Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)

By tamires_menaldo

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Em meados do século XV, na época da Inquisição, a Igreja perseguia os bruxos acusando-os de heresia e condena... More

Introdução - Personagens e Playlist
Prólogo
Capitulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capitulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulos 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capitulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Epílogo

Capítulo 50

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By tamires_menaldo

Cassius junto com os outros, desde que saíram do Castelo Forte dos Espinhos pegaram atalho pelas passagens subterrâneas das montanhas para evitarem a floresta a céu aberto e não correrem o risco de encontrarem com caçadores pelo caminho.


O grupo atravessa as rochas pelos túneis até chegarem em uma das cavernas das Montanhas Vendavais, onde anteriormente foram emboscados pelos caçadores e muitos bruxos foram capturados.


Dali em diante, eles teriam que encarar a Floresta da Lua para alcançarem o Mosteiro da Graça através das trilhas e precisariam fazer isso a pé, já que para seguirem pelas passagens das montanhas tiveram que deixar os cavalos para trás.


- Vamos ter que tomar cuidado a partir daqui - avisa Cassius aos demais -, ainda podem ter caçadores espalhados pela floresta.


Todos assentem com a cabeça.


O dia estava findando e as primeiras estrelas já despontavam brilhantes no céu quando eles saem da caverna em uma fila com Cassius e Diana a frente e Oliver e Beatrice na retaguarda protegendo as crianças que iam no meio. Todos caminham pela floresta, cuidadosamente, espreitando ao redor a cada passo que davam, até que chegando perto do mosteiro avistam um pequeno grupo de caçadores acampados.


- Caçadores a frente - anuncia Cassius fazendo sinal para que todos parassem de andar e se escondessem atrás dos arbustos por ali. - Eles estão justamente no caminho até o mosteiro.


- O que vamos fazer? - indaga Diana sentindo o coração acelerar de preocupação.


- Vamos ter que enfrentá-los se quisermos chegar até o mosteiro - responde Cassius escondido atrás de uma árvore espiando o pequeno acampamento dos caçadores.


- Como faremos isso, pai? - indaga Oliver aproximando-se do outro.


- Eu e você vamos lutar com eles para distraí-los, enquanto Diana e Beatrice levam as crianças até o mosteiro - responde Cassius sem tirar os olhos dos caçadores, que estavam sentados em troncos, distraídos rindo e bebendo em frente a uma fogueira.


- Eu vou lutar com vocês - dispara Diana -, quanto mais magia contra eles, melhor.


- Diana, é... - tenta objetar Cassius.


- Eu não estou perguntando - o interrompe ela -, estou afirmando.


- Pai, Diana tem razão, podemos ser mais fortes com mais magia.


- Está bem - concorda Cassius por fim.


- Beatrice, você consegue levar as crianças para o mosteiro? - indaga Oliver para a esposa, que estava atrás de si.


- Consigo sim.


- É melhor levar isso com você - diz ele entregando uma adaga a Beatrice -, não hesite em usá-la se for preciso.


Ela assente com a cabeça pegando a adaga e guardando-a dentro da sua bota de couro.


Cassius anda na direção dos caçadores tentando parecer despretensioso, enquanto os demais continuaram escondidos atrás dos arbustos.


- Quem é você? - interpela um dos caçadores, sentado em um toco de madeira em frente à fogueira, ao avistar Cassius aproximando-se.


- Sou apenas um viajante - responde o bruxo estacando seus passos.


- De onde você veio? - indaga o mesmo caçador sem tirar os olhos de Cassius.


- De um vilarejo um pouco distante daqui - mente o bruxo -, estou à procura do Mosteiro da Graça.


- Então o encontrou - diz outro caçador, sentado no chão de frente para o parceiro, apontando na direção do mosteiro.


- Agradeço pela ajuda.


Cassius recomeça a andar sem olhar para trás e com o corpo rígido.


- O que deseja no mosteiro? - interroga o primeiro caçador de supetão.


Cassius estaca o passo mais uma vez olhando para trás por cima do ombro.


- Estou indo em busca da caridade dos monges.


O caçador levanta-se olhando desconfiado para Cassius, que se vira novamente para o grupo.



- Na primeira oportunidade, corra com as crianças para o mosteiro - sussurra Oliver para Beatrice, agachados atrás dos arbustos.


- Está bem - responde ela olhando de soslaio para as crianças encolhidas atrás de si.



- Que tipo de caridade procura com os monges? - indaga o caçador aproximando-se de Cassius -, pois se for para saciar sua fome, pode comer conosco.


- Agradeço a oferta, mas não é só isso que procuro.


Cassius faz menção de virar as costas, quando o caçador retira de sua cintura uma corrente enrolando-a no pulso esquerdo do bruxo, que geme de dor ao sentir sua pele queimar com o toque do ferro.


- Ele é um bruxo! - exclama outro caçador levantando, de seu tronco, de um salto ao ver a marca de queimadura crescer na pele de Cassius, enquanto o outro puxava o bruxo pela corrente.


Cassius deixa-se ser puxado pelo caçador e ao aproximar-se dele, com a mão livre, alcança sua adaga escondida na parte detrás da calça fincando-a no abdômen do outro, que grunhi com o golpe soltando sua ponta da corrente e tombando no chão. O bruxo livra-se da corrente enrolada em seu pulso, quando os outros quatro caçadores já corriam em sua direção.


Naquele momento, Diana e Oliver saem detrás dos arbustos e com um gesto de mão arremessam três dos caçadores para longe, mas um deles continua indo em direção de Cassius. Beatrice junto com as crianças aproveitam a brecha e correm para o caminho até o mosteiro.


O caçador acerca-se de Cassius tentando lhe dar um soco no rosto, mas o bruxo esquiva-se golpeando o outro no ombro com a adaga, que dá alguns passos para trás sacando um punhal de sua capa cinza. Os dois entram em um combate corpo a corpo.


Enquanto isso, Oliver vai até um dos caçadores caído no chão e com sua adaga corta-lhe a garganta sem hesitar. Diana encaminha-se até a fogueira fechando seus olhos e esticando suas mãos em direção ao fogo.


Oliver olha para um lado vendo o pai lutando com o caçador, deslizando o seu olhar para o outro lado vê outro caçador indo em direção a Beatrice e as crianças, então escuta passos na grama e seus olhos se voltam para um homem aproximando-se de Diana. Ao cruzar seu olhar rapidamente com o do pai, este lhe faz um sinal com a cabeça para ir atrás de Beatrice, que ele prontamente obedece.


- Continuem correndo - diz Beatrice para as crianças ao perceber que o caçador estava vindo em sua direção.


Ela arranca a adaga que guardara na bota e a esconde na manga de seu vestido e continua correndo com as crianças mais a frente. O caçador a alcança puxando seu cabelo por trás e encostando o punhal na garganta dela.


- Não vai conseguir fazer nenhuma magia, bruxa - diz ele forçando a lâmina na pele dela fazendo um filete de sangue escorrer. - Nem tente.


- Eu não sou bruxa - diz ela tentando controlar sua respiração.


Beatrice desce a adaga escondida na manga por sua mão, ela agarra o cabo virando a ponta para o caçador atrás de si e a crava na pele dele acertando-o na barriga. Com o gesto inesperado o homem afrouxa o punhal da garganta dela, que aproveita para acertar uma cotovelada nas costelas dele. O caçador arfa de dor soltando os cabelos de Beatrice, que se afasta fazendo menção de correr, mas ele é mais rápido e a pega pelos cabelos novamente virando-a de frente para si.


- Maldita - pragueja o caçador entre dentes e com os olhos faiscando de raiva -, você merece morrer agora.


Beatrice vê, por trás do caçador, Oliver se aproximando correndo.


- Acho que é você quem vai morrer - sussurra ela.


O caçador olha rapidamente para trás seguindo o olhar dela e volta a encará-la, mas antes que ele pudesse erguer seu punhal para atingi-la, Beatrice o acerta com a adaga no olho esquerdo fazendo-o soltar o punhal, que cai no chão, dando alguns passos para trás e colocando a mão no olho ferido.



Nesse mesmo tempo, Cassius, com alguns ferimentos superficiais nos braços pingando sangue, finaliza o caçador ao enfiar a adaga em seu peito atingindo o coração em cheio e o corpo do mesmo tomba no chão. Ele vai atrás do outro que estava prestes a alcançar Diana, que permanecia na mesma posição ainda de olhos fechados, mas antes de conseguir chegar até o caçador, de repente as chamas da fogueira se erguem mais altas e todos os caçadores começam a pegar fogo, inclusive os que já estavam mortos.


Ao ver o homem à sua frente incendiar, Cassius recua alguns passos cobrindo o rosto com o braço.


Beatrice assusta-se com o fogo súbito que engole o corpo do caçador a sua frente e desmorona no chão. Oliver para ao lado dela ajudando-a a se levantar novamente.


Diana, enfim, abre os olhos e depara-se com Cassius encarando-a. Ela vai até ele e o abraça forte.



○○○



Tribunal do Santo Oficio - Praça da Fé



Freya e Adrian chegam ao Tribunal, mas se deparam com a Praça da Fé apinhada de pessoas impedindo que se aproximassem mais do local.


- Isso só pode significar uma coisa - comenta Adrian olhando para a multidão.


- Que terá o auto-da-fé, ou seja, execução - completa Freya com a lembrança da mãe amarrada à estaca de madeira prestes a ser queimada viva passando por sua mente. - Temos que entrar no Tribunal e resgatar a Aimée como você fez comigo daquela vez.


- Sou eu que vou entrar e salvar a menina - diz Adrian seriamente -, você vai esperar aqui fora.


- Eu vou com você Adrian.


- Você não vai conseguir usar sua magia lá dentro, então não posso resgatar Aimée preocupado contigo.


- Eu sei me cuidar.


- Não duvido disso, mas ainda assim é perigoso - diz ele categoricamente. - Não quero que se arrisque a ficar presa, já que lá dentro tem pessoas que poderiam te reconhecer, então você vai ficar aqui fora e esconder-se para não ser vista por ninguém.


- Adrian... - tenta protestar ela.


- Vem comigo - a interrompe ele ignorando o protesto dela.


Eles seguem com os cavalos circundando a multidão para chegarem aos fundos do Tribunal, até que Freya olha para o palanque montado no centro da praça, onde havia uma forca com cordas penduradas à espera dos bruxos condenados para serem executados. Olhando mais para o lado ela vê três bruxas sendo arrastadas pelos carrascos com as mãos amarradas atrás das costas e capuz preto cobrindo-lhes a cabeça. Cada uma é direcionada em frente a uma corda, que os carrascos colocam ao redor do pescoço delas e depois retiram-se do palanque.


Ao observar mais atentamente as mulheres de costas prestes a serem enforcadas, Freya reconhece as vestes de Aimée.


- Não - berra ela com os olhos arregalados e a respiração falhando.


O som de sua voz é abafado pela gritaria histérica da multidão vaiando as bruxas e clamando pela execução das mesmas. Freya sente seu corpo todo tremer e uma vertigem tomar conta de si que a faz cair do cavalo derrubando junto no chão o saco de pano com seus pertences, por onde o urso de pelúcia de Aimée rola para fora.


Adrian apressadamente desmonta de seu animal e cai de joelhos ao lado da bruxa.


- Freya, fala comigo - implora ele colocando a cabeça dela em seu colo.


- Aimée - murmura ela abrindo os olhos e sentando-se -, ela está ali. - Freya aponta com o indicador na direção do palanque.


Adrian olha para as bruxas de costas com as cordas no pescoço e ouve ao longe a voz do Bispo ordenando a execução.


- Chegamos tarde - diz ele segurando-a pelos pulsos -, não há mais tempo.


Freya tenta se desvencilhar das mãos dele sem sucesso. Quando ela vai virar a cabeça para olhar para Aimée, Adrian solta seus pulsos e segura seu rosto, já molhado pelas lágrimas que insistiam em cair, com as duas mãos obrigando-a a encará-lo.


- Olha para mim, Freya - diz ele encarando-a profundamente.


Um dos carrascos puxa a manivela liberando a madeira embaixo dos pés das bruxas fazendo seus corpos despencarem no vazio. Uma delas tem o pescoço quebrado instantaneamente, enquanto as outras duas agonizam até serem, enfim, enforcadas. Naquele momento, Freya agarra-se ao urso da menina fechando os olhos e deixando as lágrimas escorrerem livremente por suas bochechas.


Ela começa a sentir sua garganta ser apertada e esmagada e, instintivamente, coloca uma das mãos no pescoço tentando aliviar a sensação de asfixia, mas sua respiração fica fraca e seu rosto arroxeado. Adrian a abraça apoiando a cabeça dela contra seu peito até percebê-la desfalecer em seus braços deixando o urso cair em seu colo.


Ele pega o saco de pano com os pertences dela, que caíra no chão, guardando o urso novamente, depois a carrega no colo colocando-a em cima de seu cavalo, amarra a trouxa junto as rédeas, monta no animal pegando as rédeas do outro também e segue cavalgando para longe da Praça da Fé deixando aquele cenário para trás.


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