Capítulos 07

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Castelo Forte dos Espinhos



Cassius seguiu o vagão do mensageiro por todo o caminho até a Capital de Vale das Pedras, onde localizava-se o Castelo Real. O mensageiro do Tribunal do Santo Ofício estaciona o vagão em frente a uma taberna e entra no estabelecimento.


O bruxo aproveita para vasculhar o interior do transporte procurando pelo pergaminho com a mensagem ao Rei, mas não encontra nada além de algumas mercadorias para comércio, então ele decide soltar um dos eixos da roda e retorna para perto de seu ronzino acastanhado.


O mensageiro volta para o vagão meia hora depois. Antes de subir no veículo, ele percebe que o eixo da roda está solto.


- Maldição - esbraveja o rapaz.


- Rapaz, está precisando de ajuda? - indaga Cassius se aproximando.


- Preciso entregar uma mensagem ao Rei, mas com a roda assim não vou conseguir chegar ao Castelo Forte dos Espinhos hoje.


- Eu também tenho uma mensagem para ser entregue ao Rei - mente Cassius -, se quiser posso entregar a sua também.


- É uma mensagem importante - diz o mensageiro desconfiado -, prefiro eu mesmo entregar.


- Entendo, mas imagino que se a mensagem é importante para a Sua Majestade, deve-se ter urgência em ser entregue.


- Sim - concorda o rapaz desconsolado.


- Só estava oferecendo uma ajuda. - Cassius ameaça se afastar.


- Promete que essa mensagem chegará ao Rei?


- Dou a minha palavra.


- Então faça isso o quanto antes - pede o rapaz tirando o pergaminho do bolso de sua capa preta e entregando-o a Cassius, que o pega e guarda no bolso de seu manto marrom.


O bruxo sai a galope em direção ao Castelo Real.


Chegando em frente a muralha que o cercava, Cassius para o cavalo e ergue o braço para o alto mostrando o pergaminho em sua mão para os cavaleiros que estavam nas ameias em vigia.


O portão de ferro levadiço é, vagarosamente, baixado através das roldanas manobradas por outros cavaleiros. Quando o portão desce por completo, Cassius adentra as dependências do Castelo Forte dos Espinhos admirando o tamanho da construção a sua frente. Dois cavaleiros, prontamente, se aproximam dele para conduzi-lo até o interior da fortaleza.


O bruxo após atravessar o jardim imenso da área externa pelo caminho de cascalho que levavam até a escadaria principal, desmonta de seu cavalo e, acompanhado pelos cavaleiros, sobe os degraus da entrada cruzando o limiar da porta extensa de madeira adentrando o Grande Salão, que era um espaço retangular com pilares de pedras sustentando o teto alto e com diversas janelas para tornar o local arejado, além da lareira central para aquecer o ambiente em tempos de inverno.


Cassius é conduzido pelos cavaleiros até uma abertura debaixo das escadas de madeira que levavam para o piso superior, ao qual era a Sala do Trono. Ao entrar no local, o bruxo depara-se com o Rei postado em pé e de costas olhando por uma vidraça, que ficava atrás do trono feito de ferro, localizado ao fundo da sala sobre uma elevação de três degrus.


- Vossa Majestade - chama um dos cavaleiros com voz baixa -, chegou um mensageiro.


- Pode recolher o pergaminho - ordena o Soberano sem mover-se -, eu leio a mensagem depois.


- Essa mensagem deve ser entregue diretamente a Vossa Graça - diz Cassius calmamente e com voz firme.


O Rei, então vira-se e encara com seus olhos negros e expressão incrédula o bruxo, que sustenta o seu olhar, imperturbável.

Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now