Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)

By tamires_menaldo

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Em meados do século XV, na época da Inquisição, a Igreja perseguia os bruxos acusando-os de heresia e condena... More

Introdução - Personagens e Playlist
Prólogo
Capitulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capitulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulos 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capitulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Epílogo

Capítulo 54

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By tamires_menaldo

Mosteiro da Graça



Freya estava guardando alguns pertences dentro de um saco de pano, para a expedição até o Tribunal, com o auxílio da tia.


- Vou pegar alguns suprimentos para a viagem - diz Diana saindo do aposento.


Alguns minutos depois, alguém bate à porta.


- Entre.


- Pelo visto, você está se preparando para a viagem - diz Adrian entrando no quarto com uma caneca de cerâmica na mão.


- Você não veio até aqui para me pedir também para que eu não vá ao Tribunal, não é?


- Não, só vim te trazer esse chá para ajudá-la a dormir - diz ele oferecendo a caneca para ela -, pois imagino que deva estar ansiosa para o ataque.


- Sim, estou, mas não gosto muito de chá.


- Tome pelo menos um pouco - insiste ele colocando a caneca em cima da mesa de leitura.


Freya aproxima-se da mesa pegando a caneca e levando-a aos lábios.


- É bom - comenta ela bebericando o liquido fumegante.


- Por que você achou que eu vim aqui te pedir para não ir ao Tribunal?


- Porque o Rei cismou que eu não devo ir e tentou usar minha tia para me convencer a ficar - responde ela tomando mais um gole do chá.


- Entendi - diz ele observando-a. - É óbvio que ela não conseguiu te convencer.


- Claro que não - diz ela terminando de tomar o chá e colocando a caneca em cima da mesa -, até porque sou eu quem vai acabar com a vida do Bispo.


- O seu maior objetivo é esse?


- O meu maior objetivo é acabar com a Inquisição e para isso o Bispo precisa morrer.


Freya sente uma leve tontura e apoia-se na mesa para não cair. Adrian aproxima-se e a segura pela cintura.


- De repente, eu não... - ela se interrompe fitando a caneca e desfalecendo nos braços do cavaleiro.


Adrian a carrega até a cama deitando-a, delicadamente, sobre o colchão de palha.


- Perdoe-me, Freya, mas isso é para o seu próprio bem - diz ele acariciando os cabelos dela. - Eu não posso nem imaginar te perder.


Ele passa os dedos pela bochecha de Freya e aproxima o rosto encostando seus lábios nos dela. Depois sai do quarto encontrando Henrique e Diana esperando-o do lado de fora.


- Feito - diz Adrian para o Rei.


- Agora preciso fazer a minha parte - diz Henrique segurando uma vela acesa em uma mão e na outra uma cumbuca de barro vazia - colocarei uma barreira no quarto que a impedirá de sair.


- Por quanto tempo ela ficará presa? - questiona Diana.


- Até a fase da lua crescente terminar daqui a três dias, com esse tempo o grupo já estará longe e ela não poderá alcançá-los.


- Ela ficará furiosa quando acordar e perceber que está presa.


- E, com certeza, ela vai me odiar pelo o que eu fiz - desabafa Adrian.


- Pelo menos ela vai estar viva para ficar furiosa - dispara o Rei. - Agora saiam e não deixem que ninguém se aproxime desse corredor até eu terminar a magia.


Diana e Adrian afastam-se e Henrique ajoelha-se em frente à porta do quarto da filha.


Ele coloca a vela acesa no chão ao seu lado e tira do bolso de sua túnica uma adaga, com a qual faz um corte na palma de uma das mãos deixando o sangue pingar na cumbuca. Fechando os olhos enquanto o sangue escorria e enchia o recipiente, o Rei faz a magia para selar o quarto de Freya com uma barreira invisível. Após terminar, ele levanta-se pegando a vela e deixando a cumbuca com o sangue no canto da porta.



○○○



Freya acorda sentindo sua cabeça latejar com uma dor aguda no fundo de seus olhos e com os pensamentos confusos.


- O que aconteceu? - indaga ela para si mesma tentando concatenar suas ideias.


Ela senta-se no colchão franzindo o cenho devido a dor na cabeça. Aos poucos, suas lembranças vão se organizando em sua mente. Seus olhos percorrem o quarto e pousam na caneca, que ficara em cima da mesa de leitura.


- Adrian - balbucia ela recordando-se que desmaiara logo depois de tomar o chá que o cavaleiro lhe oferecera.


Freya levanta-se e encaminha-se até a mesa pegando a caneca na mão e cheirando o seu interior.


- Ele me dopou - constata ela aborrecida -, mas por que ele faria isso? A não ser que... - uma ideia passa por sua mente.


Freya ao perceber o que poderia ter acontecido, corre até a porta abrindo-a com força, mas ao tentar sair do quarto, seu corpo esbarra de encontro a barreira invisível fazendo-a recuar alguns passos.


- Mas o que é isso? - vocifera ela espantada.


Ela tenta passar pela barreira mais uma vez, porém sem sucesso.


- Maldição - pragueja a bruxa jogando a caneca, que ainda estava em sua mão, contra a barreira, fazendo-a espatifar em vários pedaços ao atingir o chão.


Diana, que escutara o barulho de algo se quebrando, vai até o quarto da sobrinha, parando em frente à porta aberta. Freya encara a tia enraivecida.


- Você sabia disso? - pergunta Freya entre dentes.


- Sim - responde Diana encarando a outra de volta.


- Como pôde concordar com isso? - questiona Freya indo em direção a tia, mas esbarrando na barreira novamente.


- É para o seu bem, Freya.


- Quero falar com o Rei - exige a outra berrando.


- Não precisa gritar - diz Henrique aproximando-se e postando-se ao lado de Diana -, eu já estou aqui.


- Desfaça a magia que usou para me prender aqui.


- Eu não vou desfazer, você vai ficar presa aqui até a próxima fase da lua.


- Eu te odeio - murmura Freya fitando o Rei com os olhos faiscando de fúria.


- Pelo menos você está viva para me odiar.


Henrique afasta-se do quarto em silêncio e Diana o acompanha. Freya esmurra a barreira invisível.


- Maldição - pragueja ela novamente, olhando para a sua mão, que ficara com marcas avermelhadas devido ao contato com a barreira.


Ela agacha-se no chão e começa a recolher os pedaços da caneca enquanto resmungava baixinho palavras inaudíveis, até que um dos cacos faz um corte na ponta de seu polegar saindo um filete de sangue. Freya, imediatamente, larga os cacos da caneca espalhando-os pelo chão de novo e levanta-se andando de um lado para o outro do quarto.


- Eu preciso dar um jeito de sair daqui.


Ela aproxima-se do limiar da porta espalmando suas mãos, vagarosamente, pela barreira empurrando-a na tentativa de transpassá-la. No entanto, sua pele começa a arder e queimar ao tocar a magia, repelindo suas mãos. Teimosamente, Freya tenta mais uma vez, mantendo as mãos na barreira apesar de sentir a ardência da queimadura em sua pele.


Ao encostar seu polegar ferido e o sangue entrar em contato com a magia, Freya percebe que uma pequena fenda se abre na barreira. Ela retira suas mãos fitando o corte em seu dedo, então pega um dos cacos da caneca no chão fazendo um corte na palma de cada mão e as espalmando novamente na barreira deixando o sangue escorrer pelos seus braços e pingar no assoalho de madeira.


Aos poucos, Freya vai afundando as mãos sentindo a fenda abrir-se cada vez mais, até que a barreira invisível se rompe por completo. Ela pega seus pertences guardados em sacos de pano junto com seu arco e flecha, que ficaram a um canto do cômodo, e corre para o pátio montando no primeiro cavalo que vê na trincheira, depois sai galopando a toda velocidade rumo a Floresta da Lua.



○○○



No momento em que a barreira é quebrada, Henrique, que havia ido para o seu quarto dormir, sente seu corpo estremecer e acorda assustado sentando-se na cama de um salto. Ele levanta-se saindo do cômodo e indo, apressadamente, até o aposento de Freya. Ao chegar perto da porta, que estava escancarada, o Rei vê os cacos da caneca espalhados pelo chão e poças de sangue ao redor dos mesmos. Ao entrar no local, percebe que este estava vazio.


- Ela conseguiu quebrar a barreira - diz ele para si mesmo incrédulo -, o sangue dela é mais forte do que eu pensava.


Henrique dirige-se até o quarto onde Diana encontrava-se e bate à porta com força.


- O que está acontecendo? - indaga ela ao abrir a porta e se deparar com Henrique parado a sua frente.


- Freya conseguiu fugir.


- Como?


- Ela usou o próprio sangue para romper a barreira.


- Pensei que sua magia fosse forte.


- Minha magia está enfraquecendo com o tempo - explica ele -, também pensei que fosse forte o suficiente para segurar Freya no quarto, mas, pelo visto, eu me enganei.


- Então, agora não há mais nada que possamos fazer.


- Eu vou atrás dela para trazê-la de volta.


- Não adianta mais, Henrique - discorda Diana -, agora a vida dela está nas mãos do destino.


- Essa determinação dela de fazer apenas o que quer veio da Isabel, me lembro de ela ser tão teimosa quanto Freya.


- Eu sei, tentei, várias vezes, persuadir minha irmã a não se envolver com você, mas minhas tentativas foram todas em vão.


Henrique abre a boca para responder, mas desiste e a fecha novamente. Diana, aproveitando o silêncio do Rei, fecha a porta do quarto diante do rosto dele.

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