Bosque Real
Oliver e Beatrice estavam cavalgando havia algum tempo pelo Bosque Real até que alcançam um córrego.
- Precisamos reabastecer nossos cantis de água - comenta Oliver descendo do cavalo.
- Não podemos nos demorar, precisamos continuar o nosso caminho - comenta ela entregando seu cantil ao bruxo.
- Concordo, mas não podemos ficar cavalgando a esmo pelo bosque, temos que ter um destino, pois logo vai anoitecer - diz ele agachado à beira do córrego e mergulhando os cantis para enchê-los d'água.
- Você tem razão - concorda Beatrice descendo do seu cavalo também -, mas eu e o Patrick não tínhamos um destino... só um plano.
- Que plano?
Ela respira fundo.
- De nos casarmos, pois isso me livraria do casamento com o Conde e minha família seria obrigada a aceitar minha união com outro homem, já que um casamento não pode ser desfeito desde que seja consumado.
- Mas vocês conheciam algum Sacerdote que aceitaria casá-los?
- Para dizer a verdade não, mas iriamos encontrar um pelo caminho.
- Parecia um bom plano - diz ele terminando de encher os cantis e levantando-se.
- Agora não importa, o Patrick se foi e eu não sei mais o que fazer.
- Se você concordar - diz ele devolvendo o cantil a ela -, podemos nos casar.
Beatrice, pelo espanto da proposta, quase derruba seu cantil no chão ao pegá-lo da mão dele.
- Oliver, eu não posso fazer isso com você.
-Eu sei que não sou o homem que você queria, mas seria apenas para livrá-la do casamento indesejado com o Conde.
- Eu não falo por isso, mas por que não poderia prendê-lo a um compromisso desses para o resto de sua vida. Você já está se arriscando demais por ter fugido comigo.
- Eu estou me oferecendo, conheço os riscos. - Ele pousa seus olhos negros sobre os olhos cor de mel dela.
- Você sabe também que os casamentos para não serem anulados precisam ser consumados?
- Sei, mas é lógico que não cumpríamos essa parte do casamento. Poderíamos apenas fazer com que acreditassem que foi consumado, não poderiam contestar isso, já que casaríamos longe de todos.
- Mas ainda sim, iriam querer uma prova para validar nosso casamento.
- Nós pensamos nisso depois.
- Essa é uma decisão muito importante. Tem certeza disso, Oliver?
- Sim. Se você não deseja casar-se com o Conde deveria aceitar minha oferta.
- Aceito.
- No vilarejo onde eu morava tem um Padre que aceitaria nos casar, isso se ele ainda estiver lá.
- Podemos tentar.
- Para chegar até o vilarejo levaremos alguns dias. Vamos ter que acampar pela floresta.
- Não tem problema.
- Beatrice, já que resolvemos que vamos fazer isso mesmo - diz ele dando um passo mais para perto dela -, preciso te contar uma coisa.
- O que foi?
- Talvez saber disso a faça mudar de ideia.
- Está me preocupando, Oliver, diga logo.
YOU ARE READING
Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)
FantasyEm meados do século XV, na época da Inquisição, a Igreja perseguia os bruxos acusando-os de heresia e condenando-os a morte. É nesse cenário que vive Freya, uma bruxa que quando criança viu sua mãe ser executada na fogueira. Anos depois, ela mesma é...