica imóvel, sem reação, apenas sentindo a pele do rosto arder.


- Para protegê-la - responde ele por fim, virando o rosto para fitá-la. - Você sabe que é perigoso ir até o Tribunal, afinal de contas, és uma fugitiva.


- Ir até lá também é perigoso para você, que é um traidor.


- Eu sou o único que conheço aquele lugar por dentro e ofereço vantagem ao grupo de entrar sem ser notado, o que me torna imprescindível nesse ataque, já sua presença não é essencial, você só estará se arriscando.


- Fui eu quem tive a ideia do ataque, então não é justo querer me deixar para trás - brada ela com o dedo indicador em riste no rosto dele.


- Eu só queria...


- ...me proteger? - completa ela irritada abaixando o dedo -, eu sei, mas você fez isso do jeito errado.


Freya vira as costas para o cavaleiro para sair da tenda, mas Adrian a segura pelo cotovelo fazendo-a virar-se novamente para ele, então a abraça enlaçando-a pela cintura.


- Perdoe-me Freya - diz ele baixinho ao pé do ouvido dela -, eu errei com você.


- Não esperava isso de você - confessa ela mantendo os braços imóveis ao lado do corpo.


- Por favor, me prometa, que durante o ataque, não sairá do meu lado.


Freya apenas assente com a cabeça e, finalmente, o abraça em resposta. Adrian a aperta ainda mais em seus braços pousando um beijo suave no topo da cabeça dela.



○○○



Ao amanhecer, Cassius reúne o grupo no meio do acampamento.


- Agora vamos seguir nosso caminho direto para o Tribunal do Santo Oficio, sem mais paradas - anuncia ele de frente para a multidão que o escutava atenta. - Precisamos recapitular nossas estratégias do ataque para não haver erros e assim podermos resgatar os bruxos que estão presos.


- Vou colocá-los dentro do Tribunal por uma passagem lateral, que dá acesso ao pátio e, por conseguinte, para o subsolo onde ficam as celas que são vigiadas por carrascos, que teremos que tentar nos livrar deles sem fazer alarde - explana Adrian postado ao lado de Cassius.


- Para nos aproximarmos do Tribunal, iremos usar magia de invisibilidade, mas a partir do momento em que entrarmos no local nossa magia será bloqueada, teremos que contar apenas com nosso treino - explica Freya se colocando ao lado de Adrian.


- Nossa missão com esse ataque é resgatarmos os bruxos, feito isso saímos pelo mesmo caminho que entramos - continua Adrian -, provavelmente vamos ter que lidar com os caçadores, então estejam prontos para a luta.


- Agora vamos continuar seguindo o nosso caminho - diz Cassius.


O grupo se dispersa e começa a desmontar o acampamento para prosseguirem com o trajeto até o Tribunal do Santo Oficio.



○○○



Tribunal do Santo Oficio



Um tempo depois, durante a calada da noite, o grupo aproxima-se da Praça da Fé. Usando magia para tornarem-se invisíveis aos olhos dos demais, eles contornam o Tribunal até os fundos do local.


- Alguns bruxos ficarão aqui fora, permanecendo invisíveis, à espreita na retaguarda - comunica Adrian. - Os demais me acompanhem em silêncio, lá dentro vocês estarão vulneráveis, então todo cuidado é pouco.


O grupo forma uma fila com Adrian a frente e Freya ao seu lado; Dimitri liderando os cavaleiros um pouco mais atrás e, posteriormente, Cassius e Oliver juntos ao restante dos bruxos. Adrian introduz o grupo no pátio, que estava vazio, pela passagem lateral camuflada em meio as trepadeiras e folhagens do muro que cercava o Tribunal. Eles circundam o local por detrás da estrebaria e do alojamento, onde os caçadores e carrascos ficavam, até se aproximarem da entrada para o subsolo.


- Lá embaixo há carrascos de vigia - avisa Adrian em tom baixo -, então eu vou primeiro para me livrar deles e faço sinal para que vocês desçam em seguida.


- Eu vou com você - diz Freya.


- Nós também - diz Cassius e Oliver em uníssono.


O cavaleiro assente com a cabeça.


- Fiquem atrás de mim.


Adrian, com os outros vindo logo atrás de si, adentra a abertura que dá passagem ao subsolo descendo a escada íngreme de pedra na escuridão. Quanto mais eles desciam, mais escuro e úmido tornava-se o local, que possuía um odor de rançoso que ficava cada vez mais forte conforme se aprofundavam. Ao chegar no último degrau, se deparam com um corredor em penumbra, fracamente iluminado por archotes apoiados em suportes de madeira pendurados nas paredes.


O cavaleiro espia pela curva do corredor e vê quatro carrascos postados de frente protegendo a entrada que possibilitava o acesso as celas.


- Há quatro carrascos de vigia - sussurra Adrian aos outros -, temos que abatê-los sem fazer ruído.


Ele prepara uma flecha em seu arco e atira em um dos homens, vestido com capa vermelho-sangue, acertando-o no peito do lado do coração, assim fazendo-o tombar no chão sem vida. Os outros carrascos se assustam com o ocorrido sem conseguirem identificar o agressor devido a má iluminação do local, mas sem dar tempo de reação a eles, Freya, com o seu arco, lança uma flecha em direção a garganta de um deles e, simultaneamente, antes que pudesse escapar, Oliver arremessa seu punhal atingindo outro homem na nuca. O último carrasco consegue fugir correndo pelos corredores.


- O carrasco que escapou vai avisar os caçadores sobre nossa invasão e eles em breve estarão aqui - comunica Adrian aproximando-se dos corpos dos carrascos e retirando dos bolsos de suas capas os molhos de chaves que abriam as celas -, então temos que soltar os bruxos o mais rápido possível. - Ele joga um dos molhos de chaves na direção de Oliver, que o pega no ar com uma mão.


- Eu vou avisar os demais para descer e nos ajudar a resgatar os bruxos, que com certeza estarão debilitados e precisarão de ajuda para sair daqui - diz Cassius.


- Mas peça para alguns ficarem de espreita lá fora protegendo o nosso caminho de volta - pede Adrian.


Cassius faz um aceno positivo com a cabeça e retorna para as escadas subindo-as apressadamente.


- Eu vou atrás do Bispo - diz Freya para Adrian assim que Cassius se afasta.


- Não precisa fazer isso - diz o cavaleiro ficando de frente para ela -, vamos libertar os bruxos e irmos embora.


- Eu não vou embora até cumprir o que vim fazer aqui - retruca ela encarando-o com o corpo rígido.


- Então eu vou com você. Até porque eu sei onde fica o gabinete do Bispo, que é o lugar que ele passa a maior parte do tempo, mesmo durante a noite - e dirigindo-se para Oliver -, fique com isso, vai precisar - diz ele entregando seu arco e aljava de flechas para o bruxo.



Cassius junto com Dimitri e os outros já estavam descendo as escadas e se espalhando pelos corredores para ajudar no resgate aos presos.


- Os caçadores estão vindo - anuncia um cavaleiro descendo os últimos degraus em disparada.


- Vamos formar uma barreira de proteção - ordena Dimitri aos seus parceiros -, enquanto os outros continuam libertando os bruxos.


Á medida em que os cavaleiros se posicionam esperando a chegada dos caçadores, que começam a irromper pelos corredores através da entrada pelo pátio, Freya e Adrian sobem pela escadaria para o piso superior, que dá acesso ao interior do Tribunal.



No pátio, os cavaleiros que ficaram por ali junto com alguns bruxos lutam com os caçadores que surgiram ao saberem da invasão, ao passo que outros caçadores descem para o subsolo para tentar impedir o resgate dos prisioneiros e se deparam com a barreira feita por Dimitri e os demais cavaleiros, que já os aguardavam. Enquanto aquelas lutas se seguiam, Cassius, Oliver e os outros bruxos continuam libertando os prisioneiros.



Ao alcançarem o topo da escadaria, Freya e Adrian saem em um corredor melhor iluminado por várias tocheiras pendendo das paredes. Eles caminham pé ante pé para não fazerem barulho e olhando atentamente para todos os lados, até que Adrian avista caçadores vindo pelo outro lado do corredor. Rapidamente, ele puxa Freya pelo pulso para esconderem-se em uma fenda entre os blocos de pedra da parede. Ambos ficam um de frente para o outro e com seus corpos colados. O cavaleiro faz sinal com o dedo em sua boca para que ela ficasse em silêncio e os dois prendem a respiração quando os caçadores passam por eles sem percebê-los por estarem ocultos pelas sombras da fenda.



Enquanto isso, os outros continuavam libertando os bruxos. Em meio ao conflito, os que já estavam soltos eram guiados por Oliver para chegarem à superfície, para isso contavam com a ajuda dos cavaleiros, que iam abrindo caminho até as escadas. Ao alcançarem o topo da abertura para o pátio, Oliver depara-se com o local em batalha, então ele recua um pouco se escondendo na penumbra para observar o caos.


A sua frente, um bruxo é derrubado no chão por um caçador, que estava prestes a fincar a espada no outro quando Oliver, por trás, o ataca acertando-o nas pernas com sua espada e fazendo-o desiquilibrar-se. O bruxo no chão aproveita a deixa levantando-se e afasta-se correndo. Oliver sobe para o pátio e enfia sua espada nas costas do caçador. Com o caminho, temporariamente, livre, o bruxo conduz o grupo por trás da trincheira e do alojamento até a saída pela passagem lateral do Tribunal.


Assim que todos os bruxos são soltos, o pessoal que ainda estava no subsolo começa a subir de volta para o pátio. Alguns servindo de apoio para os presos que estavam feridos e tinham dificuldade para se locomoverem.


- Você vai junto com os demais lá para cima - pede Dimitri para Cassius -, eu vou atrás de Adrian e Freya que entraram no Tribunal.


- Não quer que eu vá com você?


- Não precisa, alguns dos meus vão me acompanhar.


Cassius, então segue junto com os outros pelas escadas rumo ao pátio, ao passo que Dimitri, acompanhado de alguns cavaleiros, encaminha-se para a escadaria em direção ao interior do Tribunal.



Neste meio tempo, após os caçadores se afastarem, Adrian espia o corredor para averiguar se não havia mais ninguém por perto e ao perceber que o caminho estava livre, ele, ainda segurando Freya pelo pulso, sai da fenda conduzindo-a para fora também. Eles caminham, lado a lado e de mãos dadas, a passos silenciosos até a porta do gabinete do Bispo, que estava entreaberta.


Freya sem esperar mais, adentra o gabinete, com Adrian logo atrás de si, empurrando a porta com força. Ao entrarem, os dois deparam-se com o Bispo Domênico atrás de sua mesa em pé e com o Padre Gregório parado ao seu lado. Devido ao estrondo da entrada, ambos viram a cabeça na direção da porta.


- Eu estava sendo comunicado dessa invasão neste exato momento - debocha o Bispo fitando Freya, porém seus olhos deslizam para encarar Adrian. - Você era tão promissor, mas acabou se tornando uma grande decepção.


O cavaleiro apenas o encara de volta.


- Você merece pagar por todas as atrocidades que cometeu e ordenou - vocifera a bruxa com o olhar chispando de ódio.


- Tem coragem de me ameaçar, garota insolente, diante do lugar onde está e cercada por aqueles que querem vê-la morta - esbraveja o Bispo virando de frente para os invasores.


- Seu comando de caça às bruxas acaba hoje - dispara ela erguendo o queixo em sinal desafiador.


- És uma bruxa ingênua se realmente acredita nisso - provoca Domênico apoiando as duas mãos em cima de sua mesa.


- Você é aquela bruxa que fugiu - observa Gregório olhando fixamente para Freya -, eu cuidei dos seus ferimentos quando chegou aqui.


- Agora entendo como conseguiu fugir - diz o Bispo voltando a encarar Adrian. - Você é um traidor e merece a morte como punição.


- O único que merece morrer aqui, é você - profere Freya.


- Cuidado com o que diz, bruxa maldita - ameaça o Bispo ajeitando o corpo -, não pense que sairá daqui viva.


- Você só será poupado por ter cuidado dos meus ferimentos e sido gentil comigo - diz a bruxa dirigindo-se a Gregório.


- Não pense que me matando acabará com a Inquisição - avisa o Bispo -, ela se move por todos os lados deste Reino, inclusive, conta com uma ajuda inestimável, que nos mantêm ativos em nosso objetivo.


- Se você está falando que conta com a ajuda de um bruxo que faz uso de magia negra: disso eu já sabia - rebate a bruxa -, só não sei ainda quem é esse traidor do próprio povo.


- Se soubesse, com certeza se surpreenderia - diz Domênico com um sorriso sarcástico no rosto -, até por que esse bruxo está ajudando a vocês agora, mas ele muda de lado conforme seus interesses.


Freya encara o outro pegando no cabo de seu punhal, escondido em sua capa cinza, no entanto, paralisa o seu movimento ao perceber de quem se tratava a fala do Bispo. Por fim, ela decide sacar a arma fazendo os olhos de Padre Gregório se arregalarem e o Bispo encolher o corpo atrás do outro.


Mas no momento em que ela iria atirar o punhal na direção de Domênico, caçadores irrompem pela porta segurando Adrian pelos braços, que se debate tentando soltar-se, sem sucesso. Outro caçador imobiliza os braços de Freya segurando-os atrás das costas dela e pegando o objeto de sua mão e colocando-o em cima da mesa e fazendo-a soltar ao chão o arco que segurava com a outra mão.


- A punição por sua traição será ver a bruxa que você salvou, ser torturada e morta na sua frente - avisa Domênico fuzilando Adrian com os olhos. - Bata nela - ordena virando-se para o caçador que segurava Freya.


O caçador obedece soltando os braços de Freya e dando-lhe um soco no rosto abrindo um corte nos lábios dela e fazendo-a cair ao chão com o golpe. Então, o homem começa a chutá-la no ventre e no abdômen impedindo-a de se levantar. A bruxa se contorce de dor colocando os braços à frente do corpo para tentar se proteger dos chutes e sentindo o gosto metálico de sangue na boca.


Adrian se debatia tentando escapar dos caçadores que o seguravam, mas quando ele consegue desvencilhar um dos braços, um dos homens desembainha a espada e a coloca no pescoço dele, que sente a lâmina tocar-lhe a pele e paralisa olhando para Freya encolhida no chão.


- Pode parar - diz o Bispo ao caçador, que cessa os chutes -, vocês parecem estar dispostos a morrer juntos. - Ele encara Adrian, que o encara de volta.


Freya mantinha a cabeça baixa, mas de soslaio olhava para o cabo de seu punhal, que estava em cima da mesa.


- Levante-a e a leve para a Sala de Confissão - ordena o Bispo ao mesmo caçador que batera em Freya. - Façam esse traidor assisti-la sofrer e morrer, depois cuidem dele também, só que de forma rápida.


O caçador levanta a bruxa do chão puxando-a pelos cabelos, só que em um movimento rápido, ela alcança o punhal e o finca na lateral do pescoço do homem, que não esboça qualquer reação e seu corpo desaba sobre a mesa fazendo o Padre e o Bispo arregalarem seus olhos com a cena.


O outro caçador que segurava a espada sob o pescoço de Adrian, com a atitude da bruxa, distrai-se por alguns segundos, então o cavaleiro aproveita-se dessa distração dando uma cabeçada no rosto do outro, que cambaleia para trás tropeçando em Freya, que, rapidamente, afunda o punhal no peito dele na altura do coração e empurra o corpo para o lado, que desaba no chão.


Ao mesmo tempo, Adrian girava seu corpo para ficar de frente com o outro caçador, que o segurava, chutando-o na barriga fazendo-o perder o equilíbrio e caindo em uma poltrona próxima, então o cavaleiro saca sua espada e a enfia na garganta dele.


Eles escutam passos ecoando pelo corredor e aproximando-se do gabinete. Sem pensar, Freya arremessa o punhal, que tinha na mão, na direção do Bispo acertando-o no abdômen, ele cambaleia para trás sendo apoiado pelo Padre Gregório, que o deita no chão retirando a arma do corpo do outro e pressionando o ferimento, que sangrava abundantemente, com as mãos.


- Eu posso não sair viva daqui, mas você também não irá sobreviver - diz ela fitando o Bispo, que estava pálido e perdendo muito sangue.


- Temos que ir - diz Adrian pegando-a pela mão.


Antes de sair do gabinete, Freya, que ainda olhava para o Bispo Domênico, percebe que ele dá seu último suspiro fechando os olhos. Depois ela pega seu arco do chão e vira as costas saindo do cômodo. Ela e Adrian, ao cruzarem o limiar da porta, deparam-se com caçadores vindo na direção deles, o cavaleiro puxa a bruxa para ficar atrás de si. No momento em que eles avançam contra os dois, Adrian empurra, levemente, Freya para trás e vai ao encontro dos caçadores com sua espada na mão.


Ele golpeia seus antigos parceiros em uma luta sangrenta, acertando um na cabeça, outro no tronco e mais outro lacerando seus braços. Adrian também era atingido, sofrendo cortes nos braços, pernas e até em sua bochecha.


Freya estava prestes a preparar uma flecha em seu arco, quando mais caçadores surgem na outra ponta do corredor fazendo-a virar-se para eles. Um deles já estava com uma flecha no arco engatada e apontada em sua direção. Sem hesitar, o homem atira a flecha, que acerta Freya direto no coração, com o baque, ela solta seu arco e tomba no chão sentindo uma dor lancinante tomar conta de seu corpo.


Naquele momento, Adrian desferia um último golpe no caçador que restara. Ao olhar para o lado, vê Freya caída no chão com a flecha fincada no peito e o sangue jorrando pelo ferimento, formando uma poça em volta do corpo dela. Ele corre para o lado da bruxa caindo de joelhos e colocando a cabeça da mesma apoiada em seu braço.


Os caçadores estavam avançando rumo aos dois, quando Dimitri com os cavaleiros aparecem pela retaguarda e começam a lutar com eles.


- Freya, fala comigo - desespera-se o cavaleiro com lágrimas nos olhos e acariciando a bochecha dela - eu vou tirar você daqui. - Ele faz menção de levantá-la nos braços.


- Não - murmura ela com a voz rouca -, está doendo muito.


- Você precisa se curar - diz ele quebrando, com a mão livre, a haste da flecha fincada no peito dela.


- Eu não tenho forças - sussurra ela com dificuldade e sentindo um filete de sangue escorrer pelo canto de sua boca. - Adrian, me promete cuidar dos bruxos, tirar todos eles daqui e mantê-los a salvo - geme ela esforçando-se para falar, mas sentindo sua voz falhar.


- Eu falhei em te manter a salvo - lamenta-se ele com lágrimas caindo por seu rosto.


Freya apenas olha para ele e, vagarosamente, coloca a sua mão na bochecha dele. Adrian coloca sua mão por cima da dela segurando-a entre a sua. Ela, lentamente, fecha os olhos e afrouxa a mão que ele segurava.


- Freya, olha para mim - implora o cavaleiro largando a mão da bruxa e sacudindo o rosto dela.


Ela abre os olhos novamente.


- Adrian... eu amo você.


Antes que ele conseguisse responder, Freya tomba sua cabeça para o lado ficando com os olhos abertos e seu corpo imóvel.


- Freya, não me deixa - atormenta-se ele sacudindo-a, mas sem resposta.


Adrian dobra-se sobre o corpo dela caindo em prantos.


Dimitri, que golpeara o último caçador, olha para o lado com o rosto suado e todo respingado de sangue e vê a cena do outro debruçado sobre o corpo de Freya. Ele engole em seco com os olhos marejados ao perceber o que acontecera.


Adrian fecha os olhos de Freya e a carrega nos braços seguindo pelo caminho de volta ao subsolo e, em seguida, sobe para o pátio com Dimitri e os outros cavaleiros acompanhando-o.

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