Castelo Forte dos Espinhos
Freya e Adrian retornam para o Castelo Forte dos Espinhos quando o dia já estava amanhecendo. Henrique, da janela de seu quarto, os observava. O cavalariço segue para o estábulo e a bruxa entra na fortaleza indo para o seu aposento, onde encontra a tia sentada na cama olhando fixamente para a porta.
Diana ao ver a sobrinha entrar levanta-se de um salto.
- Freya, onde você estava? - dispara Diana com o semblante sisudo. - Onde passou a noite?
- Por que você não me contou que o Rei era meu pai? - interroga Freya ignorando as perguntas da tia, parando no meio do quarto.
- Porque prometi a sua mãe que não contaria e mesmo ela não estando mais aqui, eu não deixaria de cumprir a promessa.
- Por que ela não iria querer que eu soubesse quem era meu pai?
- Ela tinha os motivos dela, mas um deles é que Henrique simplesmente foi embora, sem avisar e, tampouco, se despediu.
- Ele sabia sobre mim?
- Não. Quando Isabel foi contar a ele que estava grávida, Henrique já havia partido sem deixar rastros. Algum tempo depois viemos a saber que ele havia se tornado Rei e, mesmo assim, ele jamais voltou a procurá-la.
- Mas agora ele sabe que sou sua filha?
- Sim, ele soube há pouco tempo.
- E nenhum dos dois pensou em me contar a verdade?
- Eu pedi para que ele não te contasse. Inclusive, Henrique ameaçou te contar caso eu não te convencesse a vir até o castelo, pois ele queria te conhecer e tentar se aproximar.
- Você me fez acreditar que não tinha certeza se meu pai sabia sobre mim, nem onde ele estava e até que poderia já estar morto.
- Eu sou culpada por tudo isso, mas não me arrependo de não ter te contado, mesmo que você não me perdoe por isso - Diana aproxima-se de Freya, que recua alguns passos -, pois não pense que se ele soubesse sobre a gravidez de Isabel teria feito diferente. Henrique teria ido embora do mesmo jeito.
- Eu só não queria que tivessem mentido para mim.
- Isabel temia que você pudesse querer ir atrás de seu pai para conhecê-lo.
- Ele nem sabia que tinha uma filha.
- Era melhor que ele não soubesse.
- Mas agora ele sabe e quis me conhecer.
- Não pude evitar isso por mais tempo.
- Você não queria que ele se aproximasse de mim?
- Não, ele não é confiável.
- Eu não tenho motivos para ficar mais tempo aqui.
- Se você quiser, assim que for possível, nós vamos embora.
- Eu quero.
- Freya, me perdoe por tê-la trazido para cá, na tentativa de evitar que você soubesse a verdade. - Diana dá mais alguns passos na direção da sobrinha.
- Se prometer que daqui para frente não haverá mais mentiras.
Diana balança a cabeça em sinal afirmativo e abraça a sobrinha, que corresponde o abraço enlaçando a tia pela cintura e deixando algumas lágrimas escorrerem por suas bochechas.
○○○
O Rei ordena a um servo para chamar Adrian, que se encontrava no estábulo, e conduzi-lo até a Sala do Trono.
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Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)
FantasyEm meados do século XV, na época da Inquisição, a Igreja perseguia os bruxos acusando-os de heresia e condenando-os a morte. É nesse cenário que vive Freya, uma bruxa que quando criança viu sua mãe ser executada na fogueira. Anos depois, ela mesma é...