Capítulo 59

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Mosteiro da Graça



Freya, depois de alguns dias se recuperando da sua volta dos mortos; de seu corpo se adaptando o retorno a vida, sai do quarto acompanhada por Adrian, que ficara ao seu lado o tempo todo, apesar de Diana, que também ficara ao lado da sobrinha a maior parte do tempo, pedindo que ele descansasse, o cavaleiro negou-se a arredar de perto da bruxa.


Os dois seguem para o pátio e veem os bruxos e cavaleiros reunidos interagindo. Freya percebe que apesar dos ferimentos dos bruxos que estavam presos no Tribunal terem cicatrizados, todos estavam com marcas de queimadura espalhadas pelo corpo, iguais as que Oliver tinha nos braços e nas mãos, até mesmo ela tinha uma mancha escura no tornozelo.


- Vamos precisar sair para caçar na floresta - comunica Oliver aproximando-se de ambos -, não temos estoque de comida o suficiente para todos que estão aqui.


- Quando será isso? - indaga Freya.


- Meu pai está organizando o grupo com as pessoas que se voluntariou para ir - responde Oliver apontando com o queixo para o grupo reunido no centro do pátio -, eles partem daqui a pouco.


- Eu vou me voluntariar também - diz Freya dando um passo em direção ao grupo, mas Adrian a segura pelo cotovelo.


- Freya, é melhor que você não vá.


- Por que? - pergunta ela olhando para o cavaleiro.


- Porque você acabou de voltar dos mortos. - Ele solta o cotovelo dela. - Acha que está em condições para ir caçar?


- Acho. - Freya retruca dando as costas ao cavaleiro e indo ao encontro do grupo. Adrian e Oliver a seguem. - Eu vou ir caçar com vocês - anuncia ela dirigindo-se a Cassius.


- Você se está bem para fazer isso, Freya? - indaga Cassius preocupado.


- É claro que estou.


- Então por mim tudo bem. - E voltando sua atenção aos outros novamente. - Preparem-se, sairemos para a caçada em uma hora.



O grupo se dispersa para dali algum tempo juntarem-se novamente rumo a Floresta da Lua aos arredores do mosteiro. Eles separam-se em grupos menores e espalham-se pela mata para a caçada.


Oliver, Adrian, Dimitri e Freya, que estavam no mesmo grupo, conseguem abater alguns animais pequenos, tais como, esquilos e coelhos. Freya estava usando para caçar o arco e flecha que Adrian havia lhe dado, já que ela perdera o seu no Tribunal, no dia que morrera.


Eles estavam próximos de um pequeno vilarejo, que parecia quase deserto. As poucas pessoas que se viam, corriam aflitas em todas as direções. Um jovem rapaz corre para a floresta ajoelhando-se, à espreita, atrás de um dos arbustos. Oliver aproxima-se dele colocando sua mão sob o ombro do rapaz, que estremece com o toque.


- Você me assustou - diz o jovem ofegante e levando a mão ao peito.


- Desculpe, não tive essa intenção. - O bruxo agacha-se ao lado do outro. - O que está acontecendo?


- Os caçadores estão invadindo os vilarejos em busca de bruxos, mas eles estão arrastando todas as pessoas para fora de suas casas e levando-as ao Tribunal para serem interrogadas - responde o jovem com voz trêmula. - Eles estão deixando um rastro de destruição por onde passam, acorrentando pessoas inocentes, até mesmo mulheres e crianças. Tem pessoas que conseguem fugir antes que os caçadores cheguem, mas sem suas casas, não possuem outro lugar para ficar. Ou vão para outro vilarejo e avisam as pessoas sobre o que está acontecendo ou se embrenham pela floresta, que é assustadora durante a noite. Estamos ficando sem lugar para ir.

Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora