Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)

By tamires_menaldo

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Em meados do século XV, na época da Inquisição, a Igreja perseguia os bruxos acusando-os de heresia e condena... More

Introdução - Personagens e Playlist
Prólogo
Capitulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capitulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulos 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capitulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Epílogo

Capítulo 49

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By tamires_menaldo

Tribunal do Santo Oficio



Aimée estava sentada na grama à beira do Rio Nobre no Castelo Forte dos Espinhos com as pernas cruzadas e seu urso de pelúcia marrom desbotado em seu colo, observando o movimento suave da água devido a brisa que soprava. Ela estava distraída que não percebeu alguém se aproximando por suas costas, até que uma mão masculina com um lenço de linho branco cobriu seu nariz e sua boca.


A menina tenta se debater, mas a pessoa a agarra por trás imobilizando seus braços e a levantando bruscamente do chão, derrubando seu urso na grama. Aimée sente um forte odor de éter exalando do pano que tampava seu nariz, o cheiro a deixa tonta e letárgica, então sente outra pessoa prendendo seus pulsos com correntes, que queimam sua pele, mas antes que a dor pudesse alcançar seus sentidos, ela desmaia.


Aimée abre os olhos assustada sentindo seu coração acelerado dentro do peito, seu corpo todo estava dolorido por estar encolhida e tremendo de frio, seu estômago roncava de fome. Ela olha ao redor em meio a penumbra do lugar reconhecendo a cela em que fora trancafiada, então começa a chorar baixinho ao se dar conta de que seu pesadelo era real.


A porta pesada de ferro da cela range abrindo-se e Padre Bartolomeu entra aproximando-se da menina.


- Está pronta para confessar? - interroga ele parado de pé ao lado dela, que estava deitada, encolhida abraçando os joelhos encostada em uma das paredes frias de pedra.


Ela, com os olhos inchados de chorar, apenas fita as botas de couro e a barra da túnica preta do Padre sem dizer nada.


- Está pronta para confessar? - repete o Padre rispidamente.


- Confessar? O que? - indaga a menina confusa erguendo um pouco o olhar, mas voltando a fitar o chão úmido da cela logo em seguida.


- Se há mais bruxos na Corte.


- Não - responde ela baixinho.


- O que estava fazendo lá sozinha?


Aimée não responde.


- Vai querer fazer do jeito difícil?


- Fui levada até o Castelo Real - confessa a menina ainda olhando para o chão e sentindo todo o seu corpo tremer, não apenas de frio, mas de medo também.


- Por quem?


- Pelo Rei - responde ela hesitante -, mas, Vossa Majestade, não sabia que eu sou bruxa.


- Onde o Rei a encontrou?


Aimée abre a boca, mas a fecha novamente.


- Responda - exige Bartolomeu impaciente e fazendo sua voz trovejar pelos corredores subtarrâneos.


A menina estremece de susto encolhendo o corpo ainda mais e escondendo o rosto com as mãos.


- Não posso - murmura ela com a voz abafada.


- Então vai ter que ser do jeito difícil - bufa o Padre irritado.


Ele afasta-se abrindo a porta da cela.


- Levem-na para a Sala de Confissão - ordena o Sacerdote aos carrascos que aguardavam do lado de fora.


Dois carrascos entram na cela e desengancham as correntes das algemas dos pulsos e tornozelos de Aimée. Um deles a carrega no colo até a Sala de Confissão, localizada no fundo do corredor estreito e em penumbra, colocando-a deitada em cima de uma placa de madeira. A menina estava tão fraca que nem conseguia reagir.


Os mesmos carrascos engancham novas correntes às algemas esticando as pernas e braços de Aimée. Bartolomeu aproxima-se postando-se ao lado dela. A garota fita o Padre com os olhos azuis marejados.


- Onde você estava quando o Rei a encontrou?


Ela fecha os olhos deixando as lágrimas pesadas escorrerem por suas bochechas pálidas.


Sem paciência, o Padre segura, bruscamente, o rosto de Aimée, que reabre os olhos assustada e sacode a cabeça tentando, em vão, se desvencilhar da mão do outro, que aperta seu queixo com mais força e enfia um funil na boca dela. Com um gesto de cabeça, Bartolomeu ordena ao carrasco do outro lado da placa de madeira para entornar a água pelo objeto. O homem de capa vermelha com uma jarra de estanho na mão, obedece prontamente derramando o liquido goela abaixo da menina, que começa a engasgar.


- Pode parar.


O carrasco para de jorrar a água e o Padre retira o funil da boca de Aimée.


- Onde você estava quando o Rei a encontrou? - repete a pergunta Bartolomeu com irritação na voz.


Aimée vira a cabeça para o lado cuspindo água e molhando seu vestido cinza, já sujo pela poeira da estrada; e o chão. Ela volta a apoiar a cabeça na placa tentando puxar o fôlego e fechando as mãos em punho. A menina força as algemas buscando usar sua magia, mas sem sucesso, ela apenas sente sua pele queimar ainda mais devido as correntes envolvendo seus pulsos.


- Eu vou continuar fazendo isso, se não me contar nada, até você estar prestes a desfalecer, mas se cooperar comigo, eu interrompo essa tortura e te liberto - diz o Padre tentando parecer afável.


Aimée apenas balança a cabeça para os lados. Um dos carrascos segura com força a cabeça dela e Bartolomeu introduz o funil na garganta da menina mais uma vez e o outro carrasco entorna mais água pelo objeto. Novamente, ela começa a engasgar, o carrasco para de jogar água e o Padre retira o funil, a menina vira o rosto vomitando água com sangue no chão respigando na própria roupa e na túnica preta de Bartolomeu, que a fita com nojo e desprezo.


- Vai falar ou não? - dispara o Padre impaciente.


- Se eu falar... vou ser libertada... mesmo? - gagueja a menina sentindo um gosto amargo na boca e a garganta raspar enquanto falava.


- Claro - mente Bartolomeu suavizando o tom de sua voz.


- Eu estava... no mosteiro... perto daqui - revela ela com a voz fraca.


- Há outros bruxos lá? - indaga o Sacerdote eufórico com a revelação.


- Si... - se interrompe Aimée fechando os olhos e tombando a cabeça para o lado.


- Levem-na junto aos outros à espera da execução pela forca - ordena ele aos carrascos percebendo que a menina havia desmaiado -, vou falar com o Bispo.


Padre Bartolomeu sai às pressas da Sala de Confissão, enquanto os carrascos soltam as correntes que prendiam Aimée e a carregam para outro lugar.



O Padre entra no gabinete do Bispo sem bater.


- O que isso? - pergunta Domênico, que estava sentado em sua poltrona, assustando-se com a entrada brusca do outro.


- Finalmente consegui uma informação sobre o paradeiro dos bruxos.


- Descobriu onde os malditos se escondem? - indaga o Bispo levantando-se de um salto fazendo a sua túnica de seda branca farfalhar no tapete de veludo sob seus pés.


- A bruxa capturada na Corte revelou que estão no Mosteiro da Graça.


- Fale com o Alexandre e peça que convoque o maior número de caçadores que for possível para marcharem rumo ao mosteiro agora mesmo - ordena o Bispo. - Os monges que me perdoem, mas, se for preciso, vamos colocar aquele lugar abaixo para capturar os malditos bruxos.


Padre Bartolomeu segue para o pátio para anunciar a Alexandre e aos outros caçadores sobre a nova missão.



○○○



Floresta da Lua



Freya e Adrian já estavam cavalgando há algum tempo após deixarem a estalagem e percorrem grande parte do percurso em silêncio. Ela estava concentrada no caminho com as mãos segurando firmemente as rédeas, quando sente seus pulsos arderem e em um movimento rápido solta as mãos grunhindo de dor quase desiquilibrando-se de cima do cavalo, mas volta a segurar as rédeas puxando-as fazendo seu animal parar bruscamente.


- O que foi? - preocupa-se Adrian parando seu cavalo do lado do dela.


- Estou sentindo minha pele arder - responde ela fazendo careta e olhando para as próprias mãos.


Os dois percebem marcas de queimadura surgindo nos pulsos dela, que geme de dor conforme o hematoma crescia.


- O que está acontecendo? - indaga ele franzindo o cenho.


- Estou ligada a Aimée através do urso de pelúcia dela - explica Freya -, eu sinto tudo o que ela está sentindo.


- O que isso quer dizer? - pergunta ele referindo-se as marcas, enquanto roçava os dedos pelo pulso da bruxa.


- Que a Aimée está acorrentada. Essas marcas são as mesmas que vi nas mãos de Oliver quando ele quase foi pego por caçadores na floresta - Adrian acaricia o pulso dela com o polegar. - Também sinto como se meus braços e pernas estivessem sendo esticados e eu já senti essa sensação antes.


- Isso significa que ela já está no Tribunal.


- Por isso temos que nos apressar.


Assim que termina de falar, Freya sente sua garganta doer e, virando sua cabeça para o lado, regurgita água e sangue no chão.


- Eles já estão torturando ela - alarma-se a bruxa limpando a boca na manga de sua capa cinza -, não podemos mais perder tempo.


Freya agarra as rédeas com mais força colocando seu cavalo em disparada e Adrian sai a galope atrás dela. No decorrer do caminho, ela percebe que as dores cessam e as marcas de seus pulsos desaparecem.


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