Capitulo 13

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Castelo Forte dos Espinhos

Rei Henrique, e sua comitiva chegam de volta ao Castelo Real quando o sol já havia se posto e as estrelas brilhavam no céu.
Enquanto seus cavaleiros vão para o estábulo guardar os vagões e cavalos seguindo depois para a Torre da Cavalaria, ele adentra o Grande Salão encontrando a Rainha e sua família reunida na mesa de jantar.
— Percebo que receberam minha mensagem – comenta o Rei parado de pé os observando.
— Sim e, no mesmo instante, viemos visitar nossa Cateline – diz Hector, um homem robusto de cabelos castanhos até os ombros e barba bem-feita. Pai da Rainha e Duque de Espirais.
— Já noto que a visita de vocês fez bem a Rainha – diz Henrique olhando para Cateline, que estava com uma aparência melhor do que da última vez que a vira. Com seus cabelos loiros dourados, devidamente, penteados e presos para trás com uma armação de arame e com os olhos cor de mel mais expressivos.
— Realmente precisava da companhia da minha família – concorda Cateline sentada a ponta da mesa.
— Devia ter-nos chamado antes, Vossa Graça – diz Agnes, uma mulher rechonchuda de cabelos loiros mais claros do que os da Rainha, sentada ao lado do Duque –, não sabia que minha filha estava tão deprimida.
— O importante é que Cat já está bem melhor – comenta Beatrice, irmã mais nova da Rainha, que na aparência era a cópia de Cateline, sentada de frente para o pai.
— Podemos mudar de assunto – pede a Rainha envergonhada por ser o assunto da mesa.
— Cadê Dimitri? – pergunta Henrique acatando o pedido da esposa.
— Meu querido irmão está junto aos cavaleiros, Vossa Majestade, afinal de contas, ele é um deles – responde Beatrice.
— Meu Rei jantará conosco? – indaga Cateline a Henrique.
— Eu estava na estrada, preciso me refrescar e colocar roupas limpas, mas bom jantar a todos. – Ele encaminha-se para a escadaria de madeira subindo até o segundo piso seguindo para o seu aposento e pedindo a um servo que levasse o seu jantar no quarto depois.
— Onde o Rei estava? – pergunta Beatrice curiosa.
— O Rei só me avisou que precisava viajar, mas não me disse para onde.
— Um Rei tem muitos compromissos – repreende Agnes –, deixe de ser curiosa, Beatrice.
— Desculpe-me, irmã. – Beatrice levanta-se de cabeça baixa com seus cabelos dourados caindo por sobre seu rosto. – Vou para o meu aposento, já estou satisfeita. Com licença.
Beatrice retira-se encaminhando-se para as escadas, mas, quando todos estavam distraídos, em vez de ir para o andar superior, ela sai da fortaleza andando em direção a Torre da Cavalaria e entrando em um beco escuro entre as construções.
— Só você mesmo para me convencer a fazer isso – diz um rapaz franzino, que a esperava, ao vê-la se aproximar.
— Como se você não quisesse isso, não é, Patrick? – zomba ela diminuindo a distância entre eles.
— Você sabe que eu quero. – Ele a puxa pela cintura para mais perto encostando seus lábios nos dela e a beijando carinhosamente. – No entanto fico preocupado com o que seu irmão pode pensar se souber que o escudeiro dele está se encontrando às escondidas com sua irmã caçula.
— Ele não vai pensar nada, pois não vai saber dos nossos encontros.
— E se ele vier a saber?
— Qual o problema também? Você é um nobre.
— Sua família, com certeza, vai querer casá-la com um nobre de mais renome.
— Neste caso, eu estaria mais preocupada com o que meu pai vai pensar e não com meu o irmão, mas também não me preocupo, por que não vou aceitar casar com qualquer um. – Beatrice passa a mão pelo queixo dele, onde uma pequena pelugem castanha começava a crescer e sobe para a bochecha acariciando-o.
— Você sabe que é seu pai quem vai escolher um pretendente para se casar contigo.
— Pode ser, mas não vou facilitar para o Duque de Espirais e nada impede que meu pai te escolha como meu pretendente, já que você, um dia, será um cavaleiro e isso é ser um nobre de renome. – Ela remexe nos cabelos ondulados dele enroscando os dedos em seus fios castanhos escuros descendo até a nuca.
— Porém ainda vai demorar um pouco até que eu seja nomeado cavaleiro, por enquanto sou apenas um escudeiro.
— Bem, até lá vamos continuar nos encontrando às escondidas. – Ela o beija.
— Infelizmente, preciso voltar antes que seu irmão perceba minha ausência – diz Patrick afastando-se um pouco.
— Está bem – concorda ela, a contragosto, fazendo beicinho.
Eles se despedem com um beijo mais longo e Patrick retira-se primeiro andando rumo à Torre da Cavalaria. Alguns minutos depois, Beatrice sai do beco rumo ao castelo, porém no meio do caminho ela escuta uma voz atrás de si.
— O que está fazendo aqui, irmãzinha?
— Dimitri, você me assustou – bufa ela virando-se para o homem alto de cabelos loiros dourados e longos até os ombros, que a fitava curioso com os seus olhos cor de mel.
— Por acaso estava fazendo alguma coisa errada?
— Claro que não, só estava apreciando o ar fresco da noite.
— Dentro do beco? – ironiza ele com uma risadinha sarcástica repuxando seus lábios.
— Então você estava me espionando – rebate ela dando um tapa no ombro do irmão.
— Bea, você acha que eu não sei que vem se encontrando às escondidas com meu escudeiro?
— Sabia que não daria para esconder isso de você.
— Eu não me importo de você ter um romance com o Patrick, ele é um bom garoto, porém nosso pai, provavelmente, não terá a mesma opinião que eu. – Ele pega nas mãos pequenas da irmã. – Apesar do meu escudeiro ser de família nobre, o Duque de Espirais já deve estar em busca de pretendentes para você que sejam de linhagens mais altas da nobreza.
— Eu sei disso, mas não pense ele que vou aceitar me casar com quem não quero.
— Nosso pai iria adorar ouvi-la falar isso – zomba ele –, vejo que minha doce irmã vai dar trabalho para o Duque.
Os dois riem e seguem de mãos dadas para a fortaleza.

Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora